domingo, 27 de março de 2011

PôÉTia: Onça Polaca

 Moacir estava lá, estava no meio dum lugar muito escuro
 Olhei ele das nuvens, enquanto passeava num dirigível, nas nuvens...
 Enquanto ia matar o Olimpo...
 O morto escuro azul escuro
 No manto da noite d'onde o mar e o céu azul se juntam no escuro blues
 Vi com luneta, li os lábios deles
 Moacir e um felino, acho que uma Onça Polaca
 Seus medos eram forçados
 Nas barras de aço eram suas faces
 ...Mas, a Onça Polaca nada falava, esquecera a língua que aprendera de Adão
 Homem que conheci, aliás, e a qual sua mulher saiu comigo
 Um pequeno garoto chamado Moacir, ele disse:
 -Viro mosca! Cuida-te!
 Nenhuma reação esboçou o ser pintado
 -Não me mata! Sou pobre criança! Tenho futuro!
 Nada falou o ser honorário das matas e florestas
 -Tudo bem, nada tenho mais! Só digo uma última coisa: crio mundos e personagens! Medico a teu amor
 ...Faço em tua cabeça, mundo que começa ali e termina lá!...
 A Onça Polaca o olhou...              
                                          *       *      *
 Nuvens cobriram minha visão,
 De meu hidroavião, já na seguinte manhã
 Quis saber o que se passou, minha curiosidade ficou com meu trabalho
 Pensei, refleti, de certo, matei, no Olimpo fiz coisas ruins
 Pra casa voltei
 Pequena e aconchegante ponto na marina de Paranaguá,
 Piano a construir e sonhos a perder,
 E construir
 Vi, durante andar na minha sala de estar:
 A Praia Predegosa
 Um paninho cheio de sangue... Reconheci Moacir...
 Também dele voou mosquinha, que meus olhos nem a vi... Reconheci um tal Moacir
 No fim, tinta havia na minha mão, era nanquim... Parei com isto!
 Fui escrever.
 Pra depois dormir.  

sábado, 26 de março de 2011

Dança de Noite #Agentes do Caos

 "Basicamente todos os materiais são feitos sob medidas, o aço, ele é feito sobre normas que regem a criação deles. Determinismo dos materiais... Nós, na minha concepção, fomos Criados também! E que os ateus, os novos pagões, esperem a sua Punição! O seu Julgamento!"
 Ouvi isto na tv, estava num barzinho mixuruca no Calçadão Quinze , uma da manhã, fiquei lá... Sendo "catequizado"... Passou por mim um careca, fortão, mas tinha um jeito meio "fino", ele olhou pra mim com desprezo... Minha pele seria uma deformação do aço que o pastor de gente falava na tv? Fomos criados sobre regras e elas davam a cada um uma coisa pra odiar o outro?... Não sei, não é papo meu... Meu amigo, Helter Skelter que gosta disto... Só tô curtindo o friozinho duma terça... Parece que vai ter algo por aí
 Saí. Andei. Desci uma rua lateral e lá estava eu...
                                                                          Porta de bar
 A ponte entre a diversão e o perigo de levar uma facada...
 Cabelo black, ok, barbicha limpa, ok, blusa quadriculada azul, ok também... Não é que eu gasto muito com roupa, é uma questão de estar bem aos olhos dos outros... "Só que os outros estão em você mesmo", ah! Odeio estas filosofias! Me lembram o meu amigo e seu Mestre Panda Vermelho arranjando confusão! Bah! Sou da paz!
 Entrei, bem vazio... Afinal, era terça!
 Vi ela... Branquinha, óculos gigante, magrela, não era loira... Pena, mas era o que tinha lá... Não que sejam objetos, as mulheres, na verdades somos muitos objetos um se vendendo e comprando entre nós... Mesmo se você não tiver moeda, for um macaco dos anos das cavernas... Enfim, lá era quem tinha o maior tacape, tem vezes que o maior carro, a maior anca... Bah! Tenho que parar com estas coisas! Quero me divertir!
 Dançando, dançando e dançando... A menina se chamava Anné, dançava bem, bem doida... Eu ficava mexendo os pé um pouco, mas mexia o dedo também; ficamos lá, de repente, o bar parecia ter enchido, tava estranho, frio, umas luzes roxas que não vinham dos holofotes...
 Péra! Que droga é esta?!
 Luzes da cabeça das pessoas! Das sobras?! Luzes de ideias?!!
 Bah!
 Peguei um 38... Afinal, parece que ele resolve tudo... Ao menos contra seres estranhos, ou aqueles que existem em nós mesmos...
 Atirei
 -Doido! -Anné bateu na minha mão e eu me assustei... Ela era forte! Estava sorrindo, achando graça! Ela deveria ser um "deles"!
  Mas, não parecia irritada, só achando graça...
 ?!
 Droga! Numa situação destas e eu caído por ela! Lá vou eu (de novo)!
 Esperei algo acontecer -a gente sempre espera, fica paralisado pelo medo, ou pela preguiça, talvez seja isto a Sabedoria-, nada ocorreu... As luzes ficaram em volta de mim, senti uma corrente elétrica pelo meu corpo e parecia que eu dançava conforme a música! Ela também, a Anné, ria e dançava comigo, ela descontrolada, eu mais ainda!
 Gelei. Vi uma marca brilhante em seu braço, era o corvo... O arrepio na espinha, o reconhecimento de quem ela era, não sei... A corrente de energia acabou e eu cai em seus pés, ela parecia muito puta, queria me destruir...
 "Nem sempre os sonhos são os sonhos dos outros e, principalmente, ações!"-Lembrei de novo do velho Panda, báh! Por que isto? Logo agora?!
 Pedi ajuda, clamei baixinho pra alguma força imaterial me ajudar! Ninguém vinha, ninguém vinha!
 Ela me agarrou com uma mão, levantou-me, senti o ar acabando, acabando... Aca...
 Baque, caí.
 (...)
 Estou sendo levado por alguém, arrastado...
 -A diversão não existe, estamos todos nos divertindo e quase morrendo depois, lembre disto, tolo! Um tolo que ainda crê para fazer! -Reconheci a voz e o tom pessimista, olhei pra ver se via algo...
 Parou... Olhei pros lados, de novo no Calçadão Quinze, a chuva parou e estava um vento frio, um pouco abafado... Vi ele, estava com uma calça jeans de criança, camisa listrada branca com amarelo e colete, o Velho Panda Vermelho; olhou-me com sua cara, que pra mim parecia um rato!
 -E então, como vai?
 -Por que...
 -Helter, ele me pediu pra te tirar de qualquer enrascada, estava por aqui hoje e vim conferir se estava bem... Que bom, você esta, menos trabalho...
 -Mas, o que...
 Ouvi sirenes, bombeiros, segui eles até a esquina que dobrara pra ir ao bar... Seguiam pra um incêndio...
 "Será que Anné esta bem?"-Pensei, só pensei.
 -Ela está, os que ela comandava, não. Não se preocupe! Vamos logo, eu tenho uns trocos, pago o táxi!
 Virei-me e fui, pensando, "ele pode estar mentido!"; claro, não queria isto, mas ele também sabia o que sentia por ela, e o que achava que ele tinha feito... Sim, isto é assustador!
 Pegamos o táxi, rodamos por uma hora, o taxista nada perguntou... O Panda já era um homem alto de bigode longo, até o queixo, normal, sempre "as coisas" do mundo se parecem normais, eles ficam lendo livros no meio da rua, olhando pro chão, você passa por eles se preocupando com sua vida -eles se preocupam em saber da sua-, você não liga, se acha suficiente, engano!
 Desci, morava até que perto do Centro. Fui pra casa, pensei só que quando vi o Panda abrir sua bolsa, ele acabou mostrando uma faca, ela estava banhada em sangue. Não dormi, ele segui com o táxi pra algum lugar, eu, ali, duas horas depois, quase amanhecendo e nada de sono...
 "Mas, ele disse que estava tudo bem com ela"... Confiar em alguém, sempre perigoso, um engano... Mas, as vezes é melhor, alguma vingança torna-se saborosa... Porém, ele era o Panda Vermelho, acho que a muito tempo ele não vê a cara da "Dona Morte"...
 Enfim, dormi, com o sol raiando e ia chegar atrasado na aula, talvez só fosse trabalhar... Ainda bem que não mais como estágio! Consegui adormecer, estranho...
                                                                                Pensei nela dançando.


 MUSIQUETA DA POSTAGEM

Obituário de 1931 #Agentes do Caos

 Este homem não tem heróis... É um simples rato de laboratório que fica a ler obituários no jornal pra ver se um dia lê seu nome.
 Ele nada mais faz do que ficar ali, sentado, em frente a sua máquina de escrever ambulante e escrever, escrever e escrever.
 Sua missão na humanidade é encher o saco dos seres vivos e estudar como eles são imbecis ao ficarem falando um dos outros sem prestar atenção em si mesmos.
 Ele fica ali, parado, esperando um milagre dum deus que morreu pra ele acordar do seu sono de mil anos e ver se faz alguma coisa.
 Hoje, tem quarenta anos mentais e físicos e olha os outros com desdém; imbecil, você não é melhor que ninguém, é igual a mim!
 (...)
 "Eu não sou, sou igual a você, e você se acha melhor que eu, quando você diz que não sou especial, esquece que você também não o é. Dar lição de moral é tão simples quando você se acha maior que o outro... Infelizmente, não há como você ser, não pode voar, não é imortal, não há Amor, só há uma coisa: Vida."
 Você me respondeu isto ontem... Deveria se envergonhar! Sempre há um Destino! Tudo que me fere é mal! Eu devo buscar a Felicidade!
 (...)
 "O que te fere é o que lhe faz mal, simplesmente eu não vou continuar a cavar um cova se você acha isto bom... Suas lições de ética se devem a experiências que você teve, como um cão, nós reprimimos o que nos causa dor fujindo; não há destino, não há nada além duma Existência, a Felicidade pode ser minha sobre a carcaça do meu filho"
 ...Você é um bosta!
 (...)
 "Sem argumentos, sem defesa, usa paus e pedras; cale-se e volte pra sua casa, cão; eu volto pra meu ninho de falcão, hoje, pelo menos, esta assim"
 ...
                                                 *               *           *
 Último diálogo do escritor Nick Belane em março de 1931, ele foi encontrado morto em seu apartamento, cianureto e facadas no peito; no pulso direito, a pele foi arrancada, tirando sua tatuagem de corvo já conhecida.
 Trágico. Normal.

terça-feira, 22 de março de 2011

Bandeira Branca Meu Amor #Agentes do Caos

 Uma primavera, uma primavera como nenhuma outra! Eu via sonhos nas ruas, lágrimas e choros... Me senti bem, quando vi comemoração e mal quando vi mortos chorando com seus parentes em enterros...
 Cabelos ruivos na minha cara, foto do meu amor... Estranho... Acho que ele deve estar sabendo o que penso agora, esta escrevendo poeminhas ou textos bobos, pena que nunca senti o mesmo... Não sei...
 Pus mini-saia, coloquei forte maquiagem escura no olho... A melhor marca, perfume, idem. Fui saltando as pedras frias da cidade fria que estourava em trombetas do Apocalipse. Casaco de lã, protegia só meu corpo... Preciso ver se começo meus exercícios... Humpf, há duzentos anos isto não existia... Ainda bem que sobrevivi bem... Droga! As vezes a marca do corvo coça, arde... As vezes.
 É, sou uma deles, uma Agente.
 Bar.
 O gordo balofo do general estava lá, suado e chato, rodeado de seus oficiaizinhos... Um tinha um quepe torto, outro barriga, outro... Hum, acho que ele escondia uma borboleta... Cheguei perto.
 -Olá, meu camarada! -Beijei-lhe a face. Nojo.
 -Olá, lindinha camarada! -Ele me deu uma lambida com sua língua nojenta... Porco!... Olhei pra baixo.
 -Esta, Emanuel, esta é a polaca que te disse! Ela não é uma joinha, camarada?! -E ria o balofo, e os outros riam, só o que foi perguntado estava sem jeito...
 Sua voz era insuportável, ele falava pior que eu, e olha que tinha que fingir sotaque!
 Estava nervosa, tomei uns drinques, ouvi sobre seus planos de ofensiva ao rebeldes e tudo mais... Subiríamos depois...
 Subimos às 21 horas! Cedo demais!
 Fomos subindo, eu sentia que ele apalpava-me, sentia seu bafo quente e nojento... Sentia asco... Do fundo do meu ser...
 (...Estou vomitando no banheiro)
 Entramos, quarto 440, os outros dois que estavam com ele, 402 e 439... Sentia a coisa apertar...
 -Vem cá! Amorzinho! Deixa ver o que você tem! Teu segredinho!
 Me tocou pela primeira vez, "-Não, tenho que tomar um banho, sabe como é..."; "-Vivi em Marseillé, meu amor, sei o que é ter queijinho!", ele me segurou forte... Pela segunda vez...
 Não, tinha que conseguir os arquivos... Aqueles que ele guardava em um implante na pele... Nas costas...
 -Vem meu amor!
 Rejeitei ele, seu beijo, seu amor... Seu bafo, e pele gorda e verde
 (...Não aguento mais!... O que? Esperar?)
 Ele me deu um tapa, pensei em cuspir em sua cara... Ganhei tempo, sorri -eles sempre caem no sorriso-, comecei a tirar minha roupa... Casaco... Colete, comecei a tirar a saia...
 -Deixa eu ver, camarada! Suas batatinhas, elas me parecem tão durinhas! Deixa eu ver!!!
 (...)
 Deixei, despi-me...
 Ele babava, babava e babava... O Inferno, o da Terra, era a cara daquele ser... De camisa a estrangular sua garganta cheia de veias e com o corpo como se inchado...
 -Vem cá! Sem tempo pra esperar! -Abriu a braguilha, tirou pra fora, quis vomitar, mas, há a missão...
 -Olha! Minha Bazuca!
 Ele veio, ele me agarrou...
 Jogou-me com seu peso na cama, macia até, seu bafo era contínuo... Ele não parava! Tentei atrasá-lo e tirar sua camisa... Ele foi mais rápido e tirou minha roupa de baixo...
 (...!)
 Bandeira Branca
 ...
    * *
 Talvez a Liberdade venha com sacríficios... No fim, pode ser até bom...
 Quero as vezes ficar tranquilo com ela, mas, afinal, nos damos bem, não? Não aguentei aquilo...
 Pé na porta!
 Vi a cena... Havia paz naquela recinto amarelo... Havia vermelho no chão...
 Ela lá, divina, hein? Grande garota!
 -Oi! -Me disse, ela se vestiu. Tinha conseguido o micro-filme que estava por dentro da pele do gordo...
 Ele, o general gordo, me olhou e disse em seu soviete  podre e mal falado:
 -Emanuel... Me ajuda!
 Ia dar-lhe um pisão e quebrar seu pescoço. Ela me olhou, com cara séria e disse: "-Péra", okay... Vamos ver o que ela consegue...
 Olhou pra ele... O gordo tremeu... O sangue da pele da barriga continuava a sair, suas mãos tremiam e ele derrubou mesmo a faca com a qual tirara o arquivo de sua banha...
 -Os Aliados! Os Azuis!!! A Junta!!!! -Berrou o gordo, até em dialetos que não entendi, acho que eram quando ele viva ao norte da Germania, quando era criança; seus medos, seus lobos que comiam sua carne... Tudo vinha naquele momento a ele...
 Pegou a faca de novo, levantou e ficou agitando ela, brigando com o ar... A ruiva só olhava pra ele... Com a franja sobre os olhos... Assustador... Pensava "Adeus, gordo nojento!"
 Ele se cortou, horizontalmente, passou seu ventre ao meio, acabou.
 Sorri pra ela, depois de ficarmos um tempo vendo a cena dele morrer... Não era sadismo pra mim.
                                *  *
 As vezes ele me dá medo, mas foi engraçado o sorriso depois, estava cansada, dia duro. Ele perguntou se não queria comer algo... "-Não", disse... Fomos pro hotel... Olhei pro gordo, vida triste, mas muito tinham, poucos eram felizes, menos ainda superavam, apenas ilusão de que podiam...
 Casaco felpudo... Chocolate quente... Talvez amanhã... Ou depois de passarmos a fronteira; e a nossa comunicação mental continuava, ele queria ficar um pouco acordado, falei pra dormirmos... Concordamos, muito sangue.
 ...
 Sopa, frio, e na tv estatal mostravam o "crime dos agentes externos", nas ruas, pessoas alegre: "a comitiva inteira exterminada por uma mulher e um oficial do povo!", e lendas se fazia... Eu olhava a neve no chão, ele me andava com o braço no meu ombro... Odeio isto as vezes, mas tudo bem, vamos deixar, por hoje. Achávamos graça até da situação.
 Seria duro sair, mas a guerra -ao menos a nossa- já passara; "bandeira branca e riste em meio ao Caos de nossas pequenas vidas, nossas mediócres vidas", como falaria um amigo meu.


 MUSIQUETA DA POSTAGEM

Começo #Agentes do Caos

 Nunca pensei que diria isto... Mas, sou um fraco... Sempre considerei-me superior, não em raça, ou nação, ou "classe social"... Eu era superior no intelecto... Me imaginava como um grande conquistador de mundos que a todos enganaria e que pensava ser livre...
 Lendo "Pulp", no ônibus cheio, virava a página com o queixo e tinha momentos de pensar em gargalhar no meio de dos estranhos
                                   Estranhos, quem não tem medo dos Outros?
 Você se diz forte, você vê as pessoas que pensam estar livres, mas nunca estão, algo te prende... Falta de alguém, meta a cumpri, pessoas a não desapontar, quando esta pessoa não é você mesmo... Tudo neste poesia que é a vida...
                                "A vida não é uma poesia", penso enquanto viro mais uma página...
 Sinto o escuro sentimento em mim... O Vazio... Por um momento vejo o que o "véu da magia", como me disse uma vez um filósofo francês... Mas, não sei... Estou confuso... Estou...
                                                                                                                   Eu estava.
 Senti o ônibus diminuir a velocidade, as coisas voavam, não senti muita coisa... Estranho, nunca me lembrei direito o que ocorreu, só lembro de querer proteger minha cabeça; devo ter visto na tv.
                                                        *                    *
 Dois dias depois, acordo, Hospital Clínico, centro; estava confuso, passei mais alguns dias até entender que meus pais estavam ali, e que eu era um dos sete que sobreviveu...
 Quatro dias depois... Ouvi uma voz na janela, era noite fria e chuvosa de março... Dia 22, talvez... Não sei...
 -Você quer algo?
 Ouvi. Minha mãe dormia perto, meu pai estava em casa, mas vinha todos os dias...
 -Alô? Quem tá aí?! -Meu corpo arrepiou e eu me preparei pra batalha; (Como ficamos idiotas quando nos borramos, não?)
 Abriu a janela, um homem... Ou algo assim... Uma sombra... Via só os seus sapatos, e que tinha meias xadrez (?!), uma e cada cor -vermelha e verde-(?!!!)... Silêncio; dois minutos... Foi como durante o acidente que me levara pra ali.
 -Você quer escrever uma coisa?
 -O que?! -Respondi surpreso, era uma situação complexa...
 -Você pode escrever sobre nós... Escrever desordenadamente, em códigos, faça com que só quem queria venha a entender...
 -... -Nada compreendi...
 -Sempre quis saber a o que se prendem os Outros, não? E se você pudesse não saber, mas escrever sobre aqueles que se libertaram?
 -...... -Não fiquei surpreso de como ele sabia que eu tinha pensado aquilo, não ficara surpreso mais com sua forma fantasmagórica e imponente... Estava calmo... Acho que era isto que ele buscava, ou o que eu busquei...
 -Minha "Liberdade" não vai existir, não? -Disse.
 -Não, dificilmente -Ele respondeu, não sabia se estava surpreso, ou orgulhoso de eu ter passado em algum "teste".
 -Faço
 Uma única palavra, Ele sumiu... Seu nome... Estranho, eu sabia agora -me senti com um verme de inspiração na cabeça... Junto com minha loucura filosófica habitual- , Seu nome era... Fundador.
                                                         *               *              *
 E agora, bem, agora estamos aqui. Escrevendo bobagens até lembrar delas

sábado, 19 de março de 2011

Ogro mata mais de mil sacis #Agentes do Caos

 Tá frio... Muito frio...
 Sábado, nublado e com cara de chuva... Me disseram que ia ter um evento astronômico aí, meu papo não é com estrelas, deixa isto pros amantes delas... Que pensam nelas como eu penso me mulheres a noite... Pra dormir.
 Que grande mentecapto
 Estou aí, olhando minha camisa listrada e meu colete prateado sem vontade nenhuma de sair... Estou tentando reunir umas memórias do meu tempo de "guerra", quando eu era de linha de frente Deles... Dos Agentes...
 Ninguém vai entender nada
 O que escrevo, ninguém entende mesmo, escrevo pra mim, pra não usar minha Colt-45 na gaveta, pra "deixar os pulsos pro final"
 Bagagerie, 1975
 Em pleno governo militar no Brasil e eu lá, no pior lugar pra ir... Uma tal de França Antártica, um lugar muito tenso e cheio de separatistas... O pior é que já tinha passado o Carnaval no Rio, assim, o acordo entre os duas forças -a da Federação e a da França Antártica- acabara, tava obrado e sem papel...
 Missão: Salvar Jeanié Rousseau
 Encontrei ele fácil, na Lapa, fui até um show de rock duns caras, WSTOHD (When she takes off her dress), uma bandinha nova aí -vinda do sul-; depois achei ele no mesmo bar, havia chegado depois e estava suado. Jaqueta vermelha, óculos grandes, calça boca de sino, assustado, e muito.
 "Salvo todo o babaca que não sabe andar por suas pernas"
 Acho que esta frase resume bem o que terminei falando pra ele... Era um cagão, só porque o namorado teve a sua garganta cortada na sua frente antes de nos vermos estava assustado
 "-20 minutos"
 Disse ele, separavam o seu amor vivo do seu amor morto; até fiquei sentido, se meu rosto não fosse de pedra escorreria uma lágrima no canto direito do meu olho! Pedi uma vodca com limão pra ver se a "flor" parava de chorar
 Amei ela? Não, ela era linda
 Corpo bonito, no estilo da estação, com grandes partes da frente numa blusa roxa e uma saia verde elétrico nas pernas não tão grandes... Era altinha, que bom! Não queria ficar só em meio metros hoje! Fui.
 Soda com limão arde no olho
 Constatei quando ela me jogou isto. Bem, não posso vencer todas... Ela olhou entre seus olhos furiosos e seu cabelo curto loiro e viu o meu cliente, o fracote...
 "-Mano!!! Te achei!!"
 Disse enquanto abraçava o cara e meu queixo caía... Bem, "atrás de toda a grande produção há algum afeminado que produz a beldade", como falava meu irmão, que também era um deles... Foi o cara mais corajoso que conheci... Droga, agora fiquei até com uma vontade de chorar... Uns 16% de vontade.
 Fiz Ciências Contábeis...
 Larguei o curso na metade... Tava me transformando num ogro... Muito trabalho se formar assim, usando máscara e se escondendo, mesmo tendo uns caras que conseguiram, como o Volta e o Ritter, enfim... Sei que usei meu conhecimento estatístico aquela hora, eu estava 98% excitado: ela mexia muito bem, abraçando aquele carinha... (os 2%restantes eram respeito a ela ser irmã do meu cliente, só pra explicar pro tonto de plantão)
 Era um gigante verde, na verdade meio azul escuro...
 Me disse o cara; ele era tão medroso que me olhou com cara de roda de traseiro pensando ter me ofendido... Eu teria feito farrapos dele se ele não tivesse falado que o cara que matou eles dois tinha quase dois metros e também parecia ter uns parafusos no pescoço...
 Preocupação
 Palavra tosca, parece palavrão, bem, eu tinha isto. Talvez fosse o Wolf, um cara tenso de se enfrentar, mercenário, tinha pós em Arquitetura e Arqueologia, merecia que eu o matasse "educadamente", ou Stalinoski, um soviético resto de laboratório, este merecia muito sangue em sua batalha final contra mim, ou ainda, não sei...
 Porta abre, um grande ser entra, casaca, chapéu vermelho...
 Ainda bem que a banda foi embora, também os mais jovens e quem parecia que prestava... Pena que os que ficavam usando drogas casualmente também... Queria bater neles "sem querer" durante a luta...
 Olhei, seu racista
 Pensei isto... O miserável do Rousseau disse que o cara era verde... Ele só era negro porra! Será que não poderia ter dito isto?... Se me chamassem de alface só porque eu sou "meio verde" eu detonava a fuça do sujeito! Não controlamos a língua... Assim como as vezes outras partes...
 Pra porrada!!!
 Mandei o brotinho sair e levar o bocó pra fora... Peguei uma cadeira e comecei a girar e bater, chutar e tudo mais. Tirei a arma do cara -não uso armas, não minhas, claro, só porrada-; droga, ele me jogou pra trás do balcão do bar com um chute, sua perna parecia de aço... Mas... Era mesmo!!
 Pega que é saci!!!
 Acordei, ele já não estava lá, perguntei e disseram os poucos que não foram cagões que eles correram pra fora, em direção aquela ponte de arcos... Fui, droga, sacis andam com redemoinhos! E eu com estes pés encravados! Segui pela rua, sangue numa vala aberta ao lado, continuei... Suava
 Cai
 Cheguei até a um ponto e me derrubaram... Um velho me passara a bengala enquanto passava por uma esquina. O miserável ia levar porrada!!! Levantei, da queda e meu punho! Olhei pra ele...
 Parei
 Outro saci! Só que velho... Ah, sim, um saci te olhos só pretos e tem orelhas pontudas (como elfos), antes que algum defensor dos direitos humanos encha o saco do cara que tá publicando esta minha crônica!
 "-Segue na encruzilhada, reto, sempre reto, meu filho!"
 Fiz reverencia -um sinal da cruz mesmo-, sai correndo e cheguei noutra esquina, vi uma encruzilhada, segui por ela, a rua se dividiu, segui de novo -mesma linha-, outra vez se dividiu... Desconfiei do velho... Segui, deu em outra... Daí fiquei puto! Segui reto, mas foi pro outro lado, inverso do meu... Voltei pro caminho do bar
 Dei de cara com eles
 Carinha desmaiado caído perto da vala em que eu tinha passado a pouco, mulher pra ser cortada com navalha, ou estuprada, sei lá... Vi aquilo, cai de voadora, acertei no meio do bicho, ele levantou, eu dei um soco na cara dele, depois catei seu chapéu, puxei... E puxei, puxei mais um pouco, ele saiu, junto com o escalpo do infeliz... Bom de ser ogro é que causo muito dano a estes seres de bruxaria por aí!
 Amante, cavaleiro prateado
 Acho que foi isto que a gostosa pensou de mim... Pelo olhar que ela me deu... Ah, aquele olhar!! Deveria ter um pote em que cada homem guardasse aquele quando lhe fosse dado por uma mulher... Mesmo que fosse apenas uma vez...
 "Navalha afiada"
 Pensei. Peguei ela, fiz sangria e acabei com o cara, joguei ele na vala sangue espalhou por perto. Peguei a garota pela cintura, enquanto o fracote esta no meu outro braço... Taquei-lhe um de língua! Ela me deu um tapa, eu ri... Mas, ela ficou toda brava, me dava tapas... Sei o que eles queriam dizer... Estava com a noite ganha!
 Os dois no fusca, eu pro bar
 Deixei eles no carro que aluguei e fui tomar um trago no bar... Entrei, vi tudo quebrado, todos com cara de rabo... Ia pedir um drinque... Olhei pra de trás da bancada... Era eu... ERA EU!!!!
 Um senhor distinto
 Levantou-se, deu-me uma bengalada na cabeça, vi ainda que tinha uma tatuagem de corvo no pulso... Era um Deles... Tentei olhar o seu rosto... Ele era... O velho saci?!!
                                                        *
 Bem, é isto
 Acordei no hotel, fui posto no mesmo quarto que a irmã do bocó!!! Ele tinha ficado bêbado com o velho que nos trouxera no fusca ontem a noite -era um velho moreno de orelhas estranhas e de óculos escuros-, e dormia no saguão... A mademoselle Jeanié Rousseau estava lá, de camisola... Era de manhã, a minha hora!!!
                                                                 *
 O que mais?
 Só isto, parei com estas coisas e fiquei aposentado um pouco... Fiquei na minha caipirinha e longe do "Velho Mundo", pra mim o "Velho e Caquético Mundo". Nunca liguei de novo pra Jeanié... Mas, guardo aquele olhar, junto com aquele que ela me deu aquela manhã... Juntos, um da princesa, outro da vadia... O bocó do Jean, acho que era assim que ele se chamava... Sei lá, deve ter morrido num banheiro qualquer!
 Frio, muito frio...
 E eu aqui... Falando com minhas teclas e letras... Bebendo ideias...
 ...
 Nossa, que tosco!!!

 (P.S. O autor de tal obra encontrou este texto numa lata de lixo numa sexta, enquanto se afogava em pensamentos densos e simples... Com o lixo, havia um perfume, uma saia verde elétrica esquecida, e uma pequena caixa, com a qual guardou olhares, de todas as formas)


 MUSIQUETA DA POSTAGEM
 Frio?

sábado, 12 de março de 2011

Historiador do Caos #Agentes do Caos

 Pessoas do espaço, o que as fazem felizes?
 "Subir, subir e subir"
 Nada, pra mim nunca foi nada... Procurei na antiga ex-UPPS (União Popular dos Povos Socialistas) e nada encontrei, só pó, pra mim era só isto... Lutei como soldado contra os rebeldes do Cáucaso, matei um tal de Taras Bulba na Ucrânia, me exilei na Sibéria e hoje estou em Bretan, em Glasgow... Não encontrei nada.
 Sou historiador agora, algo chato e sem sentido, uma Ciência que não tenta estudar o Passado mesmo o fazendo e diz que o que faz altera o Futuro... Mesmo deus estando morto, enfim.
 Vou muito ao Brasil... Uma vez, encontrei dois caras muito estranhos... Um era Helter Skelter e o outro Jorge Santo, muito interessante, eles me perguntaram sobre uma entidade que não existe, um mito, lenda, os Agentes do Caos.
 Disse a eles que os Agentes do Caos eram uma organização mitológica antiga, de vários nomes... Que começaram, talvez, antes da Idade do Bronze... Eles parecem ter começado com quatro membros, o Fundador, e mais três: Astar, Kalla e Órion; Kalla tinha o caos no Tempo, Órion, como possivelmente seu filho ou primo, também tinha muito poder e parecia ser imortal... Astar, era a mulher e fiel do Fundador, parece que tinha uma relação de pai e filha, ela tecia fios que lançavam-se sobre o Destino, criava isto... Ao que parece, Kalla matou Astar, porque ele tinha sentimentos por ela e também por que ela era uma Tecelã de destinos -"contra o Caos para ele"-, a amada de Órion, e ele chorou, porém este que parecia um gigante entre os homens não vingou-se, fugiu pro Sul Gelado e nunca mais foi visto, o único que o Fundador liberou das funções de Agente do Caos... O Fundador, aliás, dizem que foi ele mesmo matar Kalla, Ele cortou a garganta de um de seus pupilos, sem piedade, sem nada.
 A partir daí houveram diversas cruzadas dos Agentes contra muitas coisas, suas referências mitológicas são várias; como "Aqueles que aprisionaram o Olimpo", ou "Os que mataram Aquiles e seu amante Alexandre, o Grande", além de referências mais orientais das quais conheço pouco, pois não domino este idioma muito bem, mesmo sabendo todos os que descendem do latino e eslavo, sei de alguma coisa sobre os Lendários Três Pandas de Cantão e outras coisas, mas muito por cima; sei que eles tiveram muita participação nos eventos que causaram a Queda de Roma -como o tal de Corvo, que parece ter influenciado as forma de vestir deles-, assim como a Ascenção do Império de Constantino, etc; também tiveram relação com os chefes árabes e parecem ter desenvolvido muitas histórias no lugar que hoje se chama  Persi... Enfim, sabe-se que até o século XV eles tinham um certo número, porém, a partir do século XVI e XVII, ocorreram perseguições de organizações como a Ordem da Lâmina Azul -principalmente um tal de Janet Départes- e de diversas outras menores, como as financiadas pela Rainha Iluminista de Marcellé.
 No séculos XVII, os Agentes tiveram seu maior grau de poder, crescendo com o uso de pirataria e o uso de espiões ao invés de mostrarem-se conselheiros ou exércitos que surpreendiam determinadas forças, e era muito fácil detectá-los... Foi na Conferência de Trena, uma reunião lendária dos maiores Catástrofes e Agentes que foi dita a único regimento dos trabalhos deles... Lá não haviam nem o Fundador, nem Órion, nem Sinnix, a 1ª Catástrofe, apenas Ulle, filho de Astar, ao qual o Fundador salvou e deu a ele treinamento e um chapéu que poderia se transformar em tudo que ele quisesse, ah claro, e a imortalidade. O tal Regimento dos Agentes do Caos é:
 "Torna-se o melhor em algo, tenha uma habilidade anormal a vista dos outros
 Escolhe um desejo, qualquer coisa que queira, pode ser só do teu ser, algo que mais quer, realize o desejo
 Agora, esta livre
 Gerou o Caos ao quebrar a lei do ser normal como os outros e realizar seu desejo frente a lei das possibilidades]
 Agora gere o Caos no Mundo de sua Existência
 Serás um Agente do Caos"
  Apenas poucas palavras definem tudo isto.
                                                                    *
 Os dois brasileiros tomavam chá comigo... Neste ponto da conversa, senti que o mito não queria que enchessem ele mais, também olhei a janela, um homem de terno azul olhava ela, máscara de corvo... Não, de gás mesmo... Eu sentia a casa ficar escura e fria, meu chá amargou... Mandei os dois embora, antes, perguntei:
 -Viram? Nada passa de um devaneio, uma bobagem, mito!
 -Mito, isto as vezes é só a verdade do real que nossos olhos teimam em dizer que não! -Disse em mau inglês o que se chamava Skelter... Santo, seu amigo, pegou-o pelo braço e disse: "-Vamos sair daqui, já chega!"
 -Por que não o futuro? -Perguntou ainda o insolente Helter.
 -Porque o Futuro é entregue ao jogo de dados... Ainda mais, não sou mago, nem gênio... Mesmo gênio de lâmpada... Vocês devem ir, a mim só é permitido o estudo do Passado... Ler o pó...
 Talvez eu tivesse dito demais. Os dois entraram no carro e foram embora. Eu vi as sombras em cima das casas, nas esquinas, ruas, atrás de postes... Era uma manhã de domingo, talvez.
 Sentei meu traseiro na cadeira e esperei... Viu o relógio no meu pulso cair lentamente no tempo que era indicado pelo quartzo em suas engrenagens, o Tempo que inventamos...
 Escuro... Frio... Não queria frio, me atenderam... O ar esquentou; ouvi a porta se abrir, estava trancada, mas e daí? Escutei passos... Em silêncio esperei...
 Olhei pra trás, era Ele.
 -Olá! Como vai? -Me disse em um inglês tão perfeito que duvidei de ter morado lá por trinta anos.
 -Oi, Fundador! Tudo bem, pra você? -Falei, não suava, nem respirava, só agi... No Passado agora, talvez


 MUSIQUETA DA POSTAGEM

Vírus maximus

não foram encontrados vírus ou outros riscos à segurança
só eu.

Sonhar Requiem 3 Música muito curta repete-se 49 vezes

acho que eu nunca sonhei... Ou eu devo estar sonhando...
só no sonho lúcido
vendo Lucy com seus Diamantes
e ficando Helter Skelter na minha carteira de identidade
falsificada
se vomito eu ti amo
você vomita na minha cama
fico doido e te expulso
depois te ligo e te chamo
pra sair
pra balada
cinema, show
sair do corpo.

domingo, 6 de março de 2011

Match Point Ligações e Relações #Agentes do Caos

 Ela estava com o namorado esperando uma ligação, enquanto ele combinava coisas do próximo páreo e, por acaso, usava a linha que ela precisava escutar tocando daqui a seis, dez minutos, mas ele não saía! Bastardo! Um bastardo com uma língua quente, mas que principalmente acalentou ela muitas noites em que o pai brigou com ela, o cachorro pareceu não ouvi-la, a Universidade de Letras, Costuras e Ética Moral pareceu-lhe mais um porre do que já é...
 Seu nome era Felicia Spector Iggy e ela é uma chanellé, uma "nova mulher", como os chauvinistas diziam, fumava quando lhe desse na telha, abraçava as pessoas na rua, sorria sem precisar que um ser com badalo no meio das pernas lhe mandasse fazer isto; mas, ainda parecia que algo lhe faltava, não era Amor, isto, talvez ela já tinha... Sempre era um talvez pra ela... Mas, aquele homem de cabelos negros e cinco anos mais velho que ela, apostador de cavalos e que tinha até um certo poder lhe faziam bem, não fora nenhum Cavaleiro que a acordaria do sono de anos de menina, nem quem mataria os Dragões de sua vida, nem o Carvalho que a sustenta, nem o Amante com rosa na boca, que beija o seu corpo com o mesmo furor com o que realiza uma dança latina... Não
                                                     Ele era um pouco de tudo isto, e estava bom... Mesmo ele, não sabendo nunca que talvez tivesse alcançado tal posição -mesmo pra mim, que vi os dois, ele me pareceu um idiota... É, eu já tentei cortejar Spector, mas, sou um inconstante, ela não está na minha lista, aquela que todo o homem um dia faz, mas está na parte da galeria daquelas que me tiram suspiros e me deixam molhado, as vezes, mesmo não conhecendo sua boca e nem sua casa...
 Fato é que naquela noite, nos anos 30, terminada a Guerra de Mísseis e começada a Guerra dos Espiões, os Segredos, do "Atrás da porta e veneno ao pé", ela seria uma peça central pro meu caso, mesmo não sabendo (e talvez não querendo)...
                                                                       *
 Subi as escadas, vinte lances, não muito pra mim -precisava pegá-los acordados-; fui, 30 minutos, sombra em mais costas, vento e fogo em meus pés... Abri a porta, Felicia recebera a ligação, droga! Ia falar algo, mas o namorado, amante, sei lá, me puxa uma arma estranha -possivelmente tecnologia de Mach I- e atira, a tal pistola tinha cinco canos que estavam dispostos em coluna.. E todas acertam meu peito e eu caio, levanto, dou um soco nele e derrubo Spector no sofá... Ela me olha com medo, está em posição de frango assado e eu posso fazer o que quiser com ela, mas não! Não!
 Passam-se duas horas, meu peito estourado revela minha couraça dourada e com detalhes em cor de ferrugem, estou a uma hora e meia olhando pra ela, acabei e torturar o cara com água e "tapinhas delicados", estão os dois em cadeiras, um em frente do outro.
                                                                        *
 E ela só pensa no bebê... Bebê?!
 A sim, posso escutar sons muito baixos... Até as descargas de nossos pensamentos...
 Mas, ainda ando perplexo pela sala, então a ligação do doutro Judas... Droga!
 Pensei em pegar uma caneta e evitar eu mesmo a coisinha de três, dois meses, porém, não, não!...
 ...Sim! Sim!
 Peguei a caneta, tinteiro, preta
                                                                         *
 O apartamento estava cercado, sangue por todo o lado, as tropas subiam... Eles usaram o elevador, tsctsc¬¬'
 Olhei pra janela, pensei, não, não pensei! Eles arrombaram... Que péssimos policiais! Num sequestro comum eu teria matado todas as vítimas!
 ...Pulei, meus mocassins pretos explodiram planei alguns metros, sobre as cara os guardinhas idiotas, hahahaha!
 No quarto, sangue...
                                 apenas do marido, a mulher, Felicia, com medo olhava tudo e só via a cara péssima cara do Pavor, aquele Gato Roxo horrível!
 Talvez aquele filho seja até meu, pensei, enquanto corria de prédio em prédio... Não, nem a toquei, muito... Bem, estávamos bêbados...
 Mas, não fora só isto, o que salvou os Gêmeos... Não, só...
                                                                          *
 E iria conversar com o Grou Branco, o Catástrofe, precisava ver se poderia tirar uma férias, ser Agente é cansativo, e as vezes... Envolve a "família".


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sábado, 5 de março de 2011

Amores pra se cuspir no prato #Agentes do Caos

 *Eu te amo.*
 "Corre pelo deserto com areia em tua face e lágrimas de sal, nunca para, sempre pensa... Seu colder está sem arma, seus pés cansados, mas o Senhor dá-lhe forças; ele pede: 'Ó Senhor! Daí-me poder em meus punhos e veneno em minha língua para que faça sofrer o Rei de Quéops e toda a sua raça amaldiçoada e pagã'". Assim estava escrito no 1ºLivro dos Jordanianos, sobre a passagem do deserto do Sinai em que Moisés busca vingança sobre o Senhor do Nilo; isto, agora, deveria ser o que eu faria, dar a Vingança ao mundo.
  *O Bem é um hábito, não conduta*
 Germânia, outono de 1945, a cidade fede, a fumaça, a limbo... Seus habitantes estão cavando em túmulos pra achar comida; mas, não mais há a Junta, o governo que descendeu do Füher da 1ª Guerra Mundial, os sovietes conquistaram a cidade, mas os germanos ainda são inimigos... No mínimo, estão a sua própria sorte.
 Estou num hotel, sujo e com marcas de bala na parede, muitos estão comigo, porém, estou sozinho no quarto...
 *Sozinho*
 Nunca pensei que amaria alguém, ainda não acredito no amor... Creio que devemos construir o Amor, ele, assim como tudo que passa pela mente humana (ou seja, o Universo inteiro) pode não passar de um simples sonho, algo que com 2 ou 3 horas nós acordaremos, depois do estado de R.E.M., e não passará de apenas imagens turvas... Mas, construí algo com aquela bruxa ruiva, há mais ou menos duzentos, estranho, trabalhamos em muitas coisas juntos, mas sempre lembrei de seu sorriso, sempre achei que se ela fosse embora -como muitas nos meus tempos de caçador de demônios- no mínimo, lembraria do seu sorriso amarelo...
 *Bobos apaixonados, guerreiros suicidas declarados*
 Olhei pela janela, tudo cinza, tanques, prisioneiros, fuzilados. Me levantei da cadeira que colocara na frente da janela e me preparei: peguei a escopeta e um pano preto, para cobrir o rosto, descia as escadas quando me lembrei da granada, droga! Sempre esqueço alguma coisa!
 *E o anjo do Senhor nem sempre é um anjo*
 Todas as pessoas que não estavam buscando comida no lixo, vendendo seus corpos pros soldados ou só "dormindo" tentaram ver o evento: o fuzilamento de todas a elite de comando da Junta, não os líderes, mas aqueles abaixo deles... Porém, havia um ali que não era "um 2º no comando"... Idiota.
 *Explosão
   Tiros
   Fumaça e Gritos
   Beco*
 Estávamos nós lá, eu e Kandiski, um mercenário polonês que subiu tanto que se tornou membro da Junta, mesmo não sendo ariano, conseguiu subir na organização racista. O beco era estreito e comicamente (considere que a cidade estava destruída), inteiro... Mais que bela merda! Hahaha!
 Os sovietes corriam pela rua e chegariam lá em segundos, mandei Kandiski se esconder atrás dumas pedras, ele o fez. Vieram os sovietes, com suas metralhadoras, tentei argumentar... Movi-me um pouco... Uma rajada atravessou meu corpo, fui estraçalhado, caí.
 *Vou morrer!!!!*
 Parei.
 Estava escutando os pensamentos do Kandiski desde cedo, quando ele disse que amava um guarda de sua confiança... Idiota, ficou pro fuzilamento pra "morrer com seus amor". Como somos estranhos, nós, humanos... Bem, eu era estranho.
 Levantei, dos meus membros estourados vazou um líquido negro, como piche, olhei para os guardas... Ateus, os sovietes clamaram a seu deus! Hahaha! O líquido formou minha capa, cobriu meu rosto e formou minha máscara contra gás,: estava vestido, vestido como um Agente. Abri os braços e saíram tentáculos que formaram foices, um dois, três... Todos os doze ou mais, não contei os bastardos, foram fatiados.
 *Milagre!!!*
 Levei o membro da Junta para um lugar escondido, numa construção, seria difícil escapar da cidade sitiada, mas, eu já matei um Ceifador da Morte, não? Isto até que não seria difícil... E o homenzinho achando que eu sou um Anjo Salvador... TscTsc
 Pensava em chegar em minha casa... No sul de Brasilis, Gran-Pinus, Curytib, e ver se ela chegou... Talvez, iríamos ao cinema, não sei... Sei que não era Amor, pois isto não existe, se constrói algo parecidos aos nossos olhos e que se espera que os outros vejam a mesma coisa que nós.


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terça-feira, 1 de março de 2011

Uma Admissão #Agentes do Caos

 "...Algo mais estúpido que amor."
 Li o bilhete, estava horas depois descalço numa praia de areia branca, mas fria, era madrugada, às 4:49 da manhã; sem casaca e sem meu relógio de bolso, estava sem tempo e sem proteção, não, estava protegido, lembrava de uma antiga companheira, seu nome era Carmen... Que corpo! Não, ela era quente mesmo.
 Pensamento interrompido.
 Começou a chover e pensei em voltar pro meu carro, mas não, ainda não. É difícil ser decidido quando se é humano, ser imortal é bem mais fácil... Que se dane que é solitário, o simples fato de não precisar ligar para os outros e poder fazer qualquer coisa de sua vida já me valeria a imortalidade!
 Começou a esquentar, sim, chovia mais o ar esquentava.
 Um homem de terno preto, negro, com desenhos de asas atrás de sua roupa, voz com sotaque do sul. "-Então, você acha mesmo que vai poder nos ajudar?", "-Sim", eu respondi. Então, ele me deu um tapa no peito e eu cai na areia:
 -Filho a mãe! -Berrei. Ele, sumiu.
 Olhei para meu pulso, já estava dentro do carro e olhava para o céu se abrindo -era uma daquelas chuvas de verão-, havia um marca, uma mancha, creio que parecia um corvo, ou algo assim, agora fazia parte deles...
 É difícil pensar nisto, mas já fazem mais de 100 anos que isto aconteceu, que sou um deles, sou imortal, mas apenas minha mente, não a alma, o Pensamento. Sou um Agente do Caos, pois altero o sentido da Morte.


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 Só sobre imortalidade...