sábado, 30 de julho de 2011

País na Prisão #Agentes do Caos

 "Uma muralha em círculo, de  pedra bruta, em cada ponto de cinco a cinco metros, metralhadoras; uma torre de pedra maciça, para a vertical e cúbica; toda ela é como uma grande montanha, como uma estaca de pedra, enterrada no solo. É Grindpunch, a Prisão do Rei para os aspectos sobrenaturais e espectros... Fora feita nos cinquenta anos em que Lattir, o Lobo de Bretan, matou Odin e dominou a ilha... Ele chamou golens e duendes, sobreviventes da Inquisição, estes seres aceitaram a construção de um complexo feito de rocha de sputodraco, uma rocha que é praticamente indestrutível pelas chamas produzidas até hoje, metais, dificilmente a quebram... Forjada a prisão, foram lá colocados -no lugar mais profundo-, os seus construtores (matando os arquitetos e aqueles que fizeram a planta), depois, prisioneiros de todos os outros senhores de Bretan, dos mais crentes aos mais feiticeiros... Dizem que até Lattir, antes de ser morto por Cromwell, ficara ali..."
 ...
 Paro de ler agora, minha máscara contra gás já esta incomodando, mas, creio que é resultado dos dirigíveis... Somos em cinco, indo em direção a Irlanda, à Grindpunch... Logo, elas soam, são as matracas infernais das metralhadoras, meus soldados morrem, nossos balões-bomba são derrubados e meus homens temem por suas vidas...
 -Socorro! Senhor! -Este caiu
 -Ajuda! -Este levou um tiro na cara
 -Por favor! -Este só esta berrando mesmo; ele me agarra e movo minha mão, fazendo com que ele caia no chão do pier em que ele me levou... Sim, pois estou de cadeira de rodas e nem pude tirar meus chinelos... Que coisa, estes guardas bastardos me dão nos nervos -tanto inimigos quanto os nossos!
 ...A Prisão é bela, estranho como sua arquitetura simples do alto parece mesmo uma "faca na Terra", o mundo da beleza mórbida é tão estranho... Começo a tirar minha máscara, depois de me levantar com dificuldade e me arrastar para a ponta do pier de um dirigível que violentamente rasga o céu cinza, cometas de tiros e um som chato da hélice que me deixa louco...
 Aviões deles vêm, dois... Seria o fim.
 Voo, saltando e retirando minha máscara completamente, fumaça negra cobre meu corpo e acerto os aviões com minhas mãos, derrubando-os...
 ...
 Na sala do Diretor, ele, com seu cabelos brancos e modos graves, como um gramofone desafinado, fiz ao seu melhor soldado, agente Ryan:
 -Os demônios vieram com toda a força...
 -O que é?... -Olha o gordo Ryan para a criatura humanoide, branco e de asas negras, o ser demoníaco tem dois chifres enormes e a cara parece até com um bode... O soldado sente como se visse seus pesadelos acordando de criança, aquele monstro dali, embaixo de sua cama ou atrás da porta, naquele escuro... A criatura esta ali, ao vivo, em iluminado!
 Ela cai no pátio e conduz duas correntes de gás negro, mata soldados que com metralhadoras e fuzis tentam em vão matá-lo, ele os liquida, assim como o espírito de batalha de Ryan. Sua surpresa do dia é ver seu chefe, o Diretor, firme, xingando e olhando sem o mesmo medo das coisas no lado escuro das coisas...
 Haviam cinquenta ali, agora, 3 correram feridos...
 -Não pode entrar aqui! Bastardo! -O diretor abre a janela e é puxado pelo seu melhor soldado para dentro; a criatura, tranquila, move seu corpo vagarosamente -ele parece até um velho...-, as correntes de gás batem no prédio e giram em torno dele, tudo treme, mas, nada cai...
 -Imbecil! Seu corpo pode ser até de obsidiana ou diamante, porém, não pode quebrar o sputodraco!
 O ser olha, sorri, com dentes amarelos, responde e faz com que nós nos escondamos embaixo da mesa:
 -Eu não poderia quebrar, mas, as máquinas que fizerem isto sim!
 E as mãos do ser evocam do piso duas coisas, parecem carros de boi, só que com pinças e um grande espeto que parece para a escavação... Deveriam estar ali, como calcanhares de Aquiles, preparados para nossa queda... O ser os lança, como mísseis, fazem o prédio tremer e há uma rachadura... Alimentasse esta e é ouvido um ruído de tombar
 -Vá, Ryan, vá lá embaixo... Vão todos!!
 O temor e a vontade de servir bem entram de um modo nunca visto pelo antigo engenheiro... Ele teme por sua vida, entretanto seus soldados o empelem, trata-se de como se ele fosse sem noção, é uma alienação natural, o "ir sem pensar", indo com a maré de dez soldados, entra em forma com eles próximos ao portão principal, agora tombado e com fumaça... Tudo é feito de rocha negra que ao ser quebrada mostra-se vermelha, como sengue, o nosso
 ...
 Nossos soldados conseguiram chegar e entram no pátio, lá vamos nós; eu "deixo" minha forma, regredindo a um velho, colocando minha máscara e logo me trazem minha cadeira... Os homens fazem uma formação e entram, atirando e atirando... Doze morrem, um gordo esta na frente, de jaleco, sua face me parece engraçada... Talvez, por que ele parece surpreso demais, sem dor, mas, parece que perdeu a fé... Poderia ser um de Nós, enfim
 Ando com minha cadeirinha pela Grindpunch, é uma desgraça ser velho, lá vou eu. Os soldados trazem uma pedaço das máquinas que ficara ali, no hall de entrada, subimos até o primeiro andar... Cela... Hm...173... A rocha na ponta da peça quebra a fechadura...
 Homem, ou algo semelhante a isto, um dia deve ter sido! Cai nos pés de minha cadeira, barbudo e tão fétido que nada sinto... Ainda bem que estou de máscara!
 -Saia daqui! Já tem o que queria... Já... Já levou meu filho!
 Grito de um alto falante na parede...
 -Se pensou que seu filho era o mesmo que você, esta enganado! Apenas o que seguramos com nossos dedos e força é que é nosso!... Como pedir pra outro fazer o que você deveria?!
 Andamos com minha cadeira e os soldados foram levando o barbudo... Esperei por alguém descendo as escadas que deveriam levar para a Sala do Diretor... Não ouvi nada... Mesmo os gritos dos prisioneiros não eram tão barulhentos quanto o coração do velho chefe desta prisão...
 ...Pá!
 -Acho que ouvi um tiro...
 Diz o homem barbudo, duas horas depois, já em um lugar seguro, com o cadeirante à frente
 -Você é um fado que não necessita perguntar nada sobre isto...
 -Sabe de minha origem -o homem coloca-se em posição de espertalhão
 -Seres como você me lembram os pássaros que vemos ali, circulando o céu de sua prisão...
 -Hahaha! -Ri o porco, um fado, ou seja, da família das fadas- Você é engraçado velho, eu nada tenho agora, o que ganho se ajudá-lo? Ora, por nada é que não fui solto!
 -Quero que você ache uma pessoa pra mim... Um amigo meu quer isto; um o filho de uma mulher da lua e de um carvalho, ele levou uma moça de asas metálicas, querida pelo meu amigo... Use sua força e traga ela, antes que outro a corrompa...
 -E o que eu ganho?
 -Algo que todos querem algum dia e você não seria diferente... Paz
 Além da ameaça, ofereço... Sabe, um pai morreu hoje aqui... Sabe onde esta a mãe de um falecido filho?
 O barbudo anda lentamente, meio desconcertado... Um salgueiro morrendo e ele arranca um pedaço, ouve-se um choro... Ele o assopra e parece algo como uma flauta...
 -É flautista?
 -De homens, sou um flautista de homens
 Tira um dó do instrumento e o oferece aos corvos e urubus



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quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Bom Selvagem do Mar #Agentes do Caos

 Hoje em dia eu agradeço à Deus por tudo que recebi
 Estava em meu quarto, em 30 de março de 1931,
 Na costa, ouvi os aviões vindo, vindo e indo, como
 baratas
 Eis que meu velho tio, Rajamundo, manda que eu me esconda embaixo de cobertas, no quarto em que dividíamos com duas pequenas camas, disse -e jamais esqueço-: "-Fique aí! Em suas cobertas, se ficar aí, apenas parado e respirando, nada há de lhe acontecer, nunca!"
 Ouvi bombas e explosões, o sons de violinos estava por todo o lugar, era o som dos mortais ovos de pássaros de metal caindo por terra e trucidando o povo que apenas acreditou nas ideias de um homem, um Santo Homem; ele nos matou, ou nós matamos por ele. O calor das armas em volta de mim me fez desmaiar
 ...
 As ondas batem, acordo
 Na fantasia, nunca li algo igual: Vejo um pedaço de meu quarto, preso pelas três vigas horizontais e um pedaço da parede, o próprio canto de um dos quartos do 2º andar, estou nele, com um armário e minha cama, uma parte da janela que dava para o vão do prédio também sobrou... Estou boiando no mar, como um barco...
 ...Levanto minha cabeça e ouço vozes, chiados, vejo ao fundo a terra firme e pareço levado pela água, teria uma corrente me levado? E as terríveis criaturas deste desolado mar?! O QUE HÁ AQUI?
 Ao ficar de pé em minha cama, olhando para a massa d'água, lembro dos monstros, das criaturas malignas que o oceano possui; por deslize, me abaixo quase sem tempo, vejo uma serpente-de-couraça-amarela pular e quase comer minha cabeça, meu susto inicial, hoje eu nem lembro...
 Sei que, fiquei ali, deitado e embaixo das cobertas, talvez fosse um sonho e eu já estivesse morto, isto, seria bom. Por três dias fiquei ali, em pavor
 ...
 Era um dia de sol, ele queimava a minha face e olhava para frente, peguei uma vareta, outra, outra e, mais uma, retirando das madeiras que restavam, não mexera no guarda-roupa, mas, peguei umas faixas de lá, as que meu tio, em seus tempos de jovem, amarrava na cabeça e saía para "lutar". Amarrando e perigando morrer, fiquei várias vezes de pé, logo, martins-mecânicos e cobras encouraçadas, até uma tartaruga-furiosa, todos pularam em cima de mim, medi-lhes o pulo, coloquei as fitinhas, era feliz... Dominara a Selva!... Ao menos, não precisava me preocupar em ser decapitado
 Fez cinco dias quando, esgotado e quase morrendo, descobri como comer, não tinha ainda colocado minhas cordinhas... Mas, pus a mão, no desespero, na água azul escuro... Senti as mordidas, era meu fim, na segunda tentativa de beber tal líquido, puxei e me veio algo como minhocas, moles e pretas, algumas marrons; assim me sustentei por todo o meu tempo no "meu navio", comendo sanguessugas do mar - que ficavam até que boas com sal, pena que era difícil arranjar isto ali, no mar
 Em um mês que pelas minhas contas deveria ser abril, avistei algo que parecia ser uma xícara no meio da água; com meu remo feito do armário, segui até ele e vi uma preciosidade: um corpo jovem envolto em restos de panos, era uma mulher... Seu nome era acho que, Roupe, Felicia Roupe... Estava viva... Meu corpo cansado se alegrou!!
 Susto, ela tem medo e fome, por dois dias eu cuidei dela e ela calada, tentou levantar e ficar em pé, eu a segurei, empurrando para baixo, ela lutou, machuquei ela, mas ela parou ao ver o gigantesco martim-mecânico, com sua couraça azul celeste escura, quase ela me perde a cabeça! Como poderei usar o porquinho assim?!
 Precisamos de mais de um mês, me contou sua insólita vidinha, eu a ouvi... O meu navio havia me tornado uma rocha, uma fria rocha de granito frio... Ouvi sem chorar como seu navio fora afundado pelas obus enormes do exército Azul, ela falava em língua franca, era difícil entendê-la, mesmo porque estudei pouco esta língua... Nem a mulher, nem eu, sabíamos falar... Mas, o mês passou, eu consegui, foi numa tarde de junho
 Empurrei-a para junto da cama, perto da cabeceira, fora ali mesmo, cheia de não me toques, porém, precisando de mim... Consegui meu objetivo, humano e selvagem
 Vivíamos bem, comendo os vermes marinhos e não falando muito, não precisávamos... Era engenheira e disse que poderíamos tentar uma máquina à vapor, sair dali... Ora veja, ela queria dominar o meu navio!!
 Também senti que a comida ia faltar... O frio começava a chegar no sul, as chuvas pararam, estava nervoso, foi aí que a barriga foi começar a crescer; era o fim, eu tinha entre ver os peixes-leopardo e as vontades da fêmeas... Passávamos os dias embaixo da cama, onde fiz nosso ninho
 Foi num dia de reclamações, em um frio dia de julho; no começo, olhei a barriga como uma pança, ela queria ir, queria pular e ver o que acontecia, falei que como capitão eu poderia dar um jeito, eu poderia!
 Em fúria terrível, ela me fuzila com o olhar e me empurra, eu disse que como capitão eu daria um jeito... O fio vermelho cobriu o barco, tentei limpar com os lençóis o cortezinho na cabeça, ela chorava em desespero e me xingava na língua dela, eu, tentava de tudo... Nisto, já era hora do almoço, levantei e nem lembrei dos seres malignos do oceano desconhecido -ela viu com temor e prazer, sem me avisar. Me assustei após minutos, surpreso com o nada que ocorreu, minha fêmea embuçada disse que estava certa, ela queria pular, eu disse não, ela não estava nem aí...
 Foi aí que tudo se iluminou, era um cometa... O Cometa que anunciava o Crepúsculo de meu reinado! Não poderia deixar ela responder... Peguei um dos pedaços de madeira que usava como marcação e que agora eram remos, por causa de ideia dela, não fiz nada! EU NÃO FIZ NADA!!
 Veio um ser enfeitiçado, cheio de listras, barbatanas e listras... Parecia um leopardo em plena água! Arrancou-lhe sangue da jugular, ela caiu em cima de mim, em impulso louco, lancei ela na água...
 Tinha que resgatá-la, pensei, pulei, entretanto, logo me agarrei a uma das vigas e subi novamente, com escoriações, vermes brancos e choro
 Passei três dias dormindo de olhos abertos, em estado catatônico, olhava para a imensidão azul e nada via, nem sonho, nada; escorreguei, rolando para baixo da cama, em nosso... Em meu ninho
 Até fiquei apenas chorando, comendo e bebendo água choca, apenas um pouco... De pouco em pouco ia indo, foi numa quinta
                                   *
 O Capitão atirou com seu rifle na coisa estranha que boiava no mar do sul. Nas frias águas, o vapor com seus canhões e tudo mais, há uma semana detectara algo no radar à óleo... Houve um disparo de um sinalizador, seguimos o mesmo rumo por recomendação de um marinheiro, Thomas, Thomas Roupe.
 Tiro do Capitão fora apenas por esporte, era pra ser só um destroço da guerra... Porém, o sangue saiu debaixo da cama, o resgate e o remorso foi tomando a tripulação, assim, passados quase duas semanas, o homem barbudo e magro acordo e faz confusão, na certa, confuso pelo novo espaço, ele só se pergunta:
 -Aonde esta meu navio?! Aonde está?!! -Sorrimos com piedade, explicamos tudo, mais alguns dias de silêncio e logo ele nos contou a história, da morte do tio à quinta em que levou o tiro não intencional de rifle
 ...Terrível história, ainda bem que ele não perdeu a fé...
                                    *
 Novamente uma quinta, fria e com nevoeiro
 Penso em minha criança e minha pequena, lá, dormindo
 Eu me recuperei do estado catatônico, nesta guerra, me enchi de fios e líquidos enfeitiçados... Cada um tem seu deus, eu, sou Mar, dei-me este nome... Ao sair do navio, passei por fama e busquei me restabelecer, estranho, isto acho estranho... Mesmo com tudo que tenho, de algum poder à respeito, ainda estou -sempre estive desde aquela quinta de julho-, com o maldito cobertor na cabeça...
                       É como se a sensação nunca tenha me deixado, ainda pareço seguir o que me tio disse:
"-Fique aí! Em suas cobertas, se ficar aí, apenas parado e respirando, nada há de lhe acontecer, nunca!"
E sigo com meu navio



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terça-feira, 26 de julho de 2011

Num Labirinto de Cubículos em uma terça-feira #Agentes do Caos

 Estou nos meu labirinto de cubículos, nada passa
 Lá estou a escrever coisas sobre minha história
 E o Tempo não muda nos ponteiros de meu relógio digital
 Ele nos engana enquanto passamos o dia na Rotina
 Saio quieto e agachado pelos biombos
 Ouvir a chuva de "tec tecs" que fazem meus "colegas"; lá, por dentro dos ponteiros que teimam em não mudar no meu computador, corro sem que o Grande Irmão me veja, ele se chama Jonas, tem uma máscara de baleia na cara, um cassetete na mão... Tenho que me esconder dele, lá vou eu, por dentro dos biombos, embaixo das pernas de meus colegas -até das suas, você que lê isto, estou aí!-, olho pra dentro das saias de algumas moças, não me enforquem! Sou normal em minha loucura e nas lágrimas
 ...
 Ele me viu! Jonas me vê, enquanto uma ruivinha berra... Ela se chamava Beatrix, acho que poderíamos ter saído... Droga!
 Correndo pelos corredores dos biombos, cães surgem para ajudar Jonas, a Baleia; eram dobermans que sempre me assustaram, mas, fazer o quê? Vivemos pra trabalhar. Indo e indo, vou pelas ruelas e acho a Sala do Café -a Copa-, entro e me deparo com um homem de terno estranho, ele tem a máscara de uma raposa... Ah, não, lembrei, de um Panda Vermelho...
 -Você tem duas escolhas, -Fala ele enquanto bebe o horrível café da máquina -ou você é devorado pelos cães que fiscalizam o seu trabalho nesta Companhia, ou...
 Ele tira uma arma enorme, uma pistola prateada, do terno e pergunta:
 -Sabe usar uma dessas?
 -...
 Não houve tempo, um dos cães entra na sala e agarra ele pelo pescoço, eu corro, confesso: minha coragem é igual ao meu instinto de sobrevivência, não sou herói, sou normal, e quero tentar ir pro meu compromisso... Droga!
 "Acho que ele foi estraçalhado... x(", penso e penso, me arrependo,. porém, corro ainda para as escadas, por dentro do segundo conjunto de biombos que tratam... Bem, não sei do que esta equipe trata, sei que eu nunca vi o que fazíamos... Podem me chamar de alienado, mas, como vou ser alienado se tenho que trabalhar para viver? O que é lazer senão planejar um "trabalho pra você"? Nunca entendi o por quê... Nem agora entendo...
 Cheguei na porta pras escadas, os elevadores são muito perigosos... Sobem e descem e estragam... A Companhia pode controlar eles -eles estão por todas as partes! A Grande Empresa domina tudo!
 A porta esta trancada, vejo que o pessoal me olha dos cubículos, meu amigo Tim poem a cara para fora do seu, me olha com preocupação, antes que eu consiga abrir, um dos cães acerta a cabeça dele e o vejo ali... Caído, preciso chamar uma ambulância!
 -Não, você não vai... -É o homem de terno, sentado na parede do biombo, ele pergunta:
 -Você não pode salvar a si mesmo, como acha que vai salvar alguém, pensando que tudo esta ligado a uma só causa, que tudo é ligado em alguma "força"?
 O cão pula, ele vai morrer, D'NOVO; não, o cara com máscara tira a mesma arma prateada e estoura a cabeça do cão
 -Nunca caia na mesma coisa amigo, isto é uma Ciência!
 Ele dá um chute na porta e fala:
 -Suba! Vá para o alto e avante... Tem uma amiga minha lá... Ela vai fazer uma pergunta e se você responder errado, bem, ela é uma mulher de peso...
 Subi, ou vi estrondos, um grito de baleia... Será? Só pensava que ainda não entendi o que ele quis dizer com a tal da "força"
 Dez andares, minha batata frita de cada dia fez efeito, estava quase morto... Abri a porta e dei de cara com uma gigantes gorda verde e estranha criatura...
 -Olá verme! -Me disse ela... Estava com tanto medo que nem pude lhe perguntar mais nada
 -...
 -Vou te comer idiota! Fale algo!
 Engoli seco... "-Deixe ele Gioconda!", ouvi uma voz doce, olhei e era um anjo... Não, eu não acredito em nada fora do chão, nem sobre o céu, porém, era uma garota de uns vinte e poucos anos, pequena e bochechuda, cabelos pretos e roupas brancas, e tinha asas... Asas de metal, por isto, era um anjo... UM ANJO!
 -Pergunte logo... -Disse ela
 -Você quer ajuda para sair daí?
 Minha face de incompreensão fez ela se irritar... Ela olhou para a pequena na sacada e repetiu:
 -Da sua vida, você pode ter coragem de mudar sua rotina e criar uma para si... Parando de ser um verme que culpa os outros?
 -.........
           Eu não sabia o que falar...
 Como não culpar alguém? Como admitir que minha vida pode ser ruim porque eu deixei ela assim e não uma "Força Externa", não, foi a Companhia... Isto deve ser coisa deles!
  Tomei coragem, olhei para a bela moça... Pra gorda lagartona... Suava e minha camisa tinha manchas de café e suor...
 Fiz o que qualquer um faria:
 -Não, eu não posso e...
 -Leve-o! -Disse a mulher grande
 Sorri, a anja me levaria... Eu não tive coragem, talvez eu possa voltar a minha vidinha, ou viver uma aventura, ou...
 Ela me agarra pelos braços e logo começo a ser levado pro alto, estou voando, estou indo em algo ótimo, sinto o vento na minha face
 -Pra onde vamos? -Pergunto sorrindo, imaginando motéis e explosões de champanhe Supernova...
 -Eu sou sua Morte, tolinho
 ...
 O ar em minha face, vou mergulhando, mergulhando, o vento da Queda seca minhas roupas, estou indo, indo...
 Mergulho no mar, como um caixão de madeira caindo faço o mesmo som
                                 *
 -Ele não quis?
 -Não, não quis agora... -Responde o monstro verde, Gioconda, ao amigo Panda Vermelho, que estava com o terno cheio de sangue e um cassete na mão...
 -Achei que ele aceitaria... -Diz a anja, de nome Karmem; os três observam a ambulância chegar do alto do prédio da Companhia de Lâmpadas Ideia.
 -Talvez, ele tenha que dormir por uns mil anos... Ao menos, ele era um Agente do Caos engraçado...
 -Hm, seu humor sempre me surpreende Panda -Diz Gioconda, em sorriso com dentes amarelos
 -Sabe, as vezes queria ter uma rotina como eles...
 -Como assim Karmem?
 -Bem, em que rotina você pode correr de lobos em um prédio e cair de vinte e quatro andares quebrando apenas o pé?
 Os três riram, na morbidade de uma rotina irônica



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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Até mais! Jane's #Agentes do Caos

 as irritantes dedilhadas de violão e violoncelo o faziam querer fugir dali, mas, não podia, seguiu reto pelo corredor escuro -pistola Luger na mão direita, ia caminhando com seus dois amigos: um, a raiva e outro, a vingança. Comerciante de peixes, tinha uma linda mulher de negros cachos que amava seu amigo no outro quarto, naquele lá no fim do corredor.
 Abriu a porta, entrou e abriu com toda a força os tiros nos corpos, agora estavam frios, só havia frio no coração e no sangue dos seres humanos naquele quarto. O relógio tocava e cantava doze horas da noite, uma sombra avança pelo quarto
 "eu fico assustado, vejo alguém alto e assustador, dois faróis e cheiro de óleo queimado
 -Meu nome é Nomoté..."
 Assim, começou a missão do soldado, ele -sem mais nada a não ser a dor de ter acabado com seu sofrimento, abraçou roubos e sequestros, conseguindo peças para o gigante de quase dois metros, cheio de engrenagens e roldanas. Nunca vira seu rosto, era uma máscara de pássaro negro, um Corvo, via algumas correspondências chegarem na casa amarela, rua Paulista, número 080, lacradas e que eu não me importava em ver
 assim vivia a vida, o marido vingado, lembrando enquanto preparava peixes ao patrão... Ele quase não comia, acho que deveria usar um tipo de tubo, ou algo assim... Até que em uma noite do final de um julho frio e muito tedioso, chega um convidado estranho: homem pálido, sem muitos sorrisos, vem consigo uma mulher de véu...
 Na sala, os dois discutem muito sobre coisas de Biologia e Mecânica, coisas que eu ainda não entendia, mas, também, nunca estudara! Passei minha vida inteira vendendo peixes até o dia...
 ...
 Ela teve seu véu levantado pelo homem branco, Lorde Nomoté ficou com uma cara de espanto... Ao menos, o vapor que saía de suas juntas no pescoço demonstrava isto...
 -O nome dela...
 -Jane's, sobrenome, Tempest. Encontrei ela perambulando por aí... Foi um sufoco, mas, consegui capturá-la...
 -Qual o procedimento? O que você fez para que ela... Ficar assim?
 -Ora, Nomoté, procedimento normal... Eu a estripei e retirei toda a Vontade, agora ela é uma das minha maiores preciosidades!
 Eu olhei meu chefe, enquanto colocava chá aos dois visitantes
      -Servente! Não é necessário para ela, pois não precisa! -O branquelo riu e eu, me controlando, pus açúcar no chá dele... Ele me deu um tapa
      -Servente! Eu estou de regime, não queria açúcar, coloque outra xícara
 ...Meu ódio, minha fúria acumulada em anos de silêncio naquela casa, quase que os lancei naquele miserável
 O Lorde me afastou e obedeci ele, pois era um bom chefe, nunca conversávamos muito, só tinha que fingir ser mordomo, tinha acesso a todas as partes da casa, menos o sótão; fui para o outro cômodo e ouvi um engatilhar de arma
 -O que é isto?
 -Dou trinta mil libras de réis por ela
 -Como assim? Acha que tal preciosidade...
 -Sou alguém que você não pode derrotar, pode tentar atirar, porém, aceite minha proposta...
 Virei na metade da escada para a cozinha e pensei em pegar a escopeta na parede, porém, fiquei olhando, nunca vira meu chefe falar tanto... Era incrível, o pacote lacrado que eu enviei dias antes estava na mesa, a mulher estava com uma pequena arma de bolso, apontada para o Lorde
 -Eu não sou qualquer um... Eu sou um Agente, seu velho, posso trazer qualquer um dos mortos, posso derrotar impérios, reinos, eu derrubei Marseille e...
 -Seus dons de nada servem a Nomoté, ele é novo, porém, maior que você
 o branquelo gelou os ossos, eu também, vi a mulher falar, porém, sua língua era morta e preta... Sua face, de cabelos ruivos mortos e pálida pele, parecia um defunto... Me lembrou como uma lâmina, uma bala de uma Luger, minha encaracolada
 ...
 -Como você?...
 -Sou um Catástrofe, sou Aquele que Salvou o Aprendiz do Fundador, nunca liguei para títulos, pois só aqueles que conquistam poucas coisas é que ligam para eles... Pode me chamar de Consertador
 O branquelo pega o dinheiro, ele olha para o mestre... Ele o teme, eu vi isto -mesmo eu estando tão surpreso com as lembranças que aquele cadáver me dera, percebi o medo do outro...
 -Hey, antes de sair de minha casa, -um cano negro sai do braço de meu chefe, ouço um zumbido e um estouro, sangue azul espalha-se pela sala, alguns livros se perderam- este é um presente...
 -AAAHHH
                              *
 Limpo o sangue na sala e fico pensando mais na lembrança que tive ao ver o cadáver que estava sentado ali, ao qual meu chefe levara para o sótão; um sorriso mórbido me tomou ao imaginar uma semelhança com o que passara há sete anos, logo, esqueci de tal ideia tola, já que não queria o mesmo destino que o branquelo, que perdera a mão e a pompa, agora deveria já até ter tomado o vapor para outro país!
 os passos na escada e o pedido para que sente na cadeira, escuto Lorde Nomoté me propor um filho, deveria tê-lo com a tal Tempest, deveria fazer isto logo, pois ele precisava arrumar tudo...
 Vomitei
 Passaram-se dias, semanas e logo, com alguma curiosidade -e algo talvez do mesmo contido no meu sorriso mórbido-, entrei no sótão, numa torre na casa amarela; estava bela, como uma Noiva... De branco, com tubos cravados no braço e nas pernas... Na sala, tudo estava escuro, só sentia cheiro de óleo queimado, ouvi a porta se fechar, temi a morte, pois pensara que meu mestre saíra
 Ela cheirava bem, e acordou com lábios frios, olhou com olhos muito bonitos, porém... Acho que havia algo no ar e... Não sei
 ...
 Acabo de vomitar aqui.
 Sai três anos depois, o corpo estava morto, no entanto, levei minha estrelinha... O desejo de um jovem casado, de nome Bento, agora realizado em uma pequena coisinha ruiva
                               *
 A fumaça daqui é irritante, as máquinas dos goblins são minha única fonte de renda, eu as arrumo e eles pagam seus pistoleiros numa guerra entre camponeses e camponeses, não há classes, agora vejo, o que há são balas que atiram entre especuladores, industriais, curiosos, etc. E lá minha pequena cresceu, o nome da mãe eu dei, as coisas mudaram rápido -o corpo dela, agora bonito e jovem, sua mente, um intricado sistema de sonhos e loucuras as quais nunca entendi...
 eu deixei ela como uma jovem Agente, como Nomoté me pediu, agora ela, Jane's Tempest, o mesmo nome da mãe, ao qual meu mestre transferiu a mente da mãe para o filha; nada há mais o que fazer... Só ensinei ela a escrever e disse que as coisas no mundo sempre mudaram para mim, se a Rotina for para ela o seu norte, aceito, beijei sua testa e ensinei-lhe violão
 Havia só destruição da Luger quando cheguei naquela casa do ser mecânico e sem alma, ao menos, aquilo que eu achava que era alma... Hoje sou pai de uma mãe peculiar, fora pai sendo viúvo e sem ter casado, porém, amava minha filha, em meus braços o calor e o cheiro da lavanda me davam força, ou me obrigavam, a correr para a oficina pelos doze anos que cuidei dela... Lá ia ela, meu pequeno pedaço da encaracolada mulher, mesmo que não fosse sua "mãe", sentia-me remediado, sentia que até um culpado passional poderia ter chance
 Porém, as coisas mudam, e o mundo nunca se importou para o que fiz, nem antes, nem naquele sótão, nem por doze anos, nem agora, enquanto olho a minha pistola e lembro que há uma semana minha estrela ruiva saiu, já quero ver se o gatilho de minha arma esta funcionando, se esta como um relógio...
 E ninguém se importa, adeus filha, Jane's



 MUSIQUETA DA POSTAGEM

http://www.youtube.com/watch?v=jq9-5FjQb8g

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Bueiros Explosivos Atômicos

 Bueiros explosivos atômicos queimam até o fim
 Até que todos estejam no céu azul da
 Sérvia
 Lá vou eu pelo avião, perdendo a passagem
 Enquanto o mendigo do bairro, queimado na última quinta
 Casa com a Dona Morte num casamento de plenos anos trinta
 Lá vai o bueiro pra cima, por céus em diversas cores
 Lá vai a Espada dos Vingadores
 Com seus Escudos Prateados
 Rompendo à meia-noite
 E indo por todo pelas nuvens que nada tem nada de especial,
 a não ser
          ser parte
          de mim
          de você
 E lá vou eu, esperar pelo próximo bueiro que voa na alvorada

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Zumbis em Bastille #Agentes do Caos

 Algo nesta Revolução me fede a alho seco e poroso...
 Um pequeno ser amarelo no meu bolso esquerdo, alguns sonhos no coração de alguns conhecidos e a necessidade de "ver as coisas ocorrerem"!
 -VIVA LA REVOLUCÍON! -Um homem estropiado diz ao meu lado;
 -VIVA LA REVOLUCÍON! -Um homem rico diz na minha frente;
 Lá estou eu, caminhando pela Plagé d'Batton, por corpos ensanguentados e amantes de seus ideais... É estranho isto de Utopias, lutar por algo que é Maior, algo que reza sempre por você em seus movimentos, algo que é tão bonito no papel e nos folhetos...
 Que belos folhetos...
 Tiros das guardas da Nobreza, os jovens despreparados, com suas calças bocas de sino e suas flores de Paz e Amor caem em meu colo, eu lanço eles ao lado e continuou a caminhada, secretamente, pelos corpos e barricadas... Vejo os soldados a cavalo e paus, revólveres e garruchas, manchando o chão dos revoltosos...
 ...
 Estou próximo de Bastille, a Prisão Real, estou com óculos grandes e escuros, camisa florada e uma bolsa, ou seja, o segurança da porta de um prédio velho me deixa entrar -estava vestido como combinamos... Um imigrante marroquino de sotaque engraçado era o tal, lá vou com ele para cima do prédio, no segundo andar... Encontro com meu contato, um senhor negro de altura grande... Ele me reconhece, pois minha brancura é denunciante:
 -Do Norte? De onde?
 -Bem, sou eslavo, mas, creio que posso ter minha ascendência nórdica...
 -Ora, que interessante! -Me diz ele em finlandês, preferia o lituano ou o russo... Acabamos pelo francês...
 -Então, quanto tempo para cair Bastille? -Ele pergunta ao segurança, depois de um tempo em que conversamos em meio ao caos na porta e na janela... Alguém bate, atendem, são jovens que chamam à revolução, à Revolução...
 Eu abro meu saco e dela sai uma prova para meu amigo de que falo sério em nosso acordo:
 -Olá, crianças! -Diz Aziz, um ser amarelo, como a uma raposa, ou cão, mas se mexe como humano... Talvez, um anão... Ou, se preferir, um gremilin, coisas vivas da imaginação ou da realidade de alguns
 E o pó amarelo cobre a sala, os jovens desmaiam e caem, estribuçam depois de um tempo; logo, vejo suas faces caindo e eles parecem mortos... Mas, mortos que vivem!
 Aziz olha para mim e fala besteiras, eu o guardo no saco novamente, agarrando-o pelos cabelos. Meu negociante, entusiasmado, pergunta:
 -Quanto? Quanto pelo animal?!
 -Nada preciso pagar por ele, assim como por nada o vendo... Não é um animal, mas sim do que sou realmente... -Os dois estão assustados e surpresos, o segurança segura a porta, os "jovens" lá fora, berram e tentam entrar...
 -Como você os controla? -Diz o marroquino, numa pergunta desesperada
 -Não os controlo, ninguém pode controlar os "revolucionários"
 -O quê?! Como sairemos daqui?! Por que você me procurou, me matar?!
 -Sua vida, -Respondo a ele com meu francês de sotaque- de nada me vale... Quero ver a arte com que os corpos se putrefazem, como os desejos débeis por mudanças rápidas e totais no mundo, como o complexo de "herói", destrói os homens... À isto, sou um Deles...
 -Um Deles? -Me pergunta o chefe revolucionário do norte da África, que em busca de mudança me chamara
 -Sim, você nos conhece como os Corvos do Caos, ou Forças Caóticas...
 -O quê?
 -Eu conheço, chefe! -Diz o segurança, mostrando que lê mais jornais daqui que seu "chefe"
 -Então... Por quê?! -Grita o líder em busca de Liberdade, Igualdade e Fraternidade
 -Porque eu mudo as faces dos homens e fêmeas, eu dou a eles a vida para completarem suas missões, esta é a minha vontade. Assim, com minhas Artes Obscuras, como chamam alguns de vocês... Proponho a ti: quer ser lembrado? Posso dar isto a você, porém, terá que liderar algo nos subúrbios, um movimento de baixo para cima...
 -... Como assim?
                                              *
 Começou na manhã seguinte a Bastille queimando, dos destroços e pântanos de Paris, andavam seres de pele roxa, azul e morta, andando e conseguindo cada vez mais seguidores
                        Jovens que acreditavam estar participando de uma Revolução...
                        Naquele mês de maio, lá iam os meus mortos
                        Pois, a morte dos que criticam esta em quem só acredita
 Lidera eles um colono alto e seu segurança limpava suas feridas e era o único a não ser um dos meus; eu consegui ficar atento a cada movimento e conquistar minha Vitória, agora, deveria ver como minhas crianças se comportam... Pois, as Grandes Mudanças são para mim isto: nada mais que crianças em gestação, sempre na imaginação de quem quer que elas nasçam, que elas Revolucionem.



 MUSIQUETA DA POSTAGEM

http://www.youtube.com/watch?v=n1O9X0_WNTY&feature=digest_fri,7-99:digest

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Chamando um Substituto do Panda #Agentes do Caos

 Era 13 de julho de 1932
 Haviam cabeludos pela rua, outros com as escarificações, alguns com camisas coloridas xadrez, tudo muito estranho, tudo muito esquisito
 As bombas das nações se preparavam e Londres estava chamando à guerra e fazia seus moradores se esconderem em armários -em busca de outros mundos, mais mágicos, talvez-, assim como Berlin, que desejava uma Sociedade Alternativa, de Ferro e Cuspe no diferente, e Moscovo, que vingava seu Domingo Sangrento com mais sangue. Eu, com meu carro pesado e cinzento, ia para a casa da irmã Eleanor...
                       Via os jovens comemoram a Juventude, enquanto, lentamente, perdiam a capacidade de crítica, não só a comum da idade, mas também a Vontade, tudo por uma vida mais estável, mais rotineira, que construísse e não só desejasse mudança... Mas, na Utopia deles, a De Viver Para Sempre, a sua Música ao menos traria de volta a Nostalgia, quando, velho -assim como eu sou-, olharem para trás e não lembrarem de mais nada a não ser uma letra de 3 a 10 minutos, tocada na vitrola em discos de goma-laca...
 A casa era amarela e cheirava naftalina, porém, móveis conservados estavam nela, lá fui eu para dentro da sala, não haviam mordomos e estava com minha Luger na mão direita.
 -Olá, Senhor Vermelho! -Falou a senhora que fumava um grande cachimbo, 70 anos deveria ter, de robe azul, achei estranho, pois não seguia o padrão de vestimento de apresentação da época, mas, relevei isto.
 -Gostaria de pedir uma ajuda, sei quem a senhora é irmã...
 -Como assim senhor, não entendo o que diz...
 -Sei que a senhora conhece um distinto Cavaleiro Antigo, a senhora cuida dele enquanto Eles não acharam uma cura... Gostaria de ter uma conversa com ele. -Falei com ela este pequeno diálogo, logo a senhora ficou pálida e silenciosa.
                               Alguns minutos depois, disse ela:
 -Você viu? Hoje é uma festa muito interessante... Sou de um tempo de brilhantina na cabeça e vestidos floridos... Isto foi antes da Guerra, em uma época engraçada, mas, que esta longe... Em minha memória mais antiga...
 -Você... A senhora, gostaria de retornar a esta época? Se me der a chave de bronze que vi ali, sobre um prego na lareira, posso levá-la
 Uma face silenciosa, entretanto, vi a esperança
 Canos de borracha e um vidrinho verde, seringas no pequeno tubo e o líquido ia correndo para dentro da velha, logo, seus olhos ficaram verdes, ela babou, nas mãos, as chaves caíram e eu peguei
                              Subi as escadas da casa, ouvia músicas lá fora, cada casa de apresentações, cada teatro e clube, assim como "bailes de sociedade", cada segmentado e ouvindo seu som; olhei um pouco pela janela, mas, não sinto nada disto...
 Abro a porta e a luz azul do quarto me revela um senhor de barba negra sobre cobertas; tiro minha pele, revelo minha forma a ele.
 -Olá, Senhor Vermelho! -Diz o Cavaleiro Antigo -Não sabia que você era um rato, senão, teria pedido que a irmã trouxesse um pouco de queijo hoje no café, guardaria com gosto... Inclusive, aonde...
 -Ela esta bem, dormiu em sua Nostalgia, não a matei, não se preocupe, no entanto, penso que ela não voltará. - O homem olhou para a janela, percebi como estava pálido e fraco - Sobre sua colocação para comigo, não sou rato, sou um panda vermelho, evidente que não posso usar minha forma "verdadeira" nas ruas... Mesmo com os jovens bêbados de hoje.
 -Sei que você não tem Coração, Senhor Vermelho... -Disse o fraco ser ainda olhando para a janela
 -Sim, e?
 -Eu sinto isto... Por muito dominei o Coração de tudo o que é vivo e tem sangue... -Ele olhou fixamente para mim- Você não tem nada... Enquanto não tiver isto, não pode considerar Nos vencer...
 -Você é um Agente, não é senhor? Sabe o por quê vim aqui?
 -Sei que você esta procurando alguém para substituí-lo, evidente, que eu não poderia fazer isto, minha doença no sangue e meu desejo por ser um dos Agentes não me deixa em condições... Porém, ainda estou curioso do por quê de sua visita...
 -Você possui uma Pedra, com ela, posso extrair uma fórmula que ajudaria a escolher meu substituto...
 -A Turmalina Negra? Você ainda tem que encon...
 -Já fiz isto, - A face do Cavaleiro Antigo se espanta - porém, para que ela abra, necessito de um som, estas antigas trancas sonoras criadas por Da Vinci necessitam de uma palavra, creio que, seria a única que não descobri de sua vida...
 -Hahahaha! Você não é tão bom assim!
 Logo, ouvi outros vindo, coloquei pequenos sinos na rua, que só disparariam quando mais Deles chegassem. O velho guerreiro percebeu minha agitação e disse:
 -Você tem um pouco daquele líquido verde? O da nostalgia?
 -O nome...
 -A Nostalgia...
 Coloquei em seu café, que por sinal cheirava como azedo, ele bebeu e disse:
 -Obrigado, acho que as vezes precisamos de um pouco disto...
 Não havia tempo, não poderia arrumar confusão ali, não era lógico, no meio de tantas pessoas, que poderiam ser aliados, ou inimigos...
 O velho escreve em um papel, era grego, mas pude entender. Três armados sobem as escadas e eu abro a janela.
 -Até breve, Senhor Vermelho!
 -Adeus, Senhor Sallazar!
 Disse me despedindo e pulei da janela para o telhado, abriram a porta e tentaram me atirar, corri.
 ...
 Corri até me cansar, estava próximo a Estação Norte, peguei o trem, no bolso do paletó -já vestido de humano- vi se a Pedra não tinha caído
 E pela Nostalgia, consegui seguir com a procura de um Substituto; "Continuei pelo que vivemos", interessante preposição que tive sobre este trabalho



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sexta-feira, 8 de julho de 2011

O fim e o começo de um Agente #Agentes do Caos

 -Filho da mãe!
 Xinga em alemão o porco ex-soldado do eixo...
 As balas calam sua voz como o beijo do Anjo da Morte ao dar a você, leitor, o último apagar de velas, um suspiro antes "do mergulho".
 E a metralhadora canta... Seu nome é Josef Landa, um oficial da Alemanha do Leste... O ouvinte e assassinado pela sua arma chama-se Der Lange, outrora, "O Grande", agora, um simples escondido e refugiado no meio das estepes frias da Sibéria...
 O soldado pega um pequeno amuleto das mãos do morto... Nele, posso ver escrito pequenas marcas, é latim, mas eu, como bom intelectual, sei latim: Et partem ex totum ex totum(...), algo que não termino de ler... Seria como se "toda a parte de um todo é composto por...", as linhas se apagam, o homem rude e com a metralhadora berra o escrito: uma, duas, três...
                            Sangue pela pequena sala
                            Os guardas que traíram seu senhor vêm ver o que ocorre
                            Um homem rude, em cada braço, cinco olhos
                            Três guardas assustados, que tentam correr
                            Uma faca, mata cada um deles...
                                                                   *
 Nada vejo mais na mente do meu carrasco, é estranho... Eu, um Agente, preso aqui... Com bisturis e soros que adormecem meu corpo, nada sinto... No chão da sala, círculos de feitiçaria ajudam a cancelar meus poderes, porém vejo a mente de meu carrasco, um cientista de olhos fundos, de nome Einhorn, Lezte Einhorn; um homem veramente estranho, com nada parece se surpreender, nem com a forma de gato que tenho, nem com meu amigo feito de metal... Adilson, este era o nome dele... Ele fugiu, quando a camionete em que estávamos passou por um solavanco -espero ajuda, mas, já converso com a morte, vejo se ela tem um bom hálito, talvez a beija em breve.
 Meu braço começa a ser escalpado, a pele com pelos negros sai e causa-me uma dor inebriante, com a dor... Consigo ler mais um pouco da mente de meu carrasco
                          Nasceu em um inverno, em 1956, na atual Ecaterimburgo, antiga URSS
                          Infância sem nada de interessante, a não ser por ter tido pai e mãe, viver como um alemão em plena cidade soviete e ter um amigo da família como um quase tio: Andrei Uralmash;
                               Algo ocorreu em 1968... Algo como uma revolução na mente do garoto Einhorn, algo que não consigo ver... Perco sangue enquanto leio a mente dele, entretanto, nada posso fazer além da mórbida ação de saber da vida dos outros e esquecer um pouco da sua -como a dona de casa que deixa o filho queimar a mão na panela do arroz porque fala sobre "o Sistema" e as mazelas dele com a vizinha
                                                                   *
 Josef Landa conversa com o amigo do Sul, um americano do Brasil, de nome André Uralmash. Tratam de assuntos importantes, o maior deles, nada tem a ver com a atividade de espionagem dos dois pro lado "dos Vermelhos", mas sim com a saída da família: Vâni, o pequeno Lester e o próprio Josef; abandonar tal posto com as "habilidades" e conhecimento que ele possuíra seria como suicídio, porém, qual futuro sua família tinha ali? Era uma terra de engrenagem e óleo, cada vez mais inchada e com furos de onde vazava líquido escuro e morto (na mente do soldado desolado, figurava isto, como um gordo que morre aos poucos e dolorosamente mata seus filhos de fome), Landa queria a América, com letra maiúscula e chances de "um sonho".
 Lá ia ele combinar com seu amigo André, este, conduziu uma caneca de metal sem usar as mãos, Landa riu... Sentados numa mesa, no quartel da cidade, o homem rude ouve algo, um olho na sua nuca se abre, outros dois em seu braço...
 Haveria alguém ali? Alguém duplo?
                                                                   *
 O Fantasma Branco corta as linhas da base, os soldados de lá, já desanimados, parecem até desligados, pensando em como sustentar as famílias depois da queda de seu país... No entanto, a sombra do manto branco os corta um a um, com silêncio e rapidez, logo, o grupo de três seres chega dentro da estrutura e abre caminho, sem que as câmaras de segurança vejam mais que focos luz.
 Por outro lado, um jovem de cabelos negros e curtos abre caminho com pouca dificuldade, alguns minutos antes dos três fantasmas com máscaras de gás entrarem, lá esta ele, na sala das câmaras, ninguém vivo esta lá, só ele, Nick Charlie... Ele vê os focos de luz nas câmaras...
                 E pra onde eles vão
                 Ele vai também
                                                                    *
 -Estou morrendo! Me ajuda! - Fala Landa, enquanto o sangue escorre pelos sete tiros que ele recebera na emboscada... Abre os olhos que possui no corpo, cinco nos braços, um na nuca, quatro na cabeça e dez pelo corpo -todos atiram olhares penetrantes, olhares de basilisco, matam ao atingir o alvo, ou petrificam quando a presa sente medo deles... E lá esta Landa, o caçador, pula no meio da sala e consegue matar os atiradores... Corre na direção de André, que abre a porta lateral
 -Traidor!
 O homem para e olha para o rude, sangrando no meio da sala, ele ri, Uralmash é um duplo, ele sabia dos planos do outro, porém, não traiu sua Pátria, mas seu Amigo. "-Todos temos uma Missão, camarada, esta é a minha!"
 -Morra, porco! -E o pai lança sua mais terrível maldição, de todas que poderia ter aprendido com o amuleto roubado a quinze anos...
                                     A porta se espatifa, joga o amigo André para longe
                                     Porém, havia alguém atrás da porta
                                     Seu nome era Vâni, Vâni Einhorn
 -Amor...
 -Por que Vâni?... O que você? -Lágrimas e sangue no rosto dos dois, ela se arrastou até os pés do marido, o peso do corpo se confunde ao da culpa
 -Ele esta com nosso filho... Ele esta com nosso fil... -O vômito de sangue não a deixa falar... Uma peça de metal esmaga seu crânio
 A passos lentos e lerdo, ainda mancando, está André Uralmash, codinome Águia Branca, que há muitos anos, uns cinco ou dez, junto com seu parceiro, Josef Landa, codinome Anjo Negro, lutaram e ganharam muitas coisas... Entretanto, agora Landa servia a muitos lados, tantos que o amigo não poderia fazer parte, nem ele, nem sua família... Mas, a piedade...
 -Não se preocupe camarada, eu cuidarei de seu filho...
 -Miserável! Porco! -A ira do marido e pai com o corpo de sua esposa aos pés... Ele tenta invocar os olhos amaldiçoados, os olhos do Basilisco
 O amigo lança uma caixa de pregos que tirara do paletó negro no ar... Os pregos voam e furam os olhos de Landa; ele chega perto do amigo e, em seus ouvidos, diz: "-Não se preocupe amigo, eu sei como eliminar a maldição que você conseguiu de seu filho, ele não sofrerá com ela, nem agora, como alguma experiência de nosso país, nem depois, se um dia quiser a Vingança..."
 E André, ou Andrei Uralmash, cria o sobrinho, Lester, ou Lezte Einhorn...
                     Agora ele esta aqui, torturando este Agente do Caos, eu li a mente dele o máximo que pude, agora estou vendo que não posso mais ver... Estou quase morrendo... Ainda vejo que Lezte descobriu tudo, ele quer a Vingança, mas, seu inimigo não pode ser vencido com a força de um humano... Vejo as marcas da cirurgia, que queimou todos os olhos de basilisco do menino.
 Eu entro na história como um traído pelo informante, por Águia Branca; também, com meus poderes e corpo estudado, darei de novo uma esperança de vingança ao filho de Landa...
                                                           *                                     *
 Na pequena sala de cirurgia estão Einhorn, caído com um golpe na cabeça, Reiza-fu -o Fantasma e seus dois "fantasminhas", todos de máscaras de gás-, e Nick Charlie.
 -Não podemos sair aqui pacificamente, não? -Diz Reiza-fu
 -Eu também não sou disto... -Completa o próprio Agente, ao ver o sorriso de Nick -Entretanto, sei que você foi criado pelos Lâminas Azuis... Espero que saiba, acho que mísseis nesta base matariam a todos nós, e você é como uma mira, tem em seu corpo um localizador... Então, creio que eles já sabem que estou aqui...
 -E então, eu venci?
 -Não, aqui esta um dos Agentes mais antigos, porém ele esta ferido demais... Não poderei levá-lo...
 -E então, você perdeu?
 -Seu sorriso, Nick Charlie, é estranho... Não estamos mais em perder ou vencer... Entretanto, este homem que estava prendendo um e nós... Ele pode conhecer uma cura, não para mim, mas para você...
 -?! -A face de Nick Charlie se enche de surpresa, primeiro, por aquele ser de manto negro já o reconhecer, depois, pelo fato dele ser um alvo para mísseis... Ah, claro, e porque ele pode encontrar a cura... A cura para a Imortalidade.
 -Como... -Pergunta o jovem imortal; "-É só ficar sem fazer nada... Vamos levar os dois, o cientista e o nosso amigo..."
 -Com o que fico?
 -Com uma chama de dúvida no coração e uma promessa: Livro você disto e você já estará como um dos Nossos
 ...
 Os três me levam para fora dali.. Pude ver ainda a face de Nick Charlie com a mesma dúvida que vi em Einhorn ao descobrir que seu tio era o assassino de sua família, carregado ao meu lado, por outro Agente... Estou morrendo, é fato, o Gato Preto está morrendo... Sinto que vi estes dois, Nick e o filho de Landa, dois sem casa, que ficaram com suas dúvidas crescendo com ervas daninhas... Como fogo
 Já que agora não tenho muito tempo... Eu vi que não tinha desde o começo da história... Aproveito para ler a minha própria mente, ver se ela ainda tem em quem morar... Afinal, não é isto uma das coisas que fazemos em momentos finais como este?


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sábado, 2 de julho de 2011

Revolução dos Orwell #Agentes do Caos

 "Bichos, macacos dominam a Terra, raposas tomam vinho, riem de quem não pode chegar lá... Mas, os temem... As formigas; estas, labutam muito, mas só reclamam, por pensarem que é nascer raposa que as faz assim: formigas, mas também temem, ficar na mesma. E todos os animais, dos cães de guarda aos insetos bêbados, temem, seu medo é lembrarem que são medíocres, sua falta -se pudermos julgá-los assim- é nunca saber o que fazer sempre que se tem esta noção. Mas, isto é só reflexão: não passa de bocejar de um velho sarnento que não sabe viver, não é?
 E os Orwell lá, poderosos na Casa Grande, só grande pra nós?"
 ...
 Devaneios de pós-adolescente... A isto, chamaram o que meu amigo viveu, depois de tentar por muitos anos ser um artista famoso, ele não conseguiu, só portas fechadas na sua cara, e bifas dos porcos que vivem suas vidas como máquinas... Claro, isto é só visão de um romântico, um simples carpinteiro... Mas, vi em meu amigo o semblante que via em nosso Senhor, todo o domingo... Amava ele, era como um filho...
 E foi numa manhã carinhosa de chuva na face de minha esposa - se não me engano, um sábado- que ele veio com aquela ideia louco: "podemos vencer as Raposas que dominam este mundo! Nós podemos vencer!"...
 Velho Orwell, sempre tolo e doido, queria mudar o mundo... Uma vez, ele comentou comentou comigo sobre Utopias... Algo que era verde e gasoso, um composto da Ilha de Moullière... Criado pela Liga das Nações, em resposta aos ataques de MacFeist e seus robôs; algo que consumia o ar e matava as nanocélulas deles, das máquinas vivas... Nunca chegou a ser usado, mas, dizia meu amigo Orwell, que poderiam usar contra os reis, os senhores e os chefões, meu amigo sonhava e... E babava em seus devaneios de pós-adolescente...
 Minha terra se chama Orwelling, aqui tudo é mecânico e em linhas de montagem, o óxido de carbono queima nossas narinas.. Foi-se feito uma Revolução via engrenagens, outras se faz pelo Desencantamento do Mundo... Meu amigo é um filho desta revolução, dos animais, do bichos, daqueles que ficam nas posições fixas, em lugares marcados e quietos... Grandes máquinas com braços e cores cúpricas ajudavam no serviço, portas automáticas e códigos matemáticos faziam pequenas revoluções em nossos modos de vida.
 Eis que naquele sábado, sobre o sereno, ouvi estouros na rua, guardei minhas crianças no guarda-roupa pedi a minha mulher que cuidasse das crias
                                                              Caos na rua, fogo no céu e fumaça na água
                                               Meu amigo Orwell, correu ao meu encontro e disse:
                                         -Caro amigo! Aonde estão as crianças?
                                 -Bem! O que há na rua? - respondi
                         -O que sempre houve, Liberdade! E a Revolução acontece!
 Vi chamas e luzes quebradas naquele dia, muito corri - para o Trem Metropolitano, mandei minha mulher e filhos... Só não abandonei meu amigo...
 Então, mas que de repente, na despedida, ela, minha Karla, me disse:
 -Não se fira! Não ouça suas vozes! Não ouça seu amigo!
 Sorri e beijei sua face                                                  
                                                        *
 Eram quase 8 e meia da manhã, os revoltosos estava sendo surrados por homens a cavalo, eu, escondido por becos, consegui chegar perto de meu destino: o Paço Municipal, onde, sobre o pretexto de uma reunião pelo café de um país do sul, se reuniam os chefões do capital... Eu, o próximo Golias, o próximo Herói... Abri meus olhos... Era Orwell, Jesuis Orwell... Em minhas mãos, uma cápsula com o gás verde, nossos camaradas passaram de mão e mão... Alguns até perderam suas mãos por isto! Entretanto, eu, os vingaria! Viva a Revolução contra as máquinas!
 -VIVA A REVOLUÇÃO!
                                            ...
 Berra o homem, eu o vi... Era um pobre carpinteiro, explodiu algo, joguei minha capa e protegi o prefeito e Jack Ossias, um empresário que precisávamos manter vivo... A capa se tornou um véu e o gás não atingiu umas dez pessoas... Eu estava de máscara, dos Agentes, não fui afetado... Atravessei a rua, os guardas morriam, os cavalos, alucinados... Lâmpadas estouravam e portas automáticas pela rua decepavam curiosos... Minha face de pele negra passou para uma cara de gato... Nisto, já estava no alto de um prédio, o carpinteiro, morria nas minhas mãos...
 -Eu fiz a Revolução, senhor... Eu a fiz...
 Morreu o jovem, a formiga...
 Levantei e deixei seu corpo sobre o chão do terraço... Vi no chão da cidade de Keyneland a fumaça verde... A capital de Orwelling jamais seria a mesma... Máquinas corriam bestas e loucas, e sobre ideais tolos e românticos, jovens cometem suicídios... E fazem nosso trabalho, as vezes...
 Pus a máscara de gás, pulei para o chão, e continuei meu caminho



 MUSIQUETA DA POSTAGEM

http://www.youtube.com/watch?v=6x26O237kP8&feature=relmfu