segunda-feira, 25 de junho de 2012

Desespero Rapidez e Luz de fim de noite

(ligue a música abaixo e leia pausadamente abaixo, até ver o que vi)
http://www.youtube.com/watch?v=amfCqFUMBkY
(DESCULPEM, mas, a incorporação falhou...)

Uma faca cortando um pescoço, depois um queijo, 
um cara de óculos aparece, 
há uma perseguição de carros, o cara tira o óculos, 
ele chora. escurece, estrelas que são um quadro de Van Gogh, 
frio, vento frio numa porta... São seus olhos 
Mas, começa a clarear, pequenas luzes, o dia?
Das estrelas, dia das estrelas 
Ele tira o óculos, seus olhos são estrelas
As estrelas de Van Gogh
Ouvindo o dia clarear

Outra versão, outra história, por isto, não postei

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Argonaútico – O último anjo #Agentes do Caos

Esta é a estória de uma coisa que ouvi antes de ir embora, antes de começar a viajar por aí e pelos outros. Sou o Panda Vermelho, o ser que recebeu a pela de djin e que a cada vez que matava alguém ou algo, tomava a coisa para si... Porém, eu sempre – desde que me tornei humano – me perguntei se isto era bom ou ruim... Quando era um ser racional, ou quando era criança, eu não tinha isto, porém, agora tenho... Mas, me perguntava se, eu fosse uma ”coisa ruim”, eu deveria ser a pior, não? Afinal, aprendo com a destruição, eu Sou a Destruição...
 Só que um dia, eu o achei... Tinha sentido algo estranho entrando numa cidade em que passava com minha Kombi, era uma vibração fraca, estranha... Desci a rua daquela cidade mineira antiga e empoeirada... Era noite, era escuro e tenebroso era o ar, típico, mas, não assustador...
 As luzes do farol vão correndo pelas esquinas e meus olhos vão acompanhando até aonde posso ver... De repente, ele está lá, desço do carro
Corro
Entrando pelas vielas escuras vou seguindo aquela coisa assustada, vejo restos de sangue no chão, vou chegando perto, mais perto, ali está ele!
...
-Então, o que é você?
O ser me pergunta. Magro, seco, de terno azul, dentes horríveis, no entanto, parece ainda meio-humano; meio-ser que me perguntava quem eu era, ao qual não liguei e perguntei:
 -Quem é você? – Ele estranhou, tinha falado comigo um inglês mal-falado, pensava que não entenderia esta língua, que tolo, é uma língua fácil, ao menos, pra minha idade.
-Meu nome é Fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, sou um Argonaútico, uma Nave de Guerra do Clã KLKLKLK
-... Seu nome é um assobio? – Eu fiquei surpreso, nunca havia visto aquilo... A quem não sabe, aquilo não era uma simples onomatopéia, é toda uma língua antiga, uma coisa mais velha, que nem eu poderia supor o que queria dizer, o que, por consequência, quebra a coisa da minha idade que disse ali em cima.
-Sim, criatura. – Eu não estava na forma de humano, mas, de semi-humano, com minha cabeça de Panda Vermelho e pelos, mas, talvez ele estivesse mais assustado pela catana que estava a segurar embainhada ainda na mão direita.
-Meu Mestre disse que isto é língua de Anjo ou Demônio, o que você é? Pensei que estavam extintos... Desde que os Invasores tentaram dominar a Terra pela primeira vez e usaram as Máquinas Angélicas para matar a todos vocês...
-Sabes muito, muito mesmo... Quem é teu mestre? –Me perguntou a criatura-anjo.
-O Dragão Branco... Sei que você sabe que ele é um dos antigos donos das Máquinas... – O anjo, no alto de sua feiura, me olhou e comprimiu os olhos secos, ele era realmente horrível...
-Sim, eu sei.
Ficamos em silêncio, ele estava encostado numa parede, havia uma luz num poste. Tudo era frio, estava um dia frio naquelas bandas, entrava na minha pele, mesmo peluda, o que era estranho.
-O que há? Não irá tentar me matar? –Perguntei finalmente.
-Você quem está com a espada. Eu não sou idiota... Qualquer um que saiba e tenha tido os mestres que você teve, merece algum respeito...
-Mas, o que faz aqui, anjo? –Falei sorrindo para ele. Algo que sempre tinha desde que me tornei humano era metidez, um tipo de soberba ao ser obedecido deste jeito que ele fez, porém, como não fui criado com leis para reprimir isto através de caretas ou frases de auto-flagelação, era um ser metido “ao natural”.
-Eu? Bem, eu estou aqui... Na verdade – o anjo sentou num paralelepípedo na rua – eu vim para morrer...
-Como? Vocês morrem... De velhos?
-Acredite, meu caro, acredite... Poucos anjos morrem de velhos, assim como os demônios... Acho que só conheci um que havia conseguido isto, um amigo meu... Enfim, eu voltei aqui para pegar isto
Ele me mostrou um pequeno cordão, ao qual se prendia um pequeno boneco.
-Isto foi de um humano ao qual chamei de filha, uma vez... Eu tinha um problema dos anjos... Eu tenho uma síndrome, um tipo de doença que se chama: “Acorde”. Fico algumas décadas ou séculos dormindo, depois, acordo e vou ficando cada vez mais velho, mais doente... Era um tipo de defesa da espécie em alguns de nós... Pena que isto fazia com que eu perdesse meus amigos, perdesse contatos... Inclusive, acabei aqui em Varginha uma vez e fui confundido... Foi engraçado... Enfim...
-Tudo bem... – Fiquei calado, pois, a Morte era algo que não entendia muito, ao menos, nesta minha fase mais humana; virei-me, caminhando para a kombi – Vou deixar que um velho morrar em paz...
-Hey! Garoto... – Me berrou o velho.
-O que há?
-Você já ouviu uma história de alguém que esteve nos campos de batalha contra as Máquinas Angélicas? – Me disse o senhor, com esperanças... Percebi que ele tinha bigodes, era estranho, a pele seca, com bigodes...
-Ouvi do meu Mestre... Como já disse, o Dragão Branco...
-Sim, sei quem é seu mestre... Porém, o Aluno já sou o que era seu Mestre?
-Ele veio das Estrelas... Isto estaria bom, não?
-Hahahahaha – riu o velho anjo – Mas, então, você me parece um ser poderoso, porém, alguém poderoso sem curiosidade, como já vi muitas vezes na minha longa vida, não vale nada.
Fiquei um pouco com raiva, mas, ouvi ele. Falou-me o senhor que tinha ajudado, durante a Guerra há milênios atrás, um certo ser de pele muito branca... Ele não era nada mais nada menos que um dos colegas de meu mestre, ao qual morava na Índia e se chamava Vedas. Ele havia contado, como o anjo fazia para mim, sobre a história de seu povo, do por quê estava ali... Disse que, quando estivesse para morrer, que o anjo contasse também aquilo; em troca, o Vedas disse que o anjo iria sobreviver aquela guerra e até oito milênios depois, e assim, o velho ganhou a sua doença:
-Sim, foi uma idiotice... Mas, já me arrependi, viver com arrependimentos é mais difícil e tolo que aceitar o erro e continuar, mesmo que isto – lá dentro da gente – seja uma mentira... – Me disse ele, quando em contou isto.
-Então, quem é Vedas? Quem é o Mestre Dragão Branco?
-O que conto para ti, meu caro, é algo sobre muita coisa... Porém, não cabe num único dia, numa única fala... O nome da história que contarei para ti, é sobre: Wille - o Povo Azul

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A intrépida aventura do Soldado Itamar & Johan #Agentes do Caos

MUSIQUETA DA POSTAGEM


 Enquanto ele arrumava o quepe em sua cabeça, as ideias pulavam dos olhos, faziam tremer a língua.. Não era mais o mesmo que antes... Não era só o sangue que cobria o corpo do soldado - fazendo com que ele tivesse que perder mais tempo ao limpá-lo depois -, não era só a Guerra Contra os Inimigos da Nação que o incomodava... Era outra coisa, outras coisas de dentro de sua pele que não tomava banho já fazia dias e que o deixava com um cheiro de coisa velha...
 -Itamar! Venha aqui, vamos limpar isto tudo! - Chamou o Chefe, com seu bigode loiro e roupa negra.
 E lá ia o sargente Itamar, segurava uma perna, jogava na vala, outra pelo braço, mais uma queda na vala,
 Pof!
 Faziam eles quando caiam na terra, era estranho... Era o mesmo barulho que faziam os corpos dos soldados que também eram jogados na mesma vala, um lugar sem nome, sem lápide, apenas aqueles cinco soldados iriam lembrar daquele lugar, entre eles, Itamar, e claro, o Chefe.
 -Chefe, - comentou o sargento ao jogar um jovem corpo - por que estamos a jogar isto nos buracos?
 -Como assim, Itamar? Temos de enterra-los... São humanos...
 -Oras, meu Chefe, por que não eram humanos quando nós metralhamos? - E Itamar jogava mais um corpo
 -Meu caro, isto é diferente... Enquanto estavam vivos, eram nosso INIMIGOS, logo, não eram humanos...
 -Mas, então, agora, que estão mortos, eles o são?
 -Sim, pois os inimigos mortos são humanos...
 -Mas, se estão mortos, por que não deixamos eles aqui? Estou me sentindo meio mal... Não sei, estou suando demais... - Falava o soldado, que com as camisas já ensopadas, em nada parecia com os outros membros do Exército da Liberdade, que estavam bem, por ser um dia frio e por nenhum dos mortos terem reagido, o que traria algum cansaço
 -Ora, Itamar - pôs a mão no ombro do soldado o seu superior - não podemos deixar os corpos a vista pois, apesar do Inimigo ter se tornado humano quando o matamos, ele ainda é nosso inimigo, seus corpos são a prova de que existiram, o que não podemos deixar que seja mostrado depois...
 Por um momento, Itamar parou, virou-se e olhou para o comandante, disse:
 -Então, nós os enterramos para que nunca mais nos ataquem?
 -Sim
 -Então, nós os matamos duas vezes?
 -... Sim, exatamente, Itamar, nós matamos estes civis inimigos de nossa Nação e também suas Memórias, seus Histórias, suas Lembranças... É assim, meu caro, apenas assim, que Vencemos e que a  Humanidade Caminha pra adiante...
 -... Sobre os corpos dos outros?
 -Não, sobre os nossos corpos, que um dia viram poeira... E esta poeira voa, pelo ar...
 -... -Itamar ficou quieto, engoliu seco. Virou-se para trás, ao ouvir o colega falar:
 -Itamar! Tem mais dois aqui!
 Já contavam mais de 20 corpos jogados na vala. O soldado estava cansado, pegou nos pés daquele corpo, achou engraçado, ou melhor, curioso, tinha botas muito bem lustradas, deveria ser um soldado muito asseado... Pena que sua face estava queimada, e o sargento não ligou em ficar olhando os mortos, mesmo os do seu exército... No entanto, ao ver a face daquele jovem, ele lembrou-se de perguntar ao superior, que estava sendo numa pedra, comendo uma manga:
 -Mas, senhor, por que enterramos nosso homens junto com o Inimigo?
 O comandante sorriu e disse:
 -Oras, pequeno Itamar, porque nós morremos com eles, em uma guerra, sempre morre uma parte de nós...
 O jovem soldado não entendeu, porém, começou a fitar o velho bigodudo, ele sorria, sorria de um jeito estranho e assustador... Seus olhos, estavam dilatados, muito para algo comum...  Ouvia seu colega reclamar e reclamar... Mas, ele não ligava, o soldado não ligava e., pensativo, olhou novamente para o corpo com cara queimada...
           Ele tinha um belo colar no pescoço, de Santa Rosa dos Marinheiros Perdidos, um colar tão belo que o fez lembrar daquele... Daquele...  Que ganhara de sua mãe...
  Tocou o seu pescoço o soldado... Não havia colar ali... Não havia colar ali!
 Virou-se, ao ouvir uma gargalhada que dizia:
 -Oras, pequeno Itamar, porque nós morremos com eles, em uma guerra, sempre morre uma parte de nós...
 -O quê... -Disse o jovem, que via apenas o comandante rir e rir, falando:
 -Oras, pequeno Itamar, porque nós morremos com eles, em uma guerra, sempre morre uma parte de nós...
 -O que há aqui?!!! - Largou o corpo o jovem, ele fitou bem a face do morto, ninguém mais se mexia, todos os outros estavam paralisados, pareciam todos mortos; a face agora se revelava para o jovem Itamar como sendo a dele, ao qual, no desespero, ele ouviu algo do comandante:
 -... Sempre morre uma parte nós... Ou até, nós mesmo!
 Itamar olhou para o comandante, ele o retribuiu.
 Seus olhos estavam azuis, seu bigode caiu da cara, como se postiço, estava inchado...
 Um desequilíbrio, o jovem caiu na vala
 Os corpos pareciam agarrar-lhe... Itamar gritava, gritava...
 ...
 Então, o silêncio.
 ...
 "Abri os olhos, e lá estava eu: Itamar, morto"
 O jovem sai da vala, com dificuldade. A sua volta, ninguém o percebe e todos continuam a levar os corpos e jogar no buraco. Seu uniforme sujo e úmido, todo aquele frio, toda aquela cena... Tudo parece que sumiu de atormenta-lo... Ele olha para frente, na pedra aonde deveria estar seu comandante, seu exemplo de vida, ou em vida: nada vê dele, apenas uma criatura, um ser grande,
 um cão, creio que siberiano, negro ou muito azul, apenas abaixo do pescoço é branco
 as roupas são de soldado, porém, com um manto negro
 ele o olha com cara silenciosa, o soldado tenta ter pânico, mas, não consegue
 não consegue sentir nada...
 -E nem vai sentir nada mesmo... -Diz a criatura - Está vendo aquele pequeno toca-discos?
 Ao lado esquerdo do cão gigante, um gramofone, ou algo assim...
 -Sim, estou...
 -Ele está segurando tudo que você sente, não adianta ficar muito alarmado ou algo assim... Ainda deve ter umas seis horas de gravação...
 -... - Itamar fito tudo aquilo, é tudo tão estranho, pois seu corpo esta pesado, ele está um paquiderme de peso, mas, não consegue dizer muito... Não consegue sentir nada... Nunca havia percebido como sentir algo era importante, nunca mesmo... Pensou ser apenas importante estar no controle de suas emoções por toda a vida e, agora, morto, vê que nunca talvez tenha sentido nada...
 -Quem... Quem é você?
 -Eu? - Disse o cão siberiano - Me chamo Saibret, Johan Saibret e tenha um bom dia...
 -... O que...
 -Sou um Rei da Morte, ou melhor, um Ceifeiro, algo do gênero... Sabe?
 -Um anjo? Você é um Anjo do Senhor? Estou morrendo ou no Purgatório?
 -Hm... -Pôs a mão no queixo, o cão de nome Saibret - Faz tempo que não converso durante o meu serviço, então, não sei a quantas anda a Humanidade... Não sei do que você está falando... Desculpe!
 -Como assim?! -Disse o jovem, que não conseguia aumentar a voz - Como você não conhece o Nosso Senhor? Como nunca leu as Escrituras Sagradas do Livro Vermelho? Como não há aquela Luz no Fim do Túnel que..
 -Desculpe, meu amigo... - Interrompeu o ser - Você por acaso conhece o homem-macaco Goku? Conhece Sefiratis? O Senhor Reiza-Fu? Calixto? Imperatriz Andrômeda? Comodoro Oasis?
 -... Hm? Não... Mas...
 -Então, façamos assim, cada um tem os seus amigos e não precisamos misturar, ok? Um dia marcamos algo... -Levantou-se o cão, tirou de trás da pedra uma bolsa de couro, abriu e ficou mexendo nela - Mas, agora, tenho algo que fazer com você...
 -O quê... O quê... Espera!
 -Sim? -Virou-se novamente Johan e olhou Itamar, que lhe perguntou:
 -O que diabos quer comigo? O que está havendo aqui? Eu não consigo nem chorar, nem espernear... Simplesmente, não consigo...
 -Viver? Sim, não consegue fazer nada disto pois está morto, ou melhor... - O cão tira da bolsa de couro um pedaço de metal que na ponta tem uma enorme lâmina de gelo - Você está quase morto...
 -Como? Por isto eu carregava meu corpo? Aquelas perguntas, aquilo tudo que mostraram os primeiros parágrafos desta história...
 -Bem, veja bem... Tudo isto, aquele velho senhor e seus questionamentos, tudo isto era você, Você tinha as Dúvidas, morreu com elas, precisava solucioná-las... O que fiz foi respondê-las, pelo que eu via em seus olhos... Nada pessoal... - Riu o ser, ao qual o jovem disse:
 -Mas, se eu estou quase morto, por que, por que você está aqui? É do Inimigo?
 -Não, não pensa pequeno... Eu sou um Ceifeiro, me alimento de gente como você... Desculpe as palavras, mas, você está morto, basicamente... O que fiz é capturar seus últimos momentos vivo, seus últimos momentos em que seu cérebro ainda esta conservado e não apodreceu... E, bom, se você está vendo esta lâmina de gelo aqui, é a que usarei pra terminar de te matar...
 -O quê? Agora?! Mas, como assim?!!
 -Olha, não é agora... Não teria sentido, não é? - Sorriu o cão - Eu, antes de te matar, preciso fazer uma coisa, preciso me alimentar... E faço isto da seguinte forma: quero que você diga um desejo.
 -O quê? Como assim?! Você é um tipo de gênio?
 -Não, não sou... Sou algo entre um gênio e o que vocês humanos chamam de esperança, ou arrependimento... O que faço é realizar esta última coisa, em troca, fico um pouco mais vivo...
 -... Apenas isto? Tudo isto pra apenas um último desejo?
 -Sim, apenas isto.
 -E se eu não quiser? Se eu desejar ficar vivo?
 -Olha, se você quiser voltar a ficar vivo vai voltar no seu corpo morto, totalmente ferrado... Não adiante pedir pra que eu te dê um corpo novo, pois isto é uma trabalheira e este tipo de coisa não é tão fácil de conseguir... E, claro, se você não quiser, basicamente eu não te mato, deixo este disco aqui do meu lado tocar eternamente... Até que alguém me mate ou o quebre, você vai ficar neste estado de nunca sentir nada, mas, desejar tudo, até sentir... Vai ser um quase humano, um quase fantasma, um quase morto... Vai ser um ser tão incompleto que, basicamente, apenas será uma música que sempre se  repete na existência...
 -...  -Itamar olhava para baixo... - Posso ter qualquer coisa? De tudo?
 -Sim, de tudo... Menos ficar vivo.
 O jovem Itamar olhava para baixo, olhava para tudo e todos, olhava para mim e para você... O que pedir, o que fazer...
 E, então, ele olha para a tela, olha para este escritor que está a descrever esta história que ele mesmo viveu... E diz:
 -O que eu faço?
 -... Não sei. -Respondi - Tudo que você pedir talvez o leitor desta história não ache digno... Ele está cansado, de todo o sangue que ela traz... Os sustos, a ficção, etc.
 -Ora, eu não ligo pra nenhum leitor! O que eu, Itamar, posso fazer?
 -... Apenas você, personagem, pode decidir... Como qualquer um de nós, meros mortais...
 -... Então, é isto?
 -Sim, é isto.
 ...
 -Saibret, eu já sei o que eu quero...
 -Diga, Itamar...
 -Quero poder ter escrito minha própria história, quero poder ter feito isto... Eu quero ser o escritor...
 Johan Saibret, o Ceifeiro - um dos últimos de sua espécie - sorriu com os dentes pontudos e disse:
 -Itamar, mesmo eu sendo um Ser Velho e já tendo sido um Agente do Caos, nunca vi algo tão difícil de realizar como escrever a própria história, de novo...
 -Então, deixe que se faça a Aventura... Deixe que a segunda chance venha...
 -Bom, se é de uma chance nova, talvez isto eu possa fazer... - E Saibret golpeou com a massa o corpo do jovem soldado...
 ...
 E agora, em um som constante de umidade nos meus ouvidos, eu escrevo esta história... De como eu tive a chance de escrever o que poucos puderam... De ver o que deixaram, de falar o que queriam... Afinal, de ser livre...
 E, assim, nesta carta, conto sobre a minha morte, sobre a minha aventura, sobre eu mesmo... Só que sobre o meu fim... E apenas, isto, cinco páginas me resumem, como resumem a todos nós.
 Itamar se despede com um: "-Até logo"

sábado, 9 de junho de 2012

Hoje está frio

Frio, frio que entra nas capas de alguns vampiros que atacam suas polaquinhas daqui, deste universo curitibano, entre Colônias, olhos verdes e ônibus vermelhos... 
Máquina constante das pedras de petit pavet negro-branca em racial transmissão de energias que capturam meus olhos para os das pessoas nas calçadas, que não mais me olham nos olhos;
Não olhamos ninguém nas janelas, queremos mais que todos sejam apenas portas de si, para entrarmos, sairmos, em ritmo sexual constante e que não liga nem ficar com você até de manhã, arruma as malas nas brumas e vai embora, 
beijo apenas a tua bochecha e adeus.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A Saga dos Elfuns: O Valor da vingança

A Saga dos Elfuns-Era 3:A Era de Locke Booke.
 Capítulo:??:O Valor da vingança.
 Eis que Locke Booke já tinha o Mal dentro de si,Leont Booke,causador desse fato,fugira do Tarcktáros e agora chegava ao Bell Castelo,morada dos Condes das Rosas,antiga família de nobres de Galampony,que a algumas décadas atrás,juntamente com o lorde Serpente Negra,conquistaram a força o Conselho dos Senhores.
 -Quero falar com o senhor desta casa.-Falou Leont ao guarda da porta.
 -Quem é vossa graça?-Respondeu o soldado.
 -“Aquele que irá dar-lhe um condado”.-O guardião,como se tivesse ouvido um código,foi rápido mandar avisar o senhor do castelo,depois de algum tempo no relento de uma fria madrugada,o mago foi recebido pelo nobre,o filho do Conde das Rosas de Sangue,barão Aurylin Parxoss:
 -Você cumpriu sua palavra,não pensei que faria isso,parecia bêbado naquela taverna.-Disse o barão ao vê-lo,era um jovem de cabelos dourados,roupas de linho branco,uma espada e uma couraça negra no peito,ricamente enfeitada,sendo o principal símbolo,as duas rosas,também negras.
 -O bêbado era tu,-respondeu o mago-onde está seu pai?
 Com essa pergunta,o jovem ficou calado,só conduziu Leont até uma torre,a mais isolada do castelo,famoso pela beleza de seus domos e cúpulas,uma para cada grande membro da família Parxoss,tinha nessa parte um estilo ainda antigo,mais “normal para a época”.
 Ao chegarem,o nobre abriu a porta de madeira para o mago,este,entrou e se viu em uma pequena sala,desarrumada e suja,em vista que,sentado só em uma cadeira,jazia alguém de grande importância,Judv Parxoss,o Conde das Rosas de Sangue,que,quando notou Leont,disse:
 -É hoje que minha alma cairá?Pois te reconheço.-Perguntou o velho,já calvo e enfraquecido pela idade,muito diferente do poderoso conde que dominou grandes partes de Galampony,porém,tinha ainda sua couraça escarlate,sempre com as rosas cruzadas no centro,e seu par de espadas de ilidium-rupro,armas mágicas que valeram-lhe em muitas batalhas.
 -Como me conheces?Nunca nos vimos antes?-Retribuiu a questão o mago Leont,que tinha uma capa avermelhada,manto amorronzado,armadura parca e surrada,sua barbicha e bigode negros estavam médios e tanto neles como nos cabelos já se viam os fios brancos,uma espada e uma adaga eram suas armas.
 -As rupra-roxas(nome das espadas duplas) só desembanhariam quando aqueles que descendem da lendária feiticeira que matei para conquistar meu poder voltassem a fim da vingança,nisto também se incluiria minha couraça,que da mesma forma,somente com a presença dos descendentes do Lorde Cinzento,soltaria-se do meu corpo,-o velho conde deu um suspiro-passei mais de sessenta anos com essa coisa e hoje de manhã ela se soltou,as espadas pude puxar agora a pouco,antes de você entrar.
 Leont tinha os olhos marejados,mas somente um pouco,sendo quase imperceptível,falou:
 -É um velho esperto,descobriu motivos para o que farei,mas sabe quem me deu essa chance,não?
 -A espada que está um pouco desembanhada aí na mesa não me servirá de nada...-uma lágrima caía do rosto do velho-faça o que veio fazer,pelo menos uma parte de sua vingança se cumprirá.
 -Não,só terminarei o que a muito comecei.
 -Como assim?Olidif,o lorde Serpente Negra morreu a muito tempo atrás,envenenado...-O conde percebeu suas palavras.
 -Foi díficil para uma criança consiguir um veneno poderoso,se fingir de criado e servir um “vinho especial” ao seu senhor,mas creio que tive mais dificuldade em explicar a meu irmão onde estava e dar qualquer explicação para a perseguição dos soldados na busca de suspeitos,porém,conseguimos fugir da cidade e,depois de muito tempo,pude revivier esse assunto.
 A reação do velho foi de temor:
 -Apenas uma criança...isso é...per...-O velho Conde das Rosas de Sangue não consiguiu falar,estava atônito,porém não teve muito mais tempo de vida,Leont tirou sua adaga e lentamente chegou próximo de um dos assasinos de seus pais,cravou-lhe a lâmina no lado esquerdo do nobre,a arma partiu a antiga couraça facilmente,deixou-a lá por alguns momentos e,segurando a cabeça do velho,fitou-o,disse sussurando:
 -Adeus!

A Saga dos Elfuns-Capítulo:??:O Valor da vingança.
 Parte 2.
 -Tome,-falou o mago jogando as espadas na mesa-não é isso que você queria?
 -As rupra-roxas...-disse o jovem Aurylin,que,fascinado,olhava para as espadas,depois de um tempo,porém,notou o pai no outro cômodo,foi até ele e falou:
 -Meu paizinho...por que você não me viu ser conde?-O filho fitava o cádaver-Agora podes me ver aí do Tarcktáros?Hum?
 -Ei,”Conde das Rosas”!-Interrompeu o feiticeiro-E meu pagamento?
 O jovem se levantou e olhou para o rosto do mago,disse:
 -Talvez se tivesse contratado o outro Booke,este,não seria tão insolente...Ou será que isso é “mal de família”?
 Leont em um rápido movimento segurou a gola do “novo conde”,não por muito tempo,pois este era considerado o “melhor espadachim de Galampony” e segurava as espadas de seu finado pai,porém,ao pensar retirar as armas,já estava ele com a lâmina de uma destas escostada em seu pescoço,o mago empunhava com sua mão direita,enquanto a esquerda segurava a bainha de sua própria arma,disse o feiticeiro:
 -És o melhor de minha terra?
 O jovem,atormentado,aquietou-se,perguntou:
 -Qual era mesmo o pagamento?
 -800 pesos de ouro e um cavalo.-Respondeu o mago,que assustou o antigo barão,entretanto,esse depois de pensar um pouco,falou:
 -O preço vale o benefício.
 Na mesma madrugada,Leont Booke,após comer um pouco,recolher mantimentos e receber seu pagamento,seguiu para os Portos Craquem,tinha que ir à Floresta de Dolfos no outro continente,pois finalmente conquistara seu Valor.
 O “novo conde” olhou o mago partir,mas agora tinha preocupações maiores,tais como sua posse e o funeral do pai morto,esta morte,sendo dada por “causas naturais de fácil compreensão”.