segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

erro

Não confio em alguém sem arrependimentos
Ou sofre do mal da juventude em se achar potente
Ou é intolerante aos mais fracos, caídos e arruinados
Não se conserta com mera vontade as antigas feridas
cicatrizes impossíveis
Tempo, paciência e esforço talvez, mas, apenas isto
Aceitar a possibilidade de falhar é algo que vem com o tempo
Não existe esperança sem horrível
E considero corajoso aquele que observa e cala
Naquele momento que escolhe - e será o certo?
Não confio em ninguém sem arrependimentos,
Pois, finge não tê-los, colocando motivos que forem
Pois, se coloca acima do erro
E erra é humano, o que somos, até que eu saiba.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Fragmentos de domingo 2

Tacos
Fazendo barulho, vejo eles, naquele ambiente estéril
Naquela casa velha, vejo aquela velha senhora
E seus tacos
Madeira que range, olhos que rangem
Ossos que flexionam
Da velha, que observo atentamente
Na casa cheia de tacos
Ir no altarzinho
Pac, pac, pac
Fazem os passos
Acende uma velha, eu, na poltrona do lado observo
Abaixo a cabeça e lembro apenas dos tacos
Na cama ao meu lado, vazio
Olha a velha para ela, eu olho pra velha, na casa de tacos
Pac pac pac
Ela ora o que crê
Eu ando novamente, naqueles tacos
Desde a infância lembro-me deles, agora não durmo mais trancado
Naquela cama
Ando sobre os tacos, pac pac pac
E a velha apaga a vela
Meu filho, ela diz, descansa no outro mundo
Paro sobre os tacos, viro-me
E saio para o ambiente estéril
Pac pac pac

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Sua visão inflaciona meus pulmões de vil vida
Olho aos Céus clamando-te perdão que jamais tive
Clamo por mim mesmo nesta vida
Sua visão, vejo a ti
Busco penhasco próximo, me jogo.

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Os passos do amante, cantando poemas de Oasis, Iron e Los Hermanos
Ele, judiado gemendo e chorando, observo
O pombo fazendo prupru
Jaz atropelado em concreto
A pomba voa com outro
Pruprupru

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Sinceridade é hidratante, mas o oceano é também mortal e imprevisível. Não busque na verdade a sua vontade, geração melindrosa.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Grampo

Você já olhou atrás de suas orelhas hoje?
Procurando pelos grampos que seguram este seu sorriso
Que te obriga a ser feliz
Viciando seus sonhos numa palavra cheia de significado
Chamada Felicidade?
Viva seu ópio de buscar ser diferente, num mundo insolente
Que quer ser jovem
Sendo doente
Fiscal de cada um em seu grampo da vida bucólica
Das metrópoles cheias de gente
Veja este seu grampo
Segurando o sorrisos
E te dizendo ser gente

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Fragmentos 5

O que é um amigo pra você? Uma mão caridosa? Uma espada justa que usa das palavras pra te mostrar a Verdade das coisas? O que é um verdadeiro amigo, além daquela companhia que te faz ver um pouco mais com clareza as treva do mundo, mostrando que, as vezes, é apenas uma noite esperando pelo sol nascente

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Existem tesouros que não estão escondidos em ilhas, mas, no coração das pessoas. Quando encontro com eles, posso chamá-los de amigos, amores ou mesmo, de colegas de uma conversa na hora certa. Não perca a oportunidade de amá-los na medida que precisam, não deixe de cantar sons para eles ou admirar suas pinturas, pois, uma vida vendo a beleza neles já vale a pena


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A alegria maior do mundo é estar contigo, pequena
Gigante é o mundo escondido entre
Você e eu
Porém, nele cabe apenas a distância de um abraço
De um olá
De um tudo o mais que está
entre aqui e lá
Pois, se um espírito está perdido
Cabe algum guia ajudar


Pode se perder mais, podemos
Pode terminar por completo, é o que acontece com o que começa
Pode queimar o sol e apagar as estrelas? Talvez, isto a Física explica
Mas, não fique na potência do quase
Pois, do quase a vida está cheia de pequenas coisas
E desculpas, e restos de nós mesmos
Com 30 anos você olha pra trás
Com 60 você olha pra trás
Com 18 você olha pra trás
Finge olhar pra frente?
Pra que, olhe para o lado.
Faça das montanhas de pedras no caminho
Seu castelo

Se os bárbaros vierem, lute
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A paz está naquilo que se está fazendo
No que completa, não repleta
Nem repete
Naquilo que está, que firma meus pés no chão
E me deixa navegar pelas Universos dos outros



Um abraço



O corpo de um abraço
mal-acabado, daquilo talvez que dá sobrando
Um abraço, terminado
Parece carregar o mundo consigo
enquanto dura, carrega tudo consigo
terminou o abraço, o sentido do corpo
a lembrança daquela pessoa
indo, caminhando no horizonte
de alguma luz


"Um abraço", saudação misteriosa
Mais forte que o beijo, mais quente que apenas rosas
Mais dura que a mensagem de adeus no celular
Ou aquela palavra não dita
"Um abraço", traduzido quando bem dado
Quando mesmo que restante, acumulado
A memória das boas coisas ou momentos

Sinto sua falta
Abraço
Com todos os problemas
Abraço
Com alegrias
Abraço
Mesmo não vendo a face daqueles que os damos
Cuide bem daquilo que você dá
E pra quem você dá
Pois, cultivar uma lembrança
Carrega a vida