Lib era um cara legal, usava suas roupas listradas vermelhas
e uma bota gigante de explorador dos túneis femininos. Porém, Lib tinha alguns
problemas: desde muito cedo, caiu numa guerra enorme entre as Toupeiras e os
Garfos, na Grande Guerra de Barfínia.
Os dois se odeiam e, o jovem Lib, só queria dançar nas festas
e conhecer as jovens com quem saia e esquecia de mandar bilhetes no outro dia, depois
dos quentes lençóis. Então, o clamor de sua família enviou-o para o front, encarniçado
front de uma guerra que não era dele, entre aquelas enormes criaturas peludas,
vestidas em ternos de linho: portava dentro de si uma metralhadora Tommy Gun,
mas, embaixo de toda aquela roupa e paraferno de soldado, ainda estava aquele
macacão listrado vermelho, que eu achava super transado.
Um dia, caminhando entre as montanhas de enormes e grandes
arbustos espinhentos, Lib sente o cheiro do perigo, só que o que bate mais é o
som New Have de seu coração misturado com todos aqueles pensamentos de estar
próximo da morte.
Lib leva um tiro e cai, com o pulso caindo pela pulsão de
sangue saindo
Assim, Lib começou a morrer. Porém, antes de suas funções
caírem por terra totalmente, ele viu uma Águia Vermelha:
-Olá, meu nome é Fidediguine!
-AIIIIIIIIIIIIIIIIIII Tô morrendo!!! – Gritou o jovem Lib,
como eu também faria
-Ora, criança, eu sei disto! Hahahaahaha engraçado você!
A águia estava sentada em suas patas quando, abrindo uma
asa, abriu todo o pano da dimensão que se esconde embaixo de nosso olhos:
-Tá vendo isto daqui? Posso te levar daqui e te dar uma nova
vida...
-Quê??? Pra quê???? POR QUÊ??? – Pergunta o jovem Lib
-Eu sou um Barfo de grau bem alto... Sou um tipo de coisa
que se alimenta destas situações... As vezes, sou cultuado, as vezes, sou
perseguido, mas, no fim, todos podem vir a mim se quiserem...
-Hey... Fantasmão...
-Sim? – Perguntou a águia vermelha Fidediguinenene
-Quero nunca mais ter de ouvir este medo de volta, quero
ouvir sempre esta batida que vem do meu coração
Fidediguine colocou seu ouvido (que era de raposa) no peito
do rapaz, sorriu – ao menos, o máximo que dá pra sorrir com um bico -, disse: -
Ok, vamos lá, garoto!
Com a garra direita ele pegou o rapaz e o jogou dentro
daquele enorme véu... Em alguns minutos, o corpo de Lib formigava, seus ossos
doeram, depois não mais... Seu sangue secou, porque ele não mais sentia ele
sair do seu buraco de bala. Logo, ele sentiu como se sua visão estivesse vendo
um mundo contorcido e indo, indo em forma de rodamoinho, até que... Até que...
Passei estes tempos em frente a uma loja de discos, olhei os
lançamentos que estavam expostos na presunçosa vitrine colorida pelas capas.
Então, mexendo no meus óculos melhor, pois sempre andava com eles sujos,
observei um lançamento de uma capa em forma de alvo, colorida de listras vermelhas
e brancas:
Título: O Último Pedido
Cantor: Singer Fidediguine
Olhei bem pra aquela
capa e vi que ela tinha um rapaz desenhado no meio, como uma capa Hitchcockiana:
o desenho, então, piscou pra mim:
-Olá, olá, Lib! – reconheci-o
Então, olhei que todos os outros discos também me olhavam,
como seu eu tivesse descoberto um segredo do que acontece... Algo que está ali,
quando se ouve música, o que se deixa de ver, ou o que se vê com os ouvidos
Este mercado fonográfico, sempre me surpreendendo!
Dei um aceno para Lib e desejei que ele tivesse um bom dia,
que fosse colocado na vitrola de algum outro jovem sonhador-dançarino que está
por aí, com suas roupas listradas.
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