A Canção de Abroão
E seu nome era Abroão, mas antes era Simon. Com couro negro e cabelos ao alto, este menino vagava pelos Desertos do Caos com seu bandolim; com ele falava coisas rápido e tocava em três acordes demoníacos, pelos bares lançava facas nos malfeitores e roubava os bons.
Porém, a Luz o tomou. Ela roubou seu coração. Tinha o nome de Coralina Cardozo, com cabelo ruivo e vestido surrado; numa casa em um deserto de sal ela disse a ele:
-Sou tua mãe, era meretriz e agora sou de novo mulher completa!
-Morra!! -Disse o filho, que não era seu filho, era nosso, do mundo.
Com uma garrafa ele a cortou e sangrou-a por dois dias até que morreu. Simon correu para o meio do vazio demográfico. Lá viu o anjo: um coiote comeu sua perna enquanto dormia, ele sangrou e ninguém o ajudou. Neste momento, ele conjurou o primeiro salmo de seu livro:
-À estrume!!! Não terei mais perna! Não correrei por mais campinas, mas ainda hei de vingar no pensamento!
Passaram dias e meses, Simon - agora Abroão - pegava as cocotas que passavam pelo caminho da encruzilhada do deserto do Sinhô; para comer, as conquistava com seus "dotes" e pedia para trazer-lhe um prato de pelo menos um frango com farofa e agrião.
Mas, eis que a Luz quis de novo uma contribuição de nosso anti-herói, enviou uma tropa de cavaleiros errantes comprometidos a sua missão. Mercenários, mataram a aldeia que Abroão morava. Ele fugiu e, de pistola na mão, levou ainda mais uma garota com ele -sua mulher era Estrela, a santa!-, matando um cavaleiro para morte nisto.
Na corrida, o segundo salmo: "-Se queres fugir, leva apenas bagagem de mão!". E foram para a grande cidade de Goethe, um subúrbio industrial cheio de casas uma em cima da outra e dando espiral.
Estrela, a santa!, foi por vezes corneada e maltratada pelo seu "marido", enquanto ele via o jogo de futebol no estádio, ela lhe trazia a cerveja. Nisto, ele disse o 3º salmo:
-Só de pão e álcool o homem vive!
Entretanto, por uma última provação ele passaria. A Luz, mandou um jardineiro, seu nome era David, loiro e forte, tinha todas as mulheres em suas mãos, porém...
No dia do senhor e da senhora, Abroão saiu para comprar pão, unica coisa que fazia, pois aproveitava e comia um churrasquinho de gato e as vezes fazia a alegria do cafetão. Sua mulher ficou só com o jardineiro... Forte e bronzeado, seria ele seu libertador -pensou ela em alguma hora. No quarto, depois de um logro e concertar um chuveiro que nem tinham, ela tentou, uma, duas e a terceira... Até eu me jogava, mesmo sendo o mais purista dos monges!
Mas, A santa!, desapontada, ficou feliz; deu um pacote de notas amarelas ao seu novo homem.
Abroão chegou, seu corpo não resistiu, pois os anos de sedentarismo o deixaram em "disforma". Saído de trás da porta, o jardineiro o fez.
Depois do ato, quase morrendo, Abroão deu seu último respiro em poema chulo antes de morrer e sumir no Limbo:
-Passar na rotina com a companhia é o mesmo que assinar sentença de promissória de qualquer coisa!!!
Morreu.
Seu filho, gerado a contragosto pela Santa! ficaria pior que ele, mas esta é só uma previsão do próximo periódico. E a chuva cai lá fora, sapos do céu; eu vou a um bar, quem quer?
Não tenho mais perna, não mais correrei por campinas, mas ainda hei de vingar no pensamento
Se queres fugir, leva apenas bagagem de mão ;
Só de pão e álcool o homem vive ;
Passar na rotina com a companhia é o mesmo que assinar sentença promissória de qualquer coisa.
MUSIQUETA DA POSTAGEM
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