sábado, 28 de maio de 2011

Tiros, drags e Foucault #Agentes do Caos

 Lá estava eu, próximo a minha mudança de vida!
 Olhando pra ela, via suas perucas loiras e seu batom mal pintado; eu, um jovem de camisa verde com listras pretas... Mas, todos odeiam listras, preferem uma roupa com bolinhas... Viver um pouquinho de cada vez, ponto por ponto...
 E dragqueen, aquela montanha de músculos e fúria, ia me fulminar, tinha na saia o coldre de sua 45, nos olhos -mão do destino-; eu tava ferrado e sem pelo.
 Pá! Pá!
 Ela atirou, as balas voavam e eu corri pra debaixo de uma mesa pesada de ébano próxima, as balas continuavam e eu sabia que estava tudo perdido, sem esperança, sem muito o que fazer...
                                              Então, ele apareceu
                                       Ratátátátá! Da porta da sala, balas salvadoras
                                       A drag caiu, morta, com peruca loira vermelha
                                                                     *
 No carro, preto e bem quadrado, estava eu assustado... No meu lado, um senhor de uns quarenta anos, terno preto, careca, óculos fundo de garrafa...
 -Qual o seu... (Tomei coragem)
 -Adolf, Adolf Foucault... -Falou o cara, que percebi ser "suave", sorrindo depois da resposta.
 -Que nome...
 -Sim, horrível! -Ele era estranho, parecia ler minhas respostas antes que eu falasse... Ou eu, que era muito óbvio; enfim, sei que ele não tinha a marca do corvo no braço direito, estava feliz... Mas, vi, de relance, outra marca: uma espada azul... Tatuada na parte de cima da mão...
 -Você... É um Deles?
 -Bem, -começou o careca a falar- fui muitas coisas na vida... Mas, neste negócio, só fui pertencente uma vez aqueles que combatem os Agentes... Mas, então, encontrei um Mestre, alguém que me mostrou como combater o Caos verdadeiramente...
 Então, o careca Foucault me contou sua história... Um sobrevivente das Guerras na Bósnia, um matador Deles e, por último, um discípulo de Helter Skelter... Isto, me calou até chegarmos num hotel, na periferia, perto ao novo terminal rodoviário, num dia cinzento e onde apenas se podia esquentar ao sol.
                                                                                *
 "Eles eram pássaros de cobre, eles tinham no peito a marca da besta, eles caminhavam mais rápido e com mais certeza que os outros, pois, tinham Sua Verdade"-Livro Vermelho, capítulo 15: versículo 13.
  -Hey, mas, como assim? Você foi discípulo do meu professor de Geografia? Foi ele que me mandou lá e...
 -Eu sei, -disse o homem de quase dois metros de altura-, era pra eu estar lá, pra te proteger mesmo... Pena que Eles, chegaram antes...
 -Por quê? Por que aquele cara vestido de mulher queria a minha cabeça? Quase fui fuzilado!
 -Por quê? Por que você é especial João! Claro, não com um nome destes: "João de SantChristian", muito chato! Hehehe
 Enquanto falávamos, Adolf tirava as botinas pretas, estávamos num quarto com duas camas, agradável; seus pés eram estranhos... Se fossem normais, não teria percebido, mas eles não eram normais... Eram prateados, eram de metal!
 "Então, subitamente, quando o guerreiro que toca o sino da manhã se desvanece, que sua missão comece; pois, o justo caminha sobre o mar, o mal, sobre os céus e tu, tu só anda"-Livro Vermelho, capítulo 16: versículo 14.
                                   Porta arrebenta, ouço tiros, muitos!
 Pulo pra debaixo de... Não há nada! fico deitado mesmo!
 O velho homem careca, descalço, dispara a arma que tem na cintura
 Os atacantes, acho que tem caras vermelhas, ou algo assim, também
 Acertam Foucault...
 ...
 Porradas, estou sendo levado pro carro, cheio de sangue do meu amigo, meu ex-novo amigo... Ou, no mínimo, salvador
 Homens de máscaras vermelhas, sou lançado no capô do carro, chegou minha hora!
 Lá estava eu, próximo a minha mudança de vida!
 Páratátátátá!
 Todos caem... Da porta, vejo um rosto... Entre o sol descendo vermelho e a noite crescendo no azul... Desmaio
                                                                    *
 "Ainda que pelo Vale das Sombras da Morte eu descanse, não pararei minha caminhada"-Livro Vermelho, capítulo 17: versículo 15
 Hoje, estou numa noite de sábado, indo pela Rua 15, com medo de assalto... Mas, mais medo Deles...
 Sem mais proteção, sou um "cavaleiro" andante... Recebi de um amigo, ou um salvador? Um Livro Vermelho; nunca fui muito religioso, mas, ele disse que o bom dos livros é lê-los, o ruim é ter que aturar quem os lê.
 Lá vou eu, sigo pela Rua 15, vou pra uma festa... Também me divirto, quando não estou escapando de tiros...
 ...
 Ah, como sai do último ataque? Bem, nada de mais, só pensei que fossem mais espertos... Acharam mesmo que alguém que se chama Adolf Foucault e usa uma perna de metal cairia por simples 32 tiros? Vocês não lêem?


 MUSIQUETA DA POSTAGEM

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