Alquimata I
Aqui encontram-se os escritos sobre
a Batalha de Witmarsur, quando eu venci os Trolls e seu rei, Gustave Gepetto, e
sobre o Cerco em Bombaína, quando mais da metade de meu povo foi morto pelo
Cruel, Søren. Depois disto, me tornei líder efetivo do Clã Luparinos, através
da dentenção da Espada Selada de Salomão e vivo meus dias melancólicos olhando
para um espelho vazio de reflexo, pois, perdi minha motivação de viver.
(Onório Escapuleri)
Alquimata II – Metrô
Era um dia estranho,
abriu uma porta do trem-bonde que corria da Avenida Xavier até o Alto da
Glória. Entramos, eu e Nervosa, o Velho Dimas estava atrás de nós, nos dando o
apoio. Estava claro e estranho, abafado... Mas, ainda de blusa de pele negra
colada em mim, e capote em minha colega, o velho estava vestido como um de sua
idade, com as modas de outrora, de velho.
Vimos ele, estranho,
magro, calvo... Anel de casado numa mão, mas, olhava rapidamente pra todo o
lugar, buscando uma fuga daquela vida:
-Hey, você,
Montemarte!
Ele levanta,
assustado, percebendo que a bolsa negra que carrega é o que queremos
-Cala-te! Meu nome é José...
-Não, mortos não tem nome... –Voz cadavérica de Rita
Nervosa, com seus caracóis de medusa, assustando. Puxa a mulher uma faca, as
pessoas do metro olham para baixo... Em silêncio
-Saia! Meu nome é José! – E o careca toca na mão de minha
colega, ao qual ela responde com cortes em seu braço... Ele cai em cima de uma
pessoa no metro, que sentada, olha pra baixo...
-... Meu nome... – Diz o homem... – Meu nome...
-Você é morto! – E minha colega arma o braço para desferir
corte mortal, matador; grito não, mas, ela não escuta, o Velho Dimas, está
sentado, mas, não olha pra baixo, olha a morte do careca
Cravada no ombro,
a dor é sentida por mim... Eu sinto a dor dele... É o meu segredo...
-Meu nome é Stigma! – E o braço do careca lança minha amiga
quebrante da janela do metro com o corpo, quase desmaiada agora...
Abro a mala que
levo comigo, e o sabre se volta, começo a bater
no maldito Stigma, mas, ele defende, pois, embaixo de sua pele, há uma
braçadeira... Os golpes são contínuos, mas, estou conseguindo!
Viro pr’aquele ser,
ele babeia, ao qual bato em sua canela e ele desaba sobre uma velha que foi
fazer compras... A velha olhava para baixo, não nota, cravo o sabre no meio das
costas do careca, que gruni
-Maldito Lupa! – Ele não
morre, maldito!
Pá! – Corta o som
surto todo o ar
A bala sai da arma
quente latente do Velho Dimas, em pé, com seu velho 38...
-Vá, garoto, eu vi o que ele é, é um Djanho dos Be-Stoker,
sua cor é o Cinzento!
E eu sigo para cima
do ser, que agora está caído, num canto, grunindo baixinho... Ele retirou minha
lâmina de seu corpo... A bala parece que o fez murchar... Cato minha lâmina, e
professo o rito contra Be-Stoker:
-Al-Afaan
tout quel le mer et earth, grundo-mon hands! – E minha espada se torna
brilhante e alva, com corte certeiro, a cabeça do ser rola entre o corredor do
metro-bonde...
No mesmo momento,
chegamos na Estação do Alto da Glória. Pego a cabeça do nosso inimigo, Rita, o
corpo, saímos do lugar... Neste momento, antes de sairmos, o Velho Dimas estala
seus dedos e retira a Desatenção das pessoas daquele vagão, todos acordam de
seu sono... Também chamado de Rotina Que Nos Cegou.
Sobre os Djanhos,
eles são os Humanos que tiramos as dores e a emoção da compaixão, são nossos
guerreiros perfeitos, como a Rita Nervosa – que perdeu seu nome quando a
fizemos uma Djanho. Eu e Dimas, já somos Cavaleiros (Chavalier, no idioma original), nossa estratégia é golpear os
inimigos depois que seres-escravos como os Djanhos os cansam, então, os mais
velhos descobrem de qual dos Três Clãs eles são, ao qual cada um tem uma
fraqueza... Logo, uso um feitiço para selar a força do ser e matá-lo, tomando
para mim a sua Força.
Depois de mais de cem
mortes, ganhei a Alcunha de Lobo da Estepe, porque nos Campos Gerais nós temos
muitas destas plantas, é de lá que venho, de uma família de classe média, de um
curso de Humanas, mas, isto é antigo... De antes
E estava na minha
vida de Cavaleiro Luparino, quando, saindo da estação de trem-bonde Norte e Sul
dos Campos Gerais, aparecerem três homens, de óculos escuros e ternos laranjas:
-Olá, você é Onório?
-Sim! - respondo eu.
Olhando para o Velho Dimas, ele responde:
-Eles são confiáveis, posso ver marcas de Alta Alquimia
deles... – Disse o Velho, com seus olhos azuis. Sendo que a Alta Alquimia era
algo que deveria ser respeitado, estavam mais próximos do Chefe da Ordem, dos
Luparinos, a nossa e...
-Então, você sendo Onório... – O segundo disse e retirou de
uma bolsa uma espada embainhada e ajoelhou, o mais próximo de mim, segurou a
minha mão e me puxou para baixo, para se ajoelhar com ele... O terceiro, disse
em alto e bom som:
-Salve Onório
Escapuleri, Herdeiro e Líder dos Luparinos! Lutador contra Be-Strokers e
Montemarianos, campeão dos Lobos, Sangue e Pele Vermelha!
Ninguém entendeu...
Ainda mais, eu.
Porém, todos ainda
olhavam para baixo