Mostrando postagens com marcador Crônicas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Crônicas. Mostrar todas as postagens

domingo, 28 de maio de 2017

Terrível

"Em uma reunião com velhos amigos, um destes me perguntou:
-Sabe o que é mais terrível de acontecer a um indivíduo racional?
-Tirar sua família - Respondi.
-Suas posses - Disse Ricardo.
-Seu amor! - Disse outro.
-Sua vida! - Disse Kátia.
-Não, qualquer uma destas coisas não poderia afetar a maioria dos seres pensantes, porém, dê-lhes algo que eles querem, qualquer uma destas coisas, então, de súbito, peça novamente!
-Ora, questionava Ricardo ressabiado, ele pode pedir qualquer coisa, ter qualquer coisa, porque devolveria?
-Ele não precisaria, imagine que não tivesse opção, que esta coisa iria embora de uma maneira ou outra...
-Então, o que seria terrível? - Interrompi
-Agradecer pelo que foi dado e odiar o seu fim, aí está, a balança entre a gratidão e a mortalidade das coisas e prazeres mata o homem, gota a gota, enchendo-lhe das mais terríveis esperanças.
...
Ficamos em silêncio, brindamos um pouco e até rimos."


Trecho do livro: Almoço Grátis
Sobre um cronista social que investiga um assassino de passados em uma sociedade pós-capitalista, autoritária e com mechas.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Quando os nomes de heróis terminaram

 Estava jogando hoje meu supagang jogo Heroes of Deep Dungeon, o mais incrível RMKRPGOBA já criado neste mês quando me deparei com algo interessante na humanidade dos gamers: um personagem novo lançado tinha o nome de Astolfo. Foi então que me dei conta: todos os nomes, todos, os que usavam K, H, D, no fim ou no começo, assim como de todas as mitologias - até a filipina e a armênia no incrível Blasters of Eggroom - já haviam sido utilizados.
 O que eu não esperava é que, pesquisando um pouco no XxGooglexX depois, perceber que isto estava no centro de um grande crise da Liga de Criadores de Games da OTAN. Simplesmente, a crise de enredo que foi superada com a cópia e re-cópia há 20 atrás estava insuperável agora, pois, não dava pra fazer um Odin em cada jogo, o público se confundia, como em casos de afogamento por salgadinhos quando um jogador vendeu seu personagem de outro jogo pensando ser de outro, ao qual ele estava abandonando. Isto é muito sério, as autoridades globais deveriam pensar sobre isto.
 Penso que devemos criar uma força-tarefa de escritores indies que, em nossas pequenas células anarquistas, reconquistem a criatividade. Nossos pais fizeram isto na Grande Depressão de 2020, podemos fazer de novo!!! ALLONS-Y! Como diria a Doctor Who!
 Nós devemos nos centrar nestes pequenos clubes de discussão sobre como juntar as palavras e letras para formar novos nomes. Sugiro começarmos com alguma letra que nunca é muito usada como título de heróis, talvez... Hm... Ç, isto! Ç
 Então, colocamos alguma letra em segundo lugar, talvez... K! E pra completar, colocamos algum nome de planta... Bertholletia excelsa!! Juntemos tudo, trocando as primeiras letras e colocando outras... Çertholletia Kexcelsa!!!
 Pronto!
Um pequeno plot de duas linhas baseadas na linha geral do Heroes of Deep Dungeon (HDD <3 p=""> 
Em uma eterna guerra entre os boxeadores espaciais e dançarinos ninja, Çertholletia Kexcelsa surge como a força da Fornalha do Boxe para socar todo mundo na cara e dar piruletas depois!!
 Deixa eu ver... Uma googleada para ver como ela será... Cabelo punk como de oitenta anos atrás... Uma atitude ambígua... Isto!! Assim!

 Isto!!! Agora, só mudar pra não dar direitos autorais pra ninguém e teremos nossa Çertholletia Kexcelsa, a Governanta de Eevadar!!!
 Ok, agora, por que vocês não me contratam HDD???
 :D
 Kwaii e até leitores!!!

 (Uma carta que achei de um jovem do futuro e postei pra não perder o costume)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Processo em aberto na Vara Civil

"-Uma opinião sobre eleições?
-Sim, se possível, estou aqui na coletiva...
-Hm... Bem... Não sei, eu preciso mesmo? É só um voto... Nem sei se meu candidato é bom mesmo, não sei...
-Bem, se você não valoriza o seu direito conquistado com luta, não deveria expô-lo
-"Expô-lo", nossa, que palavra difícil, bem... Eu votei na...
-Bem, isto é terrível, decepcionante até
-... Eu não queria falar você que está falando do seu e...
-Olha, se você tem esta visão e jogou seu voto fora, olha, pessoas como você não deveriam votar... Ou, ao menos, ler mais sobre o Seu candidato
-... É... Sua coletiva não está quase acontecendo?
-Sim, claro, falarei à todo o mundo agora, com licença, velho amigo
-Ok... Escolha bem as palavras
-Claro, pois você não escolheu bem o voto
-..."
Assim a Dr.ª Liberdade de Expressão começou a pensar em processar a Opinião por desacato de autoridade...

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Distribua o ódio por aí

 Aristides era um homem com uma dúzia de ovos na geladeira vermelha. Não aceitava bem o romance pela vida que os outros europeus, como ele, gostavam de ver em tudo, o dramalhão da vida moderna, seu tédio incontrolável e também como tudo tinha o sentido de ser extremamente tedioso e sem sentido não lhe interessavam. Aristides era um homem bom, apesar de não ir numa igreja.
 Então, durante um dia em que via desenho animado, teve a ideia de que poderia ganhar muito dinheiro se construísse algo realmente útil para a Humanidade que não fosse máquinas que curassem câncer ou uma nova ideologia para jovens se matarem. Aristides conseguiu, com o uso de alguns fios, placas de eletrônicos e um acordos com forças como a Sombra das Pérolas, fazer algo lindo e que poderia nos ajudar em vários momentos de nossas vidas: a máquina de ódio.
 Mostrou para Mariane, que ele pegava nas horas de café do escritório. Ela sempre odiou Júlia por ter um corpo melhor, Ricardo por ter lhe deixado e Felipe por ser um mau pai. Então, ela usou a máquina, abriu-a e, como disse o seu criador, pensou em todo o mal que sabia e queria e... Pronto! A máquina guardou todo o sentimento de Mariane e ela se sentiu leve, mais bonita e amada.
 Casou-se como Aristides em dezembro, mês das noivas. Eles eram felizes, ela nunca falava nada ao contrário do que ele queria e ele também podia fazer o que quisesse que ela nunca esquentava, "tudo esta bem, ele me ama".
 Ricardo era chefe de Aristides e sempre cobrava o fato das suas roupas desalinhadas com o tédio in office e seu horário atrasado nos eternos quinze minutos que nos separam da cama, o banho e o metrô lotado de gente. Aristides, porém, sabia que Ricardo era um homem ambicioso e desejava crescer, ele era detido pela política atual da empresa e da Economia (sempre em crise, não?). Numa das broncas, depois do almoço, Aristides perguntou para o chefe e seu bigode se ele gostaria de mudar sua vida, conseguindo tudo que quisesse quando não mais odiasse o que fazia. Ricardo, disse sim, claro.
 Ricardo, dizendo que ia ficar na hora-extra, encontrou com o homem e sua maleta cheia de engrenagens dentro, olhou lá pra dentro e, se sentiu mais leve. Dentro dos dois anos seguintes, Ricardo havia deixado a empresa em que trabalhavam, deixando seu cargo para Aristides. Montando sua própria empresa, o homem se tornou um dos mais meteóricos sucessos daquele ano. Se jogou do alto do seu prédio empresarial em dezembro, creio, sorrindo.
...
  Comprou, com o novo emprego, um terno cinza e novo, menores nas mangas e tal. Aristides estava feliz, porém, não tinha muito o que fazer nos meses de festas de fim de ano. Era sempre aquele caso de ir pra casa dos pais velhos e cheios de rancor... Dois dois lados. Então, resolveu animar um pouco a vida da família, depois do jantar, chamou os pais e os poucos irmãos e distribui a todos eles cartões com números, disse, tirando a sua pasta com a Máquina do Ódio de uma bolsa:
-Agora, vamos ver quem vai ser mais feliz!
 Tirou o pai, a mãe e depois a irmã. Todos iam num quartinho dos fundos, pensando em tudo que acontecera. Nunca as festas foram tão boas, Mariane estava grávida, seu pai se curou do câncer e largou sua mãe, que casou com o médico da filha, Felipe. A alegria estava instalada no outro fim de ano, de dezembro.
...
 Passara-se um ano sem que Aristides falasse mais da máquina, ele estava até que bem, com aquela criança chorona, a mulher silenciosa e o emprego dois cargos superior. Porém, um dia, precisaram sair e uma babá veio para a casa deles, acho que o nome dela era Lilica - belas pernas em botas e arquitetura: aconteceu na terceira visita.
 Ela se sentia horrível com tudo aquilo, estava gostando do velho Aristides ponta firme. Ele, porém, não queria largar a mulher tão cedo, filho pequeno e deveres morais. Então, ela disse que o odiaria para toda a vida, ao que ele respondeu:
 -Podemos mudar isto, sabia?
 -Como, Ary? Como? - Gritava
 -Assim... - Ele tirou do baú do quarto do casal a pasta, trancada com a senha 251.
 -O que é isto?
 -Algo para você esquecer, meu bem...
 -... Droga? Não posso hoje, tenho prova.
 -Não. Não sou disso, minha lindinha, olha aqui...
 Abriu a maleta e as engrenagens douradas e rubis começaram a tremer com o movimento:
-Olha e pensa em mim... Faz isto, por favor, e nós estaremos bem para sempre! Sua linda!
 Lilica olhou, com a cara inchada do choro e da noite. Disse:
 -Esta bem, entendi.
 Arrumou-se, foi embora e Aristides sorriu.
 Mariane chegaria no outro dia, velho Felipe morrera e tal. Ela chegou de preto, porém, se sentindo pesada, estava estranhamente olhando as coisas mais cinzas e 3D, tudo parecia, também, mais colorido, as coisas pareciam importar mais... Ela daria um beijo em seu filho e, bem, Ary estivesse lá, nele também.
 Subindo e entrando pelo apartamento, viu algo estranho, tudo parecia mais colorido... No quarto, um enorme escrito em vermelho sangue por toda a parede:
 -ARY, ME PERDOA, MAS PENSEI EM MIM E NÃO EM VOCÊ
 Aristides não estava mais ali, a pasta estava aberta e as engrenagens todas paradas, a criança dormia no outro quarto.



 
(Keaton)

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Espaço mudo

 Faz tempo que não recebo nada além de uma pequena luz pálida azul que corta minha tela esférica de minha nave. Olhando para o escuro eterno, minha tela projetada na janela coloca pontos e diversos elementos, talvez não tanto para a navegação, mas, para que eu não me mate de tédio.
 Tédio, a grande palavra da exploração de todos os tempos de nossa raça.
 Não há muito o que fazer além de anotar algumas ideias numa tela, tudo é quase que automático e alguns robôs vem e vão, com sua pequenês servil, levando para lá e para cá, arrumando alguns pinos e pontos-fundidos. Dei nome a cada um deles, os dezessete, que, solenemente, não me respondem, sabe, coisa de segurança: colocar voz em uma máquina sem sentimentos é perigoso pra cabeça...
 Então, em uma sinfonia insone, enquanto eu dormia com meu tapa-olhos, começa um tremendo barulho de luzes vermelhas piscantes e amarelas, a cor do perigo. Depois de cinco anos, algo acontece: as máquinas, enlouquecidas, correm de um lado para o outro, sacando facas elétricas de seus gabinetes que eu nem sabia que existiam, a máquina em forma de H põe-se a mexer-se, começa a sequência de ativação dos canhões de plutônio irradiado e dos círculos benzidos de energia eletromagnética, armas mortais. Uma única ordem aparece em toda a tela projetada pela nave, tomada agora de uma escuridão tenebrosa:
-SOREN, SOREN IAMATO, PREPARE-SE PARA O CONTATO
 Três gavetas abrem em meu quarto, uma com uma câmera ocular, indestrutível ao vácuo, ao qual coloco como uma lente, uma pistola-baioneta e uma pequena cápsula, se tomá-la, explodo atomicamente.
 Tudo fica em silêncio, em tremendo silêncio, as máquinas entram em modo espião, as câmeras em modo noturno e todo o som da nave é ampliado em alto-falantes em meu quarto: não são passos, são barulhos de arrasto, então, a porta da nave externa abre-se, ouço grunhidos e, logo, vários arrastos entram...
 A porta abre-se para o salão central, firmo o passo... Ele treme, firmo de novo, ele treme e continuo pelo estreito corredor até o salão central.
 Eles demoram a vir, o arrasto continua por uns dez ou quinze minutos, não lembro de ter nenhuma ideia ou sensação de heroísmo naquela hora, estava com pistola no coldre e a lente coçava; a cabeça vazia, mas, na espinha um pavor, tudo parecia mais escuro e a porta do salão, maior, a disformidade do pânico.
 Abre-se a porta.
 Um gás invade a sala, fecho meu capacete oval, tudo fica amarelado e meus olhos turvam, grito para o computador iluminar, as projeções no ar começam a vermelhidar... Na porta vultos enormes aparecem e, de repente, um entra... Um lindíssima mulher de olhos gatunos, uma lince de cabelos castanhos...
 -Fale comigo - estremeço a voz
 -Gkltar glutar... - Grunhidos que não compreendo... Entretanto, ela mostra para que eu retire o capacete, não aceito, acenando com a cabeça, o que ela não entende, fazemos mímicas estranhas entre nós...
 Algo voa dos outros vultos, acerta minha cabeça, neste momento, os robôs diminutos e com suas rodinhas, saem das paredes e tiram suas facas, toda a nave é iluminada, de forma que os vultos se revelem e, talvez, fiquem cegos... Olho para a linda moça por uma última vez, até que meu capacete se quebre e o gás entre... Desmaio

 Ela me dá um beijo em um enorme deserto... É tudo muito amarelo e nada parece acontecer além dela me olhar com olhos castanhos-azuis... Ela seria uma mestiça? Um feito-em-laboratório? Não sei, não me importa...
 Me toma pela mão e me leva entre enormes construções estranhas, parecidas com árvores, sequoias de pontas coloridas, apenas vejo pessoas de branco nelas. Ao fundo, em montanhas vermelhas, pontas se acendem para o céu, como nossos foguetes na Velha Terra. Então, seguimos entre alguns arbustos dispostos em círculos e ela me mostra uma pequena lata avermelhada, eu a abro e o ar amarelo escapa dali...
 -É isto que me deixou assim?
 Ela apenas aponta para a lata, ninguém fala ali, o silêncio é tenente, mestre daquele sonho inteiro, apenas escuto minha respiração, apagando... Ora, acordando.
 Saco a minha pistola, ela me olha atentamente, sinto que os outros, todos vestidos de branco, também me observam atentamente... Sinto que posso ainda ter contato com alguma forma física de mim mesmo, então, coloco a pistola no coldre novamente e, pensando muito bem naqueles instantes, tiro de um pequeno bolso a pílula e coloco na boca... Ela age em cinco segundos, se meu coração parar, e isto é que ele não faz naquele momento
 Olho para os olhos dela, ela me fita profundamente, sinto que nós temos uma certa semelhança... Talvez o "tal espírito" que os filosofógrafos buscavam em tantas colônias e teorias... Não sei como comportar-me, nem ela...
 Então, tomo ela me meus braços e os outros movem-se para tirá-la de mim, sou mais rápido e beijo-a profundamente.

 Tudo clareia e estamos no salão, a fumaça se dissipa e há um enorme ser caído aos meus pés, é um enorme ser lesmiforme, com braços peludos e face de uma boca e dois olhos, acho que são olhos. Ele está de certa forma desmaiado... Os outros me olham, estão com carapaças negras de adornos amarelos... Eles retiram pontas que seguram com seus três braços peludos, os robôs se lançam enquanto gritam um avisto: "ARMA TÉRMICA REGISTRADA"
 Fecho os olhos e abaixo minha cabeça, eu fui um péssimo embaixador para a única raça inteligente encontrada por nós em cento e cinquenta anos... Então, quando olho para o ser caído aos meus pés, ele sorri pra mim e pressinto ser ela...
 Veja só, nunca me apaixonei na Velha Terra nem em Tritão, nem em Zéfiro, ou outra colônia... Estranho este mundo...
 A arma dispara e meu peito explode em faíscas vermelhas do meu sangue, os robôs trucidam os seres que grunhem algo... Enquanto eu estou caído, tendo voado pelo salão e batido na parede, olho para a cara do ser na minha frente, ferido, acho que vi um sorriso...
 O flash da cara da mulher da ilusão me vem, então, sinto um enorme fogo subindo e, bem, logo, tudo fica claro e eu sou o primeiro a encontrar o som no espaço.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Terno Marrom Escorrido

Naquele momento em que você está totalmente sem ideias, e copia e cola o mesmo que escreveu para outra pessoa para aquela aquém você não sabe muito o que dizer de diferente, sabe? Aquele momento?
Assim disse o escritor com seu terno marrom do alto da sua torre com seu dirigível amarrado... Ele queria ter ficado mais tempo com sua Princesa de Cabelo Vermelho e Amarelado, mas, não deu, não, não deu.
Algo mais forte veio antes, algo terrivelmente periclitante: cheia de palavras difíceis e hifens malditas, corria o corredor da noite, um enorme buldogue de bochechas velhas para ele, segurando uma lanterna com seu ternim verdim ele bate na porta do cortiço:
-Ela chegou mestre, ela chegou!
-Veio em tempo, ainda, caro servo, veio em tempo!
Foi lá os dois na motoneta nas vielas tortuosas daquela cidade portuária que já não me lembro mais o nome de Waum, foram os dois teimando o som estridente até uma enorme construção, um daqueles, arranha-céus de ponta redonda que tanto amam por aí.
Ele desceu, tirou a colheira do cão e disse: - Agora estás livre!
E subiu as escadas, enquanto o liberto bebia já na rua, feliz, simples assim.
Subiu as escadas principais e adentrou salão rosa, já cheio de curiosos de caras pintadas pálidas.
De lá, virou a esquerda na esquina e entrou no elevador, que era como um tubo de vácuo, espelhado e transparente, falou para o ascensorista (palavra que nem sei como acertei aqui no teclado):
-Por favor, o 22!
-Mas, senhor, está fechado! Para "aquela"...
-Eu sei, mas, para mim não está!
E o senhor pardo o respeitou, mesmo ele sendo um cara de pé-rapado.
Tocou a sineta e foi até lá.
Chegando no andar, o homem de terno marrom disse ao outro: - Vende tua pistola? Sei que vocês todos andam armados, afinal, com as aranhas que temos nesta cidade, poderia-se abrir um rodízio de churrasco!
Meio deprê o homem lhe deu, por 20 mangos da inflacionada moeda, o jovem-jovem foi indo pelos andares platinados, até que as estátuas branquelas de dois seguranças o pararam:
-Quem vem lá?
-Quem és tu?
-Eu? Não viu minha arma? Sou segurança como você!
-Ah, é?
-É!
-Mostra então o nosso aperto de mão secreto!
O homem foi lá e beijou a face do gigante gorila branco, ao outro, uma narigada no rosto que fugia:
-Estão desarmados!
Os dois viram, sentindo nos sobretudos, que não mais estavam, ficaram de boa, e o rapaz voltou a correr.
Ele sentiu que logo tudo estava acabado
E correu, correu até o quarto 22 no andar 22
Com tiro na porta, vários seguranças se ouviam na escada.
Estava um homem de cauda de pavão maquiando uma jovem platinada alva. Ele disse:
-Vai mexer com um Mago, meu jovem?
-Não, mas, o senhor vai encarrar um chumbo grosso?
-Nesta situação, até que não!
Então, o outro saiu correndo e ela lhe virou a cadeira: estava enluarado o dia e os passos da segurança já aumentavam o raiar
Ela disse; então, você conseguiu? É um dos poucos em rebeldia...
-Sim, sou um dos poucos mesmo... E consegui...
Então, ele encontrou a sua alva, a sua Ideia.
Beijou-a, e escreveu esta história.


terça-feira, 28 de maio de 2013

A Face de Marte Sou Eu

E, de repente, esteve Face à Face consigo mesmo e, 
teve medo de ter descoberto a América
Desesperado humano, Émilie estava com medo da potência que seus dedos tinham. Havia anos, desde que seu gatinho morreu por deixá-lo cair num balde que ela não sentia este poder aterrador, de ter nas Mãos como Operar o Mundo e não ser Operada por ele.
Correu para fora ainda com o cano fervilhando pelo que havia feito. Com medo, correu. Fugindo dentro daquele elevador, Dona Marquesa olhava para ela, estranhada, com a mão dentro da jaqueta verde musgo, retribuída com olhar assustado da garota, que, apenas lhe respondeu com dentes amarelos um:
-Bom dia!
E saiu, mancando, enquanto a velha ia para o lado contrário da rua, pois, já era hora da feira das frutas de quarta-feira.
A garota pegou o ônibus das sete e meia para o Terminal Leste, tentar pegar o último trem da manhã, antes disto, com o veículo vazio de fora da hora do rush e sem que o cobrador visse, desovou uma Colt Dragoon 48.
Às 10 horas, Tia Elba entrou para alimentar o gato da sobrinha e deu um berro. Em meia hora todo o prédio estava lotado de curiosos envolta do apartamento 4692. A Volante chegou com as veraneios lá por umas duas horas depois, com soldados esfomeados e grandes chapéus verticais:
-É, é isto... Uma assassina... - Disse o cara de sobretudo, Detetive Patuccio.
==
Émilie pintou o cabelo, comprado pelo sacado dinheiro, já rapidamente quando desceu do trem, outro lado da cidade, umas duas horas de distância de onde estava, usou daquele pequeno banheiro, na pensão que alugara. Com mexas vermelhadas ainda alaranjadas, a guria olhava para a televisão arredondada, vendo sua foto de face antiga sendo veiculada, pôs uma pinta na cara, perto do nariz e umas sardas falsas, saiu para comprar vinte pães de mortadela para se manter.
Olhando o entorno da padaria, sentiu que todos sabiam quem era, sabiam que seus olhos de ressaca carregavam a morte, porém, ainda convenceu-se, passo após passo, palavra após palavra para pedir o pão. Para sair, andar três quadras, chegar na pensão. Olhar-se no espelho: havia mudado, havia uma arma disparado e matado aquilo... Sim, aquilo... E seus olhos negros de borrados, olharam pela última vez uma lágrima de culpa, uma única e cristalina lágrima:
-Eu, - disse - Émilie Dimme Souza, matei o Demônio Pazu, com um tiro em seu peito.
==
-ENTREGUE-SE ÉMILIE! ENTREGUE-SE! ESTÁ CERCADA!! - Falava no megafone o Detetive Patuccio. No quarto, a guria olhava por uma fresta da janela, todo o resto estava fechado, inclusive uma cômoda estava na porta.
-SE VOCÊ NÃO SE ENTREGAR, ENTRAREMOS AÍ! O CHOQUE SÓ PRECISA DE UMA ORDEM MINHA!! - Gritou de novo o Detetive.
-Então, é isto, esta acabando a minha história... - Olhou-se para o espelho e não aparecia o seu reflexo, efeito de ter matado o seu demônio de dentro, Pazu...
O choque começou a subir as escadas e a mulher que estava ali com Émilie, a dona da pensão e seu marido, amarrados como reféns, temiam morrer, apesar de que a garota ruiva de pinta nada com eles iria fazer. Olhou uma última vez para o sol, enquanto o barulho ficava mais intenso:
-Será... Será que os Filósofos estavam errados? Haverá um céu lá fora, depois de nossos círculos atmosféricos e ventos jet-spring?
Os sons da porta sendo forçada, logo, ela estaria com um tiro na cabeça, como era praxe:
-Enfrentei uma vez o demônio que existia em mim, quando o olhei Face à Face, apenas vi... 
Ela descobriu, então, algo dentro dela, uma força que não sabia que tinha, olhou-se no espelho e, espantada, viu que tinha novamente reflexo, o que significava que... Ele, ele estava vivo!
...
Os soldados do Choque entraram e atiraram em sua cabeça e...
Espere... ESPERE!
Émilie tirou de seu casaco a Colt Dragoon 48 que pensei que ela tinha jogado fora, há tempos: acertou cada um dos seis soldados nas pernas ou braços, entrou no banheiro: no armarinho, mais balas: acertou mais soldados...
Desceu as escadas, acertando-lhes tiros, quebrou um pau da escada em que estava e por lá desceu:
Deu com um tiro no ombro de um soldado treinado do choque e dele pegou sua metralhadora, colocando-a na barriga, apenas tiros de advertência.
Quando das escadas terminou de chegar, à porta da rua estava em sua cara, os pedestres corriam, a "Maníaca que matou seus Demônios de Dentro", diziam.
-Eu... - Olhou a guria - Eu chamo pelo meu maior rival! Pazu, te mostra!!!
...
Eu, então, me revelei, das costas de Patuccio, que para mim era menos que uma marionete, confesso, um robô que comprei e montei num fim de semana. Minhas asas marrons e minhas mãos estavam frias... Em duzentos anos, ninguém havia me visto antes...
Com um movimento de mão, usei do Temor para paralisar cem metros de todos que estavam ali, paralisados, apenas veriam aquela criatura corajosa. Pus meu chapéu e arrumei o meu colete, dele tirando uma paia de cigarro:
-Sabe, menina... Deveria ter deixado que eu te violentasse... Se teu sangue eu tivesse tirado, teria deixado você em paz, esmigalhada e em mil pedaços...
-Pazu... Você é um asqueroso ser... Fugi de você por anos, até que cresceu no meio dos meus peitos, brotou como uma rosa que não saia... Saiu como o temor que sempre tive...
-Vocês terráqueos são muito desobedientes, muito estúpidos... Você sabe, garota, se morrer em um duelo comigo, perderá a capacidade de ser revivida, mesmo em um robô com coração de dínamo...
-E se você morrer, Pazu, o Marciano, o que acontecerá?
-Então, você terá matado um Capitão-Mor de Marte na Terra, nunca terá paz, verme! Nunca!
-Desde 38, como aprendi na Escola para Escravos, vocês atormentam-nos... O que acha de morrer?
-Não pode matar, garota, não pode matar aquilo que vive dentro de você... Eu sou...
Émilie olhou para Pazu, viu que ele se distraiu e estava longe de sua Pistola de Gravidade Alternada, que no colete estava presa, ela, com a arma na mão:
PÁ!
o tiro no peito da criatura, mortal, fez com que ele gritasse e levasse a mão para a pistola:
PÁ!
mais um tiro, agora na barriga, ajoelhou o bicho
-Ainda que uma pessoa olhe para dentro de si mesma, nunca lhe faltará força nem medo...
e a cabeça dele explodiu.
==
Em 1938, quando Welles avisou que havia algo errado e foi encontrado morto, no teto de seu hotel, dois dias depois, foi chamado de louco. Em 45, provou-se que os discos e tentáculos estavam aí, escondidos, sobre nossos podiam explodir cidades inteiras... Nossos carros cauda de peixe e em formatos de foguetes e os potentes V2 não foram capazes de destruir aquilo que veio e nos dominou, no Governo Mundial...
Entretanto, uma pequenina moça, com uma Colt Dragoon 48 começou uma nova batalha, agora, entre homens e os Outros, que no fim das contas, eram eles mesmos, dentro dos corações, alimentando-se das emoções e vivendo desde nossos fetos, em nossas mentes se escondiam estes marcianos com nomes demoníacos...
E, as vezes, entre eles e nós mesmos, há única barreira e também fortaleza de ataque, era se aguentar olhar a si mesmo no espelho.




quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Menina Coelho 3 - Ab alio expectes quod alteri feceris


Cápitulo 3 - Ab alio expectes, quod alteri feceris

 -Eu voltei. –Disse César
-Então, está aqui, para terminarmos com isto.
-Sim, estou... Amigo Saudade... Estou acabado... O que vivi nesta viagem...
-Eu sei, a luta com os Serafins me destruiu, me fez perder meu sonho, minha agora Violeta
-O que fazer agora, os Serafins estão comigo...
-Eu lhe falei do meu genro, Tomas... Não?
-Sim
-Ele é a única coisa que pode mata o mestre do Castelo Hospital, o Poderoso...
-Mas, como assim? E os Serafins?! Tudo que passei... Foi, por nada?
-Não, meu amigo César... Eu não poderei vencer sem os dois... Pois, Tomas faz parte de minha filha, assim como ela faz parte de mim...
-O que acontece agora?
... E no silêncio, o pássaro ouviu o que devia fazer. Ele fizera um trato, e agora terminaria seus dias:
 Tomou a última lágrima.
 ...
 Nas portas do enorme Hospital viu surgir o Poderoso... Ao seu lado direito, a Enfermeira, no esquerdo, a Filha. Ele olhava um pássaro que estava ali há semanas e sumiu por meses... Porém, voltou há alguns dias e agora estava ali... Ele viu nos olhos dele e achou estranho...
-Quem é você? – Perguntou o Poderoso
-Eu, eu sou ele!
 Então, o Médico temeu, como nunca em sua vida... O pássaro falou e depois se transformou eu um homem de olhos distantes... E a Filha gritou:
-Pai?!!!! – Então, algo doeu nela e ela desmaiou...
-... – O Médico viu aquilo e não acreditava... Aquela imagem nas fotos de sua  falecida esposa, ao qual ela disse que era um Ser Maior que ele e que o fez desejar a morte de tudo que havia nisto, pois, apenas um poderia ser Grande: Ele mesmo. Levantou os braços e deu um tapa na enfermeira:
-Chama nossos filhos!
 Ela, com maquiagem borrada, foi chamando cada um dos números do alfabeto, aos quais foram saindo das portas do prédio branco uma enorme número de soldados de negro, com metralhadoras...
-Você! Pai desta fêmea pequena ao qual ainda não consegui que tenha uma cria minha, qual é teu desejo?! Como quer morrer para o Maior de todos?!
-Meu desejo? –Sorriu o homem profundo – Violeta... Ela vai sonhar novamente, mesmo que tenha de acabar com todo este mundo! E com eles acabarei!
 E apontando para o chão, tudo tremeu...
 Do Leste apareceu alguém, era Cimitarra, com um exército de pessoas com roupas e flores nos cabelos. Junto dele, do Nordeste, veio o Caído, com raposas munidas de dardos e bestas... Então, houve um lançar de armas e tiros.
 E na chuva de morte, o pássaro pegou a deslocada Violeta e correu com ela, correu e correu, enquanto a chuva caíra e explodia em ventos de fogo.
 -Não, volta com minha fêmea e cria! – E lançou o médico para cima dos dois, com grande tamanho eram seus passos, porém, segurado por Cimitarra foi... Que o golpeava e tentava impedí-lo de caminhar e pegar Violeta
 Nisto, a Enfermeira, pegou uma pistola e em uma nuvem que a escondia, atirou nas costas do pássaro... Ele ainda correu mais um pouco, com Violeta nos braços, entrando em uma casa abandonada...
-Estou... Estou...
-Quem... –Disse olhando com olhos verdes a moça – Quem é você?
-Velha amiga... Sou eu, aquele que caiu pela sua história, aquele que veio te salvar... Mas, que você não conhece assim... Sou eu, apenas eu... – Eu uma lágrima caiu da face daquele ser... E ele voltou a ser o que era
-César... – Então, então ela acordou e viu
 Virou-se para a porta e lá estava a Amante Enfermeira, ela apontou a arma para ela, mas, Violeta não temeu... Minha filha não temeu mais. Ela gritou e logo muitos dardos acertaram o corpo da mulher que deixava-a dopada,  ao qual virou uma massa de açúcar podre e morto...
 -É hora... É hora de César ser o que és!
 Então, a Filha saiu e viu o caos da batalha, viu quando Cimitarra teve suas asas coloridas e braços arrancados... O Serafim Caído o tirou dali e tentou acertar o Poderoso com um tiro, mas, apenas o deteve... Ele crescia, ele crescia...
  Violeta olhava tudo aquilo... Olhou César morto em um canto, temeu por tudo... E o Médico crescia, sua face ficava mais medonha... Então, a moça ferida por tudo, olhou para o lado e ali esta um ser de armadura negra e capa branca, orelhas de coelho e cabelo ruivo:
 -Olá!
-Olá?
-Eu acabei com seu pai anos atrás... Mas, eu sei como parar com tudo isto!
-Quem é você?
-Meu nome?... Eu sou apenas alguém... Alguém, Silêncio...
 Violeta não mais entendia... Mas, eu sim... Logo, o Exército de Filhos do Poderoso estava vencendo e cercando tudo com suas balas... Porém, o Serafim Mudo levantou seu braço e do ar se fez um elmo negro, ao colocá-lo, disse para Violeta:
 -Nós apenas podemos destruir o corpo físico do Médico Monstro, apenas você, apenas Violeta pode ter a beleza de matar seu poder... E a maior beleza que tens está em algo que teu pai te deu! Há anos! Lembra dele! César, o Pássaro Guerreiro descobriu qual era... E agora você, jovem futura rainha de sua vida, deve se lembrar!
 E o Serafim abriu as asas mais brilhantes de celofane de todas, e voou, em direção ao monstro... Levantou teu braço e nele disse:
 -Avante! VINGANÇA DOS FUTUROS!
 E de toda a parte de suas asas caíram maçãs, e das maçãs explodiram crianças... E as crianças voavam e caregavam mais maçãs...  Em todo o soldado elas caíram, e pelo corpo do enorme Médico elas agarraram e seguraram... O Gigante Poderoso Padrasto caíra, e ele temeu aquilo:
 -Quem é você?!
-Eu? Eu trago algo que a tudo caí... Eu sou o Silêncio de todo o poder... E cada criança aqui é um de seus filhos, alguém que você prendeu sobre a égide da sina!
 E Violeta viu o medo daquele homem que havia feito aquilo com ela... E, lembrou da morte de César... Então, ela caiu e lembrou-se do Pai:
-Veja, filha... –Disse ele para ela – este é seu amigo, este é Tomas!
Então, lembrou do segredo que seu pai lhe deu: um amigo para todas as horas, um amigo que havia sido seu marido até... A lembrança foi crescendo até que ela, Violeta, olhou para o lado e viu um rapaz de gravata e terno... Ele disse:
-Há muito tempo gostaria que você voltasse, pequena Violeta de meus dias...
-Tomas?
-Sim... Apenas um pequeno amigo imaginário... Apenas algo que seu pai fez para você e por isto morreu...
-Desgraçado!!!!!!!!!! –Libertou-se o Poderoso e olhou, gigante, para o pequeno rapaz, que recitou:
“Um a Lágrima virou Rufião
Outra, Alice
Outra, Bigodudo Professor
Da penúltima, virou um Serafim
E na última, tornou-se o Pai Silenciado
De uma letra virou Mapa
Da segunda, virou Saber sobre a City Apple
E na última, o medo do Desejo
E da Maçã virou futuro...
E eu sou a Esperança!”
 E tocou as mãos de Violeta, e ela soube que por um momento, lá atrás, lá no começo da história, ela foi feliz...
 Ouvi então um estalado, e havia um buraco lá, no Cemitério.
 O Poderoso parou, ele olhou e aquele não era mais o Pássaro na forma do Pai, mas, o verdadeiro Pai... Tomas se transformou em Pai... O Amigo Imaginário que nunca deixou a mente da menina estava de volta!
 -Olá e adeus, filha! Com um sopro se vai um sonho, com um acordar você volta e estará tudo bem... Seu pai sempre estará aqui...
 Sobre os olhos de pavor, o Poderoso ajoelhou e o Fantasma Pai com soco lhe explodiu a cabeça, o sangue jorra! Sangue que apaga tudo!
 Tudo acaba, tudo acaba... Menos o que sonhamos um dia!
 Então, Cimitarra, Caído, Mudo, as crianças-maçãs, as raposas arqueiras, as pessoas flores, o Hospital, City Apple, os Campos, Alice, César, Tomas, o Padrasto, a Mãe, o Pai...
 Tudo se apaga.
 E... Quando acordei, o silêncio não mais havia...
Apenas um olho aberto e sonolento
Apenas um sonho da menina
Menina Violeta
?

domingo, 7 de outubro de 2012

Alquimata III


Alquimata III – Visita na Tabacaria
 Pegaram o metrô em direção ao Ponto Sudeste, no Sistema Radial de transporte de Campos Gerais, tudo saía da cidade ou entrava deste jeito. E lá iam o jovem Onório, sentado apenas olhando a espada ao qual ganhara, embainhada e acorrentada, Rita, que estava fumando em lugar proibido, e o Velho Dimas, lendo um livro de Nelson Rodrigues.
 -Velho...
 -Sim, Mestre Onório?
 -Mestre? – Perguntou Rita, assustada em sua cara.
-Sim, – respondeu o senhor quase careca e pequeno – agora ele é o Rei do Mundo dos Luparinos, e como nós o somos, devemos chamá-lo assim.
-Ah... Sim...
-Hey, Rita, cale a boca! –Gritou o jovem de mullets e camisa listrada verde – Os humanos estão conversando aqui, ok?
-Oras... Seu...
-Tome, Rita, leia um pouco... – E Dimas deu para Rita um livrinho, se bem lembro, Jerusalém Libertada, acho que uma ópera antiga – Vai saber muito mais lendo do que berrando.
 Ela obedeceu e o jovem continuou:
-Os Altos de laranja que estavam com a gente... Se eu sou o chefe, por que deixaram a gente depois de me anunciar?!
O Velho se aproximou de Escapuleri e disse, segurando seus ombros como que para um segredo:
-Nunca confie nos caras de laranja! É uma cor que dá azar...
-Como assim? Eu não sou O CHEFE?
-Não. Você é apenas o Portador da Espada de Salomão, esta, que você tem nas mãos... Cada um dos Três Clãs de alquimistas tem uma arma: a Espada dos Luparinos, a Javelin dos Be-Strokers e o Escudo dos Montemartinos. Estas armas são importantes, não os Portadores... Elas contém todo o segredo das principais magias e selos que cada um dos nossos povos possui, em quinhentos anos de guerra entre os Alquimistas, nunca perdemos esta arma porque sempre há alguém para protegê-la, se não forem os Altos Alquimistas, o próprio Portador deve ser de todo o modo proteger a arma!
-Ok... Os Três Clãs dependem disto? E nós nunca soubemos? – Onório olhou para Rita, ela nem estava ali para a conversa, apenas lia seu livrinho, devorando-o enquanto o mesmo dava vermes em seu cérebro de Djanho. –Enfim, e agora?! Eu não posso nem tirar esta espada da bainha! Como vou proteger alguma coisa?
-Bem, garoto, estamos indo pra um ponto da Metrópole visitar um velho amigo meu...Dono de Tabacaria.
-Por quê? Isto é hora de fumar um begue?
-Não, vamos lá porque ele é alguém que pode explicar sua situação para você.
 Desceram na Estação Central da Lapa, uma antiga cidade daqui. Tiveram ainda que tomar um ônibus para uma região perto do Aeroporto 125, deserto e degradado, um bairro surgia do mato verde que ainda se via ali. Em uma casa de dois andares e estilo polaco, com teto pra neve apesar de estarmos nos trópicos, lá estava escrito na plaquinha:
Tabacaria Xavier
Cinquenta anos servindo o melhor tabaco legal para sua família
 Entraram e já estava noite, foram recebidos por um velhinho mais velho que o Velho Dimas, só que mais alto, apesar de ser oriental, acho que japonês. Ele abraçou o companheiro idoso e logo todos foram tomar um pouco de chá, enquanto ele fumava um enorme cachimbo fedorento.
 Ao entrarem na Sala de Chá, dentro da loja, uma enorme biblioteca. Olhando para o chão, Onório disse para Rita:
-Tome cuidado, este velho é esperto...
-Sim, entendi! –Disse ela fingindo agora ler seu livro e com uma faca próxima da mão, mas por baixo do casaco.
 -Não precisam se preocupar, ele é confiável, meus jovens. –Disse Dimas – Xavier não possui nenhum vínculo, ele é um Sem-Clã.
 Diante da cara de espanto dos dois, o japonês completou:
-Exatamente, sir! Francisco Xavier de Oliveira, um orgulhoso velho Sem-Clã! E não se preocupem – Apontou para chão – este Selo de Estrela de Cinco Pontas aqui é contra todo o tipo de magia, mas, não é para vocês serem atacados ou algo assim... Se tentasse atacar alguém que é amigo do Dimas, com certeza estaria morto hahahahahahaha e olha que sei disto, ele já foi meu amigo! Hahahahahahaah
 Os dois gargalharam por alguns minutos. Depois disto, sentaram em um sofá velho e Dimas contou a situação que aconteceu naquela manhã, ao qual o japonês perguntou para Onório:
-Oras, então, você é o Chefe dos Luparinos agora! Que grande honra! Eu vi tipos como você apenas me perseguindo ou ceifando cabeças alheias hehehe e já faz uns cem anos?!
-Não vale nada, na real, este título aí... De que vale ser o “Chefe dos Luparinos” se nem posso ser protegido ou algo assim?!
-... Hm... –E assoprou o velho Xavier  seu pito – Acho que Dimas veio aqui porque tenho algo bem didático para explicar esta situação, ainda mais para jovens como vocês, que não gostam de ouvir como eu ouvia de meu pai, lá na Terra do Sol Nascente...
 Ele levantou-se e tirou os panos de um velho maquinário no meio da biblioteca:
 -Isto é uma Maquiladora de Metempsicose, algo velho e antigo... Funciona como um mostrador de slides de hoje em dia, mas, é melhor...
-Hm... Por que melhor, velho china? – Pergunta a curiosa engenheira Rita.
-Ele é baseado na Metempsicose, o transporte do que nós chamamos de aura para outros corpos... Ela faz isto e, assim, pode-se passar um tipo de “filme” com as antigas histórias do passado, reproduzindo tudo o que viveram aquelas pessoas e...
-Oras, por favor, comece logo, Xavier! –Fala Dimas – Mostre ao rapaz de uma vez!
-Ok, sir!... Continua um chato – resmungou o velho japonês, que pegou alguns ossos e jogou numa rede de tubos que havia para um enorme triângulo branco. Logo, tudo começou a se encher de fumaça e o velho pitou seu cachimbo e assoprou, misturando as duas névoas...
-Mas, o que...
-hehehee isto é para o show! –Sorriu o oriental e deixou seu cachimbo em uma mesa. – Agora, se me permitem, vou ao banheiro que o chá desceu na bexiga!
 Então, apertou o velho um botão e uma luz encheu a sala...
Começa a narração de uma voz pra dormir, só que como se fosse a sua voz que falasse para você mesmo. Uma sensação estranha de perder o controle de si mesmo, ao qual começou dizendo, enquanto cada imagem que ela ia comentando se mostrava em sensações para nossos sentidos:
Então, no alto da Guerra entre os Alquimistas, Três Clãs vieram à tona como a espuma da água do mar que invade a terra, vem e lhe rouba a areia, para os Castelos Submarinos.
No século XV, nos restos da Cidade Romana do Ocidente, se ergue os Luparinos, poderosos da Pele Vermelha. No sultanato púrpura, amarelo e vermelho de Solimão, que com seu Sabre baniu todo o Mal sobre seu Clã e numa floresta, encontrou o Lobo, símbolo de toda a Criação Luparina...
Nos anos de 1000 até 1790, uma enorme batalha se findou, e dela, surgiram os Cores Azuis, Cinzas e Castanhos, entre dois clãs inimigos surgiu um vitorioso apenas: os Montemartes. Dotados da defesa de todo o saber e mesmo sendo de Sicília, seu reino se deu nas florestas insólitas e negras da América Espanhola, sobre o Signo de Aldovaz, o Andarilho...
E na Era do Vapor, dentro de um povo sueco com fome e sede, todos os que se dão nome de Clãs do Norte Austral se unem, sobre um signo Bispal e de cores Celeste, Branca e Rósea, sobre uma única Justa e para uma única Guilda, dão-se o nome de Be-Stroker, os “Para Limpeza”. E em todo o navio vitoriano se vão, conquistando e colonizando, sobre a efígie da Santa Javelin usada pelo descendente do Santo Aurélio, Romano devotado ao único senhor dos Be-Stroker...
Com os três nomes dos Grandes Clãs do Ocidente o mundo se assombra, tamanha é a força e expansão de suas pronúncias e força... Porém, anos negro se vêem
Se vão... E chegam.
A Guerra contra os Inimigos de Todos os Bruxos se dá, e todos se unem!
Porém, a Vitória parece não vir sem o Ego, ao qual consumiu todos os Líderes dos Três Clãs... Na Batalha Quase perdida, apenas os Antigos poderiam ajudar
E das tumbas eles se erguem, Vencendo, todos e tudo!
Selam as armas para que apenas aqueles dignos pudessem usar... Dignidade conseguida apenas no brilho prateado da guerra contra coisas bestiais, como os terríveis...
 ...PLAFT!
 Neste momento, o Velho Dimas sai de sua cadeira e corre em direção ao banheiro, sacando sua pistola. Levanto-me e ainda com bolinhas brilhantes, faço o mesmo, enquanto seguimos pelo corredor, pergunto:
-O que há Dimas?
-Você não ouviu? É barulho de passos!
Ele abre a porta, nisto, Rita já está atrás de mim, portando sua faca. Todos nós paramos, sem nos mexermos... A cena é bizarra: o velho Xavier está com a cabeça decepada, com o corpo ajoelhado em frente ao vaso sanitário. Olho o espelho e há inscrições, na boca da patente, o mesmo.
-Velho, isto é uma Maria Sangrenta?
-Sim, é sim garoto... Mas, parece que ela já terminou, era apenas para o velho Xavier... Se você olhar o espelho, já está queimado e a água da patente, limpa... O feitiço terminou...
 Me aproximei devagar e tirei o corpo decapitado  parecia que o japonês tinha sido acertado no peito e jogado na patente, aonde a Maria Sangrenta foi escrita. Um dos feitiços mais macabros, faz com que toda a massa de água tornar-se uma Devoradora de Membros (em geral, apenas um), - no caso, se escolhem privadas por serem as mais fáceis de se encontrar... O que deu a superstição humana de um “fantasma”.
-Estranho, -diz Rita- teríamos percebido algo como uma Maria Sangrenta... Não ouvi nada!
-Mesmo um ouvido de Djanho, Rita, está prejudicado pelo Selo de Estrela 5 Pontas da biblioteca... Não daria pra ouvir... Na verdade, nenhum humano poderia sequer fazer uma magia com aquilo escrito no chão, usando ferro fundido...
-Mas, velho... Como você? ...
-Espera! –Grita Dimas, ao qual corremos de volta para a sala.
-O cachimbo do Xavier! – Diz o velho. – Sumiu!
-O que tem aquele pito fedorento? Nem se pode fumar mais em local público! – Diz Rita.
-Aquilo era uma arma mágica, Rita –Digo eu para ela. Olho em volta e vejo que os desenhos no chão derreteram, algo poderoso havia passado por ali.
 De repente, sirenes tocam. Dimas grita para tentarmos achar uma saída, mas, a biblioteca não possui nenhuma.
 Então, entram Policiais Militares com metralhadoras Tommy Gun e na frente deles um gordinho que diz:
 -Capitão Torquemada! Vocês estão todos presos pela Polícia do Estado Paranaense!

MUSIQUETA




Alquimata XV


Alquimata XV – Assassina



Não conseguia dormir, aqueles malditos tambores faziam a minha segunda-feira pior do que todas as outras, mesmo as de quando ainda trabalhava e não vivia de uma pensão. Eles ficavam ressoando e batendo na minha cabeça... Me fazendo, em pulsos, me lembrar o que aconteceu ontem
 Uma reunião na paisagem alaranjada daquela cidade, tudo estava fedendo a novo e eu com o Velho Dimas, estávamos discutindo o que aconteceu em uma reunião relâmpago por vídeo-conferência que ocorrera no Bar do Oswaldo (point dos Luparinos).
 -Não é possível que isto aconteceu... Tão perto da Guerra contra os Trolls, Vanda morrer assim... De ataque do coração
-Sim... –Disse o Velho, ele estava mais calado do que nunca
-O que foi?
-Sabe, acho estranho... – Falava e olhava pra baixo.
 Eu nunca soube, ficava apenas pensando em tudo aquilo, naquela maldita segunda-feira. Os tambores iam batendo cada vez mais fortes e fui ao banheiro, estava no Hospital Universitário, mas, não estava. Olhava pro espelho e minha cabeça no dia de ontem:
 -... A morte de Vanda trouxe um velho do túmulo dos Conselheiros dos Be-Stroker, Søren...
-Quem é Søren?
-Ele é alguém, bem, alguém que eu poderia chamar de Místico e Severo... – Andamos e atravessamos a rua, já não havia mais sol laranja e tudo começou a ficar em um estranho breu. Enquanto chegávamos às lajotas da rua de nossa casa, senti uma névoa nos meus pés.
-Mas... Isto não é importante – continuou Dimas, meu amigo – sabe, há muito tempo, te levei até a Antioquia, em Esmirna, naquele lugar, que chamamos de lar, soube que você seria grande...
-Hum? O que você... –E a névoa cresceu percebi, enquanto chegávamos perto de um beco escuro, havia alguém com cachimbo ali, de onde saia toda a névoa – Entendo. – completei
-Hm... Tome cuidado, ok? Você agora é o Líder dos Luparinos... Os Maiores Alquimistas! – E gritando em alto e bom som, disse: - Não deixe de respirar!!
 E o velho Dimas abriu o olho direito e revelou um Selo de Anulação, apontou para minhas pernas e senti uma dor enorme, cai no chão, de joelhos. Corri para longe da fumaça do cachimbo, e ia me virar, já com a Espada nas mãos, porém, quando meus olhos focaram novamente
... Um clarão. Vi o cara de gorro com algo prateado e enorme nas mãos lançar luz sobre a cabeça de Dimas, senti que não havia mais nada dele ali. Nada havia além das lápides agora; e minha vingança fez com que continuasse e fosse em direção aquele corpo pequeno no gorro marrom.
... Tambores na minha cabeça, depois do clarão em minha direção. E acordei aqui, com as palavras de Dimas fazendo mais barulho que as balas que me acertaram no ombro e me jogaram longe, nesta cama de hospital de segunda-feira.
 ***
 Naquela mesma segunda-feira, um homem grisalho reza em uma Catedral de Rocha com um enorme paredão de vidro na frente, de São Denis. Vem andando para perto dele um gorro marrom:
-Ali estão, sete tesouros de Duendes, como você pediu. –Diz o grisalho ser.
-Ótimo. – Fala a voz rouca, mas, feminina.
 Ela retira o gorro e revela sua pele branca, cabelos ruivos pintados presos, olhar para o nada. Se aproxima de sete pacotes, entre caixas de madeira e sacos de pão com inscrições de selamento. Depois de checar tudo, joga perto do homem grisalho que rezava uma enorme Colt prateada:
 -Ela é sua. Pegue.
 -Não, pode ficar... Você é uma honrosa representante de sua raça, – levantando-se, mas sem virar para trás, o senhor de terno negro, fala sempre macio, como um pai – esta arma apenas funciona com guerreiros dignos, você o é, Janes Tempest.
 Com os olhos verdes e negros, ela o fita, mas pega a arma. Coloca as caixas empilhadas e os pacotes em suas pequenas mãos de 1,68 m.
-Você, por que matar alguém de seu próprio povo?
-Oras, - vira-se o homem grisalho – isto é demasiado humano, jovem celita.
 Ela sorri, e deixa cair uma adaga no chão. Um vento sopra e desaparece. O homem sorri com o estalado.
 Em um instante, aparecem das estátuas dos santos na capela diversos homens de preto. O maior entre eles, pergunta:
 -Você está bem, Mestre Søren?! Alguma coisa quebrou nossa conexão telepática com o senhor!
-Estou bem, Chavalier! Foi aquela pequena lâmina que barrou vocês... Não se preocupem, apenas uma reunião com uma Entidade Superior.
-O quê? Mas, mestre, o senhor está bem?
-Sim, agora, vamos... O enterro da nossa amada Vanda está para acontecer...
 Neste momento, toca o celular tijolo de um dos seguranças, ao qual diz, atônito:
-Mestre Søren! ...Acabo de saber que o Lendário Dimas de Luparino morreu ontem à noite!
-O quê? Aquele velho desgraçado?!! – Diz outro – Pensei que ele fosse imortal! Mestre, ele não era seu amigo?
 Søren apenas olha para eles e diz:
-Vamos, estamos atrasados para o enterro.
E a luz alaranjada toma a Catedral, a segunda está pra acabar.





segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Alquimata I e II


Alquimata I
 Aqui encontram-se os escritos sobre a Batalha de Witmarsur, quando eu venci os Trolls e seu rei, Gustave Gepetto, e sobre o Cerco em Bombaína, quando mais da metade de meu povo foi morto pelo Cruel, Søren. Depois disto, me tornei líder efetivo do Clã Luparinos, através da dentenção da Espada Selada de Salomão e vivo meus dias melancólicos olhando para um espelho vazio de reflexo, pois, perdi minha motivação de viver.
(Onório Escapuleri)

Alquimata II – Metrô
 Era um dia estranho, abriu uma porta do trem-bonde que corria da Avenida Xavier até o Alto da Glória. Entramos, eu e Nervosa, o Velho Dimas estava atrás de nós, nos dando o apoio. Estava claro e estranho, abafado... Mas, ainda de blusa de pele negra colada em mim, e capote em minha colega, o velho estava vestido como um de sua idade, com as modas de outrora, de velho.
 Vimos ele, estranho, magro, calvo... Anel de casado numa mão, mas, olhava rapidamente pra todo o lugar, buscando uma fuga daquela vida:
 -Hey, você, Montemarte!
 Ele levanta, assustado, percebendo que a bolsa negra que carrega é o que queremos
-Cala-te! Meu nome é José...
-Não, mortos não tem nome... –Voz cadavérica de Rita Nervosa, com seus caracóis de medusa, assustando. Puxa a mulher uma faca, as pessoas do metro olham para baixo... Em silêncio
-Saia! Meu nome é José! – E o careca toca na mão de minha colega, ao qual ela responde com cortes em seu braço... Ele cai em cima de uma pessoa no metro, que sentada, olha pra baixo...
-... Meu nome... – Diz  o homem... – Meu nome...
-Você é morto! – E minha colega arma o braço para desferir corte mortal, matador; grito não, mas, ela não escuta, o Velho Dimas, está sentado, mas, não olha pra baixo, olha a morte do careca
     Cravada no ombro, a dor é sentida por mim... Eu sinto a dor dele... É o meu segredo...
-Meu nome é Stigma! – E o braço do careca lança minha amiga quebrante da janela do metro com o corpo, quase desmaiada agora...
    Abro a mala que levo comigo, e o sabre se volta, começo a bater  no maldito Stigma, mas, ele defende, pois, embaixo de sua pele, há uma braçadeira... Os golpes são contínuos, mas, estou conseguindo!
 Viro pr’aquele ser, ele babeia, ao qual bato em sua canela e ele desaba sobre uma velha que foi fazer compras... A velha olhava para baixo, não nota, cravo o sabre no meio das costas do careca, que gruni
 -Maldito Lupa! – Ele não morre, maldito!
 Pá! – Corta o som surto todo o ar
 A bala sai da arma quente latente do Velho Dimas, em pé, com seu velho 38...
-Vá, garoto, eu vi o que ele é, é um Djanho dos Be-Stoker, sua cor é o Cinzento!
 E eu sigo para cima do ser, que agora está caído, num canto, grunindo baixinho... Ele retirou minha lâmina de seu corpo... A bala parece que o fez murchar... Cato minha lâmina, e professo o rito contra Be-Stoker:
 -Al-Afaan tout quel le mer et earth, grundo-mon hands! – E minha espada se torna brilhante e alva, com corte certeiro, a cabeça do ser rola entre o corredor do metro-bonde...
     No mesmo momento, chegamos na Estação do Alto da Glória. Pego a cabeça do nosso inimigo, Rita, o corpo, saímos do lugar... Neste momento, antes de sairmos, o Velho Dimas estala seus dedos e retira a Desatenção das pessoas daquele vagão, todos acordam de seu sono... Também chamado de Rotina Que Nos Cegou.
 Sobre os Djanhos, eles são os Humanos que tiramos as dores e a emoção da compaixão, são nossos guerreiros perfeitos, como a Rita Nervosa – que perdeu seu nome quando a fizemos uma Djanho. Eu e Dimas, já somos Cavaleiros (Chavalier, no idioma original), nossa estratégia é golpear os inimigos depois que seres-escravos como os Djanhos os cansam, então, os mais velhos descobrem de qual dos Três Clãs eles são, ao qual cada um tem uma fraqueza... Logo, uso um feitiço para selar a força do ser e matá-lo, tomando para mim a sua Força.
 Depois de mais de cem mortes, ganhei a Alcunha de Lobo da Estepe, porque nos Campos Gerais nós temos muitas destas plantas, é de lá que venho, de uma família de classe média, de um curso de Humanas, mas, isto é antigo... De antes
 E estava na minha vida de Cavaleiro Luparino, quando, saindo da estação de trem-bonde Norte e Sul dos Campos Gerais, aparecerem três homens, de óculos escuros e ternos laranjas:
 -Olá, você é Onório?
 -Sim! - respondo eu. Olhando para o Velho Dimas, ele responde:
-Eles são confiáveis, posso ver marcas de Alta Alquimia deles... – Disse o Velho, com seus olhos azuis. Sendo que a Alta Alquimia era algo que deveria ser respeitado, estavam mais próximos do Chefe da Ordem, dos Luparinos, a nossa e...
-Então, você sendo Onório... – O segundo disse e retirou de uma bolsa uma espada embainhada e ajoelhou, o mais próximo de mim, segurou a minha mão e me puxou para baixo, para se ajoelhar com ele... O terceiro, disse em alto e bom som:
 -Salve Onório Escapuleri, Herdeiro e Líder dos Luparinos! Lutador contra Be-Strokers e Montemarianos, campeão dos Lobos, Sangue e Pele Vermelha!
 Ninguém entendeu... Ainda mais, eu.
 Porém, todos ainda olhavam para baixo



sábado, 9 de junho de 2012

Hoje está frio

Frio, frio que entra nas capas de alguns vampiros que atacam suas polaquinhas daqui, deste universo curitibano, entre Colônias, olhos verdes e ônibus vermelhos... 
Máquina constante das pedras de petit pavet negro-branca em racial transmissão de energias que capturam meus olhos para os das pessoas nas calçadas, que não mais me olham nos olhos;
Não olhamos ninguém nas janelas, queremos mais que todos sejam apenas portas de si, para entrarmos, sairmos, em ritmo sexual constante e que não liga nem ficar com você até de manhã, arruma as malas nas brumas e vai embora, 
beijo apenas a tua bochecha e adeus.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A Saga dos Elfuns: O Valor da vingança

A Saga dos Elfuns-Era 3:A Era de Locke Booke.
 Capítulo:??:O Valor da vingança.
 Eis que Locke Booke já tinha o Mal dentro de si,Leont Booke,causador desse fato,fugira do Tarcktáros e agora chegava ao Bell Castelo,morada dos Condes das Rosas,antiga família de nobres de Galampony,que a algumas décadas atrás,juntamente com o lorde Serpente Negra,conquistaram a força o Conselho dos Senhores.
 -Quero falar com o senhor desta casa.-Falou Leont ao guarda da porta.
 -Quem é vossa graça?-Respondeu o soldado.
 -“Aquele que irá dar-lhe um condado”.-O guardião,como se tivesse ouvido um código,foi rápido mandar avisar o senhor do castelo,depois de algum tempo no relento de uma fria madrugada,o mago foi recebido pelo nobre,o filho do Conde das Rosas de Sangue,barão Aurylin Parxoss:
 -Você cumpriu sua palavra,não pensei que faria isso,parecia bêbado naquela taverna.-Disse o barão ao vê-lo,era um jovem de cabelos dourados,roupas de linho branco,uma espada e uma couraça negra no peito,ricamente enfeitada,sendo o principal símbolo,as duas rosas,também negras.
 -O bêbado era tu,-respondeu o mago-onde está seu pai?
 Com essa pergunta,o jovem ficou calado,só conduziu Leont até uma torre,a mais isolada do castelo,famoso pela beleza de seus domos e cúpulas,uma para cada grande membro da família Parxoss,tinha nessa parte um estilo ainda antigo,mais “normal para a época”.
 Ao chegarem,o nobre abriu a porta de madeira para o mago,este,entrou e se viu em uma pequena sala,desarrumada e suja,em vista que,sentado só em uma cadeira,jazia alguém de grande importância,Judv Parxoss,o Conde das Rosas de Sangue,que,quando notou Leont,disse:
 -É hoje que minha alma cairá?Pois te reconheço.-Perguntou o velho,já calvo e enfraquecido pela idade,muito diferente do poderoso conde que dominou grandes partes de Galampony,porém,tinha ainda sua couraça escarlate,sempre com as rosas cruzadas no centro,e seu par de espadas de ilidium-rupro,armas mágicas que valeram-lhe em muitas batalhas.
 -Como me conheces?Nunca nos vimos antes?-Retribuiu a questão o mago Leont,que tinha uma capa avermelhada,manto amorronzado,armadura parca e surrada,sua barbicha e bigode negros estavam médios e tanto neles como nos cabelos já se viam os fios brancos,uma espada e uma adaga eram suas armas.
 -As rupra-roxas(nome das espadas duplas) só desembanhariam quando aqueles que descendem da lendária feiticeira que matei para conquistar meu poder voltassem a fim da vingança,nisto também se incluiria minha couraça,que da mesma forma,somente com a presença dos descendentes do Lorde Cinzento,soltaria-se do meu corpo,-o velho conde deu um suspiro-passei mais de sessenta anos com essa coisa e hoje de manhã ela se soltou,as espadas pude puxar agora a pouco,antes de você entrar.
 Leont tinha os olhos marejados,mas somente um pouco,sendo quase imperceptível,falou:
 -É um velho esperto,descobriu motivos para o que farei,mas sabe quem me deu essa chance,não?
 -A espada que está um pouco desembanhada aí na mesa não me servirá de nada...-uma lágrima caía do rosto do velho-faça o que veio fazer,pelo menos uma parte de sua vingança se cumprirá.
 -Não,só terminarei o que a muito comecei.
 -Como assim?Olidif,o lorde Serpente Negra morreu a muito tempo atrás,envenenado...-O conde percebeu suas palavras.
 -Foi díficil para uma criança consiguir um veneno poderoso,se fingir de criado e servir um “vinho especial” ao seu senhor,mas creio que tive mais dificuldade em explicar a meu irmão onde estava e dar qualquer explicação para a perseguição dos soldados na busca de suspeitos,porém,conseguimos fugir da cidade e,depois de muito tempo,pude revivier esse assunto.
 A reação do velho foi de temor:
 -Apenas uma criança...isso é...per...-O velho Conde das Rosas de Sangue não consiguiu falar,estava atônito,porém não teve muito mais tempo de vida,Leont tirou sua adaga e lentamente chegou próximo de um dos assasinos de seus pais,cravou-lhe a lâmina no lado esquerdo do nobre,a arma partiu a antiga couraça facilmente,deixou-a lá por alguns momentos e,segurando a cabeça do velho,fitou-o,disse sussurando:
 -Adeus!

A Saga dos Elfuns-Capítulo:??:O Valor da vingança.
 Parte 2.
 -Tome,-falou o mago jogando as espadas na mesa-não é isso que você queria?
 -As rupra-roxas...-disse o jovem Aurylin,que,fascinado,olhava para as espadas,depois de um tempo,porém,notou o pai no outro cômodo,foi até ele e falou:
 -Meu paizinho...por que você não me viu ser conde?-O filho fitava o cádaver-Agora podes me ver aí do Tarcktáros?Hum?
 -Ei,”Conde das Rosas”!-Interrompeu o feiticeiro-E meu pagamento?
 O jovem se levantou e olhou para o rosto do mago,disse:
 -Talvez se tivesse contratado o outro Booke,este,não seria tão insolente...Ou será que isso é “mal de família”?
 Leont em um rápido movimento segurou a gola do “novo conde”,não por muito tempo,pois este era considerado o “melhor espadachim de Galampony” e segurava as espadas de seu finado pai,porém,ao pensar retirar as armas,já estava ele com a lâmina de uma destas escostada em seu pescoço,o mago empunhava com sua mão direita,enquanto a esquerda segurava a bainha de sua própria arma,disse o feiticeiro:
 -És o melhor de minha terra?
 O jovem,atormentado,aquietou-se,perguntou:
 -Qual era mesmo o pagamento?
 -800 pesos de ouro e um cavalo.-Respondeu o mago,que assustou o antigo barão,entretanto,esse depois de pensar um pouco,falou:
 -O preço vale o benefício.
 Na mesma madrugada,Leont Booke,após comer um pouco,recolher mantimentos e receber seu pagamento,seguiu para os Portos Craquem,tinha que ir à Floresta de Dolfos no outro continente,pois finalmente conquistara seu Valor.
 O “novo conde” olhou o mago partir,mas agora tinha preocupações maiores,tais como sua posse e o funeral do pai morto,esta morte,sendo dada por “causas naturais de fácil compreensão”.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Na beira da Lagoa, Sangue e Loiras

 "Lucy com diamantes nos olhos andava por aqueles montes de carnes, na felicidade de uma criança
                                                                                     dum amor virginal, duma mãe que descobre ser mãe"

  talvez, você machismo meu, e eu, como visitante, deveria ter mais respeito, mas aquela menina delicada de franja e cabelo loiro, vestido branco e manchada de sangue me conquistou... Ou talvez, fosse só a emoção de estar a vinte metros do chão no estômago de um deus sapo gigante, que eu entrei sem querer -lenda de criança, se você desobedece a mãe na lua de Ano Novo, deverá sempre salgar a beira da cama com sal, senão o Sapo Kuru-Ruru vai engolir você pelo sonho e nunca mais voltará!
 Escritor, 22 anos, cético, não estava ali a não ser em sonho... Porém, em nada lá eu me controlava;
 vi a Lucy, cai em cima de fibras e carne e naquele caótico espaço em movimento de para o alto e para baixo -pois, o sapo pula, né?-; ela estava em um muro de ossos e nem me deu bola, me afundei em fluidos, mas um broco de dois metros me puxa
 -Toma, toma! -Pus o comprimido na boca e, no terror da situação, derreti na boca e logo, estranhamente, tudo parou e voltou a seu lugar. Cabeça doendo, terno xadrez sujo, perguntei: ...
 respondeu-me que era Messias, um antigo rabecão que cuidava de cadáveres ali e aqui, hoje, era preso "nesta cela sem grades", como costumava falar. Tinha uma arma, perguntei o por quê, fomos até a cidade e ele me explicou seus motivos; caos e ossos numa cidade estomacal, onde tudo funcionava dentro de tudo, tripas, fluido de carro era realmente fluido vivo, músculo como gangorras, prédios de objetos das partes humanas que eu -como quase formado em Geografia, não tinha mínima ideia-, me disse que sua arma o protegia dos ladrões de corpos...
 -Ladrões de Corpos? -Meu espanto foi grande, tal atitude bárbara era estranha... Mas, a explicação dele era a alimentação
 "alimentação!! Num corpo de carnes!" -pensei depois
 Na verdade, o sapo Kuru-Ruru era um espírito estranho, suas carnes de Agente do Caos eram intragáveis e, as vezes, mortais... Só conhecia uma pessoa que podia comê-la
 jovem loira de franja, branco e aparentando bobeira, a descrição do que vi era perfeita!
 Fomos até a casa do padeiro Kurt, ele fazia pães de vermes como ninguém, disse-me Messias; lá eu me sentei na cadeira, depois de uma rápida conversa, comemos o pão
 e estou aqui, amarrado nas correntes e com o baixinho do Kurt portando um cutelo, ao seu lado, Messias e um metralhadora giratória de mão, o grandalhão sentado no banco e o outro com uma cara de fome:
 -Ladrões de Corpos! -Berrei, tinha descoberto o ovo de Colombo, ou a América!
 senti a faca entrar na perna, desmaiava rápido... De repente, senti um vento, um não, dois, três, quatro
 Inúmeros "ventos" por mim foram escutados até que me levantasse e visse Lucy, a pequena Lucy de meu amor platônico!, ela portava uma espada e a cabeça de Messias;
 num, "-Olá!" ela me disse um tchau, deu um tapa e acordei, suado na cama da minha espelunca... Queria tê-la desejado aquela noite, a possuído, mas não, senti que devia contar a sua história, parecia recorrente o pensamento em minha mente que deveria repassar os acontecimentos daquela noite para que, algum herói, e não eu, salvasse aquelas pessoas com algum feitiço ou máquina cirúrgica gigante...
 Mas, estou velho agora, trinta anos se passaram e meu câncer de fígado me consome, nada fiz e minhas memórias são o único registro da vida daquela gente. Não fui herói, fui humano e esqueci meus sonhos, mas, talvez, em cada copo de whisky que me levará para cova eu... Tomava um pouco de mim mesmo e revivia memórias que nunca me deixaram, pois minha perna nunca parou de doer, nenhuma ciência cartesiana pode me explicar; já que este e próprio problema dos homens e mulheres são seus sonhos e os meus estavam numa barriga gigante em algum brejo por aí, era loira, de franja e tinha um vestido branco...
 mas, temos eles, e isto é o que temos, que tive


 MUSIQUETA DA POSTAGEM
">

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cidade de Fatos #Agentes do Caos

 Ontem, tentaram ligar para o Chefe, mas ele estava ocupado, um tal de Coronel Nicola Claus tinha armado uma armadilha ou sei lá o que
não se importando, foram até a Estação North e cataram o primeiro trem para o lugar desconhecido que viesse a ir; a cidade, o exército do país inteiro os procurava, antes -a duas horas atrás, eram Lordes e Condessas, hoje, os Procurados
 Tomaram o trem sem muito problema, naquela época, 1867, não havia o mesmo inovador sistema de informações Estratégico-Geográficas que os pegaria em 1873.
 Em todos os jornais, do Jornalê até o The Wall Floydy seu crime era relatado: Marie II, a Nova Iluminista, morrera num atentado no seu quarto de hotel, nas Ilhas Balcãs, junto com seu marido, o conde Edward Twilight, eram acusados a doutora em Química Augustine Nobbel e o conde Edmundo, juntamente com a condessa Maria Jane de serem os mandantes; a primeira já estava presa e logo foi para a forca, porém, os dois últimos fugiram por 6 anos, até serem pegos, trabalhando como funcionários de uma fábrica de peças para tecelagem -situação "irônica" para os jornais da época- estranhamente, continuavam no mesmo país, Bretan, onde haviam cometido seus crimes (alguns falaram até em possível remorso, outros, em metidez, neste aparente "desejo de serem pegos").
                            *
 -Adeus! -Falou calmo o loiro barbudo, enquanto sua mulher passava na frente de sua cela e era levada para forca. Os guardas nunca estranharam tanta calma dum condenado, o próprio casal estava muito calmo;
 Ela foi pedida pela corda, morreu rápido, ninguém teve que agarrar-lhe os pés... O marido seria o próximo;
 -Tudo bem? -Falou o barbudo a uma figura com manto preto que estava em sua cela, ninguém a vira entrar ou sair; ela lhe deu uma corda, mas daí eles discutiram em sussurros e decidiram por uma navalha de barba, ele tinha pedido para ser enforcado sem pelo no rosto, ninguém percebeu nada!
 Deu nos jornais, a mulher ruiva e de olhos castanhos famosos morrera enforcada, o marido se matara com a navalha, antes de cumprida a sentença, porém a pressão sobre a burrice dos executores estatais foi esquecida devido a total onda de medo e temor coletivo que causou a próxima notícia sobre o caso: os corpos, dois dias depois do ocorrido, haviam sumido, sem sangue, sem nada, eles estavam trancados no Necrotério Municipal -até hoje, fico com calafrios ao atravessar o lugar e me imaginar como uma pessoa da época.
                           *
 -Vamos? -Disse a ruiva                         -Claro! -Disse o loiro, sem barba
 Entraram na Casa Real e ela, com duas pistolas Colt (novíssimas pra época) acabava com todos os guardas que vinham para eles, o homem ficava com as mãos nos bolsos, porém, de suas costas brotavam sobras que se estendiam e formavam foices que marcavam freneticamente as paredes;
 Desceram ao cômodo dos filhos da rainha morta por eles a seis anos, era um "quarto-cofre", criado pelo antigo Inventor-Mor da família, Jorge Nobbel, lá, o casal vestido com as roupas jovens da época -terno e vestido decotado- apontaram pistolas para a mais alta Corte Real de Bretan e disseram:
 -Estamos vivos!
  Um disco luminoso cegou a todos e ninguém mais viu nada
                            *
 N'outro dia foi constatado que praticamente toda a Guarda Real foi dizimada a tiros de pistola, mas nenhum membro que ficara com a Família no quarto-cofre; nas paredes da Casa Real, sobre pinturas e assoalho de lajotas lusitanas, a frase se repetia:
 -Estamos vivos!
                    O caos tomou conta, por muito tempo os nobres que estavam naquela sala nunca saiam de casa sem antes chamarem muitos guardas com muitas armas, o disco luminosos virou sinônimo místico, as pistolas Colt nunca venderam tanto; a frase "Estamos vivos!" seria repetida anos e anos depois, por jovens do rock que revisitariam este tempo, usariam cabelos ruivos e barba, assim como os membros de suas bandas favoritas -os responsáveis por esta Arqueologia Não-acadêmica
                    Os dois, porém, deram-se uns anos de férias, depois da missão de Agentes cumprida: Sabiné Al Duwayce e Wallace Animus fugiram para Gaia Brasilis para ter uns momentos de paz vendo cachoeiras inexploradas e montanhas cheias de neblina; não precisaram matar ninguém nem viver grandes aventuras românticas como espera você, só ficaram viajando por aí, até receberem outra ligação do Chefe.


 MUSIQUETA DA POSTAGEM
 Um casal aí... Pra descontrair
">

Do Fundador aos #Agentes do Caos

 Sou o fundador deste grupo, o que chamam de Agentes do Caos...
 Sou velho como o Vento e me escondi ao inverso da aparência d'uma Montanha
 Ninguém se lembra de meu rosto ou de quem fui
 Não há muitos registros de minha passagem, a não ser
 Algumas figuras em pequenas ilhas do Oceano Empaz, lá eu resido marcado nas pedras
 Apenas nisto;
           Fui reservado e tentei me mostrar o mínimo,
           Caminhei por aí, sem você ver
           Criei coisas e estudos "as mecânicas das coisas"
           Descobri a mediocridade e ali, encontrei paz, o que vocês chamam de Paz
           Fui construindo a Imagem do seu Mundo, ele não é mais meu
   O nome do primeiro era Astar, do segundo Kalla
   O terceiro foi discípulo deste e seu nome era Órion
   Dele, Sinnix, a Dama de Preto, reinou como primeira Catástrofe
                                     Catástrofe é aquele que nunca, ou muito pouco, falha
                                     Nome inventado dois mil anos depois da minha partida
                   Os quatro primeiros morreram, sendo que Kalla, o mais poderoso dos quatro
                   Morreu por minhas mãos, nossa Batalha está ali, pra quem quiser ver
                   Indicada pelas pedras de Babel
                   Cinza foi a Imagem do dia em que batalhamos, Entendimento foi aquilo que me fez vencer
                   Nada sobrou de registro meu; Contaram os anos, Indícios de meu paradeiro foram procurados
                   nenhum Achado;
 Esta carta eu escrevo, depois de milhares de anos
 Para provar que alguém criou esta organização, mas o seu nome
 De nada importa, apenas sangue é mostrado mais a minha vista, como a sua também leitor
 Porém, somos mais que Isto
 é nas coisas sem sangue que demonstramos mais eficiência, logo
 sim, acredito na Vitória da Causa
 Qual?
         Talvez por muitas, não há exército aqui, entidade que me causa repulsa
         Nem tão pouco Desejo por nada
         A revolta com tudo e com todos é por nós explorada, porém
         nunca me verão julgando ninguém por seguir seus próprios desejos
         não haverá deuses, ídolos ou idéias que nos homogenizam
         a morte de Kalla foi meu aviso
         outros aqui morrerão por simples fato, ninguém será mostrado como a Mão que Executa
         Mas, há a "Mão Que Pune", o Carrasco-mor
                                                       sem glórias a meu nome
      Pois não o Tenho
      Caminho com um só pé, o Vento
      Minha arma tem apenas um alcance, o da Montanha
     Não tente me achar
     Estou dentro.