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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sobre portas com tijolos

Algoro prometeu para si mesmo que nunca mais entraria numa fria como aquela de novo, não acabaria por se ferrar como se ferrara daquela vez. Entrou e saiu, e era isto, em um pequeno ponto do espaço da superfície terrestre, ao qual se ocupa a Geografia, se juntara com um ponto da abóboda celeste, ao qual os astrólogos rendem homenagens noturnas em seus telescópios.
Algoro tentara, em vão, abrir a porta daquele seu quarto imundo, dando de frente para uma parede, a janela, sempre com a mesma paisagem, congelada, também não lhe era permitida pular: era um fundo de papel, atrás, mais parede.
Sempre era fim de tarde, uma hora do dia que Algoro gostava, porém, que agora lhe rendia o ódio eterno, pois, nunca deixava de ter o quarto do apartamento aquela cor laranja sonolenta - não mais renovadora.
Tudo tremeu.
Então, o homem de terno riscado abriu a porta e por ela uma luz saiu, cobriu todo o seu corpo.
Lá estava ele, no Mundo novamente, uma linda moça de olhos verdes, de roupas antigas de arqueóloga o olhava:
-Minha nossa! -disse ela - Então, é verdade! Vocês existem mesmo!
 -Sim... - Respondeu Algoro, enfadado - "Quais são os teus desejos mais profundos, teus amores mais secretos e tuas vontades mais aberta?"
 -...
 -Diga logo, quero acabar logo com isto - Algoro não aguentava mais a luz do Mundo, ele vivia sempre na mesma tarde de 2014...
 -... Meu Alex, ele morreu para nós chegarmos aqui... Foram os caingangues e seu maldito pajé e...
 -Não me importa! O que quer com isto?
 -... TRAGA ELE DE VOLTA!
 -... - Algoro pegou algo que ele, com seus olhos doloridos, pensou ser um galho, suas unhas cortaram a madeira até deixá-la na forma de uma hominídeo. Disse: - Está feito! - E o boneco pegou fogo.
 Então, como um flash e sem dizer adeus, Algoro voltou para seu lugar, a sua tarde.
 ...
 Acho que não se passaram nem alguns dias, ou séculos, tudo tremeu novamente.
 -"Quais são os teus desejos mais profundos, teus amores mais secretos e tuas vontades mais aberta?"
 Havia ali um homem, ele estava vestido como um explorador, como aquela dos olhos verdes, só apenas de camisa... A última que vira. Ele olhou para ele com uma cara de fúria, em suas mãos, uma navalha ensanguentada, chorando, disse o homem:
 -... Eu tive de fazer isto... Sei que Aline nunca usou o seu poder corretamente... Mas, enfim... Ela era alguém que... - E lacrimejou - Eu amava... - E chorou.
 -Fale logo o que quer!
 O homem o olhou com uma cara de louco, pegou sua navalha e cortou o peito de Algoro. Não saiu sangue, mas, gás verde:
 -Não pode matar algo que não é deste mundo... - Sorriu Algoro, deu um safanão no homem, que desmaiou na hora.
 Ficou naquele lugar iluminado demais por cerca de uma ou duas horas, até o homem acordar. Nisto, como não conseguia andar muito pelo cômodo em que estava, apenas viu algumas coisas, como, a casa bagunçada, uma carta na mesa, a foto do homem com a moça de olhos verdes que vira antes... Tudo desinteressante para Algoro, queria sair dali...
 O homem, que Algoro colocara em um sofá, acordou, assustado por ainda estar vivo:
 -Você tem de pedir primeiro. - disse o homem de terno riscado para o desesperado.
 -... Eu, eu quero...
 -Diga
 -Eu quero nunca ter conhecido Aline... Quero ter ficado com Paula, ter virado um professor de escola, como queria nos meus quinze anos!!!
 -... -Algoro observou aquilo... Era algo grande. Mas, o fez: ficou de frente para o homem, meteu a mão em sua carne, arrancando-lhe o fígado, aonde estavam todos os sentimentos. O pedinte caiu aos seus pés, gritando de susto, não de dor.
 -Agora, se você não conheceu aquela moça, ela não deve morrer... - Algoro puxou um pequeno fio de cabelo seu e sobrou ao vento.
 -Esta feito - disse e voltou para seu mundo.
 ...
 Finalmente, passou-se vários séculos, talvez, pois, ninguém tinha mexido com Algoro ainda. Tudo calmo e quieto, ele pode contar pela enésima vez a quantidade de tábuas no teto, quantas baratas misteriosas moravam ali e ouvir o lamurio de suas próprias lembranças.
 Tudo tremeu, então, como sempre acaba acontecendo, Algoro tinha uma vida rotineira, como se vê.
 -"Quais são os teus desejos mais profundos, teus amores..."
  Um dedo feminino pintadinho de roxo nas unhas o interrompeu, por um instante, pode ver o rosto que fizera aquilo: a mulher que ele amava, com seus olhos de tão negros que são azuis e cabelo de caramelo...
 -Oi, Gogo!
 -... Você...
 -Sim, sou eu... Finalmente, finalmente te achei! - As lágrimas corriam o rosto da jovem, logo, ela abraçou-a e começou a ter algo estranho, algo, talvez, sentimentos? De novo? Esta coisa ruim que pesa no peito e no pé do olho esquerdo.
  -O que você... O que vai pedir? - Disse o homem de terno riscado.
 -... Te amo, meu Gogo... Mas, você naquela tarde pediu para libertar aquele homem... E, nunca mais voltou... Então, meu Gogo... Me perdoe...
 A moça chorou, então, saiu de uma quarto um homem com tipo... Tipo explorador; pegou no ombro da moça de olhos negros e disse:
 -Paula! O que você fez, Paula? Você mexeu com isto??
 -... Alex? - Perguntou o homem de terno riscado.
 -... Si.. Sim... Mas, o que vai fazer agora?
 Algoro apenas olhou para a cena.
 -Qual é o seu desejo... Paula?
 -... Que seja feliz... Apenas isto - a moça com lágrimas, deu um beijo na testa do gênio. Tudo sumiu num clarão.
 Algoro, acordou em seu quarto de apartamento, levantou-se, contando as baratas no chão e as tábuas no teto. Então, tudo tremeu novamente, porém, agora era de manhã.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Alquimata XVI


Alquimata XVI – Acorde Quarta-Feira



 Passei mais um dia acordado até conseguir dormir. Só que os tambores continuavam, agora, pareciam latidos, estridentes, de algo ou alguém que perdi... E então, vieram os delírios, fui saber depois, havia algo na minha comida que reagiu com a bala que levei, havia algo na minha comida... Havia algo...
 Ali estavam, em um horta enorme, passos pequenos da criança de olhos verdes – que depois ficariam quase castanhos.  Não conseguia passar pelos enormes alfaces sem que os pés ficassem molhados, sem que as sandálias, úmidas, encomodassem a criança... Eu não sei pra onde ela vai, apenas, observo, do alto. Tenho febre, eu não sei, apenas vejo um céu que clareia.
 Lá está, a velha casa de madeira no fundo de um grande quintal... Acho que de uma fazenda, até. Por suas portas de velhas tábuas já apodrecidas em seus pregos e juntas, o toque do menino é suave, na áspera superfície. Apenas lembra das antigas Tias que moravam lá, alemãs, Ameia e Enia, só que seus vestidos de bolinha superam a suas faces, que parecem não habitar mais aquele local. E ele vai e vem pra seu nariz um cheiro estranho, algo que nunca sentira: por trás do cheiro, uma porta
 Pequenas mãozinhas curiosas abrem-na, e um sol está sobre uma mesa redonda, como a da vovó.
       Parecem conversando com  o teto, aqueles moços. Não tenho o número deles, apenas, que havia uns gordos, outros magros, mas, todos de ternos lustrosos e cara pálida. Olhando para o teto, despertando mais ainda a curiosidade do pequeno, ele vê que naquele que está de frente para a porta existe um enorme prato... Ele não viria a saber o nome daquilo por muito tempo; chamavam de Escudo Aldovaz, dos Montemarianos. Mas, ele não se importa, pois, o sagrado para um infantil é outro, é menor, não de importância, mas, de tamanho...
 Observa o copinho. Eram vários pelo chão, só que apenas um, ali, colocado na mesa.
 Verdinho líquido dele, quando o sol batia, via por dentro coisinhas, fumacinhas que se misturavam, formavam pequeninas fadinhas... Pequenas fadinhas de luz do sol. Sua boca salivou, seus dedos correram, sua mão era de alguém que sempre desejou algo e parecia ter encontrado... Então, tomou um bebirrico, no toque primeiro dos lábios, a novidade espanta pelo azedo, no tico trago, abre a vontade de mais, no gole profundo, deixa vício – vício pelo novo, este novo.
 LUZ DO SOL
 Agora, o menino está num campo. Um enorme campo de café decepado, morto. Agora, ouve latidos e tudo parece uma imagem desfocada de uma câmera velha, antiga.
 Lá está ela, a Rainha. Linda e de olhos de conta azul. Lá’stá de onde eu vim...
 Porém, há uma conta que não é de seu olho, é de água e me olha fixamente. Ela grita, minha rainha-mãe:
 - ... –Só que eu não ouço nada, há muito barulho de cães e trovões em volta.
 Só que, por mais que de repente, eles cessam. Param, terminam.
O menino toca a orelha e ela sangra, líquido que escorre parece com outro... O das fadinhas. Só que não brilha, opaca, deixa tudo muito escuro quando se vê e se tem ele nas mãos: o sangue.
 Volvendo sua face para a Rainha, ela o olha, e as contas caem mais rápido. Vestido belo de cetim rosa, mas não tinha aquela mancha que tinha ali... Um líquido está nele; tá machado.
 Mas, acho que a Rainha se cansou, deve estar triste, pela sujeira... Será que foi o menino que fez aquilo?
 Ele caminha com a orelha perdida em uma parte e sente que a chuva se aproxima, há muitos trovões. Olhando para a Rainha que cai, ele vê alguém de terno lustroso, como os dos homens que olhavam para o teto: o rei.
  O menino, a Rainha caída e o Rei. O grande homem vai ao encontro dele, está com algo longo e negro, algo que encosta na cara, na orelha que sangra, do menino e a queima... O sangue para, mas, não é o da Rainha... O Rei olha o menino, olhos negros, cabelos longos e ralos... Que misericórdia há neles? Não sei, não se parecem com os da mãe, do filho, apenas, com os daqueles homens com o Escudo Aldovaz.
 -Sua vaca morreu, meu bezerro... –Diz ele, ouço e lembro de suas palavras – Eu sou teu único caminho: levanta isto e acaba com a traição deste clã!!!
 E aquela coisa brilhante é jogada, no chão. O menino vê a faixa brilhante e a Rainha, caída, olha para ele, sorrindo... Com dentes, cheios de líquido. O que fazer? O Rei ou a Rainha neste xadrez?
 CORRE! Diz o coração dele, por dentro; como o instinto animal. Mas, PEGA, diz o outro, aquele que já sabe que não há como fugir de alguém como o Rei, ele é implacável, ele é alto, ele é... Seu pai, origem de tudo que tu és em ódio e fúria.
  - ... Escolhe teu caminho ou mata a ti mesmo! –Diz o homem com sotaque sulista e os canos de carabina ainda com fumaça nos dentes. Eu nunca mais lembro daquele homem, nem em sonhos, nem em coisas boas, como brincar e jogar videogames... Nada, apenas da fumaça entre os dedos da arma, e a Rainha ali, se arrastando... –Ok, se tu não te decides!
 Vi algo apontar para ela, vi ela morrer, a Rainha.
-NÃO!    - Um dos trovões me diz. Todos os outros se calam. Uma faixa de luz brilhante corta o ar e a carabina solta seu rugido entre os dentes, acertando perto de mim, voo para trás, um metro, que parece quando criança, mais de cinquenta, um oceano inteiro.
 O menino quase desacordado, vê um homem, cabelos por acabar... Ele toca carinhoso a face de sua Rainha, ela lhe diz algo, ao qual ele responde com um olhar para o garoto. Desacordado, vendo fadas no dia estranho e escuro, vê apenas o homem indo em sua direção, ele guarda a faixa de luz e chuta algo – rolando para perto do menino, ele vê o olhar do Rei, agora, sem fumaça nem brilho, apenas mais uma... Mais uma bola, uma bola de carne.
 O sol começa a apagar, seus olhos se levantam e ele vai... Vai e olha o homem quase careca e...
 Cheiro de sopa, isto eu sinto bem. Um mundo de cama, o sol mais uma vez me acorda, mas, agora não há nem tambores e nem cães, há apenas... Meu coração batendo. E os olhos do menino dão de fronte a uma figura imponente, um pouco cinquentona, mas, ainda com ares dourados... Com pratinho na mão, ele me diz:
 -Oi, meu nome é Dimas, pequeno!
 -... Uuuuuaaaa! –Tirando a ramela do olho e esbravejando a energia daquilo que parece um sonho, o menino responde – Olá, moço... Eu sou Onório!
 Então, começo a sentir dores, elas são intensas, duras, meu corpo comprime e escuto novamente um enorme trovão. O menino olha para a janela e vê, ela está lá, como uma faixa de luz, só que agora quem está caído é o velho, em sua cama... Ela, o nome dela? Janes Tempest... Acho que é este, ao menos, assim disserem quando me resgataram... Naquela noite, naquela noite de corridas pelo escuro
 E, nas sombras, tudo acaba, apaga; apenas o suor está como meu companheiro e o sonho volta a ser aquilo que ele me é muitas vezes: tormento de uma realidade que poderia ter apenas sido, não que acontecido.
 Este é ele, eu, Onório Escapuleri. Suado e em uma cama, novamente acordado. O sol bate em minha face, me cega como todas as manhãs, acorde maldito de um dia novo.
 Abre a porta um senhor de terno laranja:
-Vamos! Não temos tempo, achamos um Deles, Mestre!
-Deles?!
-Sim, dos Trolls... Ele está na Catedral!! Vamos!
 Levanto meu corpo, ainda fraco, pelo que aconteceu antes... Por tudo que aconteceu mais antes ainda... Pego as chaves do New Lada, olho o relógio, parece parado, como o tempo de tudo aquilo, aquela maldita missão: pego a Espada dos Luparinos...
 De repente, tudo volta na minha mente, tudo do sonho... Fixando o olhar não na espada, mas, em outra coisa: um pequeno prato de sopa, agora frio, agora sem cheiro bom, apenas uma lembrança de algo que já foi um dia – com fadas, luzes e fumaça.
 Adeus, Dimas.

domingo, 7 de outubro de 2012

Alquimata XV


Alquimata XV – Assassina



Não conseguia dormir, aqueles malditos tambores faziam a minha segunda-feira pior do que todas as outras, mesmo as de quando ainda trabalhava e não vivia de uma pensão. Eles ficavam ressoando e batendo na minha cabeça... Me fazendo, em pulsos, me lembrar o que aconteceu ontem
 Uma reunião na paisagem alaranjada daquela cidade, tudo estava fedendo a novo e eu com o Velho Dimas, estávamos discutindo o que aconteceu em uma reunião relâmpago por vídeo-conferência que ocorrera no Bar do Oswaldo (point dos Luparinos).
 -Não é possível que isto aconteceu... Tão perto da Guerra contra os Trolls, Vanda morrer assim... De ataque do coração
-Sim... –Disse o Velho, ele estava mais calado do que nunca
-O que foi?
-Sabe, acho estranho... – Falava e olhava pra baixo.
 Eu nunca soube, ficava apenas pensando em tudo aquilo, naquela maldita segunda-feira. Os tambores iam batendo cada vez mais fortes e fui ao banheiro, estava no Hospital Universitário, mas, não estava. Olhava pro espelho e minha cabeça no dia de ontem:
 -... A morte de Vanda trouxe um velho do túmulo dos Conselheiros dos Be-Stroker, Søren...
-Quem é Søren?
-Ele é alguém, bem, alguém que eu poderia chamar de Místico e Severo... – Andamos e atravessamos a rua, já não havia mais sol laranja e tudo começou a ficar em um estranho breu. Enquanto chegávamos às lajotas da rua de nossa casa, senti uma névoa nos meus pés.
-Mas... Isto não é importante – continuou Dimas, meu amigo – sabe, há muito tempo, te levei até a Antioquia, em Esmirna, naquele lugar, que chamamos de lar, soube que você seria grande...
-Hum? O que você... –E a névoa cresceu percebi, enquanto chegávamos perto de um beco escuro, havia alguém com cachimbo ali, de onde saia toda a névoa – Entendo. – completei
-Hm... Tome cuidado, ok? Você agora é o Líder dos Luparinos... Os Maiores Alquimistas! – E gritando em alto e bom som, disse: - Não deixe de respirar!!
 E o velho Dimas abriu o olho direito e revelou um Selo de Anulação, apontou para minhas pernas e senti uma dor enorme, cai no chão, de joelhos. Corri para longe da fumaça do cachimbo, e ia me virar, já com a Espada nas mãos, porém, quando meus olhos focaram novamente
... Um clarão. Vi o cara de gorro com algo prateado e enorme nas mãos lançar luz sobre a cabeça de Dimas, senti que não havia mais nada dele ali. Nada havia além das lápides agora; e minha vingança fez com que continuasse e fosse em direção aquele corpo pequeno no gorro marrom.
... Tambores na minha cabeça, depois do clarão em minha direção. E acordei aqui, com as palavras de Dimas fazendo mais barulho que as balas que me acertaram no ombro e me jogaram longe, nesta cama de hospital de segunda-feira.
 ***
 Naquela mesma segunda-feira, um homem grisalho reza em uma Catedral de Rocha com um enorme paredão de vidro na frente, de São Denis. Vem andando para perto dele um gorro marrom:
-Ali estão, sete tesouros de Duendes, como você pediu. –Diz o grisalho ser.
-Ótimo. – Fala a voz rouca, mas, feminina.
 Ela retira o gorro e revela sua pele branca, cabelos ruivos pintados presos, olhar para o nada. Se aproxima de sete pacotes, entre caixas de madeira e sacos de pão com inscrições de selamento. Depois de checar tudo, joga perto do homem grisalho que rezava uma enorme Colt prateada:
 -Ela é sua. Pegue.
 -Não, pode ficar... Você é uma honrosa representante de sua raça, – levantando-se, mas sem virar para trás, o senhor de terno negro, fala sempre macio, como um pai – esta arma apenas funciona com guerreiros dignos, você o é, Janes Tempest.
 Com os olhos verdes e negros, ela o fita, mas pega a arma. Coloca as caixas empilhadas e os pacotes em suas pequenas mãos de 1,68 m.
-Você, por que matar alguém de seu próprio povo?
-Oras, - vira-se o homem grisalho – isto é demasiado humano, jovem celita.
 Ela sorri, e deixa cair uma adaga no chão. Um vento sopra e desaparece. O homem sorri com o estalado.
 Em um instante, aparecem das estátuas dos santos na capela diversos homens de preto. O maior entre eles, pergunta:
 -Você está bem, Mestre Søren?! Alguma coisa quebrou nossa conexão telepática com o senhor!
-Estou bem, Chavalier! Foi aquela pequena lâmina que barrou vocês... Não se preocupem, apenas uma reunião com uma Entidade Superior.
-O quê? Mas, mestre, o senhor está bem?
-Sim, agora, vamos... O enterro da nossa amada Vanda está para acontecer...
 Neste momento, toca o celular tijolo de um dos seguranças, ao qual diz, atônito:
-Mestre Søren! ...Acabo de saber que o Lendário Dimas de Luparino morreu ontem à noite!
-O quê? Aquele velho desgraçado?!! – Diz outro – Pensei que ele fosse imortal! Mestre, ele não era seu amigo?
 Søren apenas olha para eles e diz:
-Vamos, estamos atrasados para o enterro.
E a luz alaranjada toma a Catedral, a segunda está pra acabar.