Lembrei d'um tempo em que
As coisas eram mais simples
Em que você me como
Futuro e não apenas
Um punhado de Passados
Lembro de tempos de atos comuns
Um olhar na cama, um café na janela
Um dia cansado, um agrado perdido
Diamantes que agora
São meus amigos
Pérolas destas lembranças,
dadas aos porcos
Te olho agora no espelho
Reflito no reflexo
É só luz, toda, tudo
Toda a imagem é só um punhado
de luminosos espectros
Vidro olhar na imagem
Ela me diz apenas do passar
Ela me olha como seu futuro
seu guia, professor
Pérolas aos porcos, perdão
outra ilusão, perdoar
Ato do outro, ali no espelho
Lembro de outra época
Quando refletido ali
Alguém estava
Agora no Presente
Punhado.
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sexta-feira, 20 de outubro de 2017
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sexta-feira, 18 de abril de 2014
Distribua o ódio por aí
Aristides era um homem com uma dúzia de ovos na geladeira vermelha. Não aceitava bem o romance pela vida que os outros europeus, como ele, gostavam de ver em tudo, o dramalhão da vida moderna, seu tédio incontrolável e também como tudo tinha o sentido de ser extremamente tedioso e sem sentido não lhe interessavam. Aristides era um homem bom, apesar de não ir numa igreja.
Então, durante um dia em que via desenho animado, teve a ideia de que poderia ganhar muito dinheiro se construísse algo realmente útil para a Humanidade que não fosse máquinas que curassem câncer ou uma nova ideologia para jovens se matarem. Aristides conseguiu, com o uso de alguns fios, placas de eletrônicos e um acordos com forças como a Sombra das Pérolas, fazer algo lindo e que poderia nos ajudar em vários momentos de nossas vidas: a máquina de ódio.
Mostrou para Mariane, que ele pegava nas horas de café do escritório. Ela sempre odiou Júlia por ter um corpo melhor, Ricardo por ter lhe deixado e Felipe por ser um mau pai. Então, ela usou a máquina, abriu-a e, como disse o seu criador, pensou em todo o mal que sabia e queria e... Pronto! A máquina guardou todo o sentimento de Mariane e ela se sentiu leve, mais bonita e amada.
Casou-se como Aristides em dezembro, mês das noivas. Eles eram felizes, ela nunca falava nada ao contrário do que ele queria e ele também podia fazer o que quisesse que ela nunca esquentava, "tudo esta bem, ele me ama".
Ricardo era chefe de Aristides e sempre cobrava o fato das suas roupas desalinhadas com o tédio in office e seu horário atrasado nos eternos quinze minutos que nos separam da cama, o banho e o metrô lotado de gente. Aristides, porém, sabia que Ricardo era um homem ambicioso e desejava crescer, ele era detido pela política atual da empresa e da Economia (sempre em crise, não?). Numa das broncas, depois do almoço, Aristides perguntou para o chefe e seu bigode se ele gostaria de mudar sua vida, conseguindo tudo que quisesse quando não mais odiasse o que fazia. Ricardo, disse sim, claro.
Ricardo, dizendo que ia ficar na hora-extra, encontrou com o homem e sua maleta cheia de engrenagens dentro, olhou lá pra dentro e, se sentiu mais leve. Dentro dos dois anos seguintes, Ricardo havia deixado a empresa em que trabalhavam, deixando seu cargo para Aristides. Montando sua própria empresa, o homem se tornou um dos mais meteóricos sucessos daquele ano. Se jogou do alto do seu prédio empresarial em dezembro, creio, sorrindo.
...
Comprou, com o novo emprego, um terno cinza e novo, menores nas mangas e tal. Aristides estava feliz, porém, não tinha muito o que fazer nos meses de festas de fim de ano. Era sempre aquele caso de ir pra casa dos pais velhos e cheios de rancor... Dois dois lados. Então, resolveu animar um pouco a vida da família, depois do jantar, chamou os pais e os poucos irmãos e distribui a todos eles cartões com números, disse, tirando a sua pasta com a Máquina do Ódio de uma bolsa:
-Agora, vamos ver quem vai ser mais feliz!
Tirou o pai, a mãe e depois a irmã. Todos iam num quartinho dos fundos, pensando em tudo que acontecera. Nunca as festas foram tão boas, Mariane estava grávida, seu pai se curou do câncer e largou sua mãe, que casou com o médico da filha, Felipe. A alegria estava instalada no outro fim de ano, de dezembro.
...
Passara-se um ano sem que Aristides falasse mais da máquina, ele estava até que bem, com aquela criança chorona, a mulher silenciosa e o emprego dois cargos superior. Porém, um dia, precisaram sair e uma babá veio para a casa deles, acho que o nome dela era Lilica - belas pernas em botas e arquitetura: aconteceu na terceira visita.
Ela se sentia horrível com tudo aquilo, estava gostando do velho Aristides ponta firme. Ele, porém, não queria largar a mulher tão cedo, filho pequeno e deveres morais. Então, ela disse que o odiaria para toda a vida, ao que ele respondeu:
-Podemos mudar isto, sabia?
-Como, Ary? Como? - Gritava
-Assim... - Ele tirou do baú do quarto do casal a pasta, trancada com a senha 251.
-O que é isto?
-Algo para você esquecer, meu bem...
-... Droga? Não posso hoje, tenho prova.
-Não. Não sou disso, minha lindinha, olha aqui...
Abriu a maleta e as engrenagens douradas e rubis começaram a tremer com o movimento:
-Olha e pensa em mim... Faz isto, por favor, e nós estaremos bem para sempre! Sua linda!
Lilica olhou, com a cara inchada do choro e da noite. Disse:
-Esta bem, entendi.
Arrumou-se, foi embora e Aristides sorriu.
Mariane chegaria no outro dia, velho Felipe morrera e tal. Ela chegou de preto, porém, se sentindo pesada, estava estranhamente olhando as coisas mais cinzas e 3D, tudo parecia, também, mais colorido, as coisas pareciam importar mais... Ela daria um beijo em seu filho e, bem, Ary estivesse lá, nele também.
Subindo e entrando pelo apartamento, viu algo estranho, tudo parecia mais colorido... No quarto, um enorme escrito em vermelho sangue por toda a parede:
-ARY, ME PERDOA, MAS PENSEI EM MIM E NÃO EM VOCÊ
Aristides não estava mais ali, a pasta estava aberta e as engrenagens todas paradas, a criança dormia no outro quarto.
Então, durante um dia em que via desenho animado, teve a ideia de que poderia ganhar muito dinheiro se construísse algo realmente útil para a Humanidade que não fosse máquinas que curassem câncer ou uma nova ideologia para jovens se matarem. Aristides conseguiu, com o uso de alguns fios, placas de eletrônicos e um acordos com forças como a Sombra das Pérolas, fazer algo lindo e que poderia nos ajudar em vários momentos de nossas vidas: a máquina de ódio.
Mostrou para Mariane, que ele pegava nas horas de café do escritório. Ela sempre odiou Júlia por ter um corpo melhor, Ricardo por ter lhe deixado e Felipe por ser um mau pai. Então, ela usou a máquina, abriu-a e, como disse o seu criador, pensou em todo o mal que sabia e queria e... Pronto! A máquina guardou todo o sentimento de Mariane e ela se sentiu leve, mais bonita e amada.
Casou-se como Aristides em dezembro, mês das noivas. Eles eram felizes, ela nunca falava nada ao contrário do que ele queria e ele também podia fazer o que quisesse que ela nunca esquentava, "tudo esta bem, ele me ama".
Ricardo era chefe de Aristides e sempre cobrava o fato das suas roupas desalinhadas com o tédio in office e seu horário atrasado nos eternos quinze minutos que nos separam da cama, o banho e o metrô lotado de gente. Aristides, porém, sabia que Ricardo era um homem ambicioso e desejava crescer, ele era detido pela política atual da empresa e da Economia (sempre em crise, não?). Numa das broncas, depois do almoço, Aristides perguntou para o chefe e seu bigode se ele gostaria de mudar sua vida, conseguindo tudo que quisesse quando não mais odiasse o que fazia. Ricardo, disse sim, claro.
Ricardo, dizendo que ia ficar na hora-extra, encontrou com o homem e sua maleta cheia de engrenagens dentro, olhou lá pra dentro e, se sentiu mais leve. Dentro dos dois anos seguintes, Ricardo havia deixado a empresa em que trabalhavam, deixando seu cargo para Aristides. Montando sua própria empresa, o homem se tornou um dos mais meteóricos sucessos daquele ano. Se jogou do alto do seu prédio empresarial em dezembro, creio, sorrindo.
...
Comprou, com o novo emprego, um terno cinza e novo, menores nas mangas e tal. Aristides estava feliz, porém, não tinha muito o que fazer nos meses de festas de fim de ano. Era sempre aquele caso de ir pra casa dos pais velhos e cheios de rancor... Dois dois lados. Então, resolveu animar um pouco a vida da família, depois do jantar, chamou os pais e os poucos irmãos e distribui a todos eles cartões com números, disse, tirando a sua pasta com a Máquina do Ódio de uma bolsa:
-Agora, vamos ver quem vai ser mais feliz!
Tirou o pai, a mãe e depois a irmã. Todos iam num quartinho dos fundos, pensando em tudo que acontecera. Nunca as festas foram tão boas, Mariane estava grávida, seu pai se curou do câncer e largou sua mãe, que casou com o médico da filha, Felipe. A alegria estava instalada no outro fim de ano, de dezembro.
...
Passara-se um ano sem que Aristides falasse mais da máquina, ele estava até que bem, com aquela criança chorona, a mulher silenciosa e o emprego dois cargos superior. Porém, um dia, precisaram sair e uma babá veio para a casa deles, acho que o nome dela era Lilica - belas pernas em botas e arquitetura: aconteceu na terceira visita.
Ela se sentia horrível com tudo aquilo, estava gostando do velho Aristides ponta firme. Ele, porém, não queria largar a mulher tão cedo, filho pequeno e deveres morais. Então, ela disse que o odiaria para toda a vida, ao que ele respondeu:
-Podemos mudar isto, sabia?
-Como, Ary? Como? - Gritava
-Assim... - Ele tirou do baú do quarto do casal a pasta, trancada com a senha 251.
-O que é isto?
-Algo para você esquecer, meu bem...
-... Droga? Não posso hoje, tenho prova.
-Não. Não sou disso, minha lindinha, olha aqui...
Abriu a maleta e as engrenagens douradas e rubis começaram a tremer com o movimento:
-Olha e pensa em mim... Faz isto, por favor, e nós estaremos bem para sempre! Sua linda!
Lilica olhou, com a cara inchada do choro e da noite. Disse:
-Esta bem, entendi.
Arrumou-se, foi embora e Aristides sorriu.
Mariane chegaria no outro dia, velho Felipe morrera e tal. Ela chegou de preto, porém, se sentindo pesada, estava estranhamente olhando as coisas mais cinzas e 3D, tudo parecia, também, mais colorido, as coisas pareciam importar mais... Ela daria um beijo em seu filho e, bem, Ary estivesse lá, nele também.
Subindo e entrando pelo apartamento, viu algo estranho, tudo parecia mais colorido... No quarto, um enorme escrito em vermelho sangue por toda a parede:
-ARY, ME PERDOA, MAS PENSEI EM MIM E NÃO EM VOCÊ
Aristides não estava mais ali, a pasta estava aberta e as engrenagens todas paradas, a criança dormia no outro quarto.
(Keaton)
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