Cápitulo 3 - Ab alio expectes,
quod alteri feceris
-Eu voltei. –Disse César
-Então, está aqui,
para terminarmos com isto.
-Sim, estou... Amigo
Saudade... Estou acabado... O que vivi nesta viagem...
-Eu sei, a luta com
os Serafins me destruiu, me fez perder meu sonho, minha agora Violeta
-O que fazer agora,
os Serafins estão comigo...
-Eu lhe falei do meu
genro, Tomas... Não?
-Sim
-Ele é a única coisa
que pode mata o mestre do Castelo Hospital, o Poderoso...
-Mas, como assim? E
os Serafins?! Tudo que passei... Foi, por nada?
-Não, meu amigo
César... Eu não poderei vencer sem os dois... Pois, Tomas faz parte de minha
filha, assim como ela faz parte de mim...
-O que acontece
agora?
... E no silêncio, o
pássaro ouviu o que devia fazer. Ele fizera um trato, e agora terminaria seus
dias:
Tomou a última lágrima.
...
Nas portas do enorme Hospital viu surgir o
Poderoso... Ao seu lado direito, a Enfermeira, no esquerdo, a Filha. Ele olhava
um pássaro que estava ali há semanas e sumiu por meses... Porém, voltou há
alguns dias e agora estava ali... Ele viu nos olhos dele e achou estranho...
-Quem é você? –
Perguntou o Poderoso
-Eu, eu sou ele!
Então, o Médico temeu, como nunca em sua
vida... O pássaro falou e depois se transformou eu um homem de olhos
distantes... E a Filha gritou:
-Pai?!!!! – Então,
algo doeu nela e ela desmaiou...
-... – O Médico viu
aquilo e não acreditava... Aquela imagem nas fotos de sua falecida esposa, ao qual ela disse que era um
Ser Maior que ele e que o fez desejar a morte de tudo que havia nisto, pois,
apenas um poderia ser Grande: Ele mesmo. Levantou os braços e deu um tapa na
enfermeira:
-Chama nossos
filhos!
Ela, com maquiagem borrada, foi chamando cada
um dos números do alfabeto, aos quais foram saindo das portas do prédio branco
uma enorme número de soldados de negro, com metralhadoras...
-Você! Pai desta
fêmea pequena ao qual ainda não consegui que tenha uma cria minha, qual é teu
desejo?! Como quer morrer para o Maior de todos?!
-Meu desejo? –Sorriu
o homem profundo – Violeta... Ela vai sonhar novamente, mesmo que tenha de
acabar com todo este mundo! E com eles acabarei!
E apontando para o chão, tudo tremeu...
Do Leste apareceu alguém, era Cimitarra, com
um exército de pessoas com roupas e flores nos cabelos. Junto dele, do
Nordeste, veio o Caído, com raposas munidas de dardos e bestas... Então, houve
um lançar de armas e tiros.
E na chuva de morte, o pássaro pegou a
deslocada Violeta e correu com ela, correu e correu, enquanto a chuva caíra e
explodia em ventos de fogo.
-Não, volta com minha fêmea e cria! – E lançou
o médico para cima dos dois, com grande tamanho eram seus passos, porém,
segurado por Cimitarra foi... Que o golpeava e tentava impedí-lo de caminhar e
pegar Violeta
Nisto, a Enfermeira, pegou uma pistola e em
uma nuvem que a escondia, atirou nas costas do pássaro... Ele ainda correu mais
um pouco, com Violeta nos braços, entrando em uma casa abandonada...
-Estou... Estou...
-Quem... –Disse
olhando com olhos verdes a moça – Quem é você?
-Velha amiga... Sou
eu, aquele que caiu pela sua história, aquele que veio te salvar... Mas, que
você não conhece assim... Sou eu, apenas eu... – Eu uma lágrima caiu da face
daquele ser... E ele voltou a ser o que era
-César... – Então,
então ela acordou e viu
Virou-se para a porta e lá estava a Amante
Enfermeira, ela apontou a arma para ela, mas, Violeta não temeu... Minha filha
não temeu mais. Ela gritou e logo muitos dardos acertaram o corpo da mulher que
deixava-a dopada, ao qual virou uma
massa de açúcar podre e morto...
-É hora... É hora de César ser o que és!
Então, a Filha saiu e viu o caos da batalha,
viu quando Cimitarra teve suas asas coloridas e braços arrancados... O Serafim
Caído o tirou dali e tentou acertar o Poderoso com um tiro, mas, apenas o
deteve... Ele crescia, ele crescia...
Violeta
olhava tudo aquilo... Olhou César morto em um canto, temeu por tudo... E o
Médico crescia, sua face ficava mais medonha... Então, a moça ferida por tudo,
olhou para o lado e ali esta um ser de armadura negra e capa branca, orelhas de
coelho e cabelo ruivo:
-Olá!
-Olá?
-Eu acabei com seu pai
anos atrás... Mas, eu sei como parar com tudo isto!
-Quem é você?
-Meu nome?... Eu sou
apenas alguém... Alguém, Silêncio...
Violeta não mais entendia... Mas, eu sim...
Logo, o Exército de Filhos do Poderoso estava vencendo e cercando tudo com suas
balas... Porém, o Serafim Mudo levantou seu braço e do ar se fez um elmo negro,
ao colocá-lo, disse para Violeta:
-Nós apenas podemos destruir o corpo físico do
Médico Monstro, apenas você, apenas Violeta pode ter a beleza de matar seu
poder... E a maior beleza que tens está em algo que teu pai te deu! Há anos!
Lembra dele! César, o Pássaro Guerreiro descobriu qual era... E agora você,
jovem futura rainha de sua vida, deve se lembrar!
E o Serafim abriu as asas mais brilhantes de
celofane de todas, e voou, em direção ao monstro... Levantou teu braço e nele
disse:
-Avante! VINGANÇA DOS FUTUROS!
E de toda a parte de suas asas caíram maçãs, e
das maçãs explodiram crianças... E as crianças voavam e caregavam mais
maçãs... Em todo o soldado elas caíram,
e pelo corpo do enorme Médico elas agarraram e seguraram... O Gigante Poderoso
Padrasto caíra, e ele temeu aquilo:
-Quem é você?!
-Eu? Eu trago algo
que a tudo caí... Eu sou o Silêncio de todo o poder... E cada criança aqui é um
de seus filhos, alguém que você prendeu sobre a égide da sina!
E Violeta viu o medo daquele homem que havia
feito aquilo com ela... E, lembrou da morte de César... Então, ela caiu e
lembrou-se do Pai:
-Veja, filha...
–Disse ele para ela – este é seu amigo, este é Tomas!
Então, lembrou do
segredo que seu pai lhe deu: um amigo para todas as horas, um amigo que havia
sido seu marido até... A lembrança foi crescendo até que ela, Violeta, olhou
para o lado e viu um rapaz de gravata e terno... Ele disse:
-Há muito tempo
gostaria que você voltasse, pequena Violeta de meus dias...
-Tomas?
-Sim... Apenas um
pequeno amigo imaginário... Apenas algo que seu pai fez para você e por isto
morreu...
-Desgraçado!!!!!!!!!!
–Libertou-se o Poderoso e olhou, gigante, para o pequeno rapaz, que recitou:
“Um a Lágrima virou Rufião
Outra, Alice
Outra, Bigodudo Professor
Da penúltima, virou um Serafim
E na última, tornou-se o Pai
Silenciado
De uma letra virou Mapa
Da segunda, virou Saber sobre a
City Apple
E na última, o medo do Desejo
E da Maçã virou futuro...
E eu sou a Esperança!”
E tocou as mãos de Violeta, e ela soube que
por um momento, lá atrás, lá no começo da história, ela foi feliz...
Ouvi então um estalado, e havia um buraco lá,
no Cemitério.
O Poderoso parou, ele olhou e aquele não era
mais o Pássaro na forma do Pai, mas, o verdadeiro Pai... Tomas se transformou
em Pai... O Amigo Imaginário que nunca deixou a mente da menina estava de
volta!
-Olá e adeus, filha! Com um sopro se vai um
sonho, com um acordar você volta e estará tudo bem... Seu pai sempre estará
aqui...
Sobre os olhos de pavor, o Poderoso ajoelhou e
o Fantasma Pai com soco lhe explodiu a cabeça, o sangue jorra! Sangue que apaga
tudo!
Tudo acaba, tudo acaba... Menos o que sonhamos
um dia!
Então, Cimitarra, Caído, Mudo, as
crianças-maçãs, as raposas arqueiras, as pessoas flores, o Hospital, City
Apple, os Campos, Alice, César, Tomas, o Padrasto, a Mãe, o Pai...
Tudo se apaga.
E... Quando acordei, o silêncio não mais
havia...
Apenas um olho
aberto e sonolento
Apenas um sonho da
menina
Menina Violeta
?
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