domingo, 21 de janeiro de 2018

Fragmentos de domingo 2

Tacos
Fazendo barulho, vejo eles, naquele ambiente estéril
Naquela casa velha, vejo aquela velha senhora
E seus tacos
Madeira que range, olhos que rangem
Ossos que flexionam
Da velha, que observo atentamente
Na casa cheia de tacos
Ir no altarzinho
Pac, pac, pac
Fazem os passos
Acende uma velha, eu, na poltrona do lado observo
Abaixo a cabeça e lembro apenas dos tacos
Na cama ao meu lado, vazio
Olha a velha para ela, eu olho pra velha, na casa de tacos
Pac pac pac
Ela ora o que crê
Eu ando novamente, naqueles tacos
Desde a infância lembro-me deles, agora não durmo mais trancado
Naquela cama
Ando sobre os tacos, pac pac pac
E a velha apaga a vela
Meu filho, ela diz, descansa no outro mundo
Paro sobre os tacos, viro-me
E saio para o ambiente estéril
Pac pac pac

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Sua visão inflaciona meus pulmões de vil vida
Olho aos Céus clamando-te perdão que jamais tive
Clamo por mim mesmo nesta vida
Sua visão, vejo a ti
Busco penhasco próximo, me jogo.

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Os passos do amante, cantando poemas de Oasis, Iron e Los Hermanos
Ele, judiado gemendo e chorando, observo
O pombo fazendo prupru
Jaz atropelado em concreto
A pomba voa com outro
Pruprupru

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Sinceridade é hidratante, mas o oceano é também mortal e imprevisível. Não busque na verdade a sua vontade, geração melindrosa.

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