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sábado, 3 de dezembro de 2011

O Legado do Vestido Vermelho #Agentes do Caos

 MUSIQUETA DA POSTAGEM

 -Olá!
 -Olá! -Me diz a moça de vestido vermelho belíssimo, belo corte e belo porte, era muito equilibrado o corpo dela... Apesar disto, sabia que embaixo do vestido estava algo que teria de tomar cuidado... É, aquilo...
 Ela puxou duas cadeiras, em uma sentou e na outra pôs os pés com tênis de borracha e pano, pude ver suas pernas mais ou menos brancas... Dependia da onde olhava...
 Concentre-se. Isto não faz parte do negócio.
 -Então, por que me chamou? -Ela pergunta
 -Você sabe, esta na hora de fazer alguma coisa... O Panda Vermelho vai embora, eu, devo Continuar o Legado...
 -Se acha capaz? É um garoto apenas um homem...
 -Um homem com uma coisa de atitude suficiente no meio das pernas e que não vai deixar de fazer o que tem de fazer...
  -Ora, não me faça rir... -Ela ri, alto e grave, posso ver os movimentos que seu peito faz... Puxa pra dentro e pra fora, pra dentro e pra fora... Aquele ar... No vestido vermelho
 Chega então, o primeiro drinque
 .........
 Estava quase chegando à uma da manhã, nada mais falávamos sobre nada... Apenas via a face daquela linda mulher de cabelos castanhos e enrolados... Imaginava coisas, ela, imaginava me morder; sou leitor de mentes... Fazia alguns anos que tinha perdido alguém especial, não estava a fim de nada, mas, a gravidade da cama daquele hotel era mais forte que eu, ela me puxava... Ela me puxava...
                                 Dentro do campo daquilo que havia feito, ela ali, descabelada, lembrava de meus antigos demônios, mas, não tinha mais o que fazer a não ser, esperar o sol chegar...
 ...Um momento pequeno, algo sem importância, no entanto, sempre lembrei daquilo... Era quando eu era um amigo do Panda Vermelho, um velho engraçado... Porém, era agora um simples funcionário do Instituto de Mapeamento da Rede de Saneamento Municipal, ou seja, eu mexia pra onde deveria ir os excrementos de uma cidade inteira, UMA CIDADE INTEIRA...
 Até que, estranhamente, no ônibus em que estava me aparece uma mulher quarentona, ela já fora bonita um dia... Parecia, ao menos, diz ela com voz rouca de quem já engoliu muita coisa por aí;
 -Lembra de mim?
 -...Hm... Olá! Desculpe? -Ela sorriu amarelo com a resposta que dei e respondeu
 -Você deveria saber... Um dia, ia ser chamado... Preciso de você, precisamos de você...
 -Desculpe, ainda não lembro quem é você...
 -Ora! -Ela virou-se e olhei estranhado pra ela, vi o que ela me mostrava, lembrei... 
 -Ahhhhh! Sim!
 .......
 Era o mesmo hotel em que estive com ela uns quatro anos atrás, estava todo destruído, ou melhor, só virara um muquifo maior do que era antes, seu barzinho, no hall, mais ainda... Me contou a quarentona que precisava tirar um cara da sua cola, era um Agente do Caos, isto realmente seria difícil... 
 -Como é o nome dele?
 -Barbatos, Yamamoto Barbatos... -Sorri e até arrisquei uma risada com minha cara amarela de tédio da vida  diária, este era uma lenda; praticamente, todos os Agentes com quem lutei e que valeram a luta comentaram alguma vez dele... Magro, pálido, e cada parte de sua pele era um portal para o Inferno. Ele era um monstro poderosíssimo... Mesmo quando teve sua cabeça decepada, na China, sobreviveu e matou aqueles que o prenderam...
 -Nem pensar... Não vou me arriscar a lutar contra isto...
 -Eu posso pagar, quanto quiser... O que quiser... Sabe disto, sou um anjo, posso fazer o que quiser...
 -Você é uma bêbada, isto que é! Fui naquele seu papo quando fiquei contigo e nada ganhei!
 -Hey, não ia pedir ajuda pra você se não fosse meu último recurso... Você me ajudou com aquela ficada, sabia? Tive um belo ovo teu, vendi pra Eles, pros Agentes... Só não sabia que eles não iam gostar da sua cria...
 Tive vontade de estourar os miolos daquele monstro, mas, só tinha as mãos, não poderia fazer muita coisa... Ela era poderosa, ao que parecia...
 -Como alguém tão débil como você foi fazer negócios com Eles? E por que foi deixar logo um tipo destes bravo? Estou destreinado... Não posso fazer muito, nem tenho uma arma e...
 Ela me olhou com uma cara de morta, parei de falar, a olhei... Não via nada da linda mulher com que dormi anos atrás... "-E... O que aconteceu com você?", perguntei, "-Barbatos... Eu tive que me virar... Quase morri, mas me salvei... Salvei..."
                                     Tirou da bolsa que tinha um ovo enorme, ao qual nem sabia como ela carregava, ou como não percebi antes... Era um ovo negro, porém, como brilho dourado...
 -Isto, bem, é o seu "segundo filho"... -Fiquei sem reação, tentando articular as palavras caladas pelo susto, perguntei
 -Mas, o quê?
 -Você disse uma vez que podia continuar com o que o Chefe Panda Vermelho fazia... Ele sempre jogou pros dois lados, se é que isto existe... Jogue também, eu, não tenho mais tempo...
 -Como... -Olhei pra ela, me mostrou a agora quarentona e antes linda mulher uma marca, a Marca dos Agentes...
 -Vadia! Você quer é me encurralar e...
 -Não seja idiota... Estou te entregando isto pra que tenha algo pra negociar com Barbatos... Ele vai chegar logo, isto é um Selo... O selo que contém minha morte... Cada vez que respiro, pus cai na minha garganta, cada vez que suo, minha pele fica mais velha... Cada vez que choro, minha visão piora... Cada vez que me lembro de como era, bem, isto acontece com todos, mas... Eu perco meu futuro...
 -...Pare de filosofias!! -Meu berro fez com que todos olhassem para a estranha mesa... Ela me deu o ovo e mandou eu sentar novamente na cadeira, já que tinha me levantado quando berrei... Fiz isto, me deu uma arma por baixo da toalha, pude perceber e pegar...
 -O quê?...
 -Acabou meu tempo, Nolan! Vá logo, mas discretamente... Daqui há alguns minutos, saia da mesa e vá pro banheiro, como o ovo nesta bolsa aqui... Saia e cuide do seu filho...
 Refleti apenas por um tempo, vivera muito tempo negando a mim mesmo o que era, o que queria... Era minha chance de Legado, de não ficar apenas registrando e mapeando excremento...
 A comida chega, era um macarrão vagabundo. Dei algumas garfadas no sacrifício. 
 Esperei, levantei, entrei no toalete... Na mesa 7, se não me engano, um homem de bigode e um de chapéu de coco muito estranhos...
 ...
 Sai da cidade com tudo que tinha e com motor do carro quase quebrando de tanto forçá-lo...
 Descobri um tempo depois; o hotel queimou naquela noite, todos mortos, uma mulher de uns quarenta anos sem registro fora pro hospital... Estranhamente, morreu uns dias depois, uma enfermeira que não lembra o que aconteceu, foi a culpada... No corpo, um chapéu de coco misteriosamente colocado... Enfim, ela fora uma boa mulher
 O ovo demorou pra chocar. Quando chocar, não faço a mínima do que vai sair... Pensei no futuro dele, até em fazer uma omelete dele, ou, não sei... Ir na escola, a faculdade, sei lá... Seu futuro e o meu, ele lá, arrumadinho sempre num paninho no banco da frente do carro - com cinto de segurança!
 Sorria as vezes, pensava que ela, a mãe "por acidente", estava de vermelho. Era meu legado, afinal de contas, aquele vestido sempre me disse algo sobre mim mesmo...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Mulheres de Vermelho #Agentes do Caos

 Na floresta do Níger ela caminhava, entre grandes carvalhos, cerejeiras e jatobás. Missão: Levar numa cestinha  simples e boba, os códigos para a Artilharia Prateada -localizações e coordenadas para que o ataque ao reino da Rainha Iluminista. Tinha três mestres, os Três Porcos, do reino -claro- de Pigest: Heart, grande produtor de palha, Bravery, o madeireiro, e o Grande Descartes, o Inteligente; eram tempos em que a régua e o esquadro eram mais importantes que a massa dos corpos e seus "corações", tudo deveria ser calculado, planejado. Esta era a missão daquela bela Mulher de Vermelho.
                                                                       Belo corpo, tinha a forma embaixo d'uma letra pê, em cima, um ponto de interrogação, polaca ruiva de olhos verdes, nunca precisou de mais de dois olhares para conquistar um corpo para aquecê-la a noite. Nunca um ser companheiro, apenas um "aquecimento dos pé e de suas outras partes". Para ela, deveria ir apenas a sua avó, em Spell-Without, no centro da floresta Níger... Nada saberia, leitor, que carregava, dentro dum bolo de confeitos, as localizações de todas as bases do futuro reino inimigo dos Três Porcos, o da Rainha Iluminista. Ela não era burra, sabia que não venceriam a guerra contra um reino daqueles, mas a Mulher D'Vermelho nada sabia que guardava a matança de seus amantes, de seus sobrinhos e de algum futuro "príncipe", que a trairia em alguma hora... Enfim, carregamos a morte sem saber que a isto fazemos.
                                                       -Estou deprimido doutor... Tenho força, este poder, mas não sei usá-lo! Minha força se desperdiça com a rotina! Um Homem-Comum não terá seu nome escrito mais que em sua lápide!(...) "-Por que você não se alista?"- Filho duma cadela!, isto que deveria falar para o psicólogo que me atendeu. Apolo Volf, meu nome, 21 anos, na época da consulta eu tinha 17para18, ainda estou sem rumo, sou um adulto sem rumo, lenço ou documento, vivendo num maldito século das Luzes que queimam minhas retinas com sua luz falsa, meus sonhos nada mais são que a reprodução vomitada de alguém que a muito tempo atrás conseguiu realizar alguma coisa e, sem saber, influenciou todos aqueles que hoje são apenas espectros dos verdadeiros interesses! Ah, sou um lopino, ou se preferir, um Lobo, do Reino de Feist, amigo da Rainha Iluminista.
                               "Corpo firme! Minha Nossa Senhora dos Lobos! Que olhos!" -Pensava o Lobo Apolo ao ver a polaca ruiva a andar pela floresta... Ela era seu alvo, ele iria fazer tudo para completar sua missão; saiu dum arbusto; "-Oi", disse ele, ela o viu, viu seu corpo peludo, "-Olá!", lhe respondeu com os olhos vidrados... Ela deu para ele os dois olhares, ele respondeu tudo certo e, apesar de ser um lobo, pareceu mais que um simples macho, ele queria manter o plano, mas, por alguma razão, mudara seu caminho. Passaram-se duas horas e muitas coisas, movimentos e palavras, mais sons e barulhos, de certo.
                                                                                                                            Volf foi andando para Spell-Without, junto, levava um bilhete para a avó da Mulher de Vermelho, encontrá-la em determinada cabana em determinado lugar no meio da floresta de Níger:
 -Quem és tu? -Perguntou a velha a Volf, ele se disse um emissário, ela não acreditou, ele mostrou o Anel de Casto, símbolo a Ordem das Chapéus que sua filha, sua mãe e sua neta participaram; a velha, que tinha em volta de si, tiras de couro com balas e duas espadas na cintura, resolveu acreditar na imensa criatura... Que, para ela, além de imensa, parecia bem potente, se o leitor desavisado pode me compreender. Chamou com sigo mais dois soldados, caçadores, com seus mosquetes e machados.
                                                                                                          Eram três da tarde, Hora da Libertação, como diziam os livros mitológicos, a Velha entrou na barraca, o Lobo ficou com os dois caçadores no lado de fora... "-Que braços grandes você tem..."-Perguntou um dos caçadores, interessado; o outro, pensando ser brincadeira, continuou: "-Que grandes olhos, hein?" -Ele riu, o primeiro a perguntar sorriu, envergonhado. O Lobo Apolo olhava para a porta recém fechada... Esperava.
                                                                                                                                 A Mulher de Vermelho surgiu de trás da porta da pequena cabana, a Velha disse, sem se assustar, mas pegando em sua espada: "Ah, olá!"
 -Sabe, -disse a Menina de Capuz Vermelho- você vovó, nunca me deu um beijo de boa noite, fiz faculdades em Lisboa e Versaille, nunca me falou nada... Mas, hoje a compreendo...
 -O que é isto? Por que esta tentando se confessar?-Riu a Velha depois de responder, ela pegava em sua espada mais firmemente, suava.
 -Nunca quis ser da Ordem, vovó... Queria algo, não sei, talvez uma cantora de ópera-rock, até pianista de Samba! Por que a Ordem?!!
                                           A Velha sabia, não dava pra escapar, esta seria a última missão que ela faria, depois seria a linda polaca ruiva a sua frente, aquela que puxara ela em sua juventude, que seria A Chefe. Mesmo se escapasse, a missão estava comprometida, a cabeça da Velha já estava em uma bandeja para Heart, Bravery e Descartes. Mas, estranhamente, se sentiu libertada, libertada pela liberdade de outro, parecia feliz quando...
                                 Um tiro saído de trás da capa vermelha se ouviu lá dentro, o Lobo arrancou a cara de um dos caçadores, o outro reagiu, o machado zumbiu e arrancou um pedaço do braço do Lobo; Chapéu pulou em cima do caçador, ele deu-lhe um tapa e, na grama verde e macia da floresta do Níger, ele já estava "a postos" para consumir o ato físico com a Mulher de Vermelho... BAM!! A pólvora do mosquete queimou as costas do caçador, a ruiva puxou a faca deste e enfiou tão fundo em sua barriga que foi difícil puxar para de novo enterrar na boca do pervertido... Olhando para trás, ela viu a Velha, morta pelo tiro na porta da cabana, o mosquete que ela poderia ter usado para se salvar, salvou sua assassina, ou sua neta libertada?
                                      "-Adeus!"-Ele me disse... "-Não poderemos ir para as florestas da Riviera, não?"-completou aquele tolo, enquanto nós dois nos esvaíamos em lágrimas, mas tendo sorrisos nelas incrustados... Talvez já de antes nos conhecêssemos, talvez de Lisboa, das aulas de Estudos Humanos? Não sei... Sei que Apolo Volf morreu em meus braços, havíamos nos libertado; corri, corri muito, com minha cesta e a grade coisa que nela guardava, estava livre, sem coração, mas, livre, perto daquilo que chamam de Paz.
                                               ***
 Levantei da cadeira, eu, o escritor. Peguei minha máscara de corvo, pus meu jaleco negro, segui para Lion; tinha que me encontrar com alguém, depois de ter mudado os nomes dos espiões que atacariam ela, eu, um "simples funcionário público de Feist", deveria terminar meu serviço, os códigos pela morte de qualquer perseguidor e mais dois barris de rum repletos de ouro, um preço justo pela aparente "paz de espírito" de nossas vidas mediócres. Peguei a carruagem e fui me encontrar com a Chapéu, a última Mulher de Vermelho.


 MUSIQUETA DA POSTAGEM