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sábado, 1 de setembro de 2018

Sábado das minhas sombras me olhando 1

Ao cara que cavou um buraco
Foi morar lá
Afogando-se na própria merda
Apenas se tampou a vala
Seguiu-se em frente
---

A fé que deixou
De ser certeza
Passou pra algo de crença
Misto de desespero
Em um concreto do muro de fraquezas
Por atenção, fama, pavor
Puro mundo temporal de forças
Que jamais venceria
Sem um pouco de humildade e caridade
Mas, pra quê?
Somos modernos e evoluídos
Dizem até que somos livres
Só não o sendo de nós mesmos
---

Ajoelhar-se por algo que preste
Se a nada se prosta
Apenas vai amar a ti mesmo
Numa masturbação infinita de si
Como fim e destino da humanidade
Mas, que morrerá em tal cidade, em tal ano
Será logo pó
As lembranças de ti acabarão
Os amigos também irão
Logo, eu deveria também viver o agora
Sim! Pego minha bike e vou embora!
Mas, o mundo feito de eternos agoras
Já não me basta mais...
Olho o passado, curioso de seus antepassados
Desconfio do futuro, agindo no pouco que posso
Porém, ultrapasso o tempo
Ajoelhando em silêncio, no cálido d'alma
Concordando que miserável que sou
Posso ter algo de heróico
Se amar, ensinar ou algo assim
Transcender um pouco
Aquilo que vejo e sinto
E apenas repousar Nele
Pois, as feridas que tenho e as que faço
Estão todas no gênero humano
Mas, eu
Eu ajoelho à Ele


sábado, 18 de novembro de 2017

doutrina do pavor

Doutrina do Medo

Caçando entre os olhos dos outros
A verdade que não vejo em nós
Impossível encontrar a si mesmo
Tento descobrir nas suas opiniões, bravejando que sou
Independente
Dizendo em voz alta que não ligo, que nada afeta
Só que aonde não há medo do mundo
Há pavor do mesmo jeito
Está lá
Só maquiado
Em uma pretensa fortaleza moderna
Aonde você grita liberdades, direitos e suas ideias
O pavor ainda está lá
vivendo da opinião dos outros e buscando aqueles
Que te dizem não ser livre ou forte
Ah, o medo é libertador mais que isto
É saber os limites de si mesmo
E conhecer a si mesmo é um ganho quântico
Em mundos aonde todos se acham fortes o suficiente
Pra existir pra além de uns poucos anos
Poucos amigos
Poucos trocados e viagens no bolso
A Doutrina do Medo pede estarmos esperando a Felicidade
E não agarramos nosso destino com os dentes
Apenas ficar teorizando e não fazendo uma poesia
Trepando, mas nunca encontrando um único beijo
Que tenha valido a pena
Não, meu caro, o pavor não está apenas no bandido, escuro
Ou bichos escatológicos
ele está ali, te olhando, seu Fracasso
Seu carro quebrado, seu inútil namorado
Ele diz que você não deve ter medo, pois tem de ser forte
Mas, você nunca se perguntou pra quem?
Se todos estão morrendo, o que custaria
Um pouco de você numa conversa
Num trabalho, numa faculdade
O quanto custaria, por um dia
Ter medos, mas não pavores
E poder se mexer dois passos
Sem a Doutrina do Medo?


Disse o mergulhador no escafandro
No fundo do oceano de si mesmo.