Sinto-me aquele último lanceiro,
Aquele do fim da batalha a
levantar estandarte caído
Me fiz de anjo que quer se suicidar, quer
ser
caído
Não deveria me importar com os desejos dos outros,
Acabo por sofrer na véspera do natal, ou
da Páscoa
Se nas nuvens do Céu, ninguém quer me ouvir
Eu não preciso falar
No fim
das coisas
espero que o futuro o coração seja
Metal, e eu
Mesmo que em futuro tão distante
Tenha corpo, mente, ou seja,
"alma"
de pedra
Se não há consenso entre nós, já
Esperava
Se parece que não há sonhos na noite do verão
Previa
Pena
Sou um peru de véspera;
Se parecer que reclamo de ti leitor,
Aceito, sou um humano,
Não vejo deus;
Mas, no fim
"Estamos todos presos do lado de fora dum abraço"
Atravesso a rua, é frio e chuvisca na minha jaqueta de tecido pesado
Continuo andando,
Me calo, por hora, por alguém, porém
Um pé depois do outro
Mais um tijolo
Num castelo de areia e pó solúvel em lágrimas e babas de gozo:
Face da vida.
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