Então, o grande Sábio Diezarr uniu todo um grupo de
cinquenta tons de dracônicos negros, e todos os Zarr se viram em enorme paz
interior. Seus corpos, naquele momento, eram mais curtos e possuíam apenas
quatro pernas, mediam apenas cinco braças (mais ou menos 5 m) e suas pelagens
estavam escuras, devido ao grande tempo em que o chão ficou em permafrost, um
gigantesco mundo gelado na superfície que fez com que os seres Zarr aprendessem
a Arte de Minoritar.
Como dizia o próprio Diezarr: minoretar é esquecer-se de si como algo importante e focar-se nas
grandes entidades que existem dentro de si, deixando que seus pés movam-se em
nado para cima e carreguem os ares para trás de si... O resultado disto é o
minoreta, o voo pelo inflamento de nossos ossos e bolsas internas, nós, com
isto, nos tornamos os Senhores do Celeste, com isto, atingimos às alturas.
Após os duzentos anos de Era Mundial Glacial, os Zarr
começaram a desenvolver enormes canhões que usavam a energia dos grandes
vulcões cinzentos para causar um Aquecimento Global. Os vapores iam subindo e
revelando os velhos continentes, nesta era, foi fundada pelo Senado das Tribos
uma enorme base, feita com cinco grandes canhões como base, Minorito – a “estrela
em cima das nuvens”.
Neste período, tomaram contato com Niniel, um Serafim que
conduzia um grande cruzador interdimensões, um Nyxk. Com ele, o povo Zarr tomou
conhecimento do Mundo Exterior ao seu e começou a desejar a sua total
compreensão... Porém, algo grave aconteceu... Com seus enormes canhões de
degelo, os Zarr tiravam o calor interior do planeta Zarr e lançavam-o sobre a
superfície, como enormes jatos energéticos. Até aí estaria tudo bem,
entretanto, o planeta Zarr era na verdade uma enorme entidade viva, aonde uma
enorme parte de seu continente era na verdade uma estrutura bacteriana, o
Mumio.
Niniel sabia disto e deixou tudo acontecer, pois, quando o
Mumio acordou, arrebentou toda a enorme civilização Zarr, matando milhões,
inclusive os líderes globais. O Serafim roxo iluminava-se com o saber de tudo
aquilo, porém, foi descoberto que ele e seus apaixonados, outros Zarr, haviam deixado
tudo aquilo acontecer...
Com ele estava a Serafim Oganiel, que tomou parte em
providenciar peças Nyxk para construir as primeiras Naves daquele povo,
chamadas de Arcas. Entretanto, Niniel se achava no direito de impedir isto e
matou Oganiel, fulminando a primeira nave de fuga com seu cruzador.
Neste período, havia um geógrafo chamado Boarazarr, ele era o
principal representante de uma Escola de Pensamento, o da Honra Guerreira, que
dizia que apenas o ensino e paz do minoritar não era o bastante, apenas
considerando que em nós existe um eterno conflito e que pelo acaso devemos
viver, não apenas na busca do equilíbrio, é que este grupo formou cerca de um
continente inteiro de outras cidades Zarr. A conta fora de duzentos mil Zarr
que impuseram um regime ao qual Boarazarr implementou: a Cura pela Conservação
da Espécie Zarr.
Amplificando seus canhões ao máximo, os Zarr atraíram Niniel
e suas tropas para Minorito com a promessa de submissão da Escola de Boazarr
pela rendição do próprio. O serafim roxo desceu do espaço para a enorme
cidadela dourada e, enquanto tomava as honras, viu que as naves dos Zarr
partiam das outras cidades, ao qual ele respondeu para que destruíssem a todas
o seu Cruzador Galático.
Entretanto, da terra saíram as enormes garras e tentáculos
disformes de Mumio, que chegara na massa crítica...
A própria Minorito, começou a ser devastada, os quadrúpedes
Zarr morriam, e o desesperado Niniel vira que não podia lutar com tal
entidade... Neste momento, a própria cidade de Minorito ascendeu, atingindo o
espaço, atingindo... O Cruzador de Niniel!
Disparando seus enormes feixes de laser vermelho, a nave
matou o próprio Niniel, porém, a proximidade da bactéria Mumio fez com que seus
enormes tentáculos atingissem a estabilidade da nave...
Enquanto isto, Boarazarr nas poucas naves que saíam da
atmosfera, ligou o último presente da Serafim Oganiel, Globos de Viagem Interdimensional
(GVI, ou Gevi) que, mesmo instáveis, puderam lançar as naves no hiperespaço
velozmente, escapando do que acontecia na atmosfera do planeta.
Então, o Cruzador Nyxk caiu sobre o enorme Mumio, que, já
exausto de tudo aquilo, apenas emitiu um ruído na língua dos Zarr que captaram
em suas naves (ou pensaram ter ouvido) algo como: - Chega! (Afuunziur!)
E enterrou-se no interior do planeta, causando um cataclisma
de fogo azulado, explodindo, Zarr.
MUSIQUETA - Eyes Wide Open – Gotye
Os dracônicos Zarr e suas Torres de Guerra
Viajaram assim por um século e meio, Boarazarr ficou preso
por genocídio até a sua morte; apenas dois milhões se salvaram, dos duzentos
que haviam antes. Porém, o Governo da Nave manteve a Filosofia da Honra pela
Espécie e puderam sobreviver, modificando seus corpos e treinando em primazia o
minoretar.
Agora, consistiam os Zarr em gigantescos dragões-serpentes
com pelos e face lupina ou canídea (pela tradução dos Crisociom, repito, NT) e
toda a arquitetura se converteu em formas geométricas notórias. Neste período,
eles foram abordados por diversas naves Nyxk, buscando algumas justiça, outras,
amizade. Os Zarr, então, transformaram-se em Piratas Espaciais e viajavam de
asteróide em asteróide, de lua em lua, até encontrarem um Novo Mundo.
Muitos morreram de fome e pelas instabilidades do Gevi (os
Globos de Viagem Interdimensional), pois eram muito instavéis as viagens e
podiam durar vários anos, sem uma única fonte de proteína ou fibras, alimento,
sequer.
Porém, no novo país, institui-se plenamente a Honra da
Espécie, e pelas mãos de um Novo Senado de Tribos, os Zarr decidiram por uma
Guerra contra os Serafins, que passaram a ser inimigos dos Zarr.
Sua geométrica tecnologia e seus corpos dracônicos foram úteis
na construação de enormes Torres de Guerra, retangulares e retirando a energia
de sistemas atômicos semelhantes aos velhos canhões de descongelamento do
planeta original, um único indiovíduo controlava mais de vinte alavancas
simultaneamente. Cada par de alavancas dava para um andar d’onde saíam quatro canhões
com capacidade atômicas. Entretanto, esta unidade de combate era apenas para as
batalhas dentro de planetas, não sendo boa para a viagem extraterrestre...
Mesmo assim, com esta tecnologia, os Zarr dominaram o Novo Mundo.
Novo Mundo que era meu, dos pequeninos seres Crisociom, acho
que éramos agrícolas naquela época... Os Zarr transformaram a atmosfera em um
enorme massa de nuvens, a terra tornou-se úmida pelas enormes chuvas, oceanos
aumentaram, nós não podíamos comer mais. Com as Torres de Guerra e nossos
vulcões dominados pelos Zarr, eles nos conduziram para o grande extermínio...
Nós nos tornamos o que eles eram antes, nosso planeta, antes apenas um enorme
aglomerado de nossa espécie de um metro, reconheceu as estrelas... Só que
rápido demais, nós deixamos de existir, governando as terras mortas do agora
Novo Mundo Zarr, o chamado Minorito.
As vezes, enquanto olhava para o céu escuro de nuvens
eternamente nubladas, via uma nava Zarr, uma Ouroboras (eternidade), como
chamava meu clã, aprendemos com os Zarr – que não nos matavam diretamente, mas,
pelas suas ações no nosso planeta – estava escrito um dos mais famosos e
repetidos provérbios destes seres voadores serpeantes, se para nós existiu o
Olho por Olho, para eles existe:
Honra sobre Honra,
honrai seu corpo e sobre o corpo inimigo, como fonte de Memória, serás Eterno
enquanto as batalhas durarem – e como para os Zarrs, a Batalha pela vida
era eterna, sempre haveria a necessidade de Honrar algo.
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