Mostrando postagens com marcador acabar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador acabar. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Inseto no café

Eu vi o pequeno inseto cair no café
Lembro quando salvava, desde as formigas
As coisas pequeninas
Vi ele e deixei se afogar, lentamente, no café
Eu queria beber aquilo, tava quente no ponto certo e com pouco açúcar
Mesmo que salvasse aquele bicho, já se fora o café...
Seus movimentos foram terminando, pouco a pouco
Até que a cinética da vida
Abandonou, com espasmos de sua pequena carcaça
Já não estava mais vivo
No meu café


Me surpreendi quando acordei
Eu era o inseto, já não voava
E rodeado de cafeína líquida
Se mover estava cada vez mais difícil

sábado, 26 de agosto de 2017

Se a vida acabasse agora
Não seria uma boa
Ir embora?
Tédio. Apenas isto que vejo.
Não existe nada além do beijo, dos gracejos, dos saberes
E poucas coisas que escrevo
Nada mais que os pequenos detalhes
Sem nada pra se ver.
A melancolia é uma bela bebida
Pra quem acha isto juvenil, adolescente
Sempre aos adultos que suas contas, ao que parece ser a chave
De ser maduro
Pergunto se tens coragem de ver o espelho sua imagem
Sem temer que aquela pessoa esteja ali
Te olhando no canto.
Nada mais encontro nos mapas, a viagem
Acabou.
Paz não existe, apenas as guerras de todo dia
Rotina das leituras, das engrenagens ou dos pão-café-com-pão
Se a vida acabasse agora
Não seria uma boa?
Ir embora.
Vou.
Fico
Cada piscada de olho, mais próximo do penhasco fico
Maior a estrada percorro
Na minha visão.
Tediosa, melancólica, infantil-imapeável.