sábado, 15 de janeiro de 2011

Mach I #Agentes do Caos


os aviões formaram os anjos de metal que davam a terra o sarrafo de bombas que liquidavam e geravam o mar de fogo no chão
eu nunca tinha terminado um livro até aquele, que terminei e ler no armário; nem a Bíblia que minha mãe e minha tia me obrigavam a ler no domingo, nem a Educação Sexual de Mad, na escola, 6°ano
você quer salvar o mundo?salve-se primeiro! -me disse senhor tomas jerry noutro dia, às 8horas
acontece que sobrevivi ao entrar num armário de metal em nossos apartamento no 2°andar; o barulho na hora do ataque foi tamanho ao silêncio na manhã e no dia que se seguiram e que fiquei dentro do meu cofre. Li lá o livro.
sai e dei de cara com um ser de longos cabelos negros, manto negro, máscara contra gás... Estava chutando uma pedra... Nos assustamos, dois saíram de trás de um monte e perguntaram se estava tudo bem, ela os dispensou e me puxou pelo braço: tivemos uma noite juntos, no armário!
de manhã, tinha um bloquinho de dinheiro perto de mim, me senti um prostituto! Haha! Mas, peguei e segui pela cidade destruída, até encontrar um grupo da Defesa Civil que me resgatou, saímos de lá às 8hs, o chefe do pequeno comboio era Tomas Jerry.
conversei com um homem que parecia ter um problema mental, tinha grande porte e pele morena, muito normal e com cara normal... Me fazia lembrar de Heimidall, o que me fez lembrar de Dino e depois da tristeza de ter perdido meus colegas de Escola Técnica naquele bombardeio... Mas, o garoto, o sentado ao meu lado no caminhão, seu nome era Humme Grin, ele havia sido coveiro, e como soube depois, tinha um tal de autismo, algo que recentemente tinha sido descoberto.
nós éramos bons amigos; com meu recente curso em eletrônica (um curso tão novo que ninguém ligou que eu não o terminei, já que o campus havia explodido), consegui vaga na Heimidall&Volta Associados, uma recente empresa de mecânica elétrica que estava despontando no ramo da Ciência Eletrônica, ou melhor, das armas e sistemas para a guerra que dizimava este lugar
Humme Grin era um homem estranho, porém, mesmo ele tendo sido colocado como meu emprego, secretário, mas ganhava como faxineiro! (devido ao racismo dum RH antigo) Tratava-se dum homem bom e decente, um dia deixei ele com alguns algoritmos que não estava consegui decifrar, quando dei por mim, voltando para com o café -meu amigo não sabia fazer café muito bem, cozinhava melhor-, ele resolvera tudo... Em vinte minuto! Cumprimento menos em sua vida do que o tempo que levou para fazer todos os meus trabalhos mais complexos: Um Gênio em Padrões e Combinações!
levei ele para o próprio senhor Heimidall, homem grave e com espólios de caça em seu escritório -chifres de alce e cervo, algumas cabeças de javali-, não ligava para cor de meu amigo, como outros, mas em seu resultado nas máquinas. Vendo o que podia fazer, tornou-o técnico como eu, logo, meu colega tornou-se meu chefe, já não mais o via em nossa casa, um apartamento na "parte segura" da cidade, ele não parava de trabalhar.
conversei com ele e me disse que trabalhava em um projeto máximo! Um bio-mach-homem, me explicou as funções deste ser, suas particularidades em poder ser desde uma peça substituída de um ser, até um, "quem sabe!", "humano completo". Gostei da ideia... Era a época em que começava a sentir inveja de meu amigo, apesar de eu já ter consolidado um círculo de amigos e mulheres inexistente a ele, tinha tanto sucesso que nunca poderia ter conseguido... Mas, num lampejo, decidi me lembrar de nossa velha amizade e ajudar-lhe da forma mais boba possível: "-O nome é muito ruim Grin! Use algo melhor!", "-Você acha?"(ele me olhava nos olhos, era o único ao qual ele fazia isto), "-Sim, use Mach, apenas Mach, dá sentido moderno, como as locomotivas!" (meu amigo adorava as locomotivas, e este nome era duma das mais modernas)
no projeto eu fui um simples peão de obra... Mas, conhecia o Líder, então acompanhei a medida do possível a formação dum exército de meio Mach, meio Homem que pela primeira vez nos fez avançar frente aos nossos inimigos na Guerra. Logo, o primeiro Homem Mach completo se deu, seu nome era Dummont Grin Gonçalves-Dias, o Mach I, fiquei emocionado com a homenagem de meu amigo! Mesmo que apenas nós três lembrarmos do nome: eu, ele e o próprio Mach I, nome que pegou para o gênio de metal
não só soldado era Mach I, inclinou-se as artes, podia ser um bom orador, mesmo as cordas vocais de naílon darem a ele uma voz terrível... Era também ótimo em padrões, como meu amigo, e um excelente jogador de xadrez e gamão! Conhecia ele, morava na nova casa de meu colega, um apartamento na região central da Zona Segura -grande ser de metal com uma pintura dourada e olhos faiscantes... Sua careca reluzente sempre me atrapalhou; me considerava, junto com seu "pai" Grin, os únicos amigos dele, os outros o tratavam como bicho de exposição, matérias e charges, sermões em templos em pedaços e discursos em câmaras fictícias  condenavam-o... Me sensibilizei até pelo "moço"... Não acreditava numa "alma" ou "salvação" para ele, mas talvez ele fosse uma coisa com sentimentos.
coisa com sentimentos foi o que disse para Humme, ele encolerizou-se e não nos falamos desde então... Ao menos, até esta noite, no teatro... Para a minha Missão
levado com um saco na cabeça, fui parar numa ilhota a 2km da costa, lugar perigoso, poderia muito bem ter sido atingido por uma artilharia inimiga em expedição secreta com seus navios, ou os tais "submarinos". Não fui. Na verdade, fui recebido por três senhores de manto negro e máscara contra gás, demorei, mas reconheci: aquela mulher, daquele dia! Mas, claro, não havia surpresas para eles, me disseram que ela havia me escolhido, eu deveria fazer uma determinada missão na noite de sábado... Ela era contra meu antigo amigo.
mostraram-me um banker, lá, haviam espadas velhas e fotos, reconheci o senhor Heimidall nelas... Me disseram que ele uma vez ajudara eles, ficou muito rico com o que ganhou com a empreitada, matou um tal de General Loki, ou algo assim, um parente dele, algo assim... O investimento na tecnologia de Volta e depois na de meu ex-amigo Humme estava tudo em seu plano: ele o mataria assim que desse os projetos de Mach I, disponibilizando o recém criado código binário que usara para gerar uma inteligência artificial tão sensacional em sua gênese quanto o próprio ser e sua evolução.
desconfiei várias vezes que estes seres estranhos fossem parte das tropas de Machado de Assis, dos nossos inimigos, os Guarani-Vinkin, que a trinta anos nos atacavam, assim como mais três nações. Os três mascarados negaram tudo, eles faziam parte "de algo maior", uns tais Agentes do Caos. Não liguei muito, fiquei perturbado no que poderia acontecer com meu amigo... Talvez, nunca paramos de nos preocupar com aqueles que chamamos de amigo na vida...
tinha que fazer algo! Tudo aconteceria no sábado, no teatro, depois dum show de rock com a Orquestra Sinfônica do estado, depois da música "Smell of the Woods", eu entraria na sala vip da agora Heimidall&Humme Associados, mataria Heimidall com uma garrucha, modificada para não fazer barulho, fazendo isto, acabaria com a empresa: o escândalo e a falta de jeito nos negócios de meu amigo cientista, fariam ele perder tudo com o tempo... Mas, estaria vivo. Eu, se fugisse, logo estaria preso, talvez a pena de morte legal recém votada seria estreada por mim... Mas, um amigo estaria salvo! E também os Agentes me garantiam alguma salvação, os dois milhões numa mochila demonstravam isto, além dos olhos azuis daquela Agente morena que tinha braços como molas, me disse que podia "voar com suas pernas", o outro, me disse ser como uma sombra, estaria a salvo
estava tudo pronto, ia acontecer... Depois, fui saber que Humme fora me visitar na prisão, mas eu já havia fugido e embarcado para os Andes... Estava vivo, mas com medo. No dia do teatro, Mach I ficara em casa, pois estava indisposto (?talvez com falta de óleo?), acontece que dois seres estranhos invadiram o local, um parecia um fantasma, outro pulava alto e dava fortes golpes: mataram todos, menos Mach I, que consegui fugir... Ao tentar chamar a Guarda, ninguém o dera muita importância, ao chamar o Juizado e o Departamento de Investigação, dias depois, não davam direitos, por ser uma máquina, a situação insustentável levava a uma crise, máquinas criadas por Humme e o próprio Mach se revoltavam e queriam partidos e direitos, alguns mestiços mecânicos se juntavam a eles, mesmo alguns políticos e nobres concordavam e davam apoio, as vezes por ganhos futuros, ou por fazerem parte do grupo de renegados... Meu amigo Humme era um símbolo, mas não queria a Guerra, precisava da Paz, sentia-se bem com isto, já enterrou muita gente, sabia das coisas. Fugiu para Guarani, uma das nações inimigas, tentou recomeçar lá, o perseguiram, as nações não mais brigavam, pois a nossa nação vencera a Guerra, porém, agora lutava internamente e meu amigo foi caçado em todo o lugar que foi, por suas criações e inimigos, buscavam o tal "código da vida".
Mach I seria um grande inimigo dos Agentes do Caos, principalmente depois de se tornar o 1°presidente máquina; Humme acabou sendo esmagado... No meio das duas facções... Nunca pude visitar seu túmulo, sem recursos e saúde, nem mais encontrei a morena Agente, passo a vida como um camponês nas alturas andinas...
penso sempre: como seria fácil se tivesse ficado naquele armário, mas também, como não teria vivido nada, se de lá não saísse
 

MUSIQUETA DA POSTAGEM
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 [Qualidade melhor do som, caso haja problema, http://www.youtube.com/watch?v=ibpKX9VywAs&feature=related ] 

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