terça-feira, 16 de outubro de 2012
Le Deux de Gévaudan
Ali estavam
Ela no banho
Ele no pequeno tassé de café
E nada mais havia no amanhecer
Além de que, o puro e relevante ar da manhã,
Cheiro de cafeína, vapores do sereno e da água
No corpo dela
Enquanto, saindo e se encontrando com ele
O susto correu sobre uma gota suada
Na testa, compartilhada
E eu perco a inocência
Ela, à inocência me tem roubada
Nada mais há daquela manhã, em que um "Bonjour" se tornou um
Toujour
Apenas meus olhos fecharam
E a escopeta lançou
Sangue pros lados, lados de um algo que os escritores tolos
Chamaram de amor
Hoje, é só sexo, drogas e rock'n'roll
Hoje, nada mais é do que uma manhã
Em que dois seres famigerados
Roubam a inocência dos velados, entre dentes
Vapores, saliva e cafeína
Entre eu, você e nós
Apenas isto, leve e tristo, até
Um leve sorriso
E os dois seguem seu caminho, nos bosques de Gévaudan
Alimentando-se de si mesmo, deles, delas, nós e eles
O Mundo contra dois Seres
O caminha apenas como única flecha rajada de sangue
Que sai entre nossas presas
Ao quais chamamos: coração
Meu, teu, nós
E um bom dia pra você
Mon Deux.
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