Mostrando postagens com marcador alegria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador alegria. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 1 de maio de 2018

Terça ainda vivo

Seu vestido amarelo estava
Bonito, como um mar
De estrelas
Na minha cabeça
Entre suas pernas
Entre seus passos
Via o mundo
Seu vestido estava amarelado
Agora
Já não mais ouvia o assobio no peito
Toda a vez que nos víamos


Antes, eu era o marinheiro buscando o tesouro
Agora
Pirata entre os rochedos,
Vasculhando Sete Mares, gastando meus Cinco Anéis e todo meu ouro
Aonde está a bússola que me mostrava o Norte?
Aonde está o Sul?

No firmamento, já não existe mais nada
E eu
Agora
Fiscalizava a vida alheia, nestes inúmeros perfis
Nesta inúmera alegria registrada
Desconfio que ela nem existiu
A imagem da beleza não é da alegria
Felicidade não se captura
Ela usa um vestido amarelo
Sorri pra você
Te pergunta as horas
E sai
Agora, não reconheço aonde termina a luz do sol
E aonde começa o meu crepúsculo

Estou amarelado
Pelo tempo, desbotado
Por mim, minhas próprias horas


----



em dois momentos era apenas
um cruzado, vagando por terras insólitas
galgando a minha Fé
queria encontrar Deus, mas, ele não me achava!
E pela ponta de minha espada, cruzava
Entre os diversos pontos daquela árida emoção
um ou dois momentos de Glória


"-Não, Eduardo, você não está lá... Nunca foi um cara destes!"
Engraçado, pensei que pessoas mortas não falassem
"-Minha morte é entre eu e você, jamais entenderá o que é ser vivo"
Talvez, talvez eu apenas esteja esperando do Céu... Como um cavaleiro
"-Cale a boca!"
E jamais voltei a ver aquilo de volta
joguei as chaves de minha consciência em algum canto
Tranquei-a com duas fechaduras
Irritei algumas pessoas e dei algumas aulas
Já não esperava muita coisa
Apenas em dois momentos era apenas
Um falido, vagando por terras insólitas
Galgando a minha Fé que já não existia firme
Não encontrava Deus, pois ele sempre esteve lá. Só que apenas olhava
E pela ponta de minha caneta, escrevia
Entre os diversos pontos daquela perdida emoção
um ou dois momentos com a Glória
----

-Você é muito triste e depressivo!
Talvez só esteja imitando o mundo. Alegria se acha em pouca gente, estupidez, vilania e fraqueza, o tempo todo.
Admitir sua mortalidade é um caminho pra se libertar
Pena que a liberdade seja dolorosa e responsável por si
Não mais soldados, não mais fantasmas
O fogo do dragão queima a sua carne e não mais do herói...
Basta trilhar e voltar agora, se ainda consegue dar alguns
Passos
-... Cala a boca

domingo, 25 de março de 2018

Testamento



Testamento

Se reclamas de minha escrita triste
Me prova a felicidade
Ela está morta, mais do que Deus.
O filósofo estava errado, em sua loucura
Ela morreu no momento em que criaram o espelho
E na melancolia, não acho nada
Não estou pelo desejo, não vivo mais neste maldito mundo
Que me cerca de coisas, pessoas-coisas
Com suas ideias coisas, com seus ideais feitos no plástico
Roubei meu ideal dos tempos antigos, ele ainda era de latão
Ou madeira? Não me lembro
Se reclamas de meus escritos melancólicos
Não digo que saibas a sua terapia
Achas que escapo do mundo, encarando-o em meus olhos
Achas que você saberá do mundo, vivendo-o animalmente?
Achas?
Não acho jamais algo mais
Já não me acho melancólico, blasfemo os românticos
Queimei a juventude primeira, esperançosa por pastéis e mocinhas saltitantes
Das cinzas fiz uma lâmina do melancólico e nela
Formei a minha prisão, que retorno condicional
Algumas vezes
Ainda não total libertado
Desta vaidade que é a juventude


Ah, vil juventude
Pelotões de hipócritas dos soldados de Mudar o Mundo
De governá-lo, de comprá-lo, de vencê-lo
Existem aos montes, nos velhos de idade
Aos estúpidos internéticos intergaláticos
Ah, vil juventude, saudade de você...
É a potência constante na História, é um amor de Hegel
Mas, cai conforme caímos
Conforme a dor nas costas vem, ou a bebida já deixa mais mal do que bem
Ah, vil juventude, agora estou em sua ressaca
Blasfemo-a antes do fim
Antes de passar aos cânions estéreis da maturidade
Antes de poder valorizar cada jardim

Ah, vil maturidade
Sim, gostaria de tê-la valorizando
Achar a flor rocha no deserto cinza, o jardim de delícias escondido e nele dormir uma noite que fosse
Mas, apenas tenho o abraço dos meus cachorros
O olhar de meus gatos
E o desprezo dos amantes ou tolerância de poucos amigos
Tenho momentos reais de alegria
Tenho a ponte entre a potência juvenil e a firmeza do maduro
É tudo pó
Sejais pó
Já não vejo mais estrelas no mundo, pois,
E isto nem sei se esperança débil dos 20 anos o és
Talvez elas estejam em mim
Por um momento
Momento de alegria por você
Para você e em mim
Que você tenha estes momentos guardados ou esqueça-os
Mas, exista-os
Exista na alegria, resista na alegria de ser um pouquinho mais
Que um jovem que não valoriza
Que um velho que guarda demais
Que um poeta que apenas exila
Apenas fique
Firme
Faça mais

sábado, 28 de abril de 2012

Parágrafo Decepção

Realmente, em cada Decepção ou Memória Ruim (cabe ainda entender cada uma das duas) tem em si não só o caminho da Vingança, mas, de um Auto-Conhecimento, ou seja, de certa forma, crescemos conforme sofremos. Evidente, a vida não é só sofrer por algo e alguém - em algum tempo e lugar que pessoa e coisa nos fez ou fizemos -, também o viver tem igualmente estes "momentos", estas "vivências", as quais chamamos de Alegrias.
Cabe a cada um encontrar algum mecanismo ou interpretação do que fazer com cada uma destas coisas, destes verbos: sofrer e viver. Mas, então, passemos a discussão de quanto de Eu existe no mundo, daí, um post é pequeno para isto.