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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Homem na Lua, Viajante, Estrada da menina

Entre o espaço de seus olhos
Viajei por todos os oceanos, das profundas Marianas
Aos altos céus de Everest
Cruzamos os olhares naquela esquina de Paris
Naquele ônibus em São Paulo, na capital dos desolados
Na pequena estrada de alguma vila, em Portugal
Ou nas plantações de flores secretas, no Paquistão
Entre o espaço de minhas mãos
Te abracei e senti o toque do mundo inteiro
Me sustentando às pernas
Os ombros cansados se repousaram
Minha voz se calou
E eu viajei
Entre o espaço de seus olhar, com o meu
Meus pés se firmaram no solo
Caminhando por uma estrada de outro
De outros mais que caminharam
Que falharam ou governaram
Que venceram ou resistiram


Entre o espaço de seus olhos
Já não mais precisei me ver no espelho
Pois, estava completo, contigo
Vi eu mesmo


---


Saudação de um homem na Lua

-Dentro do seu corpo
Dentro de meu corpo
Um raio de fogo percorre do pecado até minhas entranhas
O festim de um foguete
Iluminando a noite escura
Aqui ao sul dos trópicos


-Te vejo vir, com seu jeito
Com seu todo o seu você
Não posso mais sentir ou demonstrar o que sinto
Calou minha boca
Fazendo falar a minha alma

-Também já não posso mais, resistir a tal fusão
Que traz a sua boca
Para a minha
Forja o aço de uma lança, que furou o céu
Que chega a até a Lua
...
Agora estou aqui, nesta terra pálida de cor açúcar
Como tua pele
Vejo a Terra, ela é azul, solidão verte dos mares
Mas, a força, a força de tantos que estão aí
Enterrados
Eu os sinto, eu os vejo, eu estou com eles
Estarei com eles, como estou contigo, Aquela que Olho

E na Lua, o Olhar se perdeu
Aquela que olhou, espera por ele
Assim como ele espera por ela
O tempo para para os dois
Quando vêem um ao outro
Mas, a Lua e as estrelas continuam em seus movimentos
Misteriosos

Dentro dos corpos celestes, haverá luz?
Dentro das vistas dos homens, haverá escuridão?
Agora estou aqui, nesta pálida terra cor de açúcar
Devaneios mil, azul de meu peito, cor anil

Minha alma fala
Quando a boca cala
E a palavra escreve




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Caminha, jovem menina
Caminha, corre
Busca aquilo que falta no seu peito
Que a estrada se faz na caminhada
Na batalha que forja
Aquilo que na paz falta
Não desista
Continua
Que a vida é contínuo
Pode sofrer
Mas, ainda há pelo que sorrir
Sempre haverá
Sempre caminhará
Mesmo que com passos lentos na velhice
Ou afobados, na juventude
Fugindo d'onde está
Ou atacando com a carga de um cavaleiro
O inimigo a sua frente
Estará ali, menina
Dependente de seus passos


Agora, me abraça
Dorme bem comigo em sua cabeça
Pois, estou aqui contigo
Sou aquele que segura sua mão sempre
Que você precisa sempre estar contigo
Me vê no espelho,
E neste olhar amigo espera
Eu que sou você
Te fazer um pedido:
Continua e caminha
Que só na estrada se faz e se enfrenta o perigo

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Faça Arte

Se não pode fazer nada de
Útil com o que sente
Faça arte
E renegue a sua insignificância

A estrada foi fechada
O sol está na sua cara, 
O inverno mais seco em décadas
E você apenas está úmido
Por dentro, uma única lágrima

Nada além de afogar-se
Em seu próprio Fosso
Do próprio Castelo
Sem príncipe, sem princesa
Você só sente aquele peso
Do seus ossos e corpo

Andando pé-a-pé pela ponte
Da muralha
Apenas vejo rostos conhecidos
De memórias que tento afogar
Elas sempre voltam
Como uma flecha com ponta curva

Não se mostra o que não se é
Se finge muito bem
mas, um dia as muralhas do castelo caem
Por mãos de seu dono ou dos bárbaros
E o rei está nu
de fronte ao pior inimigo possível
Si mesmo.

Faça Arte, mesmo que simples
Resista a sua insignificância
Aceitando-a
Não seja artista, pois este já humilde não é
E do insulto vive sua vida
Pra ver se em seu castela nascem flores
Que só são pinturas, sempre o serão.