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quarta-feira, 24 de abril de 2019

Veste, Rosário, Raminho, Lua e Sol

Nas vestes de sua boca
Teci a minha renda
Do soldado cansado descansa
Rendido aos teus braços
De menina, que aguenta.
No perfume no ar
Que tu voz desperta
Há não mais que esperar
Àquela rosa
Que vi naquele pequeno
Jardim d'espírito meu
Me chama
À aventura
De ver o céu, contar as estrelas
E ver que nele falta uma
Sol que é você

---
Douta moça, sábia
De um deserto em rosário
Levava nas contas
Cada livro e mister
Orava por mim
Orarei por ela
Neste deserto, que em horas
Tem flores carmim
Outras é o vermelho do sangue
Pude escrever neste oásis
Temporário de palavras
Pois, as palavras são vento
Mas, o vento infla os peitos
Respirando e dando efeitos
Mando a ti este feito, sábia
Em meu rosário conto os pontos
Cardiais do nosso caminho
À Ele
Em nossos vacilantes passos
Sempre vacilantes
Estarei sempre contigo
Sábia
A ler-te os livros
Das palavras ao vento
Agradeço, obrigado
De um transpassente
De um deserto, que também
Há de ter suas flores
Com rosários"

---
Numa noite, um passarinho
Levava um raminho
Na boca
Era o mar da escura treva
E ele atravessava-o
A achar terra
Meu passarinho voou
Um galho achou
Dele plantei minha árvore
Dela fiz minha morada
Meu passarinho, minha amada
Vive comigo
Eternamente, enlaçado
Nos ramos de meu lar
Naquela nova Terra
Ao quais os mares
Já não mais cobriam
Apenas banhava
---
Aspecto de uma Lua
Que beijava o oceano, numa mágoa
das cinzas praias
Viu-se, pouco a pouco
Ser Lua Nova
Sua luz, vinha do Sol
Seu coração, aquecia
Mostrando novamente
Sua face com aluz dos dias
Oh Sol, tu que me beijava na boca...
Poderei eu, disse a Lua,
Te acompanhar nos dias?"

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Jardim descobri a Rosa

Andei pelo jardim, passeando em trilha de sombras mestres
filósofos mortos há muito
andaram, refletiram, decuparam
um mundo ocupado de si

Só eu me senti só
clamei às estrelas, mas, elas sempre serão em silêncio
clamei em mim mesmo, inocente de minhas forças
perdi-me em abraçar o mundo
pedi mais uma vez, a totalidade
de todas a frases, nos livros e palavras
ao vento, minha prece se fora
parei de pedir, vivi
e num ato, naquele jardim
vi uma rosa
ela me olhava, com olhos profundos
de algum mar distante
que naveguei por algum momento, instante
em que lhe disse: -Bom dia, querida rosa, em que pensas?
- No sol que brilha no Céu, na Lua que corre ao mar a noite, mas, que eu, aqui, ainda estou, instante
permaneço, parada
mas, nada de mal seria isto, pois mesmo
assim, vejo todo o mundo!
Naquela rosa plantada, colhi o broto
de uma justa poesia
nestas linhas, partilho a minha filia
e dei àquela rosa daquele jardim secreto
sempre, todo o seu bom dia


---

"Odeio sempre este sol, me faz lembrar quem eu sou"


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Homem na Lua, Viajante, Estrada da menina

Entre o espaço de seus olhos
Viajei por todos os oceanos, das profundas Marianas
Aos altos céus de Everest
Cruzamos os olhares naquela esquina de Paris
Naquele ônibus em São Paulo, na capital dos desolados
Na pequena estrada de alguma vila, em Portugal
Ou nas plantações de flores secretas, no Paquistão
Entre o espaço de minhas mãos
Te abracei e senti o toque do mundo inteiro
Me sustentando às pernas
Os ombros cansados se repousaram
Minha voz se calou
E eu viajei
Entre o espaço de seus olhar, com o meu
Meus pés se firmaram no solo
Caminhando por uma estrada de outro
De outros mais que caminharam
Que falharam ou governaram
Que venceram ou resistiram


Entre o espaço de seus olhos
Já não mais precisei me ver no espelho
Pois, estava completo, contigo
Vi eu mesmo


---


Saudação de um homem na Lua

-Dentro do seu corpo
Dentro de meu corpo
Um raio de fogo percorre do pecado até minhas entranhas
O festim de um foguete
Iluminando a noite escura
Aqui ao sul dos trópicos


-Te vejo vir, com seu jeito
Com seu todo o seu você
Não posso mais sentir ou demonstrar o que sinto
Calou minha boca
Fazendo falar a minha alma

-Também já não posso mais, resistir a tal fusão
Que traz a sua boca
Para a minha
Forja o aço de uma lança, que furou o céu
Que chega a até a Lua
...
Agora estou aqui, nesta terra pálida de cor açúcar
Como tua pele
Vejo a Terra, ela é azul, solidão verte dos mares
Mas, a força, a força de tantos que estão aí
Enterrados
Eu os sinto, eu os vejo, eu estou com eles
Estarei com eles, como estou contigo, Aquela que Olho

E na Lua, o Olhar se perdeu
Aquela que olhou, espera por ele
Assim como ele espera por ela
O tempo para para os dois
Quando vêem um ao outro
Mas, a Lua e as estrelas continuam em seus movimentos
Misteriosos

Dentro dos corpos celestes, haverá luz?
Dentro das vistas dos homens, haverá escuridão?
Agora estou aqui, nesta pálida terra cor de açúcar
Devaneios mil, azul de meu peito, cor anil

Minha alma fala
Quando a boca cala
E a palavra escreve




---
Caminha, jovem menina
Caminha, corre
Busca aquilo que falta no seu peito
Que a estrada se faz na caminhada
Na batalha que forja
Aquilo que na paz falta
Não desista
Continua
Que a vida é contínuo
Pode sofrer
Mas, ainda há pelo que sorrir
Sempre haverá
Sempre caminhará
Mesmo que com passos lentos na velhice
Ou afobados, na juventude
Fugindo d'onde está
Ou atacando com a carga de um cavaleiro
O inimigo a sua frente
Estará ali, menina
Dependente de seus passos


Agora, me abraça
Dorme bem comigo em sua cabeça
Pois, estou aqui contigo
Sou aquele que segura sua mão sempre
Que você precisa sempre estar contigo
Me vê no espelho,
E neste olhar amigo espera
Eu que sou você
Te fazer um pedido:
Continua e caminha
Que só na estrada se faz e se enfrenta o perigo

domingo, 25 de novembro de 2018

Domingo Lobo James e Pânico

Jaime, o lobo
Perdeu seus dois olhos
Em batalhas antigas
Traído pelo seu próprio reflexo
Entorpecido pela bebida de sonhos loucos
Voando como borboletas
O guerreiro sem espada
A tempestade sem vento
Perdeu-se no deserto
Algum tesouro para lá estava
Observou o abismo, que permanece lá
Nele
Olhando-o todo o dia
Fazendo-lhe noite
O lobo caminha pela estepe, fria em seus pelos
Caminha entre as rochas
De uma esquecida cidade, Afrodite era seu nome
Já jaz ela morta, entre escombros
De último beijo perdido de Jaime
E lá, no poço daquele mundo esquecido de si
No fundo daquele poço
Cravada um sabre estava
No próprio coração do mundo
Ao qual já não via amor
Mas, via amigos
E pouco a pouco
Alguém podia lhe dar a mão, um abraço
Ou um simples obrigado
E isto, isto para Jaime
Sacrificava o mundo, iluminava tudo
Com alguma caridade aquecida
Jaime, o lobo
Ainda sem vistas
Podia enxergar de novo
Agradecer o poder do ensino
Sobre seus ossos esmigalhados de gelo
Lástima e saudade
Sobre um resto de fraqueza magra e pálida
Um pouco de nobreza nos olhos
Jaime, o lobo
Ainda vivia
Para ensinar os outros o caminho.


---
Não podes escapar do olhar da Lua, pequena, não podes
Nem do meu
O assassino em cada esquina
Olhar de médio aberto
Nos semáforos de cada via caótica
Desta cidade que não dorme
Nem você, minha pequena
Minha pequena Lua
Brilhe para mim, com sua luz pálida ainda mais uma vez
Que abrirei meu coração para você
E gritarei para todas as estrelas terem inveja de você
Nunca mais saindo do meu peito
Este pânico
Será vencido
Eu vencerei a Lua
Eu deixarei de ser apenas aquele que chora
Que cai
Que se dobra ao destino
Calma, minha pequena
Eu poderei
Derrotar-me de minhas preocupações
Resistirei
Às sombras de cada beco, àquelas que surgem quando
Fecho os olhos abertos
Nesta caótica cidade
Não podes escapar do olhar da Lua, pequena
Então, abrace e enfrente
O Azul dos céus
Está contigo.

---
Domingo,
Nada há
Fora, endomingado
Endomingamos, encomendas
De sono, missas e almoços da velha família
Agradeça, aos domingos
O resto de sua sanidade.

domingo, 24 de setembro de 2017

Tristeza abraço

Tristeza.
Uma vez você disse pra mim
Que viria me encontrar numa tarde
Pra irmos ao Parque das Rosas Azuis
Você veio na calada da noite, eu já estava em casa
Não estava com fome
Não estava cansado
Não tinha problemas sérios na vida
Você só veio, colocou a cabeça no meu peito e disse:
Meu amor, você sempre terá alguém comigo...

Então, sempre esteve
Em algum momento, em alguma hora, desde o ônibus
Até o dia nublado, do mais belo tempo ensolarado
Nunca deixou de cumprir sua promessa
É uma pena, que você não tenha um corpo
Me casaria com você, sua fidelidade é impecável
Tristeza,
Não é o que nos joga no lago, nos afoga em nós mesmos
Ela só permanece
É o permanecer da mortalidade
É o desejo de incontáveis coisas desistidas
É uma força da natureza.
Não se escapa de ficar triste
O dia tem sempre o crepúsculo

Não cabe aqui a defesa da mortalidade,
Não termina com boa mensagem
Não existe caminho fácil
Viver é difícil
Mas, sua companhia em algumas horas é o que tenho
E precisamos, apenas precisamos
De um abraço.

E do seu cadavérico beijo, Tristeza
Me despeço, me dispo de mim mesmo
Aquilo é ainda um feche de luz, ou o fino do último raio?


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Vaga na Lua

Vou caçar uma vaga na Lua, por você
Uma órbita completa e metade dela
Sobre Júpiter

Lá estarei eu, esperando
Te olhando e cuidando
Se sobre as estrelas do Firmamento
Eu fiz a minha barraca
Nas minhas explorações do Universo
Aonde está o meu céu?

Já não sei mais, algumas coisas confusas acontecem
Outras profundas nos levam pra lá
E pra cá
O tempo parece comprimido
E no espaço de meses
Pareço viajar anos
Já não sei mais, talvez seja ao contrário
Ou já esteja feito

Nem mesmo a Lua permanece parada
No Firmamento
E em sua órbita ela orbita
Eu, estou lá
Olhando algumas coisas
Aquecido
Buscando uma pequena vaga naquela cratera lunar
Astronauta d'eu mesmo

Nossa viagem só termina quando
Terminar,
E, se você não encontrar uma Lua
Talvez, encontre alguém
O Universo é enorme e existem muitas Estrelas
Astronautas lhes conhecem, Astrônomos as descobrem
E algumas, só algumas, dado a finitude
De nossas vidas, comparadas a elas
Pode-se tropeçar em uma
E da vaga na Lua, vê-las brilhar
Em você.