Mostrando postagens com marcador estrela. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador estrela. Mostrar todas as postagens

sábado, 3 de novembro de 2018

Ainda


21/09/18
As vezes você só
Não pode
Existir, escutar, ficar perto de alguém
Você se torna seu único companheiro
Mas, é um mau amigo, você sabe que é
Batendo, aí, pulsando essa vida
Toda a sua existência parece uma poeira
Mas, falar disto com outro, um vivo
É difícil
Ora simples vagabundagem, ora fraqueza
O peso dentro de si permanece
Mas, medido na balança, não passa de vazio
É o vazio mais pesado que existe no seu mundo
Você mesmo


E na existência perdida de sentido
Me sento embaixo de uma árvore
Vejo as nuvens passarem, sinto o vento na minha pele
Já não vejo mais a pessoa que sou
Aquilo que fui, por momentos me atormenta
Meu futuro, farpas que furam minha alma
Continuo, porém, continuo
Andando por aí, nesta cidade vazia

Algum fio me toca, algum laço por alguém
Alguém que jamais precisa nascer
Alguém que não precisa me ouvir sempre, mas
Preciso sempre saber estar comigo
Você sabe o nome deste alguém, confie nele
Se segure, a viagem é longa e apenas sua
Segure as pontas
Não é garantia de dar tudo certo,
Porém, também que dará tudo errado
E se, não der em nada
Olhe, olhe a paisagem
Algumas vezes, não posso existir
Mas, eu existo
E vou lutar com todas as minhas forças
Mesmo com o desdém daqueles que fingem a perfeição
Para manter-me ciente:
Sou pó
Mas, de poeira, também são feitas as estrelas.

---
22/09

Já não posso ver mais minha casa daqui
Não existe mais a poeira sob meus pés
O vento é encapsulado
Respiro com dificuldade
Vejo seu rosto, mas, já não posso mais senti-la,
Batendo, como a guitarra de nossos corações
Ora ocos
Ora, queimando com o calor de mil sóis
Sim, estou no meu caminho de prata agora, Magnólia
Mas, ainda te amo
Ainda te amarei sempre que você olhar aquela cadeira
Aquela em que víamos as sete luas
Cobertas com seus céus azulados
Em Saturno,
Sobre a diabrura de alguma obra de astronomia
Sobre meus ombros
Todo o seu amor cego
Que tateava-me todo com seus abraços
Adeus, minha querida Magnólia
Nos veremos no céu, seja ele vazio, seja ele tudo
Seja ele o que for
Agarra na minha mão naquele sonho de verão
E vem,
Vem tomar um café comigo?

---



segunda-feira, 2 de abril de 2018

Bolso de jaqueta

Um anel de alguma coisa de antes
Uma chave
Uma moeda que peguei de uma estrela
Tudo que guardo no bolso
Nada de muito valor
Nada muito como eu
Apenas coisas, apenas pequenas marcas
Um cheiro de morangos, um abraço marcado, caminhar
Sem rumo definido, por um bairro perifério
Marcas
São todas pequenas, as minhas fronteiras
As fronteiras do mundo de um pequeno e medíocre
Poeta ruim
Uma geografia de paisagens bucólicas, coisas que
Só a mim, tem sentido,
Coisas que passam, passarinho
O anel que seu usou, a moeda que nunca pagou nada
Uma chave sem porta
Um bolso, tudo num bolso de um planeta azul
E nas fronteiras do mundo de minha memória
Me lembro do que faz brilhar este pequeno ponto azul
No mar vazio
Do tudo.

domingo, 15 de outubro de 2017

Manifesto do Homem-Fragmentado



Verdade Essencial

Busque você a sua Verdade Essencial, já encontrei ela na forma de jovens e impetuosas estrelas, na forma de bruxas da floresta telúricas, na forma de mestres das altas montanhas, de calculistas amáveis e viajantes conquistadores de novas brisas. Eu mesmo estou a forjar a minha, ao que parece, a trilha da batalha de nós contra nós mesmos é a mais sofrida, a mais difícil e aparenta acharmos poucos que compartilham das aparências que temos para nós mesmos nesta forja do auto-conhecer.

Eu sou eu mesmo enquanto fragmento, entre Lobos Solitários, Doutores de série de tv, Supernovas, Sábios e Burros. Várias formas e jeitos, máscaras e atuações me são possíveis porque a mim é revelada esta Verdade, e aqui eu a trilho como Caminho que se faz na Jornada de viver. Sua dupla natureza é tanto cinética, mover-se, andar, aí está o Caminho que eu faço, quanto da Jornada em si, misteriosa, cheia de consequências e impropérios, porém, ainda aqui, permaneço me sustentando mais pela curiosidade do que amor próprio.

Eu sou eu enquanto Homem-Fragmentado, cada peça, atuação, cenário e dia vão se montando e me revelando várias coisas. Sou conta o Superhomem, sou contra a Graça Pia e O Homem Bom por Natureza, somos em conjunto maus e mesquinhos, Patolinos querendo ser Pernalongas, neste Faroeste da Urbanidade, vemos os outros em Bons, Maus e Feios, entre a Ética, Moral e Estética.



Este é o Manifesto do Homem-Fragmentado e fragmentando-se, busque você, filosofi-se, qual é tua Essência, homem, mulher, humano? Finda-se em Aparência?

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Veneno

Veneno
Aquela coruja das pradarias, me visita noite
Aqueles olhos de vidro refletidos em uma brilhante Rua XV
Aquele momento no show do Noel, stand by me
Don’t Look Back In Anger
Pingo por pingo
Caem aquelas memórias e me matam
Coisas preciosas, diamantes, estrelas voadoras, passos que já
não escutamos

Fora de minha lembrança
Fora dela, apenas o Esquecer, a morte do ser
Mas, parece que elas eu não esqueço
Entre quem vejo sempre, quem falo as vezes
Quem jamais vi outra vez, desde que saiu do bus

Escuto sempre que posso seu piado na noite, coruja
Lembrarei sempre dos seus olhos brilhantes naquela avenida de gente
Da aventura paulista
O mundo é enorme e vasto,
Império dos Esquecimentos
Mas, ainda estou aqui, com vocês
Nas memórias que valem a pena
Veneno que não mata
Vive.



quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Vaga na Lua

Vou caçar uma vaga na Lua, por você
Uma órbita completa e metade dela
Sobre Júpiter

Lá estarei eu, esperando
Te olhando e cuidando
Se sobre as estrelas do Firmamento
Eu fiz a minha barraca
Nas minhas explorações do Universo
Aonde está o meu céu?

Já não sei mais, algumas coisas confusas acontecem
Outras profundas nos levam pra lá
E pra cá
O tempo parece comprimido
E no espaço de meses
Pareço viajar anos
Já não sei mais, talvez seja ao contrário
Ou já esteja feito

Nem mesmo a Lua permanece parada
No Firmamento
E em sua órbita ela orbita
Eu, estou lá
Olhando algumas coisas
Aquecido
Buscando uma pequena vaga naquela cratera lunar
Astronauta d'eu mesmo

Nossa viagem só termina quando
Terminar,
E, se você não encontrar uma Lua
Talvez, encontre alguém
O Universo é enorme e existem muitas Estrelas
Astronautas lhes conhecem, Astrônomos as descobrem
E algumas, só algumas, dado a finitude
De nossas vidas, comparadas a elas
Pode-se tropeçar em uma
E da vaga na Lua, vê-las brilhar
Em você.


sábado, 26 de agosto de 2017

Céu Azul / Adote

No caminho do céu azul
Anda com passos pequeninos
Como todos nós na humanidade
Rosa.
Ela caminha, como choque
Pelo sky blue, cortando os universos do tempo-espaço
Da mente dos infiéis
Em pequenas sortes
Cada passo que se dá, se acha novas aventuras
Lembre-se disto, pequeno caminhante
Que cada passo atrás se dá as vezes cinco à frente
Do sol se vê a fronte, do bom combate se tira a melhor fonte
E em cada livro lido pelo
Seu caminho no céu azul
Se conquistam novos aspectos deste mundo
Em que por hora achamos uma estrela numa esquina
N'outra, sete pedras de sete palmos
Não nos abana, porém, nossa história.

----
Adota para além de filho
Adotou-me por uma memória
Ajuda-te ajudando.
A de amigo é
A do amor?
Que ponte entre os dois, além
Daquelas que podemos construir juntos
Em toda a boa conversa.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Um barco posto na praia

Um barco posto na praia
É assim que ele se vê, é assim que ela se vai
A estrela que brilha última da manhã pra virar novo dia, d'onde o sol nasce
É nisto, que se resume agora: dia que não é mais dia, apenas sol que levanta
Baixa
porém, não para
Porque ainda estamos aqui, ainda estou aqui
Visualizo fotos, vejo imagens, pinturas antigas, nada tenho pra contar aos detetives
Que se tornaram meus amigos e parentes
Apenas que nada existe mais, nem dor
Ela vem numa pontada as vezes, uma agulha, seca e áspera
Algo assim, algo que chamam de saudade
Mentira, ninguém que ter saudade disto
E o barco continua na praia, esperando
E eu aqui, com um nada preenchendo aquele lugar na mesa
No sofá
No cinema
No berço
porém, não para
Os anos passam, a vida passam, hoje tenho Felipa e Manuel, amo todos
Mas, engana-se quem diga: amor é coisa boa
Amamos também as coisas que jamais tivemos, ou aquelas que apenas por um breve
momento, apegamos
Jamais vejo aquele barco no mar novamente, ele pode estragar sua madeira, se dela
Não fosse feita minha memória
Visito o túmulo de meu filho(a) hoje
E pra ti não desejo isto nunca
Virou minha frase cheia de fel, aos desavisados com falso consolo
Pois, aos que entendem, sabem o que dizer:
que aquele barco da praia no dia que nascer não continuou a pescar, não sai.