Um anel de alguma coisa de antes
Uma chave
Uma moeda que peguei de uma estrela
Tudo que guardo no bolso
Nada de muito valor
Nada muito como eu
Apenas coisas, apenas pequenas marcas
Um cheiro de morangos, um abraço marcado, caminhar
Sem rumo definido, por um bairro perifério
Marcas
São todas pequenas, as minhas fronteiras
As fronteiras do mundo de um pequeno e medíocre
Poeta ruim
Uma geografia de paisagens bucólicas, coisas que
Só a mim, tem sentido,
Coisas que passam, passarinho
O anel que seu usou, a moeda que nunca pagou nada
Uma chave sem porta
Um bolso, tudo num bolso de um planeta azul
E nas fronteiras do mundo de minha memória
Me lembro do que faz brilhar este pequeno ponto azul
No mar vazio
Do tudo.
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