ele se perdeu enquanto olhava para a cara da esfinge
ela me gritava e me puxava pelos olhos, cada pálpebra
pequenos riscos de fogo
o som que saia da minha boa, já não mais voz
meu coração batia, não era sangue
líquido frio
estava frio e zonzo, estava ali
mas, não estava
Pro inferno, podia dizer
mas, meu espírito já não aguentava
já não estava
e cada penhasco que é cada rua movimentada
via apenas o ônibus pra se lançar
os olhos da esfinge me equilibravam
entre tortuosos de tontura
a lembrança de si
a escravidão de si
o poeta se perdeu em alguma rua
entre versos ridículos, de métrica falida e aquele beijo engasgado
ele estava lá, lhe dei a mão
ele não me vira
era fantasma que arranhava
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