segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sixx Valentine, a Menina Obtusa parte 1 #Agentes do Caos

 MUSIQUETA DA POSTAGEM



 Era um ângulo desajustado aquele serzinho. Não variava de mim em estatura, mas a chamava de minha pequena. Seus cabelos, longos e negros, sua franja que cobria parte da testa, me faziam passear pelos seus vales ébano - com minha boca e nariz, tocava seus pelos da cabeça e do corpo nesta viagem inebriante e quente, porém, nunca achei direito o que queria, nunca tive tempo para isto.
No entanto, isto será contado apenas depois, bem depois. Primeiro, eu, Helter Skelter, preciso contar a História, enfadonha e triste como tudo neste livro, no entanto, cheia de um mistério em cada palavra que ainda faz seu autor –ou quem quer que esteja a copiar isto daqui- a ler e reler nas noites de uma sexta-feira, buscando uma referência ou segredo para presentear os leitores mais assíduos, ou seja, os que prestam e que se conta nos dedos do pé de uma serpente.
 Pois bem, no fim do século das Revoluções, aquele que foi cheio de guerras e sangue, ideologias e depressões, ao qual poderíamos chamar de qualquer um, pois sempre tendemos a pensar que a nossa era passada foi a com maiores mudanças, e que mesmo assim -com esta questão quase que filosófica que coloquei, ou seja, sem importância - defino como o século XX. Fora numa cidade que esqueci o nome, mesmo tendo amado loucamente aquela moça... Só que à sua sombra ao qual me apaixonei não importava muito de onde vinha, só que a amasse...
 Ela tinha problemas, sim, tinha.
 Sua frase mais bela da vida era dita todo o dia de manhã, e era apenas um "-Bom dia!"
 Deixou na adolescência o cabelo crescer, na infância, não mais sabia que brincar e pular... Até que um diz, lá pelos oito, uma sombra passou pelo quarto de sua mãe, ela entrou, silenciosa a menina sapeca viu uma cena que não entendeu
 Um ser com olhos vermelhos agarrava sua pobre mãe pelos longos cabelos, em cima dela, fazia estranhos movimentos repetitivos...
 Ele se assustou e se vestiu... A menina, pequena e ainda em silêncio, ouvia sua mãe gritar... O líquido vermelho que sai de suas pernas manchava seus pequenos pés... Era inocente a criança...
 -Olá! -Disse o ser que se revelava um enorme homem com uma toalha branca como roupa, além de uma barba ruiva estranha...
 ... -Silêncio foi a resposta da pequena Valentine. Ele elevou sua mão com garras, vermelhas pelo sangue das partes da mãe, um movimento, corte preciso... A pequena garota ainda tentou correr... Sua nuca acertada tomba o corpo de apenas um metro no chão do corredor, ele vai em direção a filha, a mãe o segura -ainda "pintando" o chão com o meio das pernas -, ele a joga para o lado e dá um golpe final
                        Luz, MUITA LUZ
 ...
 O ser vai andando para trás, ele está queimado da metade do corpo para cima, os olhos estão inflamados, sua cabeça é uma ferida com pus... A janela do quarto, cai o corpo do ser maligno...
 A mãe grita, a filha em silêncio.
 Três anos depois, a mãe também está em silêncio, a casa amarela em que eles vivem está toda em silêncio.
 Até que em uma segunda, ou terça, não me lembro como ela contou... Só lembro dela dizer: "-A mãe tentou voar...", meu amor continuou, "...Só que ela não conseguiu". Um suicídio e uma ida para um orfanato, aí o cabelo dela voltou a crescer, e ela também, espichou... 
 Duas coisas ainda tenho que comentar
 Primeira, é que o ser maligno era o pai de minha querida
 Segunda, ainda mais importante, é que do pai veio uma herança, que da mãe passou para a filha, e dela, bem, nela ficou o presente, um livro de páginas negras, que assobiava histórias assustadoras, canções que a pequena Valentine ia ouvindo aos poucos, escutava assim como toda a sua família desgraçada... Mas, nela houve algo diferente...
 Cada ponta do seu dedo tinha uma grande força que crescia, cada pequena extremidade que a menina, até o cabelo negro de morte, tinha como um conto de horror; nomes, pequenos sentimentos ruins -ou que fugimos na maioria das vezes - haviam ali
 Na mão esquerda, a falta de criatividade
 Direita, a fúria
 Seios, ou peito, suspiro da paixão
 Sob os pés, a preguiça, e a procrastinação no olhar
 E embaixo de cada fio de cabelo, um pequeno ser de chama escura, um pequeno pedaço de solidão, silenciosa como a fala da menina para o mundo, silenciosa como um túmulo, como era para o mundo ... Em odesso, língua da família da menina, Sixx, seu primeiro nome, quando lhe conheci melhor
 Assim se constitui-a os poderes de Sixx Valentine, a menina de cabelos negros. Mas, não só do que podem fazer se fazem os personagens daqui, e sim do que fizeram e nunca do são realmente.
(...)

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