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domingo, 20 de maio de 2012

Você morreu com um beijo e reasceu com um amor #Agente do Caos


MUSIQUETA DA POSTAGEM

-Oi – me disse aquela moça estranha que vi uma vez andando pela rua abandonada do meu bairro, ela não era solitária, como era quase todo o meu bairro sempre naquelas madrugadas de sábado pra domingo, porém, naquele dia estava, talvez, pra ela, ou, era pra mim...
 Vi chegar em passos estranhos, tinhas algo no olhar, eu também, mas, não sabíamos o que um ou outro haviam em seus bolsos; de grandes e profundos, de nossos bolsos, de sobretudos, ouvi simultaneamente o clicar de um dedo sobre um aparelho – celular, talvez? – porém, imediatamente, ouvi um engatilhar de arma...
 E o vapor de ar corroía todo o ambiente escuro, ela me olhava com seus olhos de sereia e eu mirava apenas aquelas duas partes do seu tórax, que estavam naquele dia muito chamativos aos meus olhos... Me sentia um lobo atrás da frágil mocinha de chapéu vermelho, talvez ela, gostaria de ser também a mesma coisa para mim... Ficamos, ali, por alguns minutos... Ela virou-se não me dando bola e entrou na porta de madeira, que fora aberta por um gorila de terno. Indo atrás do barulho que seus pés – pequenos pés! Na minha mente consumida por alguma vodca ou certeza de um desejo a ser realizado – faziam no assoalho daquele corredor ao qual entrei, depois de pedir passagem pro segurança ( o que me custou malditos 10 contos, um roubo!)...
 Logo, entrei naquela casa de luzes vermelhas e pessoainhas rebolando seus corpos, suados e logo resfriados pelo frio... Eu sorria, não para ela, mas, pela condição daqueles vermes... Tristes vermizinhos, macaquinhos evoluídos... Ainda bem, eu não mais era um daqueles, era outra coisa... Talvez, superior – a mim evidente, claro. Vi o seu sobretudo num cabideiro, vi que um corpo ia em direção mais do interior da casa de luzes vermelhas... E os corpos se mexiam, saltitantes, bêbados, por alguma razão que desconheço, comemoravam a simples questão de estarem vivos e de poderem ficar bebaços e vomitos, comemoravam a vida... Eu, não, eu não estava ali pra isto... Segui pelo segundo corredor... Já sem casaco, minha camiseta com um enorme desenho de uma máscara de gás com um “xis” revelava, de certa forma, o que eu caçava... Além, das pernas dela, ou melhor, com as pernas dela... Máscara de gás dos malditos Agentes, máscara que me persegui a vida inteira... Agora, eu, com uma Lâmina Azul de Caçar estes malditos era um deus, eu podia derrotá-los...
                   Mas, então, eis que eu a vi de novo...
 Bela, de rosto bem pequeno, ela era até que pequenina... Cabelos ao vento de brilhar com a luz meio laranja, não via seus olhos por causa da franja, no entanto, não era isto que queria ver... Seguia para ela, que me fitava, agora, de costas para uma porta no final de um corredor... Ela entra e eu também...
 Com um certo bailado, eu agraro-a, sem chance pra que ela reaja, como seus lábios em uma longa mordida... Neste momento, ouço os trompetes e os violões da música lá fora... Eu, aqui dentro, sinto ela... Sinto, como poucas vezes na minha vida de caçador, uma certa paz. Nós, então, dançamos, bailamos entre os biombos, que daquele lugar em que entrei – e nem percebi – era um banheiro sujo e emporcalhado... Mas, não os lábios e a pele dela...
 Sinto agora, suas mãozinhas entrarem na minha camisa, eu a encostarei em cima da pia e tudo estará feito, tudo estará acabado para ela... Sei que não se deve – como ser superior e racional que sou – misturar “trabalho com lazer”, porém, nada é como era antes, nenhum beijo é como este ao qual tento me esforçar para que dure o máximo, dentro dela, pra que tenha tempo de alcançar aquela agulha de prata e cobre, uma arma que pode matá-la, este demônio...
                                                           De lindas pernas, perninhas, mas, um demônio
 Ouço que o coração dela bate mais rápido... Ainda, com um momento entre os beijos, me olha com dois olhos de maresia, corroendo minha vontade de matá-la... Estou com as mãos na minha agulha, que nas minhas calças aguarda para ser cravada e matar este ser do Caos... É só um momento... Só aquele momento...
                                “ – Não exite um único momento, pois, se a vida é feita as vezes deles, a morte igualmente o é”, já dizia meu mestre... É, pode isto ser verdade...
 O golpe na nuca foi preciso, não vi d’onde veio, até cair perto de um privada e ver um enorme homem de pele negra saindo do espelho sujo do banheiro... Havia apenas pavor agora, não. Estava seguro, mesmo com a nuca sangrando... Levantei e soltei da bota a faca, ele saiu e entrou na frente, antes de que eu conseguisse mirar a moça... Maldito!
 Ouvi um partir de vidro, vi ele tirando a faca das entranhas, ainda vivo... Levantei e cerrei os punhos, fitava o desgraçado, minhas últimas palavras foram:
 -Azulli, também a antes chamada de Sixx Valentine, você, é umas das Jóias dos Agentes do Caos... Eu, Temor Comtell, prendo-te com a autoridade da Ordem da Lâmina Azul e...
 -Cale-se, homem belo... – Não vi o ser se mexer... Ele era realmente rápido, principalmente com facas... Rasgou minha barriga, vomitando sangue por todo o lugar... Não via mais nada, apenas fui caindo pra trás, ao lado da privada... Ouvi:
 -Você, bom homem e belo... Você tem um beijo doce, senti isto em você, isto me cativou... Porém, o que é ter um beijo doce se você já um dia perdeu o que tinha atrás dele e se tornou como um amrgo? Bem, eu não sei o que isto significa...
 -Você, monstro, das belas pernas... –Dizia minha voz frágil e já falsante, estava morrendo. – Eu, eu... Eu ainda tenho algo pra o que ser amargo... Vazia!
 Ela me fitou, eu estava morrendo, vi ainda o gigante, um espectro que a servia como se fosse ela mesma, de nome Bournie, me agarrando pela cabeça... Não me mexia ou reagia, apenas, minha cabeça era levada e movida... Senti me molhado, depois de um cheiro impressionante de escremento...
 Ouvi as bolhinhas correndo pelo meu rosto, vazio de expressão, vazio de tudo, agora, todo o desejo se resumia, em menos de uma página de minha história, em simples água de merda... Água de privada, a última coisa que beijei... Ao menos, acho que eu, o último Agente dos Lâminas Azuis na ativa, teve algum tipo de sorte em sua morte rápida:
 -Amou deve se amar, como um beijo que te deixa morto na merda, mas, que ainda valeu um último beijo.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sixx Valentine, a Menina Obtusa parte 2 #Agentes do Caos

MUSIQUETA DA POSTAGEM

http://www.youtube.com/watch?v=nsF45oe6d5o
http://www.youtube.com/watch?v=nsF45oe6d5o

 E então, numa sala de cinema eu a encontrei.
 Estava vendo algum filme sobre uma noiva que se vinga com técnicas samurais, algo que professores do meu antigo curso deveriam abominar, pois o gosto culto pela arte estava nos empoeirados museus e não nas coisas básicas de cada fim de semana... Eu gostava da violência e "epicidade" dos personagens, porém, não estava muito interessado no filme, pois havia, a um certo tempo, uma estranha luz azul na minha cara, a partir de uma cena de luta, nada mais vi por causa dela. Era ela, seu nome era Azulli.
 Saímos pra comer algo em alguma lanchonete, perto e que só servia pastel... Estava frio e minha garganta ameaçava adoecer... Não via os olhos dela, ela usava uma grande franja de negros cabelos que quase ia até seu nariz, que era meio grande... Ainda queria descobrir d'onde vinha aquela luz azul, todos olhavam a luz azul no meio do peito dela, ela era contrastante ao silêncio que fazia enquanto eu pedia respostas comuns ao flerte: idade, que eu uso pra ver se não cometo crime, signo, pra dar uma despistada e ver se é exotérica, músicas e cantores, pra me surpreender com os gostos de música pesada e outros, de "mocinha"... Este tipo de papo que sempre é lembrado pelos velhos quando -por algum mistério da sorte - ficam se aguentando e se apaixonando na vida diária e chata... Porém, eu não ligava pra aquilo, nem estava pensando em ter aquilo com ela, porém, a luz azul ainda me intrigava...
 -Por que foi ver aquele filme?
 Minha pergunta não teve resposta... Estranhamente, ela me sorriu, enigmaticamente, me disse:
 -Porque as borboletas não voam para trás?
 Nunca entendi isto... E olha que ela me disse várias coisas... Mas, isto, isto eu não entendi...
 Senti algo estranho entre nós, entre uma batatinha e outra, uma resposta esquiva e outra, pensei na gente na cama, pensei no beijo, no calor e no procurar... Mas, isto, eu nunca iria entender... Não, ao menos, antes de terminarmos o refrigerante Soda Corda...
 Um macaco de terno entra em nossas vidas, sim, isto não é um eufemismo racista... Um enorme gorila de terno, que eu conheço e chamo de Frank Calisto, lá estava o desgraçado, berrando:
 -Aí está você!!!
 Saco de meu bolso esquerdo uma arma de bolso -"Segurança primeiro, 38 na mão!" como diria meu mestre-, respondo o animal:
 -O que há? Um homem não pode chamar uma garota pra um pastel?
 -Saia daí! Skelter! Fuja enquanto pode!
 -O que há, cara? Ficou com medo de mocinhas? Me deixa em paz... Preciso "daquilo", sabe? Me deixa que eu te deixo sem uma bala na fuça...
 Ele sorri, diz com sorriso amarelo e sacando uma navalha:
 -Você não sabe onde bota o bedelho, né? Esta pequena matou muito e destruiu tudo... Sabe, né? Tá com ela?
 -...
 Meu tempo de experiência com o Panda Vermelho me fizeram ser muito cauteloso, mesmo com ela, que na época não fazia ideia de quem ela seria.
 -É verdade? -Olhei pra ela de relance, sem deixar de ver o macacão
 -... -Silêncio, ela ficou em silêncio...
 -Ok, -disse em resposta a ela - Pode levar...
                         Ela foi agarrada pelo macaco, depois, não sei o que houve
                         Ela brilhou, um pouquinho mais... Eu vi algo, como nunca tinha visto
                         Homem negro, vestido com batina e sobretudo, atrás dela...
                         Ninguém via, só eu...
                         Eu o conhecia, de fotos em livros secretos, em juras que não poderia cantar nem se fosse de uma banda de canções pesadas... Aquela cara escura com olhos claros - brilhantes, digo, como faróis... Seu nome era Pastor Bournie, um ser misterioso, que comandava muitos e muitas coisas...
 Ele tocou os ombros do pobre Frank, sim, pobre, mesmo ele já tendo tentado me matar... Eu vi aquilo com desprazer... Sua cabeça foi acertada com um soco, todos na lanchonete chinesa correm, os dois brigam e o sangue é espirrado, porém, de Bournie só sai fumaça dos furos, de Calisto, líquido vermelho e grudento...
 Azulli, - sim, eu descobri o nome dela antes, só pra explicar - permanecia parada e com olhos brancos... Puxei ela pra mim, estranhamente, não fez nada, a não ser ficar em estado catatônico... Nós caímos num dos bancos da lanchonete, os dois lutadores, se engalfinhavam, pensei até em usar a minha arma... Mas, contra um gorila e um ser com Bournie? Nem a pau!
 Finalmente, com um soco, o Pastor derruba Frank, ele pisa em sua barriga, eu tentei ajudá-lo - só pensei... Na verdade- Olhei pra Azulli... Vi que, logo, eu seria o próximo, beijei medrosamente sua boca, fiz o mais heroico:
 Sai correndo.
 ... Assim, conheci Sixx Valentine, ainda a chamava de Azulli, nome que ela nunca me contou por que tinha... Apenas poderia ser um apelido, por sua chama azul que crescia... Crescia dentro de todos, dentro de mim, mais ainda...
 ...
 Um prólogo, no mínimo, rotineiro...
 Peguei um ônibus, sujo e triste chuva caía lá fora, dentro de mim também... Olhei pro lado, lá estava ela, com sua franja, olhando pra um celular, talvez na Rede...
 -Olá! -Lhe disse
 -Oi! - Me respondeu...
 -Sobre aquele dia...
 -Gostei do beijo... Foi quente... -Olhou e sorriu... Vi a luz brilhar de novo... Temi por algo como Pastor Bournie aparecer... -Sabe seu amigo? - Ela me disse
 -Sim...
 -Hm... -Ela sorriu
 -Entendi... Você vai fazer o mesmo comigo? -Antes que eu terminasse, ela respondeu:
 -Acho que a sua boca é muito boa pra ficar fora daí! ^-^
 Seu sorriso fez-me ver a luz azul de novo...
 Assim, conheci Azulli, no segundo encontro... Uma menina que nunca me pareceu direta, um ângulo reto... Sempre, meio obtuso
                                E azul, debaixo da franja.


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sixx Valentine, a Menina Obtusa parte 1 #Agentes do Caos

 MUSIQUETA DA POSTAGEM



 Era um ângulo desajustado aquele serzinho. Não variava de mim em estatura, mas a chamava de minha pequena. Seus cabelos, longos e negros, sua franja que cobria parte da testa, me faziam passear pelos seus vales ébano - com minha boca e nariz, tocava seus pelos da cabeça e do corpo nesta viagem inebriante e quente, porém, nunca achei direito o que queria, nunca tive tempo para isto.
No entanto, isto será contado apenas depois, bem depois. Primeiro, eu, Helter Skelter, preciso contar a História, enfadonha e triste como tudo neste livro, no entanto, cheia de um mistério em cada palavra que ainda faz seu autor –ou quem quer que esteja a copiar isto daqui- a ler e reler nas noites de uma sexta-feira, buscando uma referência ou segredo para presentear os leitores mais assíduos, ou seja, os que prestam e que se conta nos dedos do pé de uma serpente.
 Pois bem, no fim do século das Revoluções, aquele que foi cheio de guerras e sangue, ideologias e depressões, ao qual poderíamos chamar de qualquer um, pois sempre tendemos a pensar que a nossa era passada foi a com maiores mudanças, e que mesmo assim -com esta questão quase que filosófica que coloquei, ou seja, sem importância - defino como o século XX. Fora numa cidade que esqueci o nome, mesmo tendo amado loucamente aquela moça... Só que à sua sombra ao qual me apaixonei não importava muito de onde vinha, só que a amasse...
 Ela tinha problemas, sim, tinha.
 Sua frase mais bela da vida era dita todo o dia de manhã, e era apenas um "-Bom dia!"
 Deixou na adolescência o cabelo crescer, na infância, não mais sabia que brincar e pular... Até que um diz, lá pelos oito, uma sombra passou pelo quarto de sua mãe, ela entrou, silenciosa a menina sapeca viu uma cena que não entendeu
 Um ser com olhos vermelhos agarrava sua pobre mãe pelos longos cabelos, em cima dela, fazia estranhos movimentos repetitivos...
 Ele se assustou e se vestiu... A menina, pequena e ainda em silêncio, ouvia sua mãe gritar... O líquido vermelho que sai de suas pernas manchava seus pequenos pés... Era inocente a criança...
 -Olá! -Disse o ser que se revelava um enorme homem com uma toalha branca como roupa, além de uma barba ruiva estranha...
 ... -Silêncio foi a resposta da pequena Valentine. Ele elevou sua mão com garras, vermelhas pelo sangue das partes da mãe, um movimento, corte preciso... A pequena garota ainda tentou correr... Sua nuca acertada tomba o corpo de apenas um metro no chão do corredor, ele vai em direção a filha, a mãe o segura -ainda "pintando" o chão com o meio das pernas -, ele a joga para o lado e dá um golpe final
                        Luz, MUITA LUZ
 ...
 O ser vai andando para trás, ele está queimado da metade do corpo para cima, os olhos estão inflamados, sua cabeça é uma ferida com pus... A janela do quarto, cai o corpo do ser maligno...
 A mãe grita, a filha em silêncio.
 Três anos depois, a mãe também está em silêncio, a casa amarela em que eles vivem está toda em silêncio.
 Até que em uma segunda, ou terça, não me lembro como ela contou... Só lembro dela dizer: "-A mãe tentou voar...", meu amor continuou, "...Só que ela não conseguiu". Um suicídio e uma ida para um orfanato, aí o cabelo dela voltou a crescer, e ela também, espichou... 
 Duas coisas ainda tenho que comentar
 Primeira, é que o ser maligno era o pai de minha querida
 Segunda, ainda mais importante, é que do pai veio uma herança, que da mãe passou para a filha, e dela, bem, nela ficou o presente, um livro de páginas negras, que assobiava histórias assustadoras, canções que a pequena Valentine ia ouvindo aos poucos, escutava assim como toda a sua família desgraçada... Mas, nela houve algo diferente...
 Cada ponta do seu dedo tinha uma grande força que crescia, cada pequena extremidade que a menina, até o cabelo negro de morte, tinha como um conto de horror; nomes, pequenos sentimentos ruins -ou que fugimos na maioria das vezes - haviam ali
 Na mão esquerda, a falta de criatividade
 Direita, a fúria
 Seios, ou peito, suspiro da paixão
 Sob os pés, a preguiça, e a procrastinação no olhar
 E embaixo de cada fio de cabelo, um pequeno ser de chama escura, um pequeno pedaço de solidão, silenciosa como a fala da menina para o mundo, silenciosa como um túmulo, como era para o mundo ... Em odesso, língua da família da menina, Sixx, seu primeiro nome, quando lhe conheci melhor
 Assim se constitui-a os poderes de Sixx Valentine, a menina de cabelos negros. Mas, não só do que podem fazer se fazem os personagens daqui, e sim do que fizeram e nunca do são realmente.
(...)

sábado, 17 de setembro de 2011

Um último voar de borboleta #Agentes do Caos

 Ela me olhou com seus olhos de maré, novamente, estava perdido entre o ali e o aqui. Apenas os lençóis revirados e lenços cobrindo as faces na cidade Borboleta. Apenas uma chama azul corria no centro dos prédios, Azulli, a pequena com cabelos negros e franja, alguma altura, pouca massa no corpo, nada de mais, ela não soube a sua importância, nem ela, nem a nossa ciência Patafísica
 Nada como um dos dias mais escuros que já vi, um dia estranho em que a cidade de Allan Poe escurecia as suas vistas e os fluxos contínuos de carros e máquinas humanas, as pessoas da megalópole, eram as únicas que davam um pouco de lanternas àquela situação... Azulli andava por pedras lisas da grande cidade do continente sul-americano, seus pés brancos tocavam descalços o chão escuro... Tudo parecia um gigantesca globo em tons de cinza que saía do chão até o chão, logo, a única que vi foi ela, toda muito confusa, aquela era um dos seres mais impressionantes que os Agentes do Caos haviam visto, ela era um deles, talvez um dos maiores, mas não sabia disto -acabava por não conhecer a nós mesmos, como é comum-, apesar deste "erro" comum, eu não liguei, pois minha arma feita com ossos do Antigo Tubarão me deixavam invulnerável, os olhos delas em sua franja, idioticamente imortal
 Ela andava pelos subúrbios, pois pelas ruas sujas da cidade que cresceu pelo trigo, ela não tinha um quinhão do pão; sozinha, cheguei por trás, minha espada estava guardada, dentro da calça, como um pequeno alfinete... Meus dedos foram como cordas de violão tocadas em seu corpo...
     Um pequeno chamar e ela se assustou, me conhecia de algum lugar... A Máscara de Dopp, o doppelganger, me disfarçou e eu cheguei perto dela, meu nome era Denis Raven, um amigo de escola. Ela me abraçou e falou que era muito bom encontrar-me... Eu, por dentro da máscara, sorri quando ela me tocou com seu corpo branco e com alguns pontos de pelos pretos...
 Levei-a para um pequeno hotel na cidade velha, a Casbah, os tons cinzas misturavam com o amarelo e eu via sua face pálida se misturar com o vermelho cada vez que com um gracejo lançava meus tentáculos sobre Azulli. Logo, cheguei em um ponto, no 3º andar, quarto trancado e algum tempo de conversa... O ponto era aquele, chegava a hora de consumar o ato!
     Lancei minhas mãos grandes sobre ela e a coloquei de costas para mim, peguei um tubo de borracha que guardava no osso da perna direita e cravei atravessando seu corpo, saquei outro do outro membro e coloquei na outra direção, sua dor parecia não me incomodar... Fui até a cozinha e peguei uma panela, colocava alguns fios para poder gerar um transferidor, pois precisava curar ela, a garota havia explodido um bairro inteiro -foi divulgado no jornal que havia sido uma explosão de gás, um bueiro que voava pelo céu e desencadeou a situação... Eu sabia que não... Ela era um ser que em meus estudos de patafísica e de filosofia, descobri que se chamava Copo, um ser que acumulava seus sentimentos em uma timidez e um silêncio tão perturbadores, que apenas o amor - paixão poderia fazer com que fosse possível capturar sua força... Sua expressão, seu Sentir, a capacidade mais poderosa que encontrei...
           Eu, uma máquina, apenas via que nela eu poderia capturar o meu poder, mas nunca imaginei aquilo: "Ela era bela"; sou uma máquina do século XIX, sou Mach III, não deveria sentir nada... Não tinha mais que metade do meu rosto de carne que implantei dos mortos, os esquecidos por todos, ao quais os seres humanos pregam que devemos temer em tornar-se um, e igualmente tentam amar seus parentes mortos, em um contrassenso que me faz duvidar de uma das duas atitudes humanas sobre os falecidos...Eu, uma máquina, não morria, apenas continuei minha caminhada até o começo de um novo século e, novamente, começo outro...
                        Olhava pra ela no entanto, para Azulli, ela olhou com ódio por um espelho, logo, percebi que minha máscara caiu, ela já não mais parecia o que ela queria ver... Senti um arrepio... As luzes ligaram sozinhas e era dia, começou o quarto a dar saltos, rápidos, e sedentos, não sabendo eu se eram meus olhos ou algo assim, retirei a escopeta portátil de meu braço... Mirei nela, ouvi apenas em minha cabeça, como se eu dissesse a mim mesmo:
 -Não pode derrotá-la, ela acredita em você, sua crença o destrói, robô e Ser Racional, o Ser Humano Máquina.
 De repente, quatro sombras saíram de seu corpo e cresceram a minha altura, que não era pouco... Eles tinham caras de corvo e pegaram minha arma. Minhas tentativas de soltar-me foram inúteis... A mão desceu sobre minha face... Desativei
                             Desativei por um tempo, havia apenas algumas horas eu planejava conquistar a menina e conseguir sua força... Conseguir me tornar humano... Mas, a Fada Azul não recompensou esta marionete, pois, sentada em um banco, com quatro sombras ao seu lado e no seu olho a cor de dentro branco estava... Estava meu sonho... Manda a sentença a garota:
 -Você viveu para enganar, enganar-se... Viveu achando que em algum momento da vida iria se tornar um ser poderoso, pensou que poderia conseguir realizar seus sonhos... Não pode, pois ninguém sonha na verdade... São apenas memórias organizadas em sua mente... O que ocorre é o que faz com mãos e pedras, durante o tempo que esta acordado... -Ela chegou perto do meu ouvido:
                                          -Eu, Azillis, sou teu fim, pois você e suas pedras param por aqui... Sonhou mais que agiu, não usou nem a proporção 3/4 dos camundongos... Como ratinho na ratoeira, te liberto!
 O golpe na costela e eu senti o cabo de borracha entrar, o outro, eu conseguia sentir... EU SENTIA!!! Porém, estava beira da morte, não me adianta nada agora, se por fios eu tenho sangue, se por circuitos, tenho nervos... Tudo se resumi a um pequeno momento tolo...
 Os peças explodiram, quando por alguns segundos não vi mais que minha cabeça voando em um explosão... Girou, girou e girou... Havia um Parque Verde lá, olhei para cima e vi uma pequena borboleta azul voando... A Morte me beijou ali... Com sua boca fria, havia por um momento, sonhado e agido
         Agora é tarde, pois a borboleta continuou a voar e nada mais vi, a não ser sonhos.



MUSIQUETA DA POSTAGEM
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pataf%C3%ADsica

http://www.youtube.com/watch?v=kAjl21R7yBM&feature=fvsr