quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ao Capitão Emilio Limão

"Quanto viajei para estar aqui
Entre os braços do fim
Nas últimas portas do mundo

Encontrei, achei o meu próprio eu
Navegando entre o desespero
Acumulei tesouros que não precisava
Meu filho, pequeno desastre
Pareço nunca entender
Apenas o silêncio, porém, nos explica"

Meu pai, saúdo as treva que lhe guardam agora
Saúdo como aquele saúda a Tristeza
Como ela me vê de canto de olho
em cada espelho, em cada mísero espelho
Melancolia de nossas escolhas jamais feitas
Das palavras não ditas
De lágrimas que são feridas

Jamais navegando por águas que ainda estou
Jamais encontrei amigo como você
Sua barca atravessou com o guardião
Lhe deixei moedinhas
Espero que pague a conta direito
Nos braços do espírito da Curiosidade
Da História e da Arte me deixou
No respeito por cada problema que tive
Com a atitude franca e possível
De ir.

Se vire, me viro
Ainda estou tentando
Navegamos entre nós, entre nossa humanidade perdida
Nos oceanos das palavras, memórias e perdas
Adeus, meu pai
Até, capitão de sua vida!
Cuide-se, eu me cuido com algumas pessoas aqui
Descobrir cada tesouro em cada uma delas
Ensinar os caminhos da Geografia de si mesmos
Ler meus mapas está difícil sem gente como você

Navegue, permanece navegante
Que os mares jamais deixarão de te lembrar



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