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sexta-feira, 22 de março de 2019

DEZ POEMAS, Ontem, Nice

Dez poemas escrevi
três para meus pais
quatro para meus amores
dois para próximos amigos
mas, um, aquele que esteve sempre comigo
este eu perco sempre de vista
este poema para mim
é mister que me faz seguir
meus próprios passos
---
Quis hoje acordar atrasado
Mal dormido, cheguei cedo
Me doeram as costas
Do continente de uma alma qualquer
Ao qual meu espírito banhava, com frases
Soltas

Comprei um novo All Star
Ele viera sem cadarço
Eu, como ele sem par
Quis hoje não me apressar
Terminei meu livro do Pessoa
Terminei-me com a vida, com o tênis All Star
Sem o cadarço
Sem o laço

Quis anteontem, me matar
Quando o mar não tinha sentido
E amarrado eu estava no navio
Me doendo por sereias de voz morta
Ontem dormi pouco
Mas, estava sem laço
Fui achá-lo num abraço
Numa portuguesa de Pessoa
N'qualquer bem-estar contigo
Seguindo passos com amigo

Hoje, quis me atrasar
Cheguei cedo
Resisti, ao medo
Em aqui neste mundo estar
Estado oceânico de mim mesmo
Banhei o espírito na alma
Navego trêmulo, porém sonâmbulo
Firme, porém em dúvida
Fractal, porém eu. Eu?

Geógrafo dos mapas das linhas
Circunavego, o poema
Alma do mundo
Ascuta
Estou aqui
No silêncio a buscar, navegar
Navegar é preciso
Quis atraso, acabei por navegar

---
Cante, que reúne a estrada, pequeno infante
Que já não mais trará apenas glórias
Serás em devaneio, cantante
A própria musa da memória?
Passarei por você, Nice
Em minha vela aos mares da Terra Sagrada
Portarei armas contra o infiel na caminhada
Mas, já agora, agora ele n'alma minha vaga
Pois, estamos sobre o mesmo Deus
Porém, difere a palavra
Em qual Verbo cantará?
Estou aqui em minhas obras, deposto a espada
Lutei, morri matando
Pois, sobrevivi na espreita
Mesmo te olho agora, Nice
Nos olhos de cada alma
Na boca de Mulher feita
O corpo de minha força, assim se deita
Cruzado como cruzei aquela rua
Em que vi teus olhos, dita feita
Venha comigo, cidade Nice
Tome comigo um café desta empreita
Cavaleiro das doze quadras
Cantar apartilhada


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Todo o gênio morre na véspera.


quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ao Capitão Emilio Limão

"Quanto viajei para estar aqui
Entre os braços do fim
Nas últimas portas do mundo

Encontrei, achei o meu próprio eu
Navegando entre o desespero
Acumulei tesouros que não precisava
Meu filho, pequeno desastre
Pareço nunca entender
Apenas o silêncio, porém, nos explica"

Meu pai, saúdo as treva que lhe guardam agora
Saúdo como aquele saúda a Tristeza
Como ela me vê de canto de olho
em cada espelho, em cada mísero espelho
Melancolia de nossas escolhas jamais feitas
Das palavras não ditas
De lágrimas que são feridas

Jamais navegando por águas que ainda estou
Jamais encontrei amigo como você
Sua barca atravessou com o guardião
Lhe deixei moedinhas
Espero que pague a conta direito
Nos braços do espírito da Curiosidade
Da História e da Arte me deixou
No respeito por cada problema que tive
Com a atitude franca e possível
De ir.

Se vire, me viro
Ainda estou tentando
Navegamos entre nós, entre nossa humanidade perdida
Nos oceanos das palavras, memórias e perdas
Adeus, meu pai
Até, capitão de sua vida!
Cuide-se, eu me cuido com algumas pessoas aqui
Descobrir cada tesouro em cada uma delas
Ensinar os caminhos da Geografia de si mesmos
Ler meus mapas está difícil sem gente como você

Navegue, permanece navegante
Que os mares jamais deixarão de te lembrar