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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Vento


Eduarodo, nunca vai poder falar à ninguém
Vivemos no silêncio
Tumular de nossos sentimentos
Alguns apenas sentem demasiado
Isto é errado
O que não indica se é profano ou sagrado
Ora o que se sente transcende o habitual
É arte
Ora converte em espúrio, o banal
É grotesco
Porém, é silêncio que todos temos
Para com todo o outro
Não para com Ele, que tudo conhece
Se crê nisto
Em débeis frases congelamos o pouco
Do sentido que compreendemos
Alguns, com sua estrada, buscam
Fazer uma escada para o sol
Iluminar a tudo consigo
Outros, cavam a terra, em busca de dureza
E de pedra, erguer castelos e famílias
Outro erra, viaja como a água
Espalha continente, de sentimento
Eu, Eduarodo, apenas sou o vento
A brisa que traz algum alento
Alguma primavera
Mas, sou ar, so'vento
O vazio em que me atormento
Pura tempestade tumular
Daquilo que todos não podemos dizer
Daquele que não pôde mais amar.


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Suicidou-se
No copo de água que era sua alma
O inútil perdido na terra do tempo

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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ao Capitão Emilio Limão

"Quanto viajei para estar aqui
Entre os braços do fim
Nas últimas portas do mundo

Encontrei, achei o meu próprio eu
Navegando entre o desespero
Acumulei tesouros que não precisava
Meu filho, pequeno desastre
Pareço nunca entender
Apenas o silêncio, porém, nos explica"

Meu pai, saúdo as treva que lhe guardam agora
Saúdo como aquele saúda a Tristeza
Como ela me vê de canto de olho
em cada espelho, em cada mísero espelho
Melancolia de nossas escolhas jamais feitas
Das palavras não ditas
De lágrimas que são feridas

Jamais navegando por águas que ainda estou
Jamais encontrei amigo como você
Sua barca atravessou com o guardião
Lhe deixei moedinhas
Espero que pague a conta direito
Nos braços do espírito da Curiosidade
Da História e da Arte me deixou
No respeito por cada problema que tive
Com a atitude franca e possível
De ir.

Se vire, me viro
Ainda estou tentando
Navegamos entre nós, entre nossa humanidade perdida
Nos oceanos das palavras, memórias e perdas
Adeus, meu pai
Até, capitão de sua vida!
Cuide-se, eu me cuido com algumas pessoas aqui
Descobrir cada tesouro em cada uma delas
Ensinar os caminhos da Geografia de si mesmos
Ler meus mapas está difícil sem gente como você

Navegue, permanece navegante
Que os mares jamais deixarão de te lembrar