Poente.
Odeio... Estar assim
Morto de esperar
Esperanças afogadas
Nas lágrimas que já estão secas
Como um riacho que não mais
Desemboca num mar
Não mais quero morrer apenas,
Quero virar solo, ser útil
Porém, silencioso
Porque o som do meu peito
Dói numa desarmonia de minha alma
Irrefletido num espírito
Que se perde
Entre os dentes
Vociferando palavras erradas
De um cara errado
Deprimido, entre o sol
Poente
---
O fantasma atormentava seu coração
Mas, eterno é o presente
Que se lembra da solidão
Dos passos cansados,
Ar parado no peito
Quando, insuspeito
Abriu-se às vestes
De um abraço solar
Abraço amigo
Fazia tocar, o coração fantasma
Desperto estava
Naquele presente
---
Há um silêncio pela casa
Ronda a madrugada
Firma na noite
Não é alvorada, nem tu
Oh face iluminada
Deixa de ser contada
Há um silêncio da penumbra
Mesmo com a lâmpada ligada
Tudo permanece ali
Eu, ali, preso
No eterno presente
Na função arbitrária
Julgamos um passado que esquecemos
Esperamos futuros possíveis
Mas, estarei eu sendo juiz implacável
Sem direito à me deixar em paz?
Mas, estarei eu sendo possível
De sustentar pernas, sonhos e bocas
Quando às tempestades passar?
O presente, lhe sou preso
O presente, lhe sou grato
"Sê tudo naquele que crê"
Que pra Ele se deixe o julgo,
Mas, dá força
Pra segurar minha espada
De ferir a mim mesmo
Que eu esteja presente no que sou,
No erro
No acerto
Posso estar presente, pra mim mesmo?
Peço, rogo
Naquela morada há silêncio
Naquele lar, o meu coração
Ouço a harmonia da canção muda
O eterno presente é caminho
Não apenas, um simples fractal
Pois, sou passarinho
Pois, voo na noite
Daquele silêncio, um mundo um cantinho
Naquele aquietamento
Não sou o universo
Escuto o verso
O presente da alma
Escuta, amigo
Escuta o silêncio
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domingo, 28 de abril de 2019
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
O mar que urra #Agentes do Caos
A princesa negra no seu barquinho vigia seus fiéis sempre pois, como Senhora Nossa, sempre deve vigiar tudo aquilo que a pode tirar dali e por aqui
Ela esta ali, sempre ali. Eu lembro como se fosse hoje de vê-la naquele barco à vapor, a besta de metal vomitava fumaça e cuspia muito suor dos marinheiros que levantavam a ancora e levavam o barco pela costa até Senhor do Bonfim, capital de Bahia; batalhas por todo o mar e piratas francos derrubavam todos que não respondiam A Legação, uma cria do Eixo, o suor dos piratas banhavam a todos com o sangue, ao qual o mar tragava e se alimentava disto
Ficava olhando o mar e olhava pra ela, tinha esperança que ela estaria bem... Porém, eu tinha o Símbolo, era um Deles. O nome era Flektícia, um nome muito difícil, acho que só eu conseguia falar corretamente... Flávia, era como ela se chamava aqui, Dona Flávia.
Vimos fumaça sobre a água, logo, fogo cortava o céu
*
O ataque foi rápido, Flávia salvou dez de nós, nos levando à costa; ela ficou ali, em pé, na frente da praia... Mais um veio, lá, do fundo d'água, um torpedo; ela segura o tiro, com a mão, em agilidade e cuidado que não fazem detonar a obus, seu cotovelo é uma mola, assim como seu ombro, ela o lança, novamente, há uma explosão... Talvez eles tenham fugido! Ou mais algum fora tragado pelo mar, alimentando sua sede
-Olá amigo!
-Olá, amiga! -Respondo ela, enquanto ela tira os longos cabelos negros da face; queria que ela estivesse encabulada, porém, acho que ela só esta irritada, terá que fazer o caminho à pé
Lá fomos nós, para a cidade
Lá estava a cidade de Vicente, uma velha fonte, muitos morros, e a polícia olhava para o grupo com desconfiança e armas em mãos
Ouvimos histórias terríveis, forasteiros viriam para lá, eles estavam fazendo muitos reféns e assustando famílias com seus urros terríveis, eles eram mutantes, desajustados que estavam caçando alguns de nós... Flektícia me enchia com seu temor, dizia que eu tinha que cuidar muito bem de suas engrenagens e ia eu colocar óleo nela à noite, no quarto; dizer "tudo bem" ou concordar não era uma opção pra ela, era sempre o que ela queria... Mas, eu não ligava, estava ali por causa dela...
Baixa a noite e escutamos alguns urros vindos da floresta. Numa choupana de barro na periferia nos protegemos da polícia que estava numa ronda protetora apenas no Centro, "os da vila" se protegiam como podiam, ou nem isto, só colocavam paus e pedras à mão e dormiam num sono pesado de preocupação
Porém, minha preocupação era mantê-la bem, cuidei de todos os seus mecanismos e peças... Apenas no meio de seu peito era que Flávia tinha alguma semelhança física comigo... De resto, complexo de molas e força do bronze e ferro... Ela era forte, e eu, fraco.
Ela me pede o último copo de água, eu, alucinado por um "boa noite" dela, vou para fora no perigo de urros e berros... Levo a cuia, apenas o vazio de um pote oco, talvez fosse eu
Veio uma luz enquanto estava perto da fonte, ela me beijou
Ela me beijou e eu desmaiei em acordar constante, eu pulsava todo
A fagulha que me tocara me fez desmaiar e logo acordei
N'outro dia...
Fléktícia e alguns dos nossos vieram a mim, ela estava a reclamar de como eu tinha demorado... Contei a todos sobre uma bola de fogo que veio perto de mim... Embaçada a visão, ela parecia com a silhueta de uma moça... De alguém que conhecia...
A moça que liderava me repreendeu, eu a respondi... Nunca havia feito isto, mas me pareceu o certo, ela não deveria me condicionar ao que ela queria... Um tapa ela me deu, todos olhando... Eu sai de perto, na floresta próxima as vilas eu fui passar horas... Agachado, nada vi que os outros, calados, foram procurar a mim e a algo nas árvores e matagais, algo que explicasse as mortes e os ataques... Nada acharam, nem eu...
Não fui beijá-la, não deitei com ela aquela noite
N'outro dia, fui com o frio em meus ossos e cabelo molhado de sereno
Nesta madrugada havia percorrido todo o caminho que tinha feito para sair de perto dela
Refiz para me encontrar com ela, e ver se em suas engrenagens havia algum problema
-O que faz aqui? -A princesa negra olha para seu maior fiel, ele esta só e outros estão dormindo... O fogo havia tocado em seu coração, algo que ela também tinha, em carne somente, pois nunca vira nele algo mais que um súdito... Porém, naquela pequena visão, ela vira tudo, o vira por inteiro... Mas, não o queria... Nada encontrara nele a não ser um amigo
-Eu... -Ela tentou argumentar, ele nada ouviu... Aquele torpedo que quase matara a todos, aquelas mortes que nada vira semelhante em nenhum lugar; nada nela ou no mundo o fariam mudar de ideia, o fogo havia tocado nele. Caminhou, olhou para ela, sua amada ficou dentro de seus olhos em ressaca do mar, ele a tragou
A arma foi fria
O sangue escorreu
A força dela nos braços em engrenagens tentou matar e revidar lembrando a fúria com que ela tratava ele
Não podia, ele não havia passado óleo e o sereno havia travado o mover
Sereno de lágrima dele
O Agente foi saindo de perto com a faca na mão e correu, pela floresta foi andando o libertado. O mar verde o tragou e foi sumindo toda a sua lembrança...
Alguns acudiram a mestre Flávia, ou Flékticia, tanto faz... Eu estava correndo pelo interior de Vicente, eu não ligava... Estava só, algo me matou quando o fogo me tocou... Eu urrei por isto, urrava a partir dali todas as noites
E os berros continuaram, os urros do mar que tragavam a todos que deixaram seus sonhos, os mataram, e buscaram por multidões o silêncio da profundeza de si mesmos... Aquele período pequeno e terno em que perdemos tudo e aquilo -ou aquela- e ao mesmo tempo ganhamos tudo, ganhamos a capacidade/necessidade de procurar, procurar as vezes tudo de volta; no mar que nos traga em urros
MUSIQUETA DA POSTAGEM
http://www.youtube.com/watch?v=unZYqNYuRxc&feature=related
Ela esta ali, sempre ali. Eu lembro como se fosse hoje de vê-la naquele barco à vapor, a besta de metal vomitava fumaça e cuspia muito suor dos marinheiros que levantavam a ancora e levavam o barco pela costa até Senhor do Bonfim, capital de Bahia; batalhas por todo o mar e piratas francos derrubavam todos que não respondiam A Legação, uma cria do Eixo, o suor dos piratas banhavam a todos com o sangue, ao qual o mar tragava e se alimentava disto
Ficava olhando o mar e olhava pra ela, tinha esperança que ela estaria bem... Porém, eu tinha o Símbolo, era um Deles. O nome era Flektícia, um nome muito difícil, acho que só eu conseguia falar corretamente... Flávia, era como ela se chamava aqui, Dona Flávia.
Vimos fumaça sobre a água, logo, fogo cortava o céu
*
O ataque foi rápido, Flávia salvou dez de nós, nos levando à costa; ela ficou ali, em pé, na frente da praia... Mais um veio, lá, do fundo d'água, um torpedo; ela segura o tiro, com a mão, em agilidade e cuidado que não fazem detonar a obus, seu cotovelo é uma mola, assim como seu ombro, ela o lança, novamente, há uma explosão... Talvez eles tenham fugido! Ou mais algum fora tragado pelo mar, alimentando sua sede
-Olá amigo!
-Olá, amiga! -Respondo ela, enquanto ela tira os longos cabelos negros da face; queria que ela estivesse encabulada, porém, acho que ela só esta irritada, terá que fazer o caminho à pé
Lá fomos nós, para a cidade
Lá estava a cidade de Vicente, uma velha fonte, muitos morros, e a polícia olhava para o grupo com desconfiança e armas em mãos
Ouvimos histórias terríveis, forasteiros viriam para lá, eles estavam fazendo muitos reféns e assustando famílias com seus urros terríveis, eles eram mutantes, desajustados que estavam caçando alguns de nós... Flektícia me enchia com seu temor, dizia que eu tinha que cuidar muito bem de suas engrenagens e ia eu colocar óleo nela à noite, no quarto; dizer "tudo bem" ou concordar não era uma opção pra ela, era sempre o que ela queria... Mas, eu não ligava, estava ali por causa dela...
Baixa a noite e escutamos alguns urros vindos da floresta. Numa choupana de barro na periferia nos protegemos da polícia que estava numa ronda protetora apenas no Centro, "os da vila" se protegiam como podiam, ou nem isto, só colocavam paus e pedras à mão e dormiam num sono pesado de preocupação
Porém, minha preocupação era mantê-la bem, cuidei de todos os seus mecanismos e peças... Apenas no meio de seu peito era que Flávia tinha alguma semelhança física comigo... De resto, complexo de molas e força do bronze e ferro... Ela era forte, e eu, fraco.
Ela me pede o último copo de água, eu, alucinado por um "boa noite" dela, vou para fora no perigo de urros e berros... Levo a cuia, apenas o vazio de um pote oco, talvez fosse eu
Veio uma luz enquanto estava perto da fonte, ela me beijou
Ela me beijou e eu desmaiei em acordar constante, eu pulsava todo
A fagulha que me tocara me fez desmaiar e logo acordei
N'outro dia...
Fléktícia e alguns dos nossos vieram a mim, ela estava a reclamar de como eu tinha demorado... Contei a todos sobre uma bola de fogo que veio perto de mim... Embaçada a visão, ela parecia com a silhueta de uma moça... De alguém que conhecia...
A moça que liderava me repreendeu, eu a respondi... Nunca havia feito isto, mas me pareceu o certo, ela não deveria me condicionar ao que ela queria... Um tapa ela me deu, todos olhando... Eu sai de perto, na floresta próxima as vilas eu fui passar horas... Agachado, nada vi que os outros, calados, foram procurar a mim e a algo nas árvores e matagais, algo que explicasse as mortes e os ataques... Nada acharam, nem eu...
Não fui beijá-la, não deitei com ela aquela noite
N'outro dia, fui com o frio em meus ossos e cabelo molhado de sereno
Nesta madrugada havia percorrido todo o caminho que tinha feito para sair de perto dela
Refiz para me encontrar com ela, e ver se em suas engrenagens havia algum problema
-O que faz aqui? -A princesa negra olha para seu maior fiel, ele esta só e outros estão dormindo... O fogo havia tocado em seu coração, algo que ela também tinha, em carne somente, pois nunca vira nele algo mais que um súdito... Porém, naquela pequena visão, ela vira tudo, o vira por inteiro... Mas, não o queria... Nada encontrara nele a não ser um amigo
-Eu... -Ela tentou argumentar, ele nada ouviu... Aquele torpedo que quase matara a todos, aquelas mortes que nada vira semelhante em nenhum lugar; nada nela ou no mundo o fariam mudar de ideia, o fogo havia tocado nele. Caminhou, olhou para ela, sua amada ficou dentro de seus olhos em ressaca do mar, ele a tragou
A arma foi fria
O sangue escorreu
A força dela nos braços em engrenagens tentou matar e revidar lembrando a fúria com que ela tratava ele
Não podia, ele não havia passado óleo e o sereno havia travado o mover
Sereno de lágrima dele
O Agente foi saindo de perto com a faca na mão e correu, pela floresta foi andando o libertado. O mar verde o tragou e foi sumindo toda a sua lembrança...
Alguns acudiram a mestre Flávia, ou Flékticia, tanto faz... Eu estava correndo pelo interior de Vicente, eu não ligava... Estava só, algo me matou quando o fogo me tocou... Eu urrei por isto, urrava a partir dali todas as noites
E os berros continuaram, os urros do mar que tragavam a todos que deixaram seus sonhos, os mataram, e buscaram por multidões o silêncio da profundeza de si mesmos... Aquele período pequeno e terno em que perdemos tudo e aquilo -ou aquela- e ao mesmo tempo ganhamos tudo, ganhamos a capacidade/necessidade de procurar, procurar as vezes tudo de volta; no mar que nos traga em urros
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