"Bichos, macacos dominam a Terra, raposas tomam vinho, riem de quem não pode chegar lá... Mas, os temem... As formigas; estas, labutam muito, mas só reclamam, por pensarem que é nascer raposa que as faz assim: formigas, mas também temem, ficar na mesma. E todos os animais, dos cães de guarda aos insetos bêbados, temem, seu medo é lembrarem que são medíocres, sua falta -se pudermos julgá-los assim- é nunca saber o que fazer sempre que se tem esta noção. Mas, isto é só reflexão: não passa de bocejar de um velho sarnento que não sabe viver, não é?
E os Orwell lá, poderosos na Casa Grande, só grande pra nós?"
...
Devaneios de pós-adolescente... A isto, chamaram o que meu amigo viveu, depois de tentar por muitos anos ser um artista famoso, ele não conseguiu, só portas fechadas na sua cara, e bifas dos porcos que vivem suas vidas como máquinas... Claro, isto é só visão de um romântico, um simples carpinteiro... Mas, vi em meu amigo o semblante que via em nosso Senhor, todo o domingo... Amava ele, era como um filho...
E foi numa manhã carinhosa de chuva na face de minha esposa - se não me engano, um sábado- que ele veio com aquela ideia louco: "podemos vencer as Raposas que dominam este mundo! Nós podemos vencer!"...
Velho Orwell, sempre tolo e doido, queria mudar o mundo... Uma vez, ele comentou comentou comigo sobre Utopias... Algo que era verde e gasoso, um composto da Ilha de Moullière... Criado pela Liga das Nações, em resposta aos ataques de MacFeist e seus robôs; algo que consumia o ar e matava as nanocélulas deles, das máquinas vivas... Nunca chegou a ser usado, mas, dizia meu amigo Orwell, que poderiam usar contra os reis, os senhores e os chefões, meu amigo sonhava e... E babava em seus devaneios de pós-adolescente...
Minha terra se chama Orwelling, aqui tudo é mecânico e em linhas de montagem, o óxido de carbono queima nossas narinas.. Foi-se feito uma Revolução via engrenagens, outras se faz pelo Desencantamento do Mundo... Meu amigo é um filho desta revolução, dos animais, do bichos, daqueles que ficam nas posições fixas, em lugares marcados e quietos... Grandes máquinas com braços e cores cúpricas ajudavam no serviço, portas automáticas e códigos matemáticos faziam pequenas revoluções em nossos modos de vida.
Eis que naquele sábado, sobre o sereno, ouvi estouros na rua, guardei minhas crianças no guarda-roupa pedi a minha mulher que cuidasse das crias
Caos na rua, fogo no céu e fumaça na água
Meu amigo Orwell, correu ao meu encontro e disse:
-Caro amigo! Aonde estão as crianças?
-Bem! O que há na rua? - respondi
-O que sempre houve, Liberdade! E a Revolução acontece!
Vi chamas e luzes quebradas naquele dia, muito corri - para o Trem Metropolitano, mandei minha mulher e filhos... Só não abandonei meu amigo...
Então, mas que de repente, na despedida, ela, minha Karla, me disse:
-Não se fira! Não ouça suas vozes! Não ouça seu amigo!
Sorri e beijei sua face
*
Eram quase 8 e meia da manhã, os revoltosos estava sendo surrados por homens a cavalo, eu, escondido por becos, consegui chegar perto de meu destino: o Paço Municipal, onde, sobre o pretexto de uma reunião pelo café de um país do sul, se reuniam os chefões do capital... Eu, o próximo Golias, o próximo Herói... Abri meus olhos... Era Orwell, Jesuis Orwell... Em minhas mãos, uma cápsula com o gás verde, nossos camaradas passaram de mão e mão... Alguns até perderam suas mãos por isto! Entretanto, eu, os vingaria! Viva a Revolução contra as máquinas!
-VIVA A REVOLUÇÃO!
...
Berra o homem, eu o vi... Era um pobre carpinteiro, explodiu algo, joguei minha capa e protegi o prefeito e Jack Ossias, um empresário que precisávamos manter vivo... A capa se tornou um véu e o gás não atingiu umas dez pessoas... Eu estava de máscara, dos Agentes, não fui afetado... Atravessei a rua, os guardas morriam, os cavalos, alucinados... Lâmpadas estouravam e portas automáticas pela rua decepavam curiosos... Minha face de pele negra passou para uma cara de gato... Nisto, já estava no alto de um prédio, o carpinteiro, morria nas minhas mãos...
-Eu fiz a Revolução, senhor... Eu a fiz...
Morreu o jovem, a formiga...
Levantei e deixei seu corpo sobre o chão do terraço... Vi no chão da cidade de Keyneland a fumaça verde... A capital de Orwelling jamais seria a mesma... Máquinas corriam bestas e loucas, e sobre ideais tolos e românticos, jovens cometem suicídios... E fazem nosso trabalho, as vezes...
Pus a máscara de gás, pulei para o chão, e continuei meu caminho
MUSIQUETA DA POSTAGEM
http://www.youtube.com/watch?v=6x26O237kP8&feature=relmfu
Vim parar nesse blog aleatoriamente, mas me surpreendi com o que li. seus textos e temas são como socos no estômago, socos bons de serem levados.parabéns!
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