sexta-feira, 15 de julho de 2011

Zumbis em Bastille #Agentes do Caos

 Algo nesta Revolução me fede a alho seco e poroso...
 Um pequeno ser amarelo no meu bolso esquerdo, alguns sonhos no coração de alguns conhecidos e a necessidade de "ver as coisas ocorrerem"!
 -VIVA LA REVOLUCÍON! -Um homem estropiado diz ao meu lado;
 -VIVA LA REVOLUCÍON! -Um homem rico diz na minha frente;
 Lá estou eu, caminhando pela Plagé d'Batton, por corpos ensanguentados e amantes de seus ideais... É estranho isto de Utopias, lutar por algo que é Maior, algo que reza sempre por você em seus movimentos, algo que é tão bonito no papel e nos folhetos...
 Que belos folhetos...
 Tiros das guardas da Nobreza, os jovens despreparados, com suas calças bocas de sino e suas flores de Paz e Amor caem em meu colo, eu lanço eles ao lado e continuou a caminhada, secretamente, pelos corpos e barricadas... Vejo os soldados a cavalo e paus, revólveres e garruchas, manchando o chão dos revoltosos...
 ...
 Estou próximo de Bastille, a Prisão Real, estou com óculos grandes e escuros, camisa florada e uma bolsa, ou seja, o segurança da porta de um prédio velho me deixa entrar -estava vestido como combinamos... Um imigrante marroquino de sotaque engraçado era o tal, lá vou com ele para cima do prédio, no segundo andar... Encontro com meu contato, um senhor negro de altura grande... Ele me reconhece, pois minha brancura é denunciante:
 -Do Norte? De onde?
 -Bem, sou eslavo, mas, creio que posso ter minha ascendência nórdica...
 -Ora, que interessante! -Me diz ele em finlandês, preferia o lituano ou o russo... Acabamos pelo francês...
 -Então, quanto tempo para cair Bastille? -Ele pergunta ao segurança, depois de um tempo em que conversamos em meio ao caos na porta e na janela... Alguém bate, atendem, são jovens que chamam à revolução, à Revolução...
 Eu abro meu saco e dela sai uma prova para meu amigo de que falo sério em nosso acordo:
 -Olá, crianças! -Diz Aziz, um ser amarelo, como a uma raposa, ou cão, mas se mexe como humano... Talvez, um anão... Ou, se preferir, um gremilin, coisas vivas da imaginação ou da realidade de alguns
 E o pó amarelo cobre a sala, os jovens desmaiam e caem, estribuçam depois de um tempo; logo, vejo suas faces caindo e eles parecem mortos... Mas, mortos que vivem!
 Aziz olha para mim e fala besteiras, eu o guardo no saco novamente, agarrando-o pelos cabelos. Meu negociante, entusiasmado, pergunta:
 -Quanto? Quanto pelo animal?!
 -Nada preciso pagar por ele, assim como por nada o vendo... Não é um animal, mas sim do que sou realmente... -Os dois estão assustados e surpresos, o segurança segura a porta, os "jovens" lá fora, berram e tentam entrar...
 -Como você os controla? -Diz o marroquino, numa pergunta desesperada
 -Não os controlo, ninguém pode controlar os "revolucionários"
 -O quê?! Como sairemos daqui?! Por que você me procurou, me matar?!
 -Sua vida, -Respondo a ele com meu francês de sotaque- de nada me vale... Quero ver a arte com que os corpos se putrefazem, como os desejos débeis por mudanças rápidas e totais no mundo, como o complexo de "herói", destrói os homens... À isto, sou um Deles...
 -Um Deles? -Me pergunta o chefe revolucionário do norte da África, que em busca de mudança me chamara
 -Sim, você nos conhece como os Corvos do Caos, ou Forças Caóticas...
 -O quê?
 -Eu conheço, chefe! -Diz o segurança, mostrando que lê mais jornais daqui que seu "chefe"
 -Então... Por quê?! -Grita o líder em busca de Liberdade, Igualdade e Fraternidade
 -Porque eu mudo as faces dos homens e fêmeas, eu dou a eles a vida para completarem suas missões, esta é a minha vontade. Assim, com minhas Artes Obscuras, como chamam alguns de vocês... Proponho a ti: quer ser lembrado? Posso dar isto a você, porém, terá que liderar algo nos subúrbios, um movimento de baixo para cima...
 -... Como assim?
                                              *
 Começou na manhã seguinte a Bastille queimando, dos destroços e pântanos de Paris, andavam seres de pele roxa, azul e morta, andando e conseguindo cada vez mais seguidores
                        Jovens que acreditavam estar participando de uma Revolução...
                        Naquele mês de maio, lá iam os meus mortos
                        Pois, a morte dos que criticam esta em quem só acredita
 Lidera eles um colono alto e seu segurança limpava suas feridas e era o único a não ser um dos meus; eu consegui ficar atento a cada movimento e conquistar minha Vitória, agora, deveria ver como minhas crianças se comportam... Pois, as Grandes Mudanças são para mim isto: nada mais que crianças em gestação, sempre na imaginação de quem quer que elas nasçam, que elas Revolucionem.



 MUSIQUETA DA POSTAGEM

http://www.youtube.com/watch?v=n1O9X0_WNTY&feature=digest_fri,7-99:digest

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