sábado, 12 de março de 2011

Historiador do Caos #Agentes do Caos

 Pessoas do espaço, o que as fazem felizes?
 "Subir, subir e subir"
 Nada, pra mim nunca foi nada... Procurei na antiga ex-UPPS (União Popular dos Povos Socialistas) e nada encontrei, só pó, pra mim era só isto... Lutei como soldado contra os rebeldes do Cáucaso, matei um tal de Taras Bulba na Ucrânia, me exilei na Sibéria e hoje estou em Bretan, em Glasgow... Não encontrei nada.
 Sou historiador agora, algo chato e sem sentido, uma Ciência que não tenta estudar o Passado mesmo o fazendo e diz que o que faz altera o Futuro... Mesmo deus estando morto, enfim.
 Vou muito ao Brasil... Uma vez, encontrei dois caras muito estranhos... Um era Helter Skelter e o outro Jorge Santo, muito interessante, eles me perguntaram sobre uma entidade que não existe, um mito, lenda, os Agentes do Caos.
 Disse a eles que os Agentes do Caos eram uma organização mitológica antiga, de vários nomes... Que começaram, talvez, antes da Idade do Bronze... Eles parecem ter começado com quatro membros, o Fundador, e mais três: Astar, Kalla e Órion; Kalla tinha o caos no Tempo, Órion, como possivelmente seu filho ou primo, também tinha muito poder e parecia ser imortal... Astar, era a mulher e fiel do Fundador, parece que tinha uma relação de pai e filha, ela tecia fios que lançavam-se sobre o Destino, criava isto... Ao que parece, Kalla matou Astar, porque ele tinha sentimentos por ela e também por que ela era uma Tecelã de destinos -"contra o Caos para ele"-, a amada de Órion, e ele chorou, porém este que parecia um gigante entre os homens não vingou-se, fugiu pro Sul Gelado e nunca mais foi visto, o único que o Fundador liberou das funções de Agente do Caos... O Fundador, aliás, dizem que foi ele mesmo matar Kalla, Ele cortou a garganta de um de seus pupilos, sem piedade, sem nada.
 A partir daí houveram diversas cruzadas dos Agentes contra muitas coisas, suas referências mitológicas são várias; como "Aqueles que aprisionaram o Olimpo", ou "Os que mataram Aquiles e seu amante Alexandre, o Grande", além de referências mais orientais das quais conheço pouco, pois não domino este idioma muito bem, mesmo sabendo todos os que descendem do latino e eslavo, sei de alguma coisa sobre os Lendários Três Pandas de Cantão e outras coisas, mas muito por cima; sei que eles tiveram muita participação nos eventos que causaram a Queda de Roma -como o tal de Corvo, que parece ter influenciado as forma de vestir deles-, assim como a Ascenção do Império de Constantino, etc; também tiveram relação com os chefes árabes e parecem ter desenvolvido muitas histórias no lugar que hoje se chama  Persi... Enfim, sabe-se que até o século XV eles tinham um certo número, porém, a partir do século XVI e XVII, ocorreram perseguições de organizações como a Ordem da Lâmina Azul -principalmente um tal de Janet Départes- e de diversas outras menores, como as financiadas pela Rainha Iluminista de Marcellé.
 No séculos XVII, os Agentes tiveram seu maior grau de poder, crescendo com o uso de pirataria e o uso de espiões ao invés de mostrarem-se conselheiros ou exércitos que surpreendiam determinadas forças, e era muito fácil detectá-los... Foi na Conferência de Trena, uma reunião lendária dos maiores Catástrofes e Agentes que foi dita a único regimento dos trabalhos deles... Lá não haviam nem o Fundador, nem Órion, nem Sinnix, a 1ª Catástrofe, apenas Ulle, filho de Astar, ao qual o Fundador salvou e deu a ele treinamento e um chapéu que poderia se transformar em tudo que ele quisesse, ah claro, e a imortalidade. O tal Regimento dos Agentes do Caos é:
 "Torna-se o melhor em algo, tenha uma habilidade anormal a vista dos outros
 Escolhe um desejo, qualquer coisa que queira, pode ser só do teu ser, algo que mais quer, realize o desejo
 Agora, esta livre
 Gerou o Caos ao quebrar a lei do ser normal como os outros e realizar seu desejo frente a lei das possibilidades]
 Agora gere o Caos no Mundo de sua Existência
 Serás um Agente do Caos"
  Apenas poucas palavras definem tudo isto.
                                                                    *
 Os dois brasileiros tomavam chá comigo... Neste ponto da conversa, senti que o mito não queria que enchessem ele mais, também olhei a janela, um homem de terno azul olhava ela, máscara de corvo... Não, de gás mesmo... Eu sentia a casa ficar escura e fria, meu chá amargou... Mandei os dois embora, antes, perguntei:
 -Viram? Nada passa de um devaneio, uma bobagem, mito!
 -Mito, isto as vezes é só a verdade do real que nossos olhos teimam em dizer que não! -Disse em mau inglês o que se chamava Skelter... Santo, seu amigo, pegou-o pelo braço e disse: "-Vamos sair daqui, já chega!"
 -Por que não o futuro? -Perguntou ainda o insolente Helter.
 -Porque o Futuro é entregue ao jogo de dados... Ainda mais, não sou mago, nem gênio... Mesmo gênio de lâmpada... Vocês devem ir, a mim só é permitido o estudo do Passado... Ler o pó...
 Talvez eu tivesse dito demais. Os dois entraram no carro e foram embora. Eu vi as sombras em cima das casas, nas esquinas, ruas, atrás de postes... Era uma manhã de domingo, talvez.
 Sentei meu traseiro na cadeira e esperei... Viu o relógio no meu pulso cair lentamente no tempo que era indicado pelo quartzo em suas engrenagens, o Tempo que inventamos...
 Escuro... Frio... Não queria frio, me atenderam... O ar esquentou; ouvi a porta se abrir, estava trancada, mas e daí? Escutei passos... Em silêncio esperei...
 Olhei pra trás, era Ele.
 -Olá! Como vai? -Me disse em um inglês tão perfeito que duvidei de ter morado lá por trinta anos.
 -Oi, Fundador! Tudo bem, pra você? -Falei, não suava, nem respirava, só agi... No Passado agora, talvez


 MUSIQUETA DA POSTAGEM

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