Moacir estava lá, estava no meio dum lugar muito escuro
Olhei ele das nuvens, enquanto passeava num dirigível, nas nuvens...
Enquanto ia matar o Olimpo...
O morto escuro azul escuro
No manto da noite d'onde o mar e o céu azul se juntam no escuro blues
Vi com luneta, li os lábios deles
Moacir e um felino, acho que uma Onça Polaca
Seus medos eram forçados
Nas barras de aço eram suas faces
...Mas, a Onça Polaca nada falava, esquecera a língua que aprendera de Adão
Homem que conheci, aliás, e a qual sua mulher saiu comigo
Um pequeno garoto chamado Moacir, ele disse:
-Viro mosca! Cuida-te!
Nenhuma reação esboçou o ser pintado
-Não me mata! Sou pobre criança! Tenho futuro!
Nada falou o ser honorário das matas e florestas
-Tudo bem, nada tenho mais! Só digo uma última coisa: crio mundos e personagens! Medico a teu amor
...Faço em tua cabeça, mundo que começa ali e termina lá!...
A Onça Polaca o olhou...
* * *
Nuvens cobriram minha visão,
De meu hidroavião, já na seguinte manhã
Quis saber o que se passou, minha curiosidade ficou com meu trabalho
Pensei, refleti, de certo, matei, no Olimpo fiz coisas ruins
Pra casa voltei
Pequena e aconchegante ponto na marina de Paranaguá,
Piano a construir e sonhos a perder,
E construir
Vi, durante andar na minha sala de estar:
A Praia Predegosa
Um paninho cheio de sangue... Reconheci Moacir...
Também dele voou mosquinha, que meus olhos nem a vi... Reconheci um tal Moacir
No fim, tinta havia na minha mão, era nanquim... Parei com isto!
Fui escrever.
Pra depois dormir.
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