terça-feira, 22 de março de 2011

Começo #Agentes do Caos

 Nunca pensei que diria isto... Mas, sou um fraco... Sempre considerei-me superior, não em raça, ou nação, ou "classe social"... Eu era superior no intelecto... Me imaginava como um grande conquistador de mundos que a todos enganaria e que pensava ser livre...
 Lendo "Pulp", no ônibus cheio, virava a página com o queixo e tinha momentos de pensar em gargalhar no meio de dos estranhos
                                   Estranhos, quem não tem medo dos Outros?
 Você se diz forte, você vê as pessoas que pensam estar livres, mas nunca estão, algo te prende... Falta de alguém, meta a cumpri, pessoas a não desapontar, quando esta pessoa não é você mesmo... Tudo neste poesia que é a vida...
                                "A vida não é uma poesia", penso enquanto viro mais uma página...
 Sinto o escuro sentimento em mim... O Vazio... Por um momento vejo o que o "véu da magia", como me disse uma vez um filósofo francês... Mas, não sei... Estou confuso... Estou...
                                                                                                                   Eu estava.
 Senti o ônibus diminuir a velocidade, as coisas voavam, não senti muita coisa... Estranho, nunca me lembrei direito o que ocorreu, só lembro de querer proteger minha cabeça; devo ter visto na tv.
                                                        *                    *
 Dois dias depois, acordo, Hospital Clínico, centro; estava confuso, passei mais alguns dias até entender que meus pais estavam ali, e que eu era um dos sete que sobreviveu...
 Quatro dias depois... Ouvi uma voz na janela, era noite fria e chuvosa de março... Dia 22, talvez... Não sei...
 -Você quer algo?
 Ouvi. Minha mãe dormia perto, meu pai estava em casa, mas vinha todos os dias...
 -Alô? Quem tá aí?! -Meu corpo arrepiou e eu me preparei pra batalha; (Como ficamos idiotas quando nos borramos, não?)
 Abriu a janela, um homem... Ou algo assim... Uma sombra... Via só os seus sapatos, e que tinha meias xadrez (?!), uma e cada cor -vermelha e verde-(?!!!)... Silêncio; dois minutos... Foi como durante o acidente que me levara pra ali.
 -Você quer escrever uma coisa?
 -O que?! -Respondi surpreso, era uma situação complexa...
 -Você pode escrever sobre nós... Escrever desordenadamente, em códigos, faça com que só quem queria venha a entender...
 -... -Nada compreendi...
 -Sempre quis saber a o que se prendem os Outros, não? E se você pudesse não saber, mas escrever sobre aqueles que se libertaram?
 -...... -Não fiquei surpreso de como ele sabia que eu tinha pensado aquilo, não ficara surpreso mais com sua forma fantasmagórica e imponente... Estava calmo... Acho que era isto que ele buscava, ou o que eu busquei...
 -Minha "Liberdade" não vai existir, não? -Disse.
 -Não, dificilmente -Ele respondeu, não sabia se estava surpreso, ou orgulhoso de eu ter passado em algum "teste".
 -Faço
 Uma única palavra, Ele sumiu... Seu nome... Estranho, eu sabia agora -me senti com um verme de inspiração na cabeça... Junto com minha loucura filosófica habitual- , Seu nome era... Fundador.
                                                         *               *              *
 E agora, bem, agora estamos aqui. Escrevendo bobagens até lembrar delas

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