segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sol Quente e Secreto fale #Agentes do Caos

 Enquanto eu estava com ela naquele quarto escuro de um domingo quente eu estava bem, cheirava como cheiram as rosas -porque ela usava este perfume-, e logo o sol poderia queimar minhas vistas preguiçosas se ainda olhasse para seu corpo refletindo a luz, não mais da lua, mas agora do sol. Contente, ao menos agora, eu estaria
          Olhei para a sua boca, era rosada a cor dos lábios: os beijei, com paixão, ela, tímida... Regrediu um pouco e não deixou que eu tocasse mais
                  Então, vieram os tiros e eu esqueci de tudo
 -No bolso da jaqueta! -Ela grita, eu faço. Lá estava uma pistola estranha, era uma pistola Gatling, metranquei tiros para fora enquanto olhava o corpo dele se vestir rápido e correr comigo; sem arrependimentos, apenas vontade de Sobrevivência, mais um dia, mais uma segunda eu queria para ver o ser corpo iluminado
           Eu queria, mas não pude
                  Mas, antes, queria contar um segredo
 *
 Estava um pouco frio naquele fim de domingo... Achava que isto não ia acontecer de novo, mas, eu vi ele... Estava incrível com seu tênis D'Star preto e um casaco de couro -acho que era de mulher, só ficou bem nele, mesmo assim. Foi numa portinha de carvalho branco que ocorreu, quando vi, já tinha colocado a língua do beijo e já tinha ido...
  Continuava o mesmo bobo de sempre, com suas teorias e falas malucas... Nunca o vira tão esquisito; queria ficar ali ao menos até o sol nascer, poderíamos tomar um café, não sei
   Então, você ouve o engatilhar, droga! O que fazer numa situação destas a não ser lutar? É a única saída!
 -No bolso da jaqueta! -Tive que empurrar ele, as balas zuniam e tive que por a roupa logo, sorte eu não ter tirado toda...
     Sempre com uma mira horrível, não acertou nada o bobão... Porém, ele era o meu bobão! -Eu disse isto mesmo?!
      Descemos as escadas, saímos pela porta e foi quando aconteceu... Queima
       Antes, tenho que contar um segredo
*
 Lá estava o Compasso. Nossa organização de 660 anos, aqui, nestas terras quentes... Reduzidos a forças de caça de seres fantasiosos, da Divisão Organum. Um velho de 60 anos como não precisaria estar aqui! Malditos sejam estes Agentes!
 -Não é minha velha? -E a minha esposa gorda e de cabelos brancos responde:
 -Esta na hora, meu velho! -Com seu pau-de-fogo atira na janela, quase amanhecendo, os malditos cães ladram!
 -Que porra é esta?! -Uma metranca esta atirando, quase pega nóis, entretanto o cara é ruim e não mata ninguém
 Mandados pra cá, este fim de mundo! Fora da Sociedade! Só pra levar tiro?! -Atiro a valer agora
 E então, vemos o idiota e sua vadia sair da porta do prédio... Nossa informação estava certa
 Acabou, o segredo fora guardado
*
 -Meu pensamento inflama como chama, meus pés doem... Quero meu cachimbo! -Um pequeno ser com cara de lagarta entrega-me o pito, não há tabaco nele, porém, imagino que tem e sopro a fumaça verde da raiva e vingança
      Talvez, quem nunca tenha gostado de uma coisa como gostei desta não entenderia: curtia o corpinho do cara, as roupas, até a atitude meio sensível... Tinha um bom toque...
 -Mas, isto é sacanagem! Não tive nem chance de me defender! Ele catou até minha pistola!
      Não acreditaria se não tivesse sentido a bala queimar, entrou e saiu... Tudo ficou quieto, olhei pra algum canto... Lembrei das tardes de sol, a luz em sua barba a tornava ruiva, era engraçado e belo
 Acabou, tudo acaba um dia; poderíamos ser Agentes muito bons, o Caos é como todo o arco-íris em um pote de ouro dentro do espelho: me reflete, mas penso que só quebrando a ordem dos cacos de vidro é que posso pegá-lo...
 Eu e minhas filosofias tolas!
   -Tenho ainda um último segredo... Algo que... Deveríamos ter com...
 A fúria toma os fios do cabelo ruivo, o violão se levanta e sai algo brilhante dele
*
 Olho tudo, sou o Narrador. Ela desce com seu cabelo ruivo, ele a segue, os atiradores em cima
 Os tiros sessam e eu fico triste por ela: com pistola escondida atrás, um tiro pelas costas -atravessou a barriga
 Minha senhora pede para que eu dê seu cachimbo, ela esta triste, parece furiosa; eu a amo, sei quando esta triste mesmo quando os raios de sol em seu cabelo ruivo desviam e caem como fogo, algo quase tão assustador quanto minha mãe, ao me descobrir fazendo arte
 Escutei o que ela disse, muito mal... A atirada aponta para o ventre, esta deitada nos braços do homem. Os atiradores que desceram do outro prédio o olham com piedade -resignação, não acredito! Por trinta moedas de prata ela esta caída ali, dois morreram com o tiro do Traidor
 Traidor que seria pai
 E a pistola soa, a velha cai e logo outros três, o velho do banco é acertado na perna...
 -Você pegou a Tempest errada... -A Mestre diz e o acerta com uma bala de borracha na cabeça, ele dorme; o velho parecia saber, ele talvez fosse apenas uma isca para provar se havia um assassino, pode ser que os 5 que a Verdadeira acertou nada mais fossem que uma simples minhoca na vara...
 -Não! Não! -Ele berra, desesperado... Estava confuso, seria ainda pai de uma viúva? Ela era com quem ele ficara por dias e semanas a contemplar as luzes do corpo? -Eu posso ver isto, mas não ligo
 -Matou aquela que iria ser sua mãe, não se preocupe... As Luzes da Cidade se apagaram pra você!! -Jane's gira e faz um passinho de dança, coisa da cabeça dela, ele faz um movimento com a arma da vergonha que o próprio traidor sente: ela, mais rápida, o destroça a perna
 O último pedido dele foi para contasse um segredo à sua executora:
 -Diga... "Se os ventos do Último Vale eu lhe devo levar, faço com que vá sereno", traíra -disse, engatilhando o 38 novo
 -Se a sósia eu entreguei meu Coração, se nos amamos em corpo, é por que sempre vaguei por aí, procurando coisas que me satisfizessem em coisas que nada mais são que pó de deserto... Mesmo que ele fosse ouro, ainda preferia trocar isto tudo, até minha vida idiota e errada, por mais um momento com ela... Eu dei um tiro nas costas dela, eu sabia de seu segredo, tinha que libertá-la! Eu era um herói para ela... Não, ela é que fora a cavaleira de armadura brilhante... Se não fizesse agora, Outros o fariam... O Caos só acaba quando há o sono eterno e...
 O Tiro ríspido acertou sua orelha
 -Por quê?! Você me açoitou...?!! - a Executora responde: "-Desculpe"; -Eu não mereço isto! Eu amava ela, porém as forças que ela, que VOCÊ desperta iriam atrás de nós... De NÓS, não de você e...
 Outro tiro, errou... Ele se calou, ia falar algo quando
 -Eu errei, os dois! Desculpe
 Último suspiro na certa bala, as mãos de Jane's tremeram, tudo acabara...
 ...
 Não, não poderia acabar assim, não na mente de uma Tempest... Com um pequeno amuleto de pedra verde, não mais de vingança, alguma Esperança tola, talvez
 O sangue dos dois -ou três-, se recolheu, não era vermelho, era luminoso... Com o Sol brilhando em seus olhos, a Agente deixou pendurado o pingente na soleira de uma porta de carvalho branco... Lá dentro, havia um homem que sempre olhou para uma mulher suave em movimentos e forte em palavras, lá dentro, havia uma mulher que olhava para um homem bobo em se expressar, mas forte no agir. Os dois dançavam pelas ruas,
       seria apenas um pingente esquecido, ela deixo-ou em um lugar incerto, nada se fez com este pedaço de Esperança deles, nada que eu saiba... Apenas, algum romântico dele se serviu para escrever, durante um quente sol de domingo


MUSIQUETA DA POSTAGEM

http://www.youtube.com/watch?v=Ky4AKUfFYJ4&feature=related

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