segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Ruiva Caramelo
Ruiva Caramelo
Saiu pela rua atrás do Escaravelho
Na modinha do ser de todo mundo
Acabou comida pela múmia
Que é o seu Chinelo Velho
...
Mas, hoje ela está melhor
Hoje ela está bacana
Gírias dos anos 60, como sua mãe usava enquanto ainda fazia
Xixi na cama
Hoje ela está legal
Mais natural
Como metralhadora atômica de hormônios virginal...
...mente
a idade
...
Mas, hoje a ruiva caramelo está mais com esmero
a quebrar espelhos e o meu velho coração
coração de pó
como o salto da Rua dos Paralelepípedos
Aonde conheci
Eu, a Múmia
Aquela linda sainha de Ruiva Caramelo
...
Um beijo ruiva, com muito esmero
Na rua dos Bobos
Da corte
Em corte
Número Zero.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Menina Coelho 3 - Ab alio expectes quod alteri feceris
Cápitulo 3 - Ab alio expectes,
quod alteri feceris
-Eu voltei. –Disse César
-Então, está aqui,
para terminarmos com isto.
-Sim, estou... Amigo
Saudade... Estou acabado... O que vivi nesta viagem...
-Eu sei, a luta com
os Serafins me destruiu, me fez perder meu sonho, minha agora Violeta
-O que fazer agora,
os Serafins estão comigo...
-Eu lhe falei do meu
genro, Tomas... Não?
-Sim
-Ele é a única coisa
que pode mata o mestre do Castelo Hospital, o Poderoso...
-Mas, como assim? E
os Serafins?! Tudo que passei... Foi, por nada?
-Não, meu amigo
César... Eu não poderei vencer sem os dois... Pois, Tomas faz parte de minha
filha, assim como ela faz parte de mim...
-O que acontece
agora?
... E no silêncio, o
pássaro ouviu o que devia fazer. Ele fizera um trato, e agora terminaria seus
dias:
Tomou a última lágrima.
...
Nas portas do enorme Hospital viu surgir o
Poderoso... Ao seu lado direito, a Enfermeira, no esquerdo, a Filha. Ele olhava
um pássaro que estava ali há semanas e sumiu por meses... Porém, voltou há
alguns dias e agora estava ali... Ele viu nos olhos dele e achou estranho...
-Quem é você? –
Perguntou o Poderoso
-Eu, eu sou ele!
Então, o Médico temeu, como nunca em sua
vida... O pássaro falou e depois se transformou eu um homem de olhos
distantes... E a Filha gritou:
-Pai?!!!! – Então,
algo doeu nela e ela desmaiou...
-... – O Médico viu
aquilo e não acreditava... Aquela imagem nas fotos de sua falecida esposa, ao qual ela disse que era um
Ser Maior que ele e que o fez desejar a morte de tudo que havia nisto, pois,
apenas um poderia ser Grande: Ele mesmo. Levantou os braços e deu um tapa na
enfermeira:
-Chama nossos
filhos!
Ela, com maquiagem borrada, foi chamando cada
um dos números do alfabeto, aos quais foram saindo das portas do prédio branco
uma enorme número de soldados de negro, com metralhadoras...
-Você! Pai desta
fêmea pequena ao qual ainda não consegui que tenha uma cria minha, qual é teu
desejo?! Como quer morrer para o Maior de todos?!
-Meu desejo? –Sorriu
o homem profundo – Violeta... Ela vai sonhar novamente, mesmo que tenha de
acabar com todo este mundo! E com eles acabarei!
E apontando para o chão, tudo tremeu...
Do Leste apareceu alguém, era Cimitarra, com
um exército de pessoas com roupas e flores nos cabelos. Junto dele, do
Nordeste, veio o Caído, com raposas munidas de dardos e bestas... Então, houve
um lançar de armas e tiros.
E na chuva de morte, o pássaro pegou a
deslocada Violeta e correu com ela, correu e correu, enquanto a chuva caíra e
explodia em ventos de fogo.
-Não, volta com minha fêmea e cria! – E lançou
o médico para cima dos dois, com grande tamanho eram seus passos, porém,
segurado por Cimitarra foi... Que o golpeava e tentava impedí-lo de caminhar e
pegar Violeta
Nisto, a Enfermeira, pegou uma pistola e em
uma nuvem que a escondia, atirou nas costas do pássaro... Ele ainda correu mais
um pouco, com Violeta nos braços, entrando em uma casa abandonada...
-Estou... Estou...
-Quem... –Disse
olhando com olhos verdes a moça – Quem é você?
-Velha amiga... Sou
eu, aquele que caiu pela sua história, aquele que veio te salvar... Mas, que
você não conhece assim... Sou eu, apenas eu... – Eu uma lágrima caiu da face
daquele ser... E ele voltou a ser o que era
-César... – Então,
então ela acordou e viu
Virou-se para a porta e lá estava a Amante
Enfermeira, ela apontou a arma para ela, mas, Violeta não temeu... Minha filha
não temeu mais. Ela gritou e logo muitos dardos acertaram o corpo da mulher que
deixava-a dopada, ao qual virou uma
massa de açúcar podre e morto...
-É hora... É hora de César ser o que és!
Então, a Filha saiu e viu o caos da batalha,
viu quando Cimitarra teve suas asas coloridas e braços arrancados... O Serafim
Caído o tirou dali e tentou acertar o Poderoso com um tiro, mas, apenas o
deteve... Ele crescia, ele crescia...
Violeta
olhava tudo aquilo... Olhou César morto em um canto, temeu por tudo... E o
Médico crescia, sua face ficava mais medonha... Então, a moça ferida por tudo,
olhou para o lado e ali esta um ser de armadura negra e capa branca, orelhas de
coelho e cabelo ruivo:
-Olá!
-Olá?
-Eu acabei com seu pai
anos atrás... Mas, eu sei como parar com tudo isto!
-Quem é você?
-Meu nome?... Eu sou
apenas alguém... Alguém, Silêncio...
Violeta não mais entendia... Mas, eu sim...
Logo, o Exército de Filhos do Poderoso estava vencendo e cercando tudo com suas
balas... Porém, o Serafim Mudo levantou seu braço e do ar se fez um elmo negro,
ao colocá-lo, disse para Violeta:
-Nós apenas podemos destruir o corpo físico do
Médico Monstro, apenas você, apenas Violeta pode ter a beleza de matar seu
poder... E a maior beleza que tens está em algo que teu pai te deu! Há anos!
Lembra dele! César, o Pássaro Guerreiro descobriu qual era... E agora você,
jovem futura rainha de sua vida, deve se lembrar!
E o Serafim abriu as asas mais brilhantes de
celofane de todas, e voou, em direção ao monstro... Levantou teu braço e nele
disse:
-Avante! VINGANÇA DOS FUTUROS!
E de toda a parte de suas asas caíram maçãs, e
das maçãs explodiram crianças... E as crianças voavam e caregavam mais
maçãs... Em todo o soldado elas caíram,
e pelo corpo do enorme Médico elas agarraram e seguraram... O Gigante Poderoso
Padrasto caíra, e ele temeu aquilo:
-Quem é você?!
-Eu? Eu trago algo
que a tudo caí... Eu sou o Silêncio de todo o poder... E cada criança aqui é um
de seus filhos, alguém que você prendeu sobre a égide da sina!
E Violeta viu o medo daquele homem que havia
feito aquilo com ela... E, lembrou da morte de César... Então, ela caiu e
lembrou-se do Pai:
-Veja, filha...
–Disse ele para ela – este é seu amigo, este é Tomas!
Então, lembrou do
segredo que seu pai lhe deu: um amigo para todas as horas, um amigo que havia
sido seu marido até... A lembrança foi crescendo até que ela, Violeta, olhou
para o lado e viu um rapaz de gravata e terno... Ele disse:
-Há muito tempo
gostaria que você voltasse, pequena Violeta de meus dias...
-Tomas?
-Sim... Apenas um
pequeno amigo imaginário... Apenas algo que seu pai fez para você e por isto
morreu...
-Desgraçado!!!!!!!!!!
–Libertou-se o Poderoso e olhou, gigante, para o pequeno rapaz, que recitou:
“Um a Lágrima virou Rufião
Outra, Alice
Outra, Bigodudo Professor
Da penúltima, virou um Serafim
E na última, tornou-se o Pai
Silenciado
De uma letra virou Mapa
Da segunda, virou Saber sobre a
City Apple
E na última, o medo do Desejo
E da Maçã virou futuro...
E eu sou a Esperança!”
E tocou as mãos de Violeta, e ela soube que
por um momento, lá atrás, lá no começo da história, ela foi feliz...
Ouvi então um estalado, e havia um buraco lá,
no Cemitério.
O Poderoso parou, ele olhou e aquele não era
mais o Pássaro na forma do Pai, mas, o verdadeiro Pai... Tomas se transformou
em Pai... O Amigo Imaginário que nunca deixou a mente da menina estava de
volta!
-Olá e adeus, filha! Com um sopro se vai um
sonho, com um acordar você volta e estará tudo bem... Seu pai sempre estará
aqui...
Sobre os olhos de pavor, o Poderoso ajoelhou e
o Fantasma Pai com soco lhe explodiu a cabeça, o sangue jorra! Sangue que apaga
tudo!
Tudo acaba, tudo acaba... Menos o que sonhamos
um dia!
Então, Cimitarra, Caído, Mudo, as
crianças-maçãs, as raposas arqueiras, as pessoas flores, o Hospital, City
Apple, os Campos, Alice, César, Tomas, o Padrasto, a Mãe, o Pai...
Tudo se apaga.
E... Quando acordei, o silêncio não mais
havia...
Apenas um olho
aberto e sonolento
Apenas um sonho da
menina
Menina Violeta
?
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muse,
silêncio
domingo, 18 de novembro de 2012
Menina Coelha 3 - Ab ungibus leo
...
Dois em um pequeno carro preto: Alice e César. Lá se abria a
enorme City Apple, com seus vinte milhões de habitantes, era tão enorme que as
pessoas viviam em prédios em cima de prédios, formando enormes Teias Residenciais.
Vendidas pelo trabalho por doze anos na Grande Empresa, única firma que
funcionava e dava certo naquele mundo...
Os dois seres eram
menores do que tudo naquele mundo, eles não conseguiam achar nada ali... Não
havia um rastro do Serafim, que diziam estar com o nome de Caído. Procuram por
pensões e templos, bancas de revista e puteiros, mas, nada... Nos pequenos
becos, apenas pequenas garrafas de vodca e palavras e russo-mandarim,
indecifráveis para eles... Os dois aventureiros...
Então, eles resolveram
comer em um fast-food e viram, embaixo do copo de refrigerante de Cola de
Alice, um pequeno papel:
-Socorro! – Lá estava escrito. E olhando para o lado, viram
um senhor cinza, sentado em uma cadeira, magro e tomando a 4ª xícara de café...
César então saiu do
ombro de Alice voou para atrás de uma placa, aonde tomou uma lágrima e
tornou-se o professor Elias, que reprovou o Pai de Violeta no último ano do
Ensino Médio, velho bigodudo e alto, agora César sabia de vários cálculos
matemáticos... Mas, isto não era importante, já que seus passos não deviam
levar-lhe para isto. Foi andando e tocou no ombro do magro ser cinza:
-Saia, tenho
de trabalhar! –Disse ele, com voz que sumia. Sua mão, porém, pegou na de
César e escreveu:
-Socorro! Eu preciso de ajuda!
Mas, o homem cinza
desviou dos olhos do bigodudo César e saiu do fast-food, levando o hambúrguer para comer no trabalho. Alice seguiu seu colega enquanto eles perseguiam o
cinzento até um enorme prédio, lá dentro, eles conseguiram ir apenas até as
portas do elevador, pois, seguranças com
máscaras de raposa e arco-flechas os deteriam:
-Aqui é lar das Firma Grande Empresa, apenas funcionários
podem passar... Ordem do nosso presidente!
Alice e César
ficaram em um banco de concreto no lado de fora, vendo o movimento da empresa,
que parecia não ter funcionários, já que ninguém entrava lá... Então, César
pegou uma Letra ao qual ele poderia perguntar qualquer coisa e pensou no que
dizer... Alice, “afobada”, se antecipou e disse:
-Quem é o mestre de tudo aqui e aonde ele está?
-Alice! –Disse César- Agora perdemos mais uma pergunta!!!
-Olha! Eu posso ver o que é de cada Eu! Sei o que há dentro
daquele homem cinza que vimos... Espere e veja o que a Letra dirá!
Então, a Letra disse
que o mestre de todo aquele mundo era um ser cinzento, que havia Caído pois se
perdera dentro dos dias, dentro das tarefas de sempre... Ele se tornou um mero
Ser-do-Sempre-o Mesmo. Para cada dia que ele tomava para si, foi criando uma
raposa, que protegia o seu castelo, a Grande Firma. Que na frente dos dois
estava!
César amou por alguns
segundos o fato de ter salvado Alice, e sua esperteza e personalidade. Mas, era
calculista agora, já estava pensando em como entrar... Então, teve uma ideia!
Com uma lata de refrigerante ele fez um focinho para Alice, que tinha cabelos
vermelhos e orelhas, ao qual ainda pôs amarrada uma vassoura. Para César, uma
calculadora e pastas...
Foram rumando até as
portas dos elevadores, quando o guarda parou-os, disse César:
-Sou o Contador
-Contador, o que é isto?! –Perguntou uma raposa
-É aquilo que conta, oras... Toda a Firma precisa de um! – E
as raposas se olharam
-Olhe –disse Alice – ele está comigo, posso garantir que ele
não fará nada! Sou uma de vocês!
-Você? Quem é você? Quinta-feira dia 20 de dezembro de 1982,
conhece esta daqui? –Perguntou a raposa a outra
-Não, Segunda-feira dia 4 de outubro de 1973, não sei quem
é...
-Oras! Eu sou... Bem, eu sou... Sou Sexta-feira dia 1º de
maio de 1994! Dia do Trabalho!
As duas raposas se
olharam e pareceram respeitar aquela raposa mais que eles, pois, “era uma
nobre” e, com uma referência, deixaram eles passarem e apertarem os botões:
-Mas, espera! –Disse uma delas, - Isto não foi Sexta, foi
numa Quarta! INTRUSOS! – E as raposas pegaram seus arcos e bestas, nisto, os dois
aventureiros entraram no elevador e apertaram o andar 11
-Por que 11, César?!!!
-Por que é um número repetido, parece uma rotina, não?
E lá foram os dois, enquanto as raposas foram pelas escadas,
pois não sabiam largar as armas e apertar botões ao mesmo tempo.
Foram ao 11º, nada.
Foram ao 22º, apenas um enorme escritório de biombos vazios... Então, apertaram
mais uma vez e no 33º abriram as portas e estavam já com patas de raposas –
elas tinham 4 patas, sobem 4 vezes mais rápido!!!
No 44º, os dois saíram
e deram de cara com uma sessão só de scanners e calculadoras... Quando estavam
quase desistindo de correr entre os corredores, viram em um do canto ele: o
Serafim Caído... Ele tirava xerox de um memorando, um mesmo memorando... Mesma
página de uma mesma história.
-Hey, você!!! –Gritou Alice em seu ouvido
-Hey, o quê?
– Se assustou o homem cinza, tanto que até ganhou cor...
-Vamos sair daqui!! – Gritava Alice com ele, enquanto César
o olhava...
-O quÊ?!!!
Não!! Tenho trabalho a fazer!!! – E o homem cinza ficava cada vez mais
colorido...
-Pare, Alice –Disse o pássaro – Olhe ele, está assustado...
Está...
-Hã? – E a jovem coelha-moça percebeu, as cores do serafim
voltavam, enquanto ele se assustava cada vez mais...
-Se a rotina dele criou tudo isto... –Disse César- Para cada
susto na vida, há uma resposta de fortaleza e colorido dele!
-Mas, com o que
podemos assustá-lo mais?!! – Perguntou Alice
-... – Calculou o pássaro, enquanto o serafim caído ficava
agachado, assustado, ao lado de uma copiadora – Já sei!
Então, abriu-se as
portas das escadarias e vieram as raposas, Alice, pegou uma cadeira e golpeava
uma, tentando detê-las, mas, logo, vieram flechas e uma acertou o Serafim...
Neste momento, César agarrou-o pelos cabelos e bateu seu cara na luz da copiadora,
tirou uma folha e mostrou para o Caído...
Ele olhou, ele estava
com dor e vendo a si mesmo... Então, tudo se desequilibrou e o chão se tornou
líquido!
Todos afundaram e só
acordaram no alto de um prédio:
César olhou para um
enorme ser masculino com peruca loira e vestido de bolinhas, ele carregava uma
escopeta numa mão e uma espada na outra, fixava seu olhar no topo de outros mil
prédios. O pássaro acordou Alice e disse:
-É ele?! Será ele?
-Sim, sou
eu, pequeno aventureiro... Pelo seu ato, todos os meus exércitos serão teus...
Mas, terei de derrotá-los primeiro!!! – Ele, o enorme ser andrógeno,
golpeou uma série de dardos voadores e os transformou em cinzas... – Salvarei
vocês simplesmente porque me ofereceram algo que ninguém jamais me dera: um
momento de alívio e lazer, um pequeno suspiro, uma pequena lembrança boa, até,
queridos!
E atônitos, os dois
foram assoprados pelo Serafim. Porém, antes deles serem levando pelo vento, ele
os advertiu:
-Cuidado! Na última Ilha existe o mais mortal de todos nós,
com ele, apenas um pode atravessar o buraco de agulha que é seu coração... E,
jamais, jamais, olhem em seus olhos, pois todos que tem vida neles quando os
verem são roubados!
E os ventos levaram
os dois, já César era um pássaro e Alice o segurara contra o peito, enquanto
viam o grande Serafim Caído lutando com seus dias da rotina, em batalha
furiosa. Foram para o Norte, última ilha para salvarem Violeta do Hospital, a
Los Petras.
...
Era árida, apenas cerrado de baixas árvores... Duas horas
andando e já chegaram na costa da pequena ilha de Los Petras. Um enorme
conjunto de pequenas árvores secas e tortas, com construções devastadas. No
centro, uma Monólito.
-César... –Disse Alice – Você disse que o último Serafim era
o Mudo... Será que ele?
O pássaro olhou
quieto... Ele via aquele estranho monumento, sabia que algo estava ali... Mas,
um pensamento maior o incomodava:
-Alice... Eu te amo...
-O quê? Mas, você não tem sua família? César?!! – Então... A
moça-coelho viu César tomar uma lágrima e se transformar em Cimitarra, ao qual
ele disse:
-Sei que você amou este homem-deus, pois ele te deu vida...
Mas, fui eu, Alice, fui eu!!! -Então,
César agarrou Alice para beijá-la, e ela bateu eu seu estômago e correu para
perto de algumas árvores... Nisto, vei um pensamento que a incomodou:
-Este maldito... Ele me matou! Ele me deixou ser devorada
por aquele monstro-dentes-de-sabre! – Alice olhou para o lado e havia uma faca,
ao seu lado, uma peça de xadrez que ela nem notou: um peão.
A coelha-moça pegou a
faca e escondeu sob o vestido de flores azuis... Chegou perto do obcecado e
babante César, que a agarrou.
Logo, ele a deitou na
relva dourada, mas, mais logo, um filete de sangue caiu sobre a terra e um
berro de César. Ao lado de Alice, ele gemia, parecia assustado com algo que
via:
-Adeus! – A coelha
iria matá-lo, porém, olhou bem em seus olhos... E o viu.
Girou a mão e rodou
para trás, neste momento, um vento se deu e o véu escuro da névoa se tornou
ele, o Último Serafim. Em silêncio, o ser era pálido e seus olhos vazios...
Alice não olhou para eles, lembrou do conselho do Caído, vi-o pelo reflexo da
adaga...
O Ser mudo, então,
olhou para o chão e a menina-coelha também, lá estava um tabuleiro de xadrez,
com peças... O tabuleiro se estendia pela relva... Se estendia por tudo!
O Serafim pegou duas
peças e as jogou para longe, César e Alice foram lançados para o outro lado da
Ilha... Que eram pequena, como a chance deles de ficarem vivos...
A coelha então abriu
um buraco e os dois se esconderam... Ela tentava fazer uma tala para o braço
cortado de César:
-Alice... Descobir algo... –Falava enquanto gemia – O Pai de
Violeta... Ele... Ele... Esta lembrança é de sua morte, quando os Serafins o
levaram... Eu sei por que...
-Hã?
-Ele... Ele por uma vez fez algo perigoso, ele teve um
sonho! E os serafins não puderam mais matar os anjos... Não puderam governar o
mundo... Pois, com um sonho, o Pai seria o mestre deles, pois, barganharia com
cada um...
-Mas, ele morreu por quê? Não tem sentido! –Gritou Alice
-Por que a vida não é feita de sonhos... Eu vejo isto
agora... Ela é feita... Por nossas mãos!! – E César viu que tinha o poder de um
Serafim, e se curou do corte, disse ainda:
-Alice, busca o que é este ser... Quem é o mudo!
A moça-coelho olhou
para o papel em que estava escrita a última letra... Pensou e perguntou:
- César quis me amar, eu quis matá-lo, o Serafim Mudo é
aquele que está com nossos desejos mais profundos e secretos... Mas, qual é o
dele, o que ele quer e ninguém sabe?!
O papel lhe
respondeu... Ao pé do ouvido
Neste hora, abriu-se
todo o chão e apareceu o Serafim, com dois pequenos peões...
-Eu lutarei com ele!!! – Gritou César, cheio de si.
-Não há como lutar com nossos desejos mais profundos...
Amigo... –Disse Alice, e nisto, olhou para o fundo dos olhos do Serafim...
-Olhe para mim, vil criatura muda!
E ele olhou
-Eu te ofereço algo que você quer, mas, que esconde em
segredo para sim mesmo... Eu te ofereço, uma nova chance!!! Uma vida mortal!
-... –A criatura muda olhou Alice... Sem palavras, ou
melhor, se movimentos ou pensamentos, algo dentro daquele manto de neblina
bateu: um coração de metal voltou a bombear. E uma lágrima desceu do rosto do
Serafim...
-Alice! –Disse César, voltando a ser pássaro –Você?!
-Apenas um deve terminar esta viagem, meu amigo César... Vá,
vá e termine com isto... – E debaixo do vestido, Alice, a menina-coelho,
retirou a maçã-de-vento, ela mordiscou um pedaço e derrubou o resto, que caiu
na terra e afundou.
Seu corpo de moça
expandiu até virar uma gigantesca bola de carne... Então, o Serafim puxou com
um vento e, César ainda teve tempo de se agarrar na mão da moça, que apenas uma
lágrima derramou...
A Neblina a engoliu e, depois, explodiu...
Todo o ar nebuloso de Los Petras saiu, revelou-se o sol e do
sol acordaram brotos...
-Olá, Guerreiro
César!
O pássaro acordou
feliz, pois era a voz de Alice, porém, não era mais ela. Apenas com sua face e
orelhas, estava mais alta e com uma couraça de armadura negra, sobre capa
branca, não, não era mais ela:
-Sim, sou eu, o Serafim Mudo... Você me conquistou,
derrotou-me, mesmo que não tenha sido você...
-Então, Alice...
-Ela está bem, ela será eu e será imortal, como eu sou...
Agora que meu vício foi morto, farei com servidão o que me pedires... Sei quem
és e a quem serve...
-Sabes? –Disse o pássaro, chorando por dentro pelo que
ouvia, ainda confuso
-Sim... Um Pai que uma vez teve um Sonho... Ao qual está
cada vez mais difícil ter hoje... E o seu sonho está em sua filha, está lá...
Não deixarei que nada aconteça a isto... Apesar de ter matado ele há anos
atrás, quando com engrenagens ele fez este sonho...
-Por quê?
-Oras, agora eu tenho uma nova chance... Só precisava disto...
Só precisava de... Alice – E ele sorriu com o sorriso dela, que não estava mais
ali – Agora, vá, eu cultivarei aquela maçã e logo terei milhares de novas
chances... Mas, primeiro, você tem de ir ver seu mestre... Vá, vá e faça você
mesmo!
E o Serafim estalou
os dedos, e tudo não passou de uma tela de pintura: o Pássaro César estava
novamente lá, aonde tudo começou, lá: entre lápides, viu aquela de seu
mestre... Aonde apenas estava escrito:
Saudades.
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Menina Coelha 2 - Ab ungibus leo
Cápitulo 2 – Ab ungibus leo
Um pequeno vento o
levou para o Leste, enquanto caminhava para lá, com suas asas a bater, César
levava consigo três pequenas armas que lhe dei para derrotar os serafins: cinco
lágrimas, três letras e uma maçã-de-vento. Com as lágrimas, ele poderia tomar a
forma de pessoas que conheci na minha vida, com as letras, ele poderia saber de
três segredos, com a maçã, poderia fazer uma bomba que expandia tudo até os
confins do, fazendo com que quem a comesse se transformasse em luz e pó.
Com a primeira letra,
César fez com que uma montanha lhe desse um mapa de onde estavam os três
serafins. A velha montanha de arenito lhe deu, chorando em sua poeira:
Três ilhas, a
primeira, a Ilha de Campo, estava o Gigante Cimitarra, na segunda, a Enorme
City Apple, o Serafim Caído, na terceira. Ilha de Las Petras, o Serafim Mudo.
Lá foi César,
caminhando por uma corrente de vento até a primeira Ilha, à Leste. Lá estava um
enorme descampado, aonde não havia nada mais que cabanas e pessoas com fazendas
de coelhos. No meio de um enorme vale, lá estava a casa de Cimitarra, seu nome
era Centro do Mundo.
Enorme e vil criatura, era um Smilodon, felino de
dentes-de-sabre. Comendo em um enorme prato três coelhos, que ainda vivos, grunhiam e mexiam seus narizinhos César apenas olhava a criatura, que antes era
um serafim, mas, ao comer um coelho depois de matá-lo sem querer, foi tomando
forma monstruosa, até se tornar um monstro pré-histórico... Este monstro deu um
nome de arma a si mesmo, Cimitarra. Era o Governador da Ilha do Campo, ao qual
julgava todos se eram dignos ou não de viverem...
César questionou a um
aldeão o por quê de subjugarem-se a tal criatura, e ele lhe respondeu:
-Há anos nós somos assim, nós só somos nós porque temos a
coletividade... E Cimitarra nos deixa assim, juntos, subjugados à Ele, nós
somos felizes, pois não precisamos de nós mesmos... Não precisamos de Alice.
E César descobriu quem era Alice: um menina-coelho de
cabelos vermelhos, vivia no Centro do Mundo, no castelo estava, lá, numa jaula,
atrás de Cimitarra... Ela era bruxa poderosa, mas, sem memória passada... Sabia
aonde estava a personalidade de cada pessoa da ilha, só que não lembrava... Não
lembrava nem aonde estava a de Cimitarra, a antiga Verve de Serafim dele...
O pequeno sabiá sabia
que deveria salvar Alice e não matar o gigantesco Smilodon, pois era contra a
violência... Mesmo isto indo contra as ordens do Pai de Violeta, Saudade. Então,
César foi com suas pequenas asas e a bolsa aonde escondia suas armas, logo, pôs
uma lágrima em seus olhos e se disfarçou de Rufião, o menino que bateu no Pai
quando ele era pequeno.
Com forma bruta, passando por soldado, César chegou até um
enorme salão, cheio de escudos, daqueles que tentaram matar Cimitarra em tempos
antigos. O pássaro pegou um deles e uma lança e foi ver o ser governante, que
estava comendo sem parar os coelhinhos.
-NÃO TRAZ AQUI VIOLÊNCIA, SOU O REI DELA, DE NADA VALE ISTO
– Veio uma voz das paredes, ao qual César temeu por sua vida... Ele não fora
avisado, mas, todo o serafim tem mil olhos em todas as direções... Se tentasse
ir por qualquer lado, em qualquer lado um atacante morreria, já que estes seres
eram os aqueles que matavam anjos.
A gigantes criatura
se virou, e César apenas viu que em sua calda havia uma jaulinha, e nela, Alice
estava. O pássaro em sua forma de Rufião lançou a arma e abriu a cela, de onde
a menina-coelho caiu, e os dois correram, e a criatura correu atrás, destruindo
toda a mobília do salão
Atrás de um enorme
par de chinelos, o pássaro ouviu da moça:
-Obrigado ser desconhecido... Em séculos apenas mortos
vinham aqui... Te agradeço com um beijo, te amo agora! – E a menina-coelho
beijou a face de César, que olhou-a bem... Sabia que aquilo era errado...
Aquela ideia que tivera...
Os chinelos foram
jogados para o lado e lá estava ele: Cimitarra, enorme e furioso.
-Antes de me matar,
você pode me dizer se come coelhos? –Perguntou César
-COMO! CRIATURA RATAZANA! POIS, SUA CARNE É MACIA E ME
LEMBRA ALGO!
-Eu sei o quê!
-O QUÊ?
E César agarrou Alice
pelas orelhas e a jogou nas presas do enorme Smilodon:
Ele a destroçou e se
alimentou dela.
E depois, muita luz.
Os olhos da criatura se abriram em duas pérolas negras... Ela ajoelhou e
das costas arrancou-se um homem de barba e vestimenta militar...
- O QUE... O QUE HOUVE...?!!! –Perguntou o homem
-Você estava com uma coisa importante, Cimitarra, você
estava sem você mesmo! –Disse o pássaro –Apenas Alice poderia te dar isto, já
que diziam que ela era a Personalidade de todos... Mas, -chorou o pequeno ser,
já voltando a ser pássaro na forma – uma rosa morreu hoje...
O serafim olhou
aquilo e disse, com olhos pesados:
-SER... VOCÊ ME LIBERTOU, TE DEVO A MINHA VIDA EM SERVIDÃO
QUANDO PRECISAR, PORÉM, ESTA MENINA TAMBÉM PRECISA SER AJUDADA!
-Ela está quieta agora, silêncio de morte! Nada podemos
fazer e há de ter!
-ERRADO ESTÁ... SE TUA LÁGRIMA QUE USOU PARA SE TRANSFORMAR
EM HOMEM PODE MUDAR A FORMA DE UM PÁSSARO PARA UMA LEMBRANÇA VIVA, TAMBÉM PODE
MUDAR UM MORTO PARA O MESMO
-Mas... Ela... Não durará nada!
-A ISTO DEIXE COMIGO... –Disse o serafim
E César derramou a
lágrima nos restos destroçados de Alice, a menina-coelho renasceu na forma do
primeiro amor adolescente do Pai, só que com cabelos ruivos vivos e as orelhas
do pequeno roedor branquinho...
-Mas, o que há
aqui?!! -Perguntou Alice.
-UMA NOVA VIDA E UM AGRADECIMENTO – Disse o Serafim,
dando-lhe um beijo na boca da moça, seus olhos tornaram-se pedra topázio –
AGORA, NÃO ESQUECERÁ MAIS DE NADA... EU TE MATEI UMA VEZ, NÃO FOI ESTE
PÁSSARO... TU DEVES SERVI LO ATÉ QUE EU PAGUE A DÍVIDA COM ELE, EM TROCA, COM
ESTE BEIJO, VOCÊ TERÁ A MEMÓRIA E LEMBRARÁ DE TUDO QUE VIVERES A PARTIR DE
HOJE... ADEUS, ALICE...
E a moça-coelho,
atônita, se afastou e viu o serafim abrir enormes asas de celofane, voando e
explodindo o teto do salão. César segurou-a pela sua mão e lhe disse:
-Agora temos de ir, tenho uma missão, moça dos olhos de
topázio...
-Mas, as pessoas daqui... De meu mundo...
-Sem Cimitarra para segurar suas personalidades, elas florescerão – sorriu César.
Os dois voaram em
direção Nordeste, para a Ilha City Apple e, enquanto voavam, as flores brotavam
das cabeças das pessoas da Ilha de Campos. Logo, os aqueles campos floresceram
logo, ideias nasceram... E os eus deles voltaram a ser eus. Alice agora olhava
todos com alegria, pois, esta era a primeira memória boa que tivera em anos
...
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quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Menina Coelha - Memento mori
Capítulo 1 - Memento mori
Eu me casei aos 5
anos, disse minha filha, enquanto eu a ouvia, em silêncio. Seu marido tinha 16
já e estava num colégio do Céu, próximo aos anjos, que tinha asas
multicoloridas de papel celofane. O nome de meu genro era Tomas, eu o amava
como um filho, mesmo ele sendo apenas: um sonho. Sonho de minha filha
Enquanto ela
caminhava, caiu em pequenos espinhos – me disse no outro dia – o Tomas estava
longe e não a protegeu, ele era seu amigo imaginário e havia abandonado minha
filha... Não acreditava mais no amor, nem ela nem ele, não acreditavam mais em
nada... Eu ouvia em silêncio enquanto ela contava que quando pisou no primeiro
ramo de espinhos, o mais um veio até sua perna e se amarrou nele, indo e
subindo, ia caminhando por sua perna e a prendia.... Os ramos foram até suas
partes secretas e com 13 anos, minha filha sangrou pela primeira vez... Seu
amigo e marido Tomas estava longe, eu supunha que ele havia sido levando pelos
Asas de Todas As Cores, como eu, anos atrás, no mesmo ano de quando ela se casou.
O sangue de suas
perninhas fez com que minha antiga rainha, Felícia, que podia se transformar em
uma gata ( eu usava isto para conquistar corações de metal, bombas hidráulicas
de sangue, como o meu, por aí), a trancasse em um Hospital. Porém, a menina esperava
sair dali o quanto antes... Fraca, mas, confiante, continuava a me contar as
coisas, por meio de cartinhas enviadas por passarinhos... César era o mais fiel
deles, quase um amante dela... Aquele pequeno bem-te-vi era minha única
comunicação com minha filha, que me contava coisas mais atrozes a cada pequeno
bilhetinho escrito com ponta de cateter:
O nome dele era
desconhecido, ele era um Padrasto. Não era como o meu, avô de minha filha, que
nos criou com amor que seus filhos que não teve. Ele era estranho... Médico de
Felícia, tentava sempre arrumar seu nariz, orelha e boca, pois isto desagradava
a minha ex, sempre mexendo, tentava cada vez mais deixá-la como ele: seu nariz
ela pontiagudo, suas orelhas, em cima da cabeça, seus olhos, esbugalhados e vermelhos
pela cólera, me davam uma mostra de como era a Beleza, desde que eu fui levado
pelos Anjos-De-Todas- as Cores...
Mas, minha ida para o
Silêncio daquela cripta não me deixava de pensar em minha pequena filha, que
casara com 5 anos com um sonho, eu não me permitia... Meus ossos cada vez mais paralisados e meus vermes cada vez mais com fome, pois minha carne acabara...
Eu era apenas uma Enorme Vontade, ao qual eu dei o nome de Saudade. Saudade foi
aos poucos se tornando meu nome, e eu contei isto a minha filha... Ela me
contava que este nome combinava com meus olhos, sempre verdes, como o mar de
nossa cidade suja...
Foi em um dia, quando
a mãe de minha Filha estava sedada. O Padrasto tomou uma pequena garrafa de
gasolina e despejou nela, com um pequeno corte de um fio solto e conivência de
uma enfermeira amante, deixou e esperou minha ex ligar seu ventilador... Era um
dia quente, era quente como o inferno... Mas, isto não era importante, não
ligava daquela fêmea me encontrar no silêncio, apenas ligava para o que César
iria me contar dias depois....
Minha filha, sedada e ainda zonza, apenas viu um Padrasto
com seu tubo de carne vermelha e nojento, coisa odiosa... Coisa que não é pra
ninguém!!! Coisa que é ato indigno, não pela parte biológica, mas, pela ação
odiosa... E a pequena... Um dia ela acordou no ato, um dia ela chorou por
Tomas, mas, o maldito havia ido embora...
Como eu fui embora...
E a Saudade foi se tornando algo estranho, força motriz. Foi
indo na única parte que havia sobrado na minha carcaça: bomba hidráulica cheia
de coisa vermelha que não mais havia... Ela foi revivendo, foi tornando-se algo
poderoso... Algo forte...
Mas, minha filha ainda estava no Hospital, sua mente estava
em um feitiço de medo. Ela ia a escola com outros meninos, belos meninos para
genros, mas, nenhum ligava para ela... Pequena garota de 17, cabelos roxos até
a testa e tênis de borracha: também ela não ligava, a Filha era muda – a mais
maligna cirurgia do Padastro.
Eu tinha que fazer
algo agora... Só que o Padastro era agora nomeado Poderoso, pois nos ossos
chamuscados de minha esposa, aquele Médico achou a Escritura de todos os meus
bens. E com eles ele tomou para si um Castelo, aquele Hospital; ao seu lado,
deixava uma mansão, no quarto embaixo das escadas, minha filha jazia... Muda.
Morta, semi-morta.
Eu tinha que fazer
algo agora, mas, como minha única forma era César, tinha de levar em conta que
ele estava velho, fraco, penas brancas na cabeça... Só que, tinha de me ajudar!
Pedia a ele que me achasse três pequenos serafins, eles eram loiros, forma de
meninas, olhos negros... Como demônios antigos, foram eles que me levaram anos
atrás... César aceitou a missão, porém, me disse:
-Cuida da minha família? É minha última viagem nesta vida...
Meus ossos estão frágeis meus sonhos, se foram, meus filhos, crescem... E
apenas algo me mantém, O Algo que Me Faz Lembrar...
E minhas palavras no
silêncio lhe prometi um terço do meu reino em vida e uma parte do meu coração
imortal para cada filho do pequeno sabia. César aceitou e nunca mais voltou
para a janela de minha Filha, ao qual o pássaro me dizia que tinha a única
alegria de ser Violeta, a menina muda, mas, que ao menos em seus cabelos
coloridos, fugia do reino maligno do Poderoso.
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Olhos de Concreto Acima da Cabeça
Me fazem pensar enquanto corro para o
Fim da rua que não, nunca
Acaba de caber em meus olhos
Enquanto todos os pequenos filhos de Tanos -
- Os Humanos -
Caminham comigo na Empoeirada Nova Iorque
Buscando algo que lhes dê
Algo que lhes ame
Algo que lhes chame
Chama que não mais acende
Pois, o fogo não corre pelo concreto
Pode explodi-lo
Pode ser lava
Mas, não pode ser mais chama
E dentro de pequenos olhares dos Filhos de Tanos
Que com suas asas ascendem ao e no Céu
Vejo apenas um deserto
Nesta Nova Iorque
Que é minha cidade, provinciana
Que é metrópole
Em minha cabeça
da rotina cotidiana
E os filhos de Tanos permanecem a me olhar
Nos olham acima de nossa cabeça
E os cães latem de manhã
Latindo a presença de um Velho Sol da Manhã
Sol de Concreto Armado
Fim da rua que não, nunca
Acaba de caber em meus olhos
Enquanto todos os pequenos filhos de Tanos -
- Os Humanos -
Caminham comigo na Empoeirada Nova Iorque
Buscando algo que lhes dê
Algo que lhes ame
Algo que lhes chame
Chama que não mais acende
Pois, o fogo não corre pelo concreto
Pode explodi-lo
Pode ser lava
Mas, não pode ser mais chama
E dentro de pequenos olhares dos Filhos de Tanos
Que com suas asas ascendem ao e no Céu
Vejo apenas um deserto
Nesta Nova Iorque
Que é minha cidade, provinciana
Que é metrópole
Em minha cabeça
da rotina cotidiana
E os filhos de Tanos permanecem a me olhar
Nos olham acima de nossa cabeça
E os cães latem de manhã
Latindo a presença de um Velho Sol da Manhã
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sábado, 3 de novembro de 2012
Solte puxe segure
Então, ela descobri que estava na última névoa do dia
E caiu
Dentro da sua própria rocha da calçada, seu vômito diário surgiu
No sol
E davam o nome disto de respiração
Mas, ela não me olhou nos olhos e continuou
Com o mesmo ritmo, um memeMeme da vida virada real
Mas, continuamos a respirar
Os dois, ao mesmo tempo, os dois na mesma respiração
Dura como pedra, dua como nada, nada havia na calçada
Só o vômito diário
Respiração
Vamos lá, solta, puxa, segura e
Solta, puxa, segura e solta
Solte sonhos
Puxe esperanças
Segure decepções
Solte mágoas
Puxe aquele primeiro beijo
Segure alguma alegria
Solte, puxe, segure
E Mantenha
A Névoa de vento num dia
Que já nasceu ontem
E caiu
Dentro da sua própria rocha da calçada, seu vômito diário surgiu
No sol
E davam o nome disto de respiração
Mas, ela não me olhou nos olhos e continuou
Com o mesmo ritmo, um memeMeme da vida virada real
Mas, continuamos a respirar
Os dois, ao mesmo tempo, os dois na mesma respiração
Dura como pedra, dua como nada, nada havia na calçada
Só o vômito diário
Respiração
Vamos lá, solta, puxa, segura e
Solta, puxa, segura e solta
Solte sonhos
Puxe esperanças
Segure decepções
Solte mágoas
Puxe aquele primeiro beijo
Segure alguma alegria
Solte, puxe, segure
E Mantenha
A Névoa de vento num dia
Que já nasceu ontem
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