quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Terno Marrom Escorrido

Naquele momento em que você está totalmente sem ideias, e copia e cola o mesmo que escreveu para outra pessoa para aquela aquém você não sabe muito o que dizer de diferente, sabe? Aquele momento?
Assim disse o escritor com seu terno marrom do alto da sua torre com seu dirigível amarrado... Ele queria ter ficado mais tempo com sua Princesa de Cabelo Vermelho e Amarelado, mas, não deu, não, não deu.
Algo mais forte veio antes, algo terrivelmente periclitante: cheia de palavras difíceis e hifens malditas, corria o corredor da noite, um enorme buldogue de bochechas velhas para ele, segurando uma lanterna com seu ternim verdim ele bate na porta do cortiço:
-Ela chegou mestre, ela chegou!
-Veio em tempo, ainda, caro servo, veio em tempo!
Foi lá os dois na motoneta nas vielas tortuosas daquela cidade portuária que já não me lembro mais o nome de Waum, foram os dois teimando o som estridente até uma enorme construção, um daqueles, arranha-céus de ponta redonda que tanto amam por aí.
Ele desceu, tirou a colheira do cão e disse: - Agora estás livre!
E subiu as escadas, enquanto o liberto bebia já na rua, feliz, simples assim.
Subiu as escadas principais e adentrou salão rosa, já cheio de curiosos de caras pintadas pálidas.
De lá, virou a esquerda na esquina e entrou no elevador, que era como um tubo de vácuo, espelhado e transparente, falou para o ascensorista (palavra que nem sei como acertei aqui no teclado):
-Por favor, o 22!
-Mas, senhor, está fechado! Para "aquela"...
-Eu sei, mas, para mim não está!
E o senhor pardo o respeitou, mesmo ele sendo um cara de pé-rapado.
Tocou a sineta e foi até lá.
Chegando no andar, o homem de terno marrom disse ao outro: - Vende tua pistola? Sei que vocês todos andam armados, afinal, com as aranhas que temos nesta cidade, poderia-se abrir um rodízio de churrasco!
Meio deprê o homem lhe deu, por 20 mangos da inflacionada moeda, o jovem-jovem foi indo pelos andares platinados, até que as estátuas branquelas de dois seguranças o pararam:
-Quem vem lá?
-Quem és tu?
-Eu? Não viu minha arma? Sou segurança como você!
-Ah, é?
-É!
-Mostra então o nosso aperto de mão secreto!
O homem foi lá e beijou a face do gigante gorila branco, ao outro, uma narigada no rosto que fugia:
-Estão desarmados!
Os dois viram, sentindo nos sobretudos, que não mais estavam, ficaram de boa, e o rapaz voltou a correr.
Ele sentiu que logo tudo estava acabado
E correu, correu até o quarto 22 no andar 22
Com tiro na porta, vários seguranças se ouviam na escada.
Estava um homem de cauda de pavão maquiando uma jovem platinada alva. Ele disse:
-Vai mexer com um Mago, meu jovem?
-Não, mas, o senhor vai encarrar um chumbo grosso?
-Nesta situação, até que não!
Então, o outro saiu correndo e ela lhe virou a cadeira: estava enluarado o dia e os passos da segurança já aumentavam o raiar
Ela disse; então, você conseguiu? É um dos poucos em rebeldia...
-Sim, sou um dos poucos mesmo... E consegui...
Então, ele encontrou a sua alva, a sua Ideia.
Beijou-a, e escreveu esta história.


Você e Tu e Eu

Meio solitário aqui, mesmo você dormindo
Aqui ao lado
É estranho não ter palavras para falar, sobre aquilo que existe
Entre eu e você
Este pulso magnético que me prende e puxa
A ti, é estranho
Meio solitário estar, mesmo que tão perto, mesmo que na distância de menos de
Cinco metros
Algo, é algo no olhar
é, creio ser, algo assim, mesmo aqui, da cadeira aonde escrevo
com este giz no chão não sinto muito, não sinto muito você mais
creio que é só momento, talvez eu já esteja indo até aí, quando
terminar de escrever isto
talvez seja, não é, só algo passageiro?
Viajar é preciso, sair de si também, talvez seja isto que me deixa
Você tão longe de mim?
Tenho de fazer aquelas meditações, aprender a viajar de mim
Ou, a questão é entrar bem pra dentro, pra dentro dos meus próprios olhos virá-los
Pra dentro da caçola
E lá ver, veja só
Ver que, bem, não é mais estranho estar me sentindo tão só, estando tão perto
Porque tu já está aqui, por dentro de mim
Minha caminha é assim. Você-tu-eu.

domingo, 13 de outubro de 2013

Os múltiplos dragões Zarr

Então, o grande Sábio Diezarr uniu todo um grupo de cinquenta tons de dracônicos negros, e todos os Zarr se viram em enorme paz interior. Seus corpos, naquele momento, eram mais curtos e possuíam apenas quatro pernas, mediam apenas cinco braças (mais ou menos 5 m) e suas pelagens estavam escuras, devido ao grande tempo em que o chão ficou em permafrost, um gigantesco mundo gelado na superfície que fez com que os seres Zarr aprendessem a Arte de Minoritar.

Como dizia o próprio Diezarr: minoretar é esquecer-se de si como algo importante e focar-se nas grandes entidades que existem dentro de si, deixando que seus pés movam-se em nado para cima e carreguem os ares para trás de si... O resultado disto é o minoreta, o voo pelo inflamento de nossos ossos e bolsas internas, nós, com isto, nos tornamos os Senhores do Celeste, com isto, atingimos às alturas.

Após os duzentos anos de Era Mundial Glacial, os Zarr começaram a desenvolver enormes canhões que usavam a energia dos grandes vulcões cinzentos para causar um Aquecimento Global. Os vapores iam subindo e revelando os velhos continentes, nesta era, foi fundada pelo Senado das Tribos uma enorme base, feita com cinco grandes canhões como base, Minorito – a “estrela em cima das nuvens”.
Neste período, tomaram contato com Niniel, um Serafim que conduzia um grande cruzador interdimensões, um Nyxk. Com ele, o povo Zarr tomou conhecimento do Mundo Exterior ao seu e começou a desejar a sua total compreensão... Porém, algo grave aconteceu... Com seus enormes canhões de degelo, os Zarr tiravam o calor interior do planeta Zarr e lançavam-o sobre a superfície, como enormes jatos energéticos. Até aí estaria tudo bem, entretanto, o planeta Zarr era na verdade uma enorme entidade viva, aonde uma enorme parte de seu continente era na verdade uma estrutura bacteriana, o Mumio.
Niniel sabia disto e deixou tudo acontecer, pois, quando o Mumio acordou, arrebentou toda a enorme civilização Zarr, matando milhões, inclusive os líderes globais. O Serafim roxo iluminava-se com o saber de tudo aquilo, porém, foi descoberto que ele e seus apaixonados, outros Zarr, haviam deixado tudo aquilo acontecer...
Com ele estava a Serafim Oganiel, que tomou parte em providenciar peças Nyxk para construir as primeiras Naves daquele povo, chamadas de Arcas. Entretanto, Niniel se achava no direito de impedir isto e matou Oganiel, fulminando a primeira nave de fuga com seu cruzador.
Neste período, havia um geógrafo chamado Boarazarr, ele era o principal representante de uma Escola de Pensamento, o da Honra Guerreira, que dizia que apenas o ensino e paz do minoritar não era o bastante, apenas considerando que em nós existe um eterno conflito e que pelo acaso devemos viver, não apenas na busca do equilíbrio, é que este grupo formou cerca de um continente inteiro de outras cidades Zarr. A conta fora de duzentos mil Zarr que impuseram um regime ao qual Boarazarr implementou: a Cura pela Conservação da Espécie Zarr.
Amplificando seus canhões ao máximo, os Zarr atraíram Niniel e suas tropas para Minorito com a promessa de submissão da Escola de Boazarr pela rendição do próprio. O serafim roxo desceu do espaço para a enorme cidadela dourada e, enquanto tomava as honras, viu que as naves dos Zarr partiam das outras cidades, ao qual ele respondeu para que destruíssem a todas o seu Cruzador Galático.
Entretanto, da terra saíram as enormes garras e tentáculos disformes de Mumio, que chegara na massa crítica...
A própria Minorito, começou a ser devastada, os quadrúpedes Zarr morriam, e o desesperado Niniel vira que não podia lutar com tal entidade... Neste momento, a própria cidade de Minorito ascendeu, atingindo o espaço, atingindo... O Cruzador de Niniel!
Disparando seus enormes feixes de laser vermelho, a nave matou o próprio Niniel, porém, a proximidade da bactéria Mumio fez com que seus enormes tentáculos atingissem a estabilidade da nave...
Enquanto isto, Boarazarr nas poucas naves que saíam da atmosfera, ligou o último presente da Serafim Oganiel, Globos de Viagem Interdimensional (GVI, ou Gevi) que, mesmo instáveis, puderam lançar as naves no hiperespaço velozmente, escapando do que acontecia na atmosfera do planeta.
Então, o Cruzador Nyxk caiu sobre o enorme Mumio, que, já exausto de tudo aquilo, apenas emitiu um ruído na língua dos Zarr que captaram em suas naves (ou pensaram ter ouvido) algo como: - Chega! (Afuunziur!)
E enterrou-se no interior do planeta, causando um cataclisma de fogo azulado, explodindo, Zarr.

MUSIQUETA - Eyes Wide Open – Gotye 




Os dracônicos Zarr e suas Torres de Guerra

Viajaram assim por um século e meio, Boarazarr ficou preso por genocídio até a sua morte; apenas dois milhões se salvaram, dos duzentos que haviam antes. Porém, o Governo da Nave manteve a Filosofia da Honra pela Espécie e puderam sobreviver, modificando seus corpos e treinando em primazia o minoretar.
Agora, consistiam os Zarr em gigantescos dragões-serpentes com pelos e face lupina ou canídea (pela tradução dos Crisociom, repito, NT) e toda a arquitetura se converteu em formas geométricas notórias. Neste período, eles foram abordados por diversas naves Nyxk, buscando algumas justiça, outras, amizade. Os Zarr, então, transformaram-se em Piratas Espaciais e viajavam de asteróide em asteróide, de lua em lua, até encontrarem um Novo Mundo.
Muitos morreram de fome e pelas instabilidades do Gevi (os Globos de Viagem Interdimensional), pois eram muito instavéis as viagens e podiam durar vários anos, sem uma única fonte de proteína ou fibras, alimento, sequer.
Porém, no novo país, institui-se plenamente a Honra da Espécie, e pelas mãos de um Novo Senado de Tribos, os Zarr decidiram por uma Guerra contra os Serafins, que passaram a ser inimigos dos Zarr.
Sua geométrica tecnologia e seus corpos dracônicos foram úteis na construação de enormes Torres de Guerra, retangulares e retirando a energia de sistemas atômicos semelhantes aos velhos canhões de descongelamento do planeta original, um único indiovíduo controlava mais de vinte alavancas simultaneamente. Cada par de alavancas dava para um andar d’onde saíam quatro canhões com capacidade atômicas. Entretanto, esta unidade de combate era apenas para as batalhas dentro de planetas, não sendo boa para a viagem extraterrestre... Mesmo assim, com esta tecnologia, os Zarr dominaram o Novo Mundo.
Novo Mundo que era meu, dos pequeninos seres Crisociom, acho que éramos agrícolas naquela época... Os Zarr transformaram a atmosfera em um enorme massa de nuvens, a terra tornou-se úmida pelas enormes chuvas, oceanos aumentaram, nós não podíamos comer mais. Com as Torres de Guerra e nossos vulcões dominados pelos Zarr, eles nos conduziram para o grande extermínio... Nós nos tornamos o que eles eram antes, nosso planeta, antes apenas um enorme aglomerado de nossa espécie de um metro, reconheceu as estrelas... Só que rápido demais, nós deixamos de existir, governando as terras mortas do agora Novo Mundo Zarr, o chamado Minorito.
As vezes, enquanto olhava para o céu escuro de nuvens eternamente nubladas, via uma nava Zarr, uma Ouroboras (eternidade), como chamava meu clã, aprendemos com os Zarr – que não nos matavam diretamente, mas, pelas suas ações no nosso planeta – estava escrito um dos mais famosos e repetidos provérbios destes seres voadores serpeantes, se para nós existiu o Olho por Olho, para eles existe:

Honra sobre Honra, honrai seu corpo e sobre o corpo inimigo, como fonte de Memória, serás Eterno enquanto as batalhas durarem – e como para os Zarrs, a Batalha pela vida era eterna, sempre haveria a necessidade de Honrar algo.

domingo, 15 de setembro de 2013

Organização Secreta dos Eletrônicos – OSE

A OSE foi desenvolvida a partir dos partidários contrários a expulsão dos Barfos do Continente de Waum, medida criada pelo ainda partido da Ultraviolência. Como eram pouquíssimos que se opunham a tais medidas, Ortoniel, um serafim que vivia naquelas terras, resolveu apoiá-los e perguntou o que eles gostariam de ter para poderem derrotar e implementar um golpe de estado contra o Partido da Ultraviolência, que cada vez mais tinha votos maiores na Confederação das Tribos de Waum.
Formou-se então o Instituto Elétrico, nomeado assim pois seus partidários eram a favor de energia hidroelétrica ou heólica e não de fontes das ricas minas de rochas radiotivas, as quais as companhias de Sar, chamado de “Kanti” (que viria a ser tutor do Kanti Ibizio, escritor do Livro Uno, elemento principal da doutrina da Ultraviolência), faziam posição de exploração máxima.
Ortoniel, o Serafim Branco, decidiu que eles seriam mortos ali e resolveu, em sua vontade de observar a criação das mentes inteligentes, levá-los para um Planeta que não havia ainda sido contactado pelos Nyxk, porém, que fazia parte do Pensamento. Levou-os lá e deu a eles uma mala de tecnologia avançada e chaves sônicas, para que eles entrassem em contato com os Raquitas, seres reptilianos que tinham uma tecnologia biológica a partir de plantas e frutas.
Entretanto, o primeiro Grão-Mestre do Instituto, Filito, observou que nada podia fazer com diplomacia com os Raquitas e que suas tribos, com medo e temor por aquilo tudo, fugiam  e se armavam com enormes armadas feitas de samambaias e tanques de frutas de caldo ácido. Empregou em convencer todos os membros que estavam com ele para empregarem a fusão das plantas-olhos-quartzo (que eram como gigantes lupas estrelares) junto com toda a mala de tecnologia Nyxk para que, em fusão, criassem a Arma Suprema do Instituto. Os sessenta membros assim acordaram e criaram aquilo que veio a ser chamado de Caçador Cobaias, enganando os Raquitas que observaram as estrelas para o outro lado e viram as extensões da Galáxia, mas, não os Nyxk, que estavam do outro lado, não sabiam a forma destes e Filito disse ser um, disse ser um Deus e com a caixa ele provou isto, criando máquinas de metal e pedra.
Com o Caçador Cobaias criado, os Raquitas que deram as plantas-olhos-quartzo foram aprisionados em um vale e a maioria teve suas pernas cortadas. Quanto aqueles que eram contra o Instituto, foram aniquilados, tribo por tribo, povo por povo. A gigante máquina em forma de dirigível, com olhos e pontas saindo de sua esfericidade de quatro braços principais e tentáculos auxiliares, era comandada por quinze membros e destruía em minutos centenas de Raquitas. Porém, o Caçador Cobaia não só destruía, também criava, pois Filito falava de suas ideias para Ortoniel, que vivia pálido e vigilante, sobre a maior montanha do planeta Raquita. O líder contava e o serafim, que não era adepto da moral da Descência, aceitou tudo: os cortes começaram, e não eram mais mortais... Os raquitas, em sua antropomorfismo reptóide eram cortados e separados dos membros, armaduras de plantas sendo substituídas por carne metálica e puro aço, engrenagem colocadas em todo e qualquer lugar e o sexo daquela raça, que era apenas um, multiplicado, dividido, leis morais colocadas por choques, novas formas e deformidades espalhadas em aldeias para serem queimados vivos em fogueiras, dentro do temor do povo pelo novo...
Os raquitas, então, foram sumindo, foram sumindo cada vez mais das grandes florestas, dos Grandes Salões do Sol Vermelho. Logo, Raquita inteira foi queimando pelas mãos do Caçador Cobaia e das guerras para aniquilar aquela criatura. Então, e só então, o velho Filito instituiu o nome de Ordem Eletrônica e deu a si mesmo a Diretoria.
Os quatorze que estavam com ele já estavam também todos velhos e entraram novos, um novo time para controlar Cobaia. Então, foi tomado em conhecimento de Filito que na colônia da Ordem ele era chamado de “o Monstro” e ele tomou isto como elogio. Porém, doze dos que estavam ali não aceitavam suas questões e decisões de mutar tantos raquitas para escravidão e criação de bestas mecânicas. Um único que o apoiava era Greto Fano, um nascido em raquita e seu amigo.
Acontece que, temendo alguma revolta, Filito começou a orquestrar suas obras-primas: Engederões, um tipo de ciborgue com mínimas partes raquitas. Sua estrutura seria além do combate, eles seriam soldados invencíveis por terem as chamadas Jóias do Esquecimento, uma rocha psiquenita mesclada com um cálculo de programação que gerava o esquecimento daqueles que vissem o portador do dispositivo. Assim, eles não podiam ser percebidos, assim, eles nunca seriam vistos por suas vítimas. Porém, o velho Filito não podia resolver a equação que dava o cálculo correto da programação, seu desespero era completo.
Só que um jovem, o jovem da Ordem que era amigo de Greto, havia aprendido com raquitas escravos como estes faziam suas operações lógicas e, combinando com a necessária para gerar a Joia  descobriu que ambas eram as mesmas... E descobriu tratar-se da mesma tecnologia, ao qual Filito, há muito tempo, escondera. Contou para seu amigo Greto antes de fugir para a colônia da Ordem, pois não aceitou que suas ideias criassem criaturas tão destruidoras quanto os Engederões. O jovem Fano, em caso de inocência final, contou para seu mestre, temendo que seu amigo tivesse sido convencido pelos outros doze.
Filito então ordenou que não o Caçador Cobaia fosse às colônias, mas que os Engederões o fossem, eram desseseis contra mais de duzentos, que tentaram proteger o menino. Horas depois de tudo feito, a colônia caiu em chamas, todos mortos, o amigo de Greto se matou, antes dos seres pegarem-no.
Os doze então entraram em revolta e pararam o Caçador Cobaia. Filito, desesperado, saiu de sua máquina e encontrou Greto, com a cara inchada de lágrimas. Ele prometeu ao seu mestre que daria a resolução da equação se ele lhe desse o seu cargo, o velho aceitou e assim foi feito: os Engederões invadiram o grande Caçador e prenderam os doze.
Em horas, codificou as jóias com a ajuda de Greto. No fim do dia, ele lhe deu seu brasão de Diretor da Ordem. À meia-noite, com as Jóias colocadas, disse Greto:
-Sobre a Ordem dos Eletrônicos, eu ordeno a mudança desta para os Campos Secretos, por seus crimes contra os Raquitas... Liberto todos os escravos presos pelos transistores e chips e, pela ordem instituída apenas pelo Diretor da Ordem...
E nisto, Filito já gritava com ele e acertara em sua cabeça uma chave de fenda... Antes de matar Greto, sua mão foi esmagada por um dos Engederões, que em uma última vida, fora Quiita, apenas um raquita que perdeu tudo e que agora tinha uma enorme engrenagem no lugar da testa.
Filito foi preso há uma rocha e Caçador Cobaia foi usado nele, abrindo-o e jogando na mistura de entranhas compostos que fizeram ele solidificar em uma estátua medonha.
Greto Fano adquiriu o nome de “Antropo”, o humanitário, traduzindo porcamente, espalhou os quinze membros pela galáxia e formou vários raquitas membros da agora Ordem Secreta dos Eletrônicos. Sua missão era preservar a vida ou pesquisá-la no fundo da capacidade de criação, porém, evitando criar criaturas como os Engedrões, sempre privando pela escolha ou não... Pela total mecânica ou caos.

Sobre Greto, esconderam-se os Engedrões, sobre os lugares abandonados de um planeta chamado Rnu, sobre eles, lá foram guardados talvez um dos exércitos mais mortais. Ortoniel, o Serafim Branco, porém, espiava tudo, da mais alta montanha de Raquita e, de lá, de lá engendrou algo com engrenagens monstruosas as quais aqui não irei contar.

Topomomento

É necessário separar a experiência que temos dentro de ambientes virtuais , aos quais chamo daquilo que é fruto as tecnologias audiovisuais e digitais do pós anos 70, quando estas começaram a ser apreendidas entro do cotidiano humano e não apenas no burgo o universitário ou nos praças militares. É preciso separar este tipo de experiência aquilo que nós temos como “rela” não por que este é mais elevado que o derivado da criação humana, mas, porque este revela-se componente de elementos dotados a imaginação não elitista nem reservada apenas para alguns poucos técnicos, ela causa o Efeito Pop, gerando consigo legiões dos chamados fanáticos, os fãs, que dotam através do Signo Comum da Religiosidade ou da Cosmologia, diversos elementos chamados da Mitologia ou Universo de uma dada Estória.
Na relação humana concreta, estes elementos de completude e processo contínuo de complementação não existem de forma tão ampla pois estão subjugados as ideias e espaço-tempo-interpretação relativa, seus cânones possuem muito mais especialistas que através de suas teóricas, dizem tomar de toda a realidade em suas construções discursivas as quais, de fato, possuem a questão de terem uma função-individual de força explicativa para o Humano Comum, ou seja, todos os experimentadores, aos quais, juntamente com estes formuladores-experimentados, testam as teorias e vão, conforme a ordem social das gerações, reformulando as teses.
Porém, isto seria completo para o estudo mesmo das estórias oriundas da ficção se o humano fosse uma criatura dotada apenas da dita lógica dos positivos ou dos kuhners (seguidores atuais da Ciência Normal controlada pelos Paradigmas), porém, há um problema de ordem na razão da experiência e mesmo do culturalismo que parte de dois focos: primeiro, o humano é individual em sua existência, ele não é ente coletivo, logo, os paradigmas não possuem forma nem força de adentrar em toda a universalidade do método racional humano, dado que este é de cunho geracional e locacional, depende de quando-quem e aonde está, o que compõe o elemento que chamo de Topomomento, ou seja, a célula da interpretação-chave que construirá dada memória no individual; o segundo passo é negar a lógica humana como simplesmente a união do fator A para o fator B dada que ele pode ter uma série de compostos não apropriados entre A e B aos quais chamamos de Acaso e aos quais nunca poderemos identificar com um signo, no caso, as letras A e B.
Não há evidência que uma pessoa, dentro do processo de Tomada de Decisão, aos quais a vida está cheia, abarque a Dúvida, ela em si é uma criação social, ou seja, o conjunto externo não possui material organizado para uma dada situação suficientemente consciente friamente para ditar: para m caso C, deve-se proceder do jeito D. Assim, o preenchimento para termos o fenômeno Fisiológico-Filosófico da Certeza é aquilo que chamado de Emoção
A Emoção é primeiramente Memória mesclada com Cultura, reage no estímulo-resposta. Porém, ela é mescla e não dialética da Memória do humano com a Cultura, produzindo uma dada Emoção, esta é uma explicação demais comportamental, há algo que dentro e para a emoção “funcionar”  é fundamental, e isto seria a Imaginação. Assim, a ficção adentra dentro do Humano como a fonte das possíveis relações dadas uma certa situação, assim, a Emoção abarca o quanto fisiológica e culturalmente se reage a dado estímulo e o quanto os resultados anteriores e previstos de uma dada Lógica efetivarão uma “resposta normal”.
E no estudo das Respostas do Humano, existe ainda a questão: se há algo que preciso tomar uma dada certeza, se quando-sou e estou são importantes, logo, o Topomomento é apenas uma reflexão de milésimos? Algo ínfimo para a dada Ciência Normal ou Psicanálise Profunda, correto? Sim, de fato, considero incomum tal preocupação, não podemos filosofar sobre o que é pensamento e quem somos nós nisto hoje em dia, talvez depois, talvez, com um pouco mais de Criatividade e menos Conformidade. Talvez a capacidade humana seja maior que a dialética ou os sistemas, porém, isto não é lógico, e não posso explanar sobre o que não é lógico, nem mesmo, ficcionalizar o sonho, pois, na finitude das coisas, um sonho é apenas, um. O que não tira a sua importância no oceano-galáxia de eventos, porém, o que o deixa fora da festa dos populares.


Eduardo Emilio Ricieri, 15/set/2013.

domingo, 25 de agosto de 2013

Tapião

-É, horrível toda esta montanha de água... Dizem ainda que ela é doce!
-Horrível, meu vereador, horrível mesmo... Preciso confessar que gostaria de voltar para o nosso planeta logo, sinto falta das chuvas de amônia que banhavam as nossas faces...
-Tudo bem, Polarim, logo voltaremos... Temos de continuar a nossa exploração para colonização – O vereador passou a mão para tirar a poeira que os seixos arredondados criaram em sua calça boca de sino, levantou-se da rocha em que estava e pôs seu casaco longo e negro, assim como seu capacete-com-abas (eu diria que parecia um chapéu, e assim vou chamá-lo).
-Aonde vamos agora, meu senhor? – Disse Polarim, que é o diminutivo na língua daquela raça para Polaris, seu nome era Dola Polaris e ela era concubina do Vereador, servia para a sua diversão e reprodução.
-Vamos para uma cripta no centro desta terra rochosa e negra, os viajantes de nossos cruzadores-espaciais Nyxk nunca enviaram ninguém para lá e é necessário que alguém veja do que se trata...
Enquanto os dois passavam pela praia para subir um monte rochoso, que apenas tinha alguns poucos líquens vermelhos, a nave em forma de triângulo usada para a descida dos dois, fora desligando as luzes e, aos poucos, a atmosfera nebulosa do planeta foi tomando todo o lugar. Polaris e o Vereador tinha variadas formas, ambos tinha narizes que pareciam de gatos, dada que eram pouco pontudos e pintados em baixo de preto, só que o corpo de Dola era loira, menor e o tronco mais acentuado, já o Vereador, careca, tinha longas pernas. Também tinham os dois um tipo de sobre-pele cinzenta, d’onde saiam canos que se curvavam retangularmente, voltando para a manta, apareciam só nas partes descobertas da roupa e, no pescoço, viravam uma coleira aonde saía um capacete; isto existia, pois, a espécie deles, os Eupalinos, viviam em um planeta aonde a amônia era líquida e coisas como a água, para eles, não existia em abundância, para esta espécie, esta coisa era até mesmo algo de mal-agouro: o lugar aonde o “demônio” vivia era chamado de “Lugar aonde a água molha os pés” (Ouriuris) e o seu nome era mesmo “Senhor dos Aguados” (Ouraror). Mas, fora toda esta mitologia antiga dos Eupalinos, eles tinham problemas com a água, que não os matava, mas, uma vez em atmosferas como a deste planeta e de outros com muita água, passavam a desenvolver doenças pelo nível de toxidade, por isto, criaram roupas em que saiam tubos que retiravam toda a água absorvida pelos seus corpos, as Eupavestes.
A água tomava tudo ali, o próprio planeta em que estavam não tinha quase nenhum vulcão, pois, o seu núcleo era praticamente frio: o planeta girava vagarosamente e só não ficava estático e congelado porque a estrela branca em que ele transladava enviava tanta energia para ele, que o fazia girar e ter dias e noites. Porém, quando os Conquistadores aos quais o casal de Eupalinos estava trabalhando passaram por ali, fazia  décadas, passaram por este planeta, nada encontraram, a não ser alguns líquens vermelhos e o oceano de água doce que era tão profundo que chegava até o núcleo do planeta. Tamanho era o silêncio que só era quebrado pelas ondas intermináveis em uma costa rochosa que eles chamaram este lugar de Goostomu, “aonde tudo dorme”.
Ao tempo de que contei as questões sobre a aparência de um Eupalino e sobre o planeta Goostomu, o casal chegara até a enorme cripta, lá havia um gigantesco túnel para baixo, aonde várias ramificações tomavam para o centro de uma lagoa.
-Olhe aquilo! – Disse o Vereador, apontando para as paredes – A rocha é polida, tem algumas coisas nela...
-Sim, meu senhor... São escritos?
O Vereador pegou um aparelho redondo que liberava um escâner de luz, acertou várias marcas menores, até que elas falaram bem assim:
“Nós deixamos – nosso senhor – nosso último líder – nosso salvador – nosso que dorme aqui – manteremos ele para sempre – tapião”
-A língua deles... Estranha, só fala relaciando tudo para “eles” – disse Dola
-Sim, ela é uma língua sem objetos, parece que eles só ligavam para o seu povo... Entretanto,  o nome do que quer que exista aqui é algo como “Tapião”...
Olharam os dois para aonde se acabavam as pedras dispostas circularmente pela cratera, e lá havia uma outra pequena gruta. Seguiram até um salão no centro, o Vereador a frente e Polaris atrás. O pequeno lugar arredondado tinha um vulto, e do vulto gordo saíram olhos verdes que olharam os dois...
O corpo do Vereador voou para bater no teto do túnel, enquanto Dola era jogada para trás. O pernudo eupalino quando caiu, ainda desorientado, mas, nem tanto, sacou sua pistola de ácido e jogou um jato para a criatura, que diminuiu de tamanho e fitou a dupla...
O Vereador perguntou se Dola estava bem, e ela disse que apenas estava espirando, talvez por conta de estar no período fértil da espécie (o órgão reprodutor da eupalina fêmea é na boca), e não precisava que o seu senhor se preocupasse, em pouco tempo, ela já retirou sua pistola de ácido também, assim, ambos miravam no vulto. Perguntou o Vereador:
-O que é você? – Ele falou para o objeto redondo, que era um transcriptador Nyxk que usava o banco de dados do planeta biblioteca Rudedeon-3, e apontou para a criatura. Esta, nada disse, apenas apontou um de seus olhos para eles e os dois passaram a levitar, temendo um ataque, Polaris atirou próximo aonde a criatura parecia brotar do chão e eles caíram:
-POR QUE ISTO, POLARIM? – Gritou o Vereador.
-Ele ia atacar a gente, meu senhor!
-Como podíamos saber? Talvez ele nem saiba falar alguma coisa e...
-Ela estava certa, pernudo... – Saiu uma voz rouca do vulto, que tomou forma, como se levantasse por estar sentado: era de pelos castanhos tão escuros, que negros quando não vistos contra a luz.
-Quem é você? – Apontaram os dois para o ser suas pistolas de ácido
-Eu sou Tapião, senhor desta terra e último Gore vivo...
-E o que quer?
-Eu? Eu sou o último de meu povo... Dei a eles a liberdade e eles quiseram me compensar aqui, me deixando como uma estátua para lembrá-los de seus grandes feitos... – Tapião olhou para os dois e eles puderam ver que ele tinha um focinho, d’onde saiu uma pequena língua que emitia a sua voz, fixando seus olhos no Vereador, ele viu:
-Ahhhhh sim, Vereador... Você e seu povo, Eu... Eupalinos... Vivem em um mundo infernal, digo, para mim...
Então, ele entrou na mente do Vereador e descobriu, enquanto ouvia a atenta Dola Polaris tudo aquilo:
Em Eupalina, lar de ambos, estava Mégara, um Comandante que se apoiava sobre braços maiores que o corpo disse para o Vereador:
-Você levará ela para longe, pois, ela logo terá o ovo que é seu e logo este deverá tomar o seu lugar como Vereador, como é a Lei... Quando isto o fizer, você não poderá concorrer a vaga de se tornar um Comandante, como eu sou, meu camarada... Largue esta miserável em algum lugar da Galáxia, chame os Nyxk e viaje até lá, como é o nosso acordo como eles e deixe ela lá... Mas, cuidado, escolha um lugar... Um lugar aonde ela não atrapalhe...
-Mas, mas ela terá um ovo meu... – Disse o Vereador
-E você teve sempre as melhores notas nos nossos testes, será um ótimo Comandante... Agora, você prefere ser bom para todos e com sua meta, ou com algo que você nem conheceu? Sabe que matar a fêmea não é uma opção! Os detetives descobririam o corpo! (o aborto, na espécie do Eupalinos, não era possível sem o risco de vida da mãe)
-... – Sobre o silêncio do Vereador, sobreveio uma imagem a mente de Tapião, e ele disse:
-Então, o Comandante Mégara apertou um botão da nave que trouxe vocês dois para o cruzador que os traria para cá... Interessante...
Com lágrimas no rosto, que eram brancas, por serem de amônia, Dola olhou para o alto e pernudo Vereador. Não dizia nenhuma palavra.
-Polarim... Isto é mentira... Minha pequena Pola...
FISSSHHH
Disparou a pistola de ácido dela no peito do eupalino, enquanto este caia no chão do salão e morria, com o ferimento infeccionando devido a umidade da atmosfera.
-E agora... E agora... Pequena Dola Polaris? – Perguntou Tapião
-Você... – disse ela, limpando as lágrimas – você não sabe?
A criatura sorriu e dobrou seu corpo como um gigantesco fluído escuro, que entrou no ferimento do Vereador, até fazer sua pele tornar-se viva novamente, o corpo levantou-se e perguntou, ainda com voz rouca:
-Em meu mundo, há a figura do casamento... Gostaria de se casar comigo, Dola Polaris?
-E... E o que você me oferece?
-Toda a Eupalina para nós, como os Comandantes Supremos e seus filhos saidos deste ovo que gesta, vivos, assim como você...
-... – Dola sorriu, abaixou a pistola e comentou – Você também olhou para mim, não? Viu sobre... Mégara?
-Sim. – Tapião vira, Mégara enganar o morto Vereador e beijar em cantos dos castelos, a boca de Dola, porém, além de beijá-la, também a acorrentava por dias e batia, ela fora a sua maior criação para derrotar o seu maior rival – Quando encontrarmos com este Mégara, será preso por tentar nos matar, nos mandando para um planeta habitado por um monstro antigo que dizimou toda a sua sociedade...
Nisto, os dois estavam já embarcados na nave triangular, voltando para o cruzador, para irem para casa. Mas, a dúvida daquilo que ouvira surgiu na cabeça de Polaris:
-Como assim, um monstro antigo? Como vamos provar isto?
-Sabe, minha cara Dola – sorriu Tapião, na pele do Vereador – quando a minha espécie morria, ela se decompõe em água
A moça, lentamente, chegou a mão até o cinto, porém, seu coldre estava vazio e no cinto de Tapião, havia duas pistolas, agora, apenas ele tinha as armas.

E, no vazio da saída da atmosfera, os dois se entreolharam, seguindo seu rumo.


sábado, 24 de agosto de 2013

Geomarketing

"Quando a gag entra com qualidade, esporra publicitário pra todo lado" (B, A, C do Geomarketing)