domingo, 26 de novembro de 2017

Pensamentos de Domingo 2

O segredo dos teus olhos, é a maré que eles me trazem

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As pessoas escolhem umas as outras
Mentira e bobagem esta coisa de afeto distribuído, como sorrisos bom dia
Você escolhe amores,amigos, inimigos
O lugar onde estou é o lugar onde caio, já dizia o velho grisalho
Então não venhas com insinceras despedidas desculpas, abraços omissões
Escolhemos com quem choramos e sorrimos
Com os olhos manhã,
O resto, meu amigo, é consequência
O nada, e o tudo.

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Não posso deixar de amar algumas pessoas
Mas, isto não exclui o ódio, raiva e tédio
Amor não elimina as coisas ruins da vida, isto é paixão
E é uma doença
Amor deixa tolerável

Pensamentos de domingo 1

Quando me pego pensando sobre como sou inútil neste mundo, como estou confuso, lembro algo que uma amiga me disse uma vez: Ulisses também não queria sua aventura, sua intenção foi sempre voltar pra casa.
Se você está perdido, as vezes é caminhar e não o destino.



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Ser frágil não é o problema, não compartilhar sua fraqueza com quem importa o é. Ajudar é fortalecer o pouco que tem dando aos outros mesmo que apenas um momento, apenas a paciência de ouvir, é uma forma de amar
E ouvir é outra palavra, em nossos tempos de solitários nas multidões, para amigo.



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A maré nos engole, nos traga em nós mesmos para coisas, que nem estávamos preparados. Ela nos traz para terras distantes, nos leva por terras insólitas, sem mantimentos, companheiros ou bandeiras.
O navegante naufrago de si mesmo, vendo afundar a sua vida, pouco a pouco, pelo caminhar dos anos. Ele pode olhar melancólico, pode sorrir histericamente, pode ranger os dentes, mas, o navio continua lá, nas águas
Ele, porém, na maré
De pé
Na praia que convida a algo novo.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Sabedoria é dizer a coisa certa na hora certa que precisamos. Não vem com o tempo, mas, a oportunidade.

sábado, 18 de novembro de 2017

doutrina do pavor

Doutrina do Medo

Caçando entre os olhos dos outros
A verdade que não vejo em nós
Impossível encontrar a si mesmo
Tento descobrir nas suas opiniões, bravejando que sou
Independente
Dizendo em voz alta que não ligo, que nada afeta
Só que aonde não há medo do mundo
Há pavor do mesmo jeito
Está lá
Só maquiado
Em uma pretensa fortaleza moderna
Aonde você grita liberdades, direitos e suas ideias
O pavor ainda está lá
vivendo da opinião dos outros e buscando aqueles
Que te dizem não ser livre ou forte
Ah, o medo é libertador mais que isto
É saber os limites de si mesmo
E conhecer a si mesmo é um ganho quântico
Em mundos aonde todos se acham fortes o suficiente
Pra existir pra além de uns poucos anos
Poucos amigos
Poucos trocados e viagens no bolso
A Doutrina do Medo pede estarmos esperando a Felicidade
E não agarramos nosso destino com os dentes
Apenas ficar teorizando e não fazendo uma poesia
Trepando, mas nunca encontrando um único beijo
Que tenha valido a pena
Não, meu caro, o pavor não está apenas no bandido, escuro
Ou bichos escatológicos
ele está ali, te olhando, seu Fracasso
Seu carro quebrado, seu inútil namorado
Ele diz que você não deve ter medo, pois tem de ser forte
Mas, você nunca se perguntou pra quem?
Se todos estão morrendo, o que custaria
Um pouco de você numa conversa
Num trabalho, numa faculdade
O quanto custaria, por um dia
Ter medos, mas não pavores
E poder se mexer dois passos
Sem a Doutrina do Medo?


Disse o mergulhador no escafandro
No fundo do oceano de si mesmo.


Perdido em Tóquio

Naquele hotel em Tóquio,
no outro lado do mundo
Um pedaço de uma pessoa só
senti
Uma árvore tocando o som do vento
De um dia chuvoso, pela janela enxergando
A vida passar lentamente
Entre as mensagens dos grupos, do curso, da família
Mensagens, um pedaço de textos
Cortados e selados
Enviados
Buscando levar sentimentos
Sem ti
Estava longe de tudo, de mim mesmo
Mas, ainda estava ali, cercado do concreto
Mas, com ideias na cabeça
As vezes, sombrias e enforcadas
As vezes, com algum calor luminoso do sol
Só naquela hora, entre os papéis do trabalho
Café frio, mensagens não respondidas ou que não vi
Não encontrava o que faltava
Outro pedaço


Naquele hotel em Tóquio
no outro lado do mundo
Um pedaço de pessoa

Sem ti
"Bom dia, luz do sol e das estrelas!"
Lia na mensagem automática


Borboleta esvaziada

uvindo a borboleta
Eu ouvia-a na época do Doctor,
Cantava na minha cabeça toda a vez que viajava de bus,
Manhã a manhã,
Vendo minha juventude escorrer entre livros, cafés e amigos

Nas montanhas da Geografia, conheci alguns amores e dores,
mas sempre aprendi que, com o devido tempo,
as mais poderosas paisagens
estão escondidas em algumas das longas caminhadas

É nos pés da experiência e experimentar
Que se encontra um pouco de vida
Entre os outros que podemos sofrer
mas, também amoras, céus e risos
Podem ser um inferno, os outros
Mas, em algum lugar, em algum tempo
Também ouros, tesouros
Da paz do espírito inquieto
E do ímpeto tempestuoso


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Inseto no café

Eu vi o pequeno inseto cair no café
Lembro quando salvava, desde as formigas
As coisas pequeninas
Vi ele e deixei se afogar, lentamente, no café
Eu queria beber aquilo, tava quente no ponto certo e com pouco açúcar
Mesmo que salvasse aquele bicho, já se fora o café...
Seus movimentos foram terminando, pouco a pouco
Até que a cinética da vida
Abandonou, com espasmos de sua pequena carcaça
Já não estava mais vivo
No meu café


Me surpreendi quando acordei
Eu era o inseto, já não voava
E rodeado de cafeína líquida
Se mover estava cada vez mais difícil