domingo, 8 de abril de 2012

Mirroir é a última que morre #Agentes do Caos

 “-E daí que você não consegue viver consigo mesmo?
 Sou obrigado a ficar assim também?
 Sou?
 Miserável, pequeno ser desprezível!”
...De todos os seres do mundo deles, este era o último que ele esperava que fizesse isto, pois, com vontade, corto-te a face esquerda com uma lâmina cega de fazer a barba; sigo com golpes certeiros no braço direito e, logo após, mais dois nas costas...
 Porém, a ira ainda não é suficiente... Saio da casa de madeira afastada da cidade em que nós nos escondemos depois de roubar o Tesouro, perto do caro, apoiada sobre as rodas, a escopeta...
 BUM! – Para o alto, o medo em sua face é terrível, mesmo pra mim... Mas, continuo firme em meus passos de volta pra casinha... Uma pequena caseta que um dia chamei de lar...
 Beijo a sua face com o cano quente da arma, há um grunhido e tentativa de correr... Porém, havia amarrado a sua perna com as algemas que usava nas minhas amigas prostitutas... Ela não podia se livrar de mim...
 Havia gritos e correria no Quartel Generalé, podia ouvir dali os carros do Exército de Rosas vindo para me pegar, no entanto, não estou nem aí pras estas “pirações de doido” – como disse minha filha uma vez.
 Olhei pros teus olhos, temerosos, cara com marca vermelha da queimadura em bolha, a ira aumentava... Aumentava e aumentava... Apenas o peito cheio de costelas aguentava e segurava meu coração de pular em cima dela e se transformar em bicho estranho, escroto, cheio de dentes e veias, tomando teu pescoço branco e certamente sem sangue e sim algum elixir gelado que faz este tipo de criatura sobreviver em nosso amado mundo sombrio e sujo... Aliás, eu tava sujo de pó de brita, desde que correra como um louco daquela maldita padaria, aonde, atrás de um quadro, achei o meu Tesouro...
                         Aquele que ela roubou...
 Ela vai morrer por isto, pois, com seus cabelos loiros e olhos verdes me seduziu a fazer coisas terríveis, como foi se casar, ter filhos, casa e trabalho bucólico como funcionário público de uma fabriqueta do governo das mulheres que dominavam este país hoje em dia... Maldita! Dei uma coronhada na mandíbula...
 Mirei, estava na hora...
 -Adeus, Madeimoiselle Mirroir...
...Corro pro caro... O sangue escorre no assoalho da casa, não escuto nada mais que os meus passos no volante em uma corrida alucinante pelo lodo do ato que fiz... No entanto, tudo tem um motivo aqui neste mundo, o meu não é nenhuma filosofia... O meu não está no sorriso de Sofia – a Sabedoria -, só está ali, dentro do porta-luvas...
 Eu o abro, lá está ele... Meu Tesouro.
 Um lindo reflexo sai dele, junto, a voz que me guia e me respeita, meu deus... Meu Deus!
 -Muito bem, agora me encontra, fez tudo certo e bem, me encontra agora, vem...
 Sigo a voz, mas, antes, com vontade estranha, coloco na minha face uma máscara de gás... Pelo meu pensamento, o tiro final da shotgun não me atormenta mais, mas sim, encontrar tal de deus Númeno, ele é ao qual devo entregar algo... Não sei, sinto que é algo que amo, talvez, pode ser... Não, não pode ser isto... O que amo...
 Viro pra trás enquanto levanto pedras e corro com o veloz carro de corrida...
 O sangue escorre e penso, num minuto rápido e já esquecido, no que fiz:
 -Adeus, minha Esperança, este meu Tesouro que pra todos um simples Espelho me mostrou o que és... Mesmo que exista apenas como parte, de mim
                                Só uma coisa que morre, mesmo que por último... 

MUSIQUETA DA POSTAGEM

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