domingo, 13 de outubro de 2013

Os múltiplos dragões Zarr

Então, o grande Sábio Diezarr uniu todo um grupo de cinquenta tons de dracônicos negros, e todos os Zarr se viram em enorme paz interior. Seus corpos, naquele momento, eram mais curtos e possuíam apenas quatro pernas, mediam apenas cinco braças (mais ou menos 5 m) e suas pelagens estavam escuras, devido ao grande tempo em que o chão ficou em permafrost, um gigantesco mundo gelado na superfície que fez com que os seres Zarr aprendessem a Arte de Minoritar.

Como dizia o próprio Diezarr: minoretar é esquecer-se de si como algo importante e focar-se nas grandes entidades que existem dentro de si, deixando que seus pés movam-se em nado para cima e carreguem os ares para trás de si... O resultado disto é o minoreta, o voo pelo inflamento de nossos ossos e bolsas internas, nós, com isto, nos tornamos os Senhores do Celeste, com isto, atingimos às alturas.

Após os duzentos anos de Era Mundial Glacial, os Zarr começaram a desenvolver enormes canhões que usavam a energia dos grandes vulcões cinzentos para causar um Aquecimento Global. Os vapores iam subindo e revelando os velhos continentes, nesta era, foi fundada pelo Senado das Tribos uma enorme base, feita com cinco grandes canhões como base, Minorito – a “estrela em cima das nuvens”.
Neste período, tomaram contato com Niniel, um Serafim que conduzia um grande cruzador interdimensões, um Nyxk. Com ele, o povo Zarr tomou conhecimento do Mundo Exterior ao seu e começou a desejar a sua total compreensão... Porém, algo grave aconteceu... Com seus enormes canhões de degelo, os Zarr tiravam o calor interior do planeta Zarr e lançavam-o sobre a superfície, como enormes jatos energéticos. Até aí estaria tudo bem, entretanto, o planeta Zarr era na verdade uma enorme entidade viva, aonde uma enorme parte de seu continente era na verdade uma estrutura bacteriana, o Mumio.
Niniel sabia disto e deixou tudo acontecer, pois, quando o Mumio acordou, arrebentou toda a enorme civilização Zarr, matando milhões, inclusive os líderes globais. O Serafim roxo iluminava-se com o saber de tudo aquilo, porém, foi descoberto que ele e seus apaixonados, outros Zarr, haviam deixado tudo aquilo acontecer...
Com ele estava a Serafim Oganiel, que tomou parte em providenciar peças Nyxk para construir as primeiras Naves daquele povo, chamadas de Arcas. Entretanto, Niniel se achava no direito de impedir isto e matou Oganiel, fulminando a primeira nave de fuga com seu cruzador.
Neste período, havia um geógrafo chamado Boarazarr, ele era o principal representante de uma Escola de Pensamento, o da Honra Guerreira, que dizia que apenas o ensino e paz do minoritar não era o bastante, apenas considerando que em nós existe um eterno conflito e que pelo acaso devemos viver, não apenas na busca do equilíbrio, é que este grupo formou cerca de um continente inteiro de outras cidades Zarr. A conta fora de duzentos mil Zarr que impuseram um regime ao qual Boarazarr implementou: a Cura pela Conservação da Espécie Zarr.
Amplificando seus canhões ao máximo, os Zarr atraíram Niniel e suas tropas para Minorito com a promessa de submissão da Escola de Boazarr pela rendição do próprio. O serafim roxo desceu do espaço para a enorme cidadela dourada e, enquanto tomava as honras, viu que as naves dos Zarr partiam das outras cidades, ao qual ele respondeu para que destruíssem a todas o seu Cruzador Galático.
Entretanto, da terra saíram as enormes garras e tentáculos disformes de Mumio, que chegara na massa crítica...
A própria Minorito, começou a ser devastada, os quadrúpedes Zarr morriam, e o desesperado Niniel vira que não podia lutar com tal entidade... Neste momento, a própria cidade de Minorito ascendeu, atingindo o espaço, atingindo... O Cruzador de Niniel!
Disparando seus enormes feixes de laser vermelho, a nave matou o próprio Niniel, porém, a proximidade da bactéria Mumio fez com que seus enormes tentáculos atingissem a estabilidade da nave...
Enquanto isto, Boarazarr nas poucas naves que saíam da atmosfera, ligou o último presente da Serafim Oganiel, Globos de Viagem Interdimensional (GVI, ou Gevi) que, mesmo instáveis, puderam lançar as naves no hiperespaço velozmente, escapando do que acontecia na atmosfera do planeta.
Então, o Cruzador Nyxk caiu sobre o enorme Mumio, que, já exausto de tudo aquilo, apenas emitiu um ruído na língua dos Zarr que captaram em suas naves (ou pensaram ter ouvido) algo como: - Chega! (Afuunziur!)
E enterrou-se no interior do planeta, causando um cataclisma de fogo azulado, explodindo, Zarr.

MUSIQUETA - Eyes Wide Open – Gotye 




Os dracônicos Zarr e suas Torres de Guerra

Viajaram assim por um século e meio, Boarazarr ficou preso por genocídio até a sua morte; apenas dois milhões se salvaram, dos duzentos que haviam antes. Porém, o Governo da Nave manteve a Filosofia da Honra pela Espécie e puderam sobreviver, modificando seus corpos e treinando em primazia o minoretar.
Agora, consistiam os Zarr em gigantescos dragões-serpentes com pelos e face lupina ou canídea (pela tradução dos Crisociom, repito, NT) e toda a arquitetura se converteu em formas geométricas notórias. Neste período, eles foram abordados por diversas naves Nyxk, buscando algumas justiça, outras, amizade. Os Zarr, então, transformaram-se em Piratas Espaciais e viajavam de asteróide em asteróide, de lua em lua, até encontrarem um Novo Mundo.
Muitos morreram de fome e pelas instabilidades do Gevi (os Globos de Viagem Interdimensional), pois eram muito instavéis as viagens e podiam durar vários anos, sem uma única fonte de proteína ou fibras, alimento, sequer.
Porém, no novo país, institui-se plenamente a Honra da Espécie, e pelas mãos de um Novo Senado de Tribos, os Zarr decidiram por uma Guerra contra os Serafins, que passaram a ser inimigos dos Zarr.
Sua geométrica tecnologia e seus corpos dracônicos foram úteis na construação de enormes Torres de Guerra, retangulares e retirando a energia de sistemas atômicos semelhantes aos velhos canhões de descongelamento do planeta original, um único indiovíduo controlava mais de vinte alavancas simultaneamente. Cada par de alavancas dava para um andar d’onde saíam quatro canhões com capacidade atômicas. Entretanto, esta unidade de combate era apenas para as batalhas dentro de planetas, não sendo boa para a viagem extraterrestre... Mesmo assim, com esta tecnologia, os Zarr dominaram o Novo Mundo.
Novo Mundo que era meu, dos pequeninos seres Crisociom, acho que éramos agrícolas naquela época... Os Zarr transformaram a atmosfera em um enorme massa de nuvens, a terra tornou-se úmida pelas enormes chuvas, oceanos aumentaram, nós não podíamos comer mais. Com as Torres de Guerra e nossos vulcões dominados pelos Zarr, eles nos conduziram para o grande extermínio... Nós nos tornamos o que eles eram antes, nosso planeta, antes apenas um enorme aglomerado de nossa espécie de um metro, reconheceu as estrelas... Só que rápido demais, nós deixamos de existir, governando as terras mortas do agora Novo Mundo Zarr, o chamado Minorito.
As vezes, enquanto olhava para o céu escuro de nuvens eternamente nubladas, via uma nava Zarr, uma Ouroboras (eternidade), como chamava meu clã, aprendemos com os Zarr – que não nos matavam diretamente, mas, pelas suas ações no nosso planeta – estava escrito um dos mais famosos e repetidos provérbios destes seres voadores serpeantes, se para nós existiu o Olho por Olho, para eles existe:

Honra sobre Honra, honrai seu corpo e sobre o corpo inimigo, como fonte de Memória, serás Eterno enquanto as batalhas durarem – e como para os Zarrs, a Batalha pela vida era eterna, sempre haveria a necessidade de Honrar algo.