sábado, 29 de junho de 2013

Disco da Guerra da Moda

Lib era um cara legal, usava suas roupas listradas vermelhas e uma bota gigante de explorador dos túneis femininos. Porém, Lib tinha alguns problemas: desde muito cedo, caiu numa guerra enorme entre as Toupeiras e os Garfos, na Grande Guerra de Barfínia.
Os dois se odeiam e, o jovem Lib, só queria dançar nas festas e conhecer as jovens com quem saia e esquecia de mandar bilhetes no outro dia, depois dos quentes lençóis. Então, o clamor de sua família enviou-o para o front, encarniçado front de uma guerra que não era dele, entre aquelas enormes criaturas peludas, vestidas em ternos de linho: portava dentro de si uma metralhadora Tommy Gun, mas, embaixo de toda aquela roupa e paraferno de soldado, ainda estava aquele macacão listrado vermelho, que eu achava super transado.
Um dia, caminhando entre as montanhas de enormes e grandes arbustos espinhentos, Lib sente o cheiro do perigo, só que o que bate mais é o som New Have de seu coração misturado com todos aqueles pensamentos de estar próximo da morte.
Lib leva um tiro e cai, com o pulso caindo pela pulsão de sangue saindo
Assim, Lib começou a morrer. Porém, antes de suas funções caírem por terra totalmente, ele viu uma Águia Vermelha:
-Olá, meu nome é Fidediguine!
-AIIIIIIIIIIIIIIIIIII Tô morrendo!!! – Gritou o jovem Lib, como eu também faria
-Ora, criança, eu sei disto! Hahahaahaha engraçado você!
A águia estava sentada em suas patas quando, abrindo uma asa, abriu todo o pano da dimensão que se esconde embaixo de nosso olhos:
-Tá vendo isto daqui? Posso te levar daqui e te dar uma nova vida...
-Quê??? Pra quê???? POR QUÊ??? – Pergunta o jovem Lib
-Eu sou um Barfo de grau bem alto... Sou um tipo de coisa que se alimenta destas situações... As vezes, sou cultuado, as vezes, sou perseguido, mas, no fim, todos podem vir a mim se quiserem...
-Hey... Fantasmão...                            
-Sim? – Perguntou a águia vermelha Fidediguinenene
-Quero nunca mais ter de ouvir este medo de volta, quero ouvir sempre esta batida que vem do meu coração
Fidediguine colocou seu ouvido (que era de raposa) no peito do rapaz, sorriu – ao menos, o máximo que dá pra sorrir com um bico -, disse: - Ok, vamos lá, garoto!
Com a garra direita ele pegou o rapaz e o jogou dentro daquele enorme véu... Em alguns minutos, o corpo de Lib formigava, seus ossos doeram, depois não mais... Seu sangue secou, porque ele não mais sentia ele sair do seu buraco de bala. Logo, ele sentiu como se sua visão estivesse vendo um mundo contorcido e indo, indo em forma de rodamoinho, até que... Até que...
Passei estes tempos em frente a uma loja de discos, olhei os lançamentos que estavam expostos na presunçosa vitrine colorida pelas capas. Então, mexendo no meus óculos melhor, pois sempre andava com eles sujos, observei um lançamento de uma capa em forma de alvo, colorida de listras vermelhas e brancas:
Título: O Último Pedido
Cantor: Singer Fidediguine
 Olhei bem pra aquela capa e vi que ela tinha um rapaz desenhado no meio, como uma capa Hitchcockiana: o desenho, então, piscou pra mim:
-Olá, olá, Lib! – reconheci-o
Então, olhei que todos os outros discos também me olhavam, como seu eu tivesse descoberto um segredo do que acontece... Algo que está ali, quando se ouve música, o que se deixa de ver, ou o que se vê com os ouvidos
Este mercado fonográfico, sempre me surpreendendo!

Dei um aceno para Lib e desejei que ele tivesse um bom dia, que fosse colocado na vitrola de algum outro jovem sonhador-dançarino que está por aí, com suas roupas listradas.


terça-feira, 25 de junho de 2013

Ela veio dentro da minha mochila

Ela veio dentro da minha mochila
Abri o zíper e lá estava ela
Me olhando com olhos da ressaca da noitada de ontem a noite
Olhei com pena para ela, mas, com pena também de mim mesmo
Entrei
Entrei dentro da mochila minha no meio da aula de Economia Política
Sem que economizasse qualquer efeito lisérgico desta ventura
Continuei enquanto lá dentro, entre os gigantescos materiais de lápis, borrachas e cadernos
Buscava aquele olhar de noitada, que, secretamente
Meu Id escondeu do meu Superego
Logo, me vi com a cueca na cabeça, era o Superman
Voando entre os arranha-céus de lápis, fui seguindo cada vez mais fundo naquela mochila
De repente, olhei para cima e vi que, na ponta do zíper havia uma enorme mão de deus
Sabia que, se continuasse a buscar aquele olhar nunca mais encontraria-me de volta
Em coragem me tornei, a Coragem se parece meio com uma barra de ferro quente,
Voei para mais dentro do que havia lá no interior daquela mochila
Olhei para mais fundo e vi ela
Me olhava com seus olhos
Quando estava prestes a tocá-la novamente
Como toquei com minha memória ainda viva de ontem a noite
BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEH
Tocou o sinal.
Não foi desta vez, rapaz
Não foi desta vez, moça
Que vocês venceram o tempo e espaço entre duas bocas


terça-feira, 11 de junho de 2013

dois corpos - Ode ao Abraço do Momento Eterno

Dos Corpos
Dois, que se tocam
Levemente, em potência, mas, forte mente, em sentimento
Sentindo teus dedos, tocando minhas costelas
Amassando o meu medo
Daquela noite escura e fria
Dentro de cada aperto, cada tenro feito, cada fortaleza feita
Dos dedos
Dos corpos
Dos dois que se tocam,
Naquele último
Porém eterno
Eternidade não de não mais existir
O abraço
Mas, por aquele momento
Nosso momento
Ser sempre aquele mesmo
Contido, contínuo
Abraço
Dos corpos, dois corpos
Sempre, encorporados
Nosabraço
Pra você, você mesmo!