quarta-feira, 28 de junho de 2017




Nunca comece a escrever ouvindo Oasis, você não para de escrever versos. Estas porcarias irritantes, doença maledeta da escrita, não cria nada de novo, só ponta de lança que fura coração, o otário escravo da palavra nunca dita, pois esquecida.

Desculpe.

Boa noite n1


As vezes você só consegue escrever
embrigado
Ou seja, é terrível quando se
É abstêmico
Embriaguez é de tédio
Ou é tediosa a embriaguez de escrever
Da escrita

Espada de dois gumes
As palavras cortam o teclado
Como cortam a sua cabeça
Pelo agir e mover dos teus olhos, moça
Moço
Calma na leitura, poesia é curta
Mas, é calma

Só funciona
Com lentidão da memória
E aí ela vem
E corta
Zup
Acabou a ideia
"-Boa noite, vou dormir"
Ela me disse
E fiquei sem ela
Minha poesia
Da palavra nunca dita
Naquela esquina

Fragmento n2

"Você temeu a vida inteira
Olhar dentro do espelho
E te encontrar de novo"

Fragmento n3

"Aquela moça que você conheceu
Numa pequena paisagem noturna
Não representa vida alguma
Apenas a lembrança que vem
Quando olho pela janela do ônibus
Toda vez que vem aquela memória
A dor é aquilo que foge o poeta
Ela engana realmente
É o único ser que vem junto com a vida
Talvez de alegrias
Talvez de algumas poucas carícias
Talvez de muitos ensinamentos não-prestados de atenção
Mas, estou ali
Eu, minha dor, minha memória
Minha vida.
Te tirem tudo, não pode escapar do que é
Não pode fugir da tua sombra assim como de tua história
Gasset disse: eu e minhas circunstância
Digo algo como: aquilo que tu vê
No canto do olho
Do espelho
É você espiando sua própria estória
No futuro
O que conta pra ele?"
(Emil Hadaward)

Fragmento n1

"sou uma coleção de destinos fragmentados
dentro de um fragmento de gente
sem rota definida
calamitando pelas campinas de uma cidade desolada
de milhões de pessoas
nada mais existe dentro daquilo que me fortalece
apenas aquilo que constitui
o ser e o nada
dos caminhos sem mapa
que são a vida do último humano na Face da Terra
da minha Terra
dos garotos perdidos"
(Emil Hadaward)

sábado, 17 de junho de 2017

"Uma vez me perguntaram qual seria uma forma que Inferno que realmente atormentaria, respondi:
-Seria exatamente o mesmo mundo, igual, com a vida, sonhos e fraquezas, porém, ninguém poderia esconder os pensamentos um dos outros. Poderíamos ver dos outros, tudo, absolutamente tudo, assim como nós também seríamos visíveis. Isto, meu caro, seria uma ótima forma de tomento, o Eu exposto é o fim do Eu." (Emil Hadaward)

domingo, 4 de junho de 2017

Você não precisa de um Espelho Negro
Para ver
Sua Mediocridade
É ser
Só ser

Aniversário 2017

Hoje completo 25 anos
Um quarto de século
Uma vida de parábola
Uma volta de Saturno no Sol
Um poema de Camões preso


Hoje completo um quarto de vida
Sem nunca roubar aquele beijo
Sem nunca viver mais de uma vez
Um desejo
Sem dedicar naquilo que já não creio
Sem dar uma volta naquele
Quarteirão desconhecido


Parece-me ruim a ideia disto
?
Das incompletudes de ser
Mas, será que podemos nos completar
Um dia?
Ou a vida seria, misteriosamente,
Realizações de quartos?


Abraços, poemas, beijos. desejos, sistemas, canções, textos, imagens e palavrões]
Na incompletude destas algumas
Vidas in/completas
(25/5/2017)