sábado, 27 de julho de 2019

Indomável, Louça Chinesa, Vigia no peito

Indomável, presença
Daquilo que não mais nomeias
Das tempestades, em cadeia
Nacional de ser tudo, mas
Mais um pouco
Mesmo limitado, mesmo não original
Indomável, na honestidade
Fortaleça na crença
Faça você mesmo, lute
Contra todo o demônio dentro de si
Escapatória não há
Mas, sempre uma mão maior, fundamento
Te firmará os pés pra suportar o próximo soco
Sem que porém, jogue a toalha

Indomável
Indomesticável
Se proste à Verdade, deixe de ser escravo de muitos senhores
Indomine-se
Indenomine-se,
Nas épocas de Trevas
é que podemos ver as estrelas
E nos fazem valer, as lanternas

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Louça Chinesa:

Um poema não pode ser engasgado
Se te faz ouvires calado
aquilo que esconde
nem o maior dos pecados
de um coração partido
por nosso próprio punho
tento, em vão, colar os pedaços
daquela louça chinesa
Que caiu da antiga mesa
de nossa velha casa
não tendo mais lar, nem louça
fiz uma barraca, no quintal
busquei fazer de Babel estas linhas

Perseguindo o céu, com poemas
tornei a fechar minha voz
à tagarelice do mundo
que oferece abraço, porém de serpente
que dá o beijo, porém na face da busca dos centuriões
que dá meu ouro, já apenas meu...
Nunca nada mais

E nestas minguadas fortunas que não tenho amores que nunca senti
palavras que perdem o verso
a pedra que afunda no lago
daquele velho quintal
sou eu
afunda ao fim.

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A ponta travada do peito a garganta
Emudece-me na parede

Como um quadro de uma casa velha

Que é meu coração às terças

Mas, sempre às quintas
Prolongam às quartas
Mas, vigia
Vigia o pátio do meu peito
Um tritrinar afônico
Tritura a minha voz
Meu próprio, eu
Já nem sei muitas vezes se estou aqui
Ou nas paredes
Inanimado, quadro velho
Que se esqueceu de ser visto
Mas, de prego vacilante
Torto é seu esquadro
Na casa velha em que vive 'sta min'alma