quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Menina Coelho 3 - Ab alio expectes quod alteri feceris


Cápitulo 3 - Ab alio expectes, quod alteri feceris

 -Eu voltei. –Disse César
-Então, está aqui, para terminarmos com isto.
-Sim, estou... Amigo Saudade... Estou acabado... O que vivi nesta viagem...
-Eu sei, a luta com os Serafins me destruiu, me fez perder meu sonho, minha agora Violeta
-O que fazer agora, os Serafins estão comigo...
-Eu lhe falei do meu genro, Tomas... Não?
-Sim
-Ele é a única coisa que pode mata o mestre do Castelo Hospital, o Poderoso...
-Mas, como assim? E os Serafins?! Tudo que passei... Foi, por nada?
-Não, meu amigo César... Eu não poderei vencer sem os dois... Pois, Tomas faz parte de minha filha, assim como ela faz parte de mim...
-O que acontece agora?
... E no silêncio, o pássaro ouviu o que devia fazer. Ele fizera um trato, e agora terminaria seus dias:
 Tomou a última lágrima.
 ...
 Nas portas do enorme Hospital viu surgir o Poderoso... Ao seu lado direito, a Enfermeira, no esquerdo, a Filha. Ele olhava um pássaro que estava ali há semanas e sumiu por meses... Porém, voltou há alguns dias e agora estava ali... Ele viu nos olhos dele e achou estranho...
-Quem é você? – Perguntou o Poderoso
-Eu, eu sou ele!
 Então, o Médico temeu, como nunca em sua vida... O pássaro falou e depois se transformou eu um homem de olhos distantes... E a Filha gritou:
-Pai?!!!! – Então, algo doeu nela e ela desmaiou...
-... – O Médico viu aquilo e não acreditava... Aquela imagem nas fotos de sua  falecida esposa, ao qual ela disse que era um Ser Maior que ele e que o fez desejar a morte de tudo que havia nisto, pois, apenas um poderia ser Grande: Ele mesmo. Levantou os braços e deu um tapa na enfermeira:
-Chama nossos filhos!
 Ela, com maquiagem borrada, foi chamando cada um dos números do alfabeto, aos quais foram saindo das portas do prédio branco uma enorme número de soldados de negro, com metralhadoras...
-Você! Pai desta fêmea pequena ao qual ainda não consegui que tenha uma cria minha, qual é teu desejo?! Como quer morrer para o Maior de todos?!
-Meu desejo? –Sorriu o homem profundo – Violeta... Ela vai sonhar novamente, mesmo que tenha de acabar com todo este mundo! E com eles acabarei!
 E apontando para o chão, tudo tremeu...
 Do Leste apareceu alguém, era Cimitarra, com um exército de pessoas com roupas e flores nos cabelos. Junto dele, do Nordeste, veio o Caído, com raposas munidas de dardos e bestas... Então, houve um lançar de armas e tiros.
 E na chuva de morte, o pássaro pegou a deslocada Violeta e correu com ela, correu e correu, enquanto a chuva caíra e explodia em ventos de fogo.
 -Não, volta com minha fêmea e cria! – E lançou o médico para cima dos dois, com grande tamanho eram seus passos, porém, segurado por Cimitarra foi... Que o golpeava e tentava impedí-lo de caminhar e pegar Violeta
 Nisto, a Enfermeira, pegou uma pistola e em uma nuvem que a escondia, atirou nas costas do pássaro... Ele ainda correu mais um pouco, com Violeta nos braços, entrando em uma casa abandonada...
-Estou... Estou...
-Quem... –Disse olhando com olhos verdes a moça – Quem é você?
-Velha amiga... Sou eu, aquele que caiu pela sua história, aquele que veio te salvar... Mas, que você não conhece assim... Sou eu, apenas eu... – Eu uma lágrima caiu da face daquele ser... E ele voltou a ser o que era
-César... – Então, então ela acordou e viu
 Virou-se para a porta e lá estava a Amante Enfermeira, ela apontou a arma para ela, mas, Violeta não temeu... Minha filha não temeu mais. Ela gritou e logo muitos dardos acertaram o corpo da mulher que deixava-a dopada,  ao qual virou uma massa de açúcar podre e morto...
 -É hora... É hora de César ser o que és!
 Então, a Filha saiu e viu o caos da batalha, viu quando Cimitarra teve suas asas coloridas e braços arrancados... O Serafim Caído o tirou dali e tentou acertar o Poderoso com um tiro, mas, apenas o deteve... Ele crescia, ele crescia...
  Violeta olhava tudo aquilo... Olhou César morto em um canto, temeu por tudo... E o Médico crescia, sua face ficava mais medonha... Então, a moça ferida por tudo, olhou para o lado e ali esta um ser de armadura negra e capa branca, orelhas de coelho e cabelo ruivo:
 -Olá!
-Olá?
-Eu acabei com seu pai anos atrás... Mas, eu sei como parar com tudo isto!
-Quem é você?
-Meu nome?... Eu sou apenas alguém... Alguém, Silêncio...
 Violeta não mais entendia... Mas, eu sim... Logo, o Exército de Filhos do Poderoso estava vencendo e cercando tudo com suas balas... Porém, o Serafim Mudo levantou seu braço e do ar se fez um elmo negro, ao colocá-lo, disse para Violeta:
 -Nós apenas podemos destruir o corpo físico do Médico Monstro, apenas você, apenas Violeta pode ter a beleza de matar seu poder... E a maior beleza que tens está em algo que teu pai te deu! Há anos! Lembra dele! César, o Pássaro Guerreiro descobriu qual era... E agora você, jovem futura rainha de sua vida, deve se lembrar!
 E o Serafim abriu as asas mais brilhantes de celofane de todas, e voou, em direção ao monstro... Levantou teu braço e nele disse:
 -Avante! VINGANÇA DOS FUTUROS!
 E de toda a parte de suas asas caíram maçãs, e das maçãs explodiram crianças... E as crianças voavam e caregavam mais maçãs...  Em todo o soldado elas caíram, e pelo corpo do enorme Médico elas agarraram e seguraram... O Gigante Poderoso Padrasto caíra, e ele temeu aquilo:
 -Quem é você?!
-Eu? Eu trago algo que a tudo caí... Eu sou o Silêncio de todo o poder... E cada criança aqui é um de seus filhos, alguém que você prendeu sobre a égide da sina!
 E Violeta viu o medo daquele homem que havia feito aquilo com ela... E, lembrou da morte de César... Então, ela caiu e lembrou-se do Pai:
-Veja, filha... –Disse ele para ela – este é seu amigo, este é Tomas!
Então, lembrou do segredo que seu pai lhe deu: um amigo para todas as horas, um amigo que havia sido seu marido até... A lembrança foi crescendo até que ela, Violeta, olhou para o lado e viu um rapaz de gravata e terno... Ele disse:
-Há muito tempo gostaria que você voltasse, pequena Violeta de meus dias...
-Tomas?
-Sim... Apenas um pequeno amigo imaginário... Apenas algo que seu pai fez para você e por isto morreu...
-Desgraçado!!!!!!!!!! –Libertou-se o Poderoso e olhou, gigante, para o pequeno rapaz, que recitou:
“Um a Lágrima virou Rufião
Outra, Alice
Outra, Bigodudo Professor
Da penúltima, virou um Serafim
E na última, tornou-se o Pai Silenciado
De uma letra virou Mapa
Da segunda, virou Saber sobre a City Apple
E na última, o medo do Desejo
E da Maçã virou futuro...
E eu sou a Esperança!”
 E tocou as mãos de Violeta, e ela soube que por um momento, lá atrás, lá no começo da história, ela foi feliz...
 Ouvi então um estalado, e havia um buraco lá, no Cemitério.
 O Poderoso parou, ele olhou e aquele não era mais o Pássaro na forma do Pai, mas, o verdadeiro Pai... Tomas se transformou em Pai... O Amigo Imaginário que nunca deixou a mente da menina estava de volta!
 -Olá e adeus, filha! Com um sopro se vai um sonho, com um acordar você volta e estará tudo bem... Seu pai sempre estará aqui...
 Sobre os olhos de pavor, o Poderoso ajoelhou e o Fantasma Pai com soco lhe explodiu a cabeça, o sangue jorra! Sangue que apaga tudo!
 Tudo acaba, tudo acaba... Menos o que sonhamos um dia!
 Então, Cimitarra, Caído, Mudo, as crianças-maçãs, as raposas arqueiras, as pessoas flores, o Hospital, City Apple, os Campos, Alice, César, Tomas, o Padrasto, a Mãe, o Pai...
 Tudo se apaga.
 E... Quando acordei, o silêncio não mais havia...
Apenas um olho aberto e sonolento
Apenas um sonho da menina
Menina Violeta
?

domingo, 18 de novembro de 2012

Menina Coelha 3 - Ab ungibus leo


...

Dois em um pequeno carro preto: Alice e César. Lá se abria a enorme City Apple, com seus vinte milhões de habitantes, era tão enorme que as pessoas viviam em prédios em cima de prédios, formando enormes Teias Residenciais. Vendidas pelo trabalho por doze anos na Grande Empresa, única firma que funcionava e dava certo naquele mundo...
 Os dois seres eram menores do que tudo naquele mundo, eles não conseguiam achar nada ali... Não havia um rastro do Serafim, que diziam estar com o nome de Caído. Procuram por pensões e templos, bancas de revista e puteiros, mas, nada... Nos pequenos becos, apenas pequenas garrafas de vodca e palavras e russo-mandarim, indecifráveis para eles... Os dois aventureiros...
 Então, eles resolveram comer em um fast-food e viram, embaixo do copo de refrigerante de Cola de Alice, um pequeno papel:
-Socorro! – Lá estava escrito. E olhando para o lado, viram um senhor cinza, sentado em uma cadeira, magro e tomando a 4ª xícara de café...
 César então saiu do ombro de Alice voou para atrás de uma placa, aonde tomou uma lágrima e tornou-se o professor Elias, que reprovou o Pai de Violeta no último ano do Ensino Médio, velho bigodudo e alto, agora César sabia de vários cálculos matemáticos... Mas, isto não era importante, já que seus passos não deviam levar-lhe para isto. Foi andando e tocou no ombro do magro ser cinza:
-Saia, tenho de trabalhar! –Disse ele, com voz que sumia. Sua mão, porém, pegou na de César e escreveu:
-Socorro! Eu preciso de ajuda!
 Mas, o homem cinza desviou dos olhos do bigodudo César e saiu do fast-food, levando o hambúrguer para comer no trabalho. Alice seguiu seu colega enquanto eles perseguiam o cinzento até um enorme prédio, lá dentro, eles conseguiram ir apenas até as portas do elevador, pois,  seguranças com máscaras de raposa e arco-flechas os deteriam:
-Aqui é lar das Firma Grande Empresa, apenas funcionários podem passar... Ordem do nosso presidente!
  Alice e César ficaram em um banco de concreto no lado de fora, vendo o movimento da empresa, que parecia não ter funcionários, já que ninguém entrava lá... Então, César pegou uma Letra ao qual ele poderia perguntar qualquer coisa e pensou no que dizer... Alice, “afobada”, se antecipou e disse:
-Quem é o mestre de tudo aqui e aonde ele está?
-Alice! –Disse César- Agora perdemos mais uma pergunta!!!
-Olha! Eu posso ver o que é de cada Eu! Sei o que há dentro daquele homem cinza que vimos... Espere e veja o que a Letra dirá!
 Então, a Letra disse que o mestre de todo aquele mundo era um ser cinzento, que havia Caído pois se perdera dentro dos dias, dentro das tarefas de sempre... Ele se tornou um mero Ser-do-Sempre-o Mesmo. Para cada dia que ele tomava para si, foi criando uma raposa, que protegia o seu castelo, a Grande Firma. Que na frente dos dois estava!
 César amou por alguns segundos o fato de ter salvado Alice, e sua esperteza e personalidade. Mas, era calculista agora, já estava pensando em como entrar... Então, teve uma ideia! Com uma lata de refrigerante ele fez um focinho para Alice, que tinha cabelos vermelhos e orelhas, ao qual ainda pôs amarrada uma vassoura. Para César, uma calculadora e pastas...
 Foram rumando até as portas dos elevadores, quando o guarda parou-os, disse César:
-Sou o Contador
-Contador, o que é isto?! –Perguntou uma raposa
-É aquilo que conta, oras... Toda a Firma precisa de um! – E as raposas se olharam
-Olhe –disse Alice – ele está comigo, posso garantir que ele não fará nada! Sou uma de vocês!
-Você? Quem é você? Quinta-feira dia 20 de dezembro de 1982, conhece esta daqui? –Perguntou a raposa a outra
-Não, Segunda-feira dia 4 de outubro de 1973, não sei quem é...
-Oras! Eu sou... Bem, eu sou... Sou Sexta-feira dia 1º de maio de 1994! Dia do Trabalho!
 As duas raposas se olharam e pareceram respeitar aquela raposa mais que eles, pois, “era uma nobre” e, com uma referência, deixaram eles passarem e apertarem os botões:
-Mas, espera! –Disse uma delas, - Isto não foi Sexta, foi numa Quarta! INTRUSOS! – E as raposas pegaram seus arcos e bestas, nisto, os dois aventureiros entraram no elevador e apertaram o andar 11
-Por que 11, César?!!!
-Por que é um número repetido, parece uma rotina, não?
E lá foram os dois, enquanto as raposas foram pelas escadas, pois não sabiam largar as armas e apertar botões ao mesmo tempo.
 Foram ao 11º, nada. Foram ao 22º, apenas um enorme escritório de biombos vazios... Então, apertaram mais uma vez e no 33º abriram as portas e estavam já com patas de raposas – elas tinham 4 patas, sobem 4 vezes mais rápido!!!
 No 44º, os dois saíram e deram de cara com uma sessão só de scanners e calculadoras... Quando estavam quase desistindo de correr entre os corredores, viram em um do canto ele: o Serafim Caído... Ele tirava xerox de um memorando, um mesmo memorando... Mesma página de uma mesma história.
-Hey, você!!! –Gritou Alice em seu ouvido
-Hey, o quê? – Se assustou o homem cinza, tanto que até ganhou cor...
-Vamos sair daqui!! – Gritava Alice com ele, enquanto César o olhava...
-O quÊ?!!! Não!! Tenho trabalho a fazer!!! – E o homem cinza ficava cada vez mais colorido...
-Pare, Alice –Disse o pássaro – Olhe ele, está assustado... Está...
-Hã? – E a jovem coelha-moça percebeu, as cores do serafim voltavam, enquanto ele se assustava cada vez mais...
-Se a rotina dele criou tudo isto... –Disse César- Para cada susto na vida, há uma resposta de fortaleza e colorido dele!
-Mas, com  o que podemos assustá-lo mais?!! – Perguntou Alice
-... – Calculou o pássaro, enquanto o serafim caído ficava agachado, assustado, ao lado de uma copiadora – Já sei!
 Então, abriu-se as portas das escadarias e vieram as raposas, Alice, pegou uma cadeira e golpeava uma, tentando detê-las, mas, logo, vieram flechas e uma acertou o Serafim... Neste momento, César agarrou-o pelos cabelos e bateu seu cara na luz da copiadora, tirou uma folha e mostrou para o Caído...
 Ele olhou, ele estava com dor e vendo a si mesmo... Então, tudo se desequilibrou e o chão se tornou líquido!
 Todos afundaram e só acordaram no alto de um prédio:
 César olhou para um enorme ser masculino com peruca loira e vestido de bolinhas, ele carregava uma escopeta numa mão e uma espada na outra, fixava seu olhar no topo de outros mil prédios. O pássaro acordou Alice e disse:
-É ele?! Será ele?
-Sim, sou eu, pequeno aventureiro... Pelo seu ato, todos os meus exércitos serão teus... Mas, terei de derrotá-los primeiro!!! – Ele, o enorme ser andrógeno, golpeou uma série de dardos voadores e os transformou em cinzas... – Salvarei vocês simplesmente porque me ofereceram algo que ninguém jamais me dera: um momento de alívio e lazer, um pequeno suspiro, uma pequena lembrança boa, até, queridos!
 E atônitos, os dois foram assoprados pelo Serafim. Porém, antes deles serem levando pelo vento, ele os advertiu:
-Cuidado! Na última Ilha existe o mais mortal de todos nós, com ele, apenas um pode atravessar o buraco de agulha que é seu coração... E, jamais, jamais, olhem em seus olhos, pois todos que tem vida neles quando os verem são roubados!
 E os ventos levaram os dois, já César era um pássaro e Alice o segurara contra o peito, enquanto viam o grande Serafim Caído lutando com seus dias da rotina, em batalha furiosa. Foram para o Norte, última ilha para salvarem Violeta do Hospital, a Los Petras.
...
Era árida, apenas cerrado de baixas árvores... Duas horas andando e já chegaram na costa da pequena ilha de Los Petras. Um enorme conjunto de pequenas árvores secas e tortas, com construções devastadas. No centro, uma Monólito.
-César... –Disse Alice – Você disse que o último Serafim era o Mudo... Será que ele?
 O pássaro olhou quieto... Ele via aquele estranho monumento, sabia que algo estava ali... Mas, um pensamento maior o incomodava:
-Alice... Eu te amo...
-O quê? Mas, você não tem sua família? César?!! – Então... A moça-coelho viu César tomar uma lágrima e se transformar em Cimitarra, ao qual ele disse:
-Sei que você amou este homem-deus, pois ele te deu vida... Mas, fui eu, Alice, fui eu!!!  -Então, César agarrou Alice para beijá-la, e ela bateu eu seu estômago e correu para perto de algumas árvores... Nisto, vei um pensamento que a incomodou:
-Este maldito... Ele me matou! Ele me deixou ser devorada por aquele monstro-dentes-de-sabre! – Alice olhou para o lado e havia uma faca, ao seu lado, uma peça de xadrez que ela nem notou: um peão.
 A coelha-moça pegou a faca e escondeu sob o vestido de flores azuis... Chegou perto do obcecado e babante César, que a agarrou.
 Logo, ele a deitou na relva dourada, mas, mais logo, um filete de sangue caiu sobre a terra e um berro de César. Ao lado de Alice, ele gemia, parecia assustado com algo que via:
 -Adeus! – A coelha iria matá-lo, porém, olhou bem em seus olhos... E o viu.
 Girou a mão e rodou para trás, neste momento, um vento se deu e o véu escuro da névoa se tornou ele, o Último Serafim. Em silêncio, o ser era pálido e seus olhos vazios... Alice não olhou para eles, lembrou do conselho do Caído, vi-o pelo reflexo da adaga...
 O Ser mudo, então, olhou para o chão e a menina-coelha também, lá estava um tabuleiro de xadrez, com peças... O tabuleiro se estendia pela relva... Se estendia por tudo!
 O Serafim pegou duas peças e as jogou para longe, César e Alice foram lançados para o outro lado da Ilha... Que eram pequena, como a chance deles de ficarem vivos...
 A coelha então abriu um buraco e os dois se esconderam... Ela tentava fazer uma tala para o braço cortado de César:
-Alice... Descobir algo... –Falava enquanto gemia – O Pai de Violeta... Ele... Ele... Esta lembrança é de sua morte, quando os Serafins o levaram... Eu sei por que...
 -Hã?
-Ele... Ele por uma vez fez algo perigoso, ele teve um sonho! E os serafins não puderam mais matar os anjos... Não puderam governar o mundo... Pois, com um sonho, o Pai seria o mestre deles, pois, barganharia com cada um...
-Mas, ele morreu por quê? Não tem sentido! –Gritou Alice
-Por que a vida não é feita de sonhos... Eu vejo isto agora... Ela é feita... Por nossas mãos!! – E César viu que tinha o poder de um Serafim, e se curou do corte, disse ainda:
-Alice, busca o que é este ser... Quem é o mudo!
 A moça-coelho olhou para o papel em que estava escrita a última letra... Pensou e perguntou:
- César quis me amar, eu quis matá-lo, o Serafim Mudo é aquele que está com nossos desejos mais profundos e secretos... Mas, qual é o dele, o que ele quer e ninguém sabe?!
 O papel lhe respondeu... Ao pé do ouvido
 Neste hora, abriu-se todo o chão e apareceu o Serafim, com dois pequenos peões...
-Eu lutarei com ele!!! – Gritou César, cheio de si.
-Não há como lutar com nossos desejos mais profundos... Amigo... –Disse Alice, e nisto, olhou para o fundo dos olhos do Serafim...
-Olhe para mim, vil criatura muda!
E ele olhou
-Eu te ofereço algo que você quer, mas, que esconde em segredo para sim mesmo... Eu te ofereço, uma nova chance!!! Uma vida mortal!
-... –A criatura muda olhou Alice... Sem palavras, ou melhor, se movimentos ou pensamentos, algo dentro daquele manto de neblina bateu: um coração de metal voltou a bombear. E uma lágrima desceu do rosto do Serafim...
-Alice! –Disse César, voltando a ser pássaro –Você?!
-Apenas um deve terminar esta viagem, meu amigo César... Vá, vá e termine com isto... – E debaixo do vestido, Alice, a menina-coelho, retirou a maçã-de-vento, ela mordiscou um pedaço e derrubou o resto, que caiu na terra e afundou.
 Seu corpo de moça expandiu até virar uma gigantesca bola de carne... Então, o Serafim puxou com um vento e, César ainda teve tempo de se agarrar na mão da moça, que apenas uma lágrima derramou...
A Neblina a engoliu e, depois, explodiu...
Todo o ar nebuloso de Los Petras saiu, revelou-se o sol e do sol acordaram brotos...
 -Olá, Guerreiro César!
 O pássaro acordou feliz, pois era a voz de Alice, porém, não era mais ela. Apenas com sua face e orelhas, estava mais alta e com uma couraça de armadura negra, sobre capa branca, não, não era mais ela:
-Sim, sou eu, o Serafim Mudo... Você me conquistou, derrotou-me, mesmo que não tenha sido você...
-Então, Alice...
-Ela está bem, ela será eu e será imortal, como eu sou... Agora que meu vício foi morto, farei com servidão o que me pedires... Sei quem és e a quem serve...
-Sabes? –Disse o pássaro, chorando por dentro pelo que ouvia, ainda confuso
-Sim... Um Pai que uma vez teve um Sonho... Ao qual está cada vez mais difícil ter hoje... E o seu sonho está em sua filha, está lá... Não deixarei que nada aconteça a isto... Apesar de ter matado ele há anos atrás, quando com engrenagens ele fez este sonho...
-Por quê?
-Oras, agora eu tenho uma nova chance... Só precisava disto... Só precisava de... Alice – E ele sorriu com o sorriso dela, que não estava mais ali – Agora, vá, eu cultivarei aquela maçã e logo terei milhares de novas chances... Mas, primeiro, você tem de ir ver seu mestre... Vá, vá e faça você mesmo!
 E o Serafim estalou os dedos, e tudo não passou de uma tela de pintura: o Pássaro César estava novamente lá, aonde tudo começou, lá: entre lápides, viu aquela de seu mestre... Aonde apenas estava escrito:
Saudades. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Menina Coelha 2 - Ab ungibus leo


Cápitulo 2 – Ab ungibus leo


 Um pequeno vento o levou para o Leste, enquanto caminhava para lá, com suas asas a bater, César levava consigo três pequenas armas que lhe dei para derrotar os serafins: cinco lágrimas, três letras e uma maçã-de-vento. Com as lágrimas, ele poderia tomar a forma de pessoas que conheci na minha vida, com as letras, ele poderia saber de três segredos, com a maçã, poderia fazer uma bomba que expandia tudo até os confins do, fazendo com que quem a comesse se transformasse em luz e pó.
 Com a primeira letra, César fez com que uma montanha lhe desse um mapa de onde estavam os três serafins. A velha montanha de arenito lhe deu, chorando em sua poeira:
 Três ilhas, a primeira, a Ilha de Campo, estava o Gigante Cimitarra, na segunda, a Enorme City Apple, o Serafim Caído, na terceira. Ilha de Las Petras, o Serafim Mudo.
 Lá foi César, caminhando por uma corrente de vento até a primeira Ilha, à Leste. Lá estava um enorme descampado, aonde não havia nada mais que cabanas e pessoas com fazendas de coelhos. No meio de um enorme vale, lá estava a casa de Cimitarra, seu nome era Centro do Mundo.
Enorme e vil criatura, era um Smilodon, felino de dentes-de-sabre. Comendo em um enorme prato três coelhos, que ainda vivos, grunhiam e mexiam seus narizinhos  César apenas olhava a criatura, que antes era um serafim, mas, ao comer um coelho depois de matá-lo sem querer, foi tomando forma monstruosa, até se tornar um monstro pré-histórico... Este monstro deu um nome de arma a si mesmo, Cimitarra. Era o Governador da Ilha do Campo, ao qual julgava todos se eram dignos ou não de viverem...
 César questionou a um aldeão o por quê de subjugarem-se a tal criatura, e ele lhe respondeu:
-Há anos nós somos assim, nós só somos nós porque temos a coletividade... E Cimitarra nos deixa assim, juntos, subjugados à Ele, nós somos felizes, pois não precisamos de nós mesmos... Não precisamos de Alice.
E César descobriu quem era Alice: um menina-coelho de cabelos vermelhos, vivia no Centro do Mundo, no castelo estava, lá, numa jaula, atrás de Cimitarra... Ela era bruxa poderosa, mas, sem memória passada... Sabia aonde estava a personalidade de cada pessoa da ilha, só que não lembrava... Não lembrava nem aonde estava a de Cimitarra, a antiga Verve de Serafim dele...
 O pequeno sabiá sabia que deveria salvar Alice e não matar o gigantesco Smilodon, pois era contra a violência... Mesmo isto indo contra as ordens do Pai de Violeta, Saudade. Então, César foi com suas pequenas asas e a bolsa aonde escondia suas armas, logo, pôs uma lágrima em seus olhos e se disfarçou de Rufião, o menino que bateu no Pai quando ele era pequeno.
Com forma bruta, passando por soldado, César chegou até um enorme salão, cheio de escudos, daqueles que tentaram matar Cimitarra em tempos antigos. O pássaro pegou um deles e uma lança e foi ver o ser governante, que estava comendo sem parar os coelhinhos.
-NÃO TRAZ AQUI VIOLÊNCIA, SOU O REI DELA, DE NADA VALE ISTO – Veio uma voz das paredes, ao qual César temeu por sua vida... Ele não fora avisado, mas, todo o serafim tem mil olhos em todas as direções... Se tentasse ir por qualquer lado, em qualquer lado um atacante morreria, já que estes seres eram os aqueles que matavam anjos.
 A gigantes criatura se virou, e César apenas viu que em sua calda havia uma jaulinha, e nela, Alice estava. O pássaro em sua forma de Rufião lançou a arma e abriu a cela, de onde a menina-coelho caiu, e os dois correram, e a criatura correu atrás, destruindo toda a mobília do salão
 Atrás de um enorme par de chinelos, o pássaro ouviu da moça:
-Obrigado ser desconhecido... Em séculos apenas mortos vinham aqui... Te agradeço com um beijo, te amo agora! – E a menina-coelho beijou a face de César, que olhou-a bem... Sabia que aquilo era errado... Aquela ideia que tivera...
 Os chinelos foram jogados para o lado e lá estava ele: Cimitarra, enorme e furioso.
 -Antes de me matar, você pode me dizer se come coelhos? –Perguntou César
-COMO! CRIATURA RATAZANA! POIS, SUA CARNE É MACIA E ME LEMBRA ALGO!
-Eu sei o quê!
-O QUÊ?
 E César agarrou Alice pelas orelhas e a jogou nas presas do enorme Smilodon:
 Ele a destroçou e se alimentou dela.
E depois, muita luz.  Os olhos da criatura se abriram em duas pérolas negras... Ela ajoelhou e das costas arrancou-se um homem de barba e vestimenta militar...
- O QUE... O QUE HOUVE...?!!! –Perguntou o homem
-Você estava com uma coisa importante, Cimitarra, você estava sem você mesmo! –Disse o pássaro –Apenas Alice poderia te dar isto, já que diziam que ela era a Personalidade de todos... Mas, -chorou o pequeno ser, já voltando a ser pássaro na forma – uma rosa morreu hoje...
 O serafim olhou aquilo e disse, com olhos pesados:
-SER... VOCÊ ME LIBERTOU, TE DEVO A MINHA VIDA EM SERVIDÃO QUANDO PRECISAR, PORÉM, ESTA MENINA TAMBÉM PRECISA SER AJUDADA!
-Ela está quieta agora, silêncio de morte! Nada podemos fazer e há de ter!
-ERRADO ESTÁ... SE TUA LÁGRIMA QUE USOU PARA SE TRANSFORMAR EM HOMEM PODE MUDAR A FORMA DE UM PÁSSARO PARA UMA LEMBRANÇA VIVA, TAMBÉM PODE MUDAR UM MORTO PARA O MESMO
-Mas... Ela... Não durará nada!
-A ISTO DEIXE COMIGO... –Disse o serafim
 E César derramou a lágrima nos restos destroçados de Alice, a menina-coelho renasceu na forma do primeiro amor adolescente do Pai, só que com cabelos ruivos vivos e as orelhas do pequeno roedor branquinho...
 -Mas, o que há aqui?!!  -Perguntou Alice.
-UMA NOVA VIDA E UM AGRADECIMENTO – Disse o Serafim, dando-lhe um beijo na boca da moça, seus olhos tornaram-se pedra topázio – AGORA, NÃO ESQUECERÁ MAIS DE NADA... EU TE MATEI UMA VEZ, NÃO FOI ESTE PÁSSARO... TU DEVES SERVI LO ATÉ QUE EU PAGUE A DÍVIDA COM ELE, EM TROCA, COM ESTE BEIJO, VOCÊ TERÁ A MEMÓRIA E LEMBRARÁ DE TUDO QUE VIVERES A PARTIR DE HOJE... ADEUS, ALICE...
 E a moça-coelho, atônita, se afastou e viu o serafim abrir enormes asas de celofane, voando e explodindo o teto do salão. César segurou-a pela sua mão e lhe disse:
-Agora temos de ir, tenho uma missão, moça dos olhos de topázio...
-Mas, as pessoas daqui... De meu mundo...
-Sem Cimitarra para segurar suas personalidades, elas florescerão – sorriu César.
 Os dois voaram em direção Nordeste, para a Ilha City Apple e, enquanto voavam, as flores brotavam das cabeças das pessoas da Ilha de Campos. Logo, os aqueles campos floresceram  logo, ideias nasceram... E os eus deles voltaram a ser eus. Alice agora olhava todos com alegria, pois, esta era a primeira memória boa que tivera em anos
...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Menina Coelha - Memento mori






Capítulo 1 - Memento mori
 Eu me casei aos 5 anos, disse minha filha, enquanto eu a ouvia, em silêncio. Seu marido tinha 16 já e estava num colégio do Céu, próximo aos anjos, que tinha asas multicoloridas de papel celofane. O nome de meu genro era Tomas, eu o amava como um filho, mesmo ele sendo apenas: um sonho. Sonho de minha filha
 Enquanto ela caminhava, caiu em pequenos espinhos – me disse no outro dia – o Tomas estava longe e não a protegeu, ele era seu amigo imaginário e havia abandonado minha filha... Não acreditava mais no amor, nem ela nem ele, não acreditavam mais em nada... Eu ouvia em silêncio enquanto ela contava que quando pisou no primeiro ramo de espinhos, o mais um veio até sua perna e se amarrou nele, indo e subindo, ia caminhando por sua perna e a prendia.... Os ramos foram até suas partes secretas e com 13 anos, minha filha sangrou pela primeira vez... Seu amigo e marido Tomas estava longe, eu supunha que ele havia sido levando pelos Asas de Todas As Cores, como eu, anos atrás, no mesmo ano de quando ela se casou.
 O sangue de suas perninhas fez com que minha antiga rainha, Felícia, que podia se transformar em uma gata ( eu usava isto para conquistar corações de metal, bombas hidráulicas de sangue, como o meu, por aí), a trancasse em um Hospital. Porém, a menina esperava sair dali o quanto antes... Fraca, mas, confiante, continuava a me contar as coisas, por meio de cartinhas enviadas por passarinhos... César era o mais fiel deles, quase um amante dela... Aquele pequeno bem-te-vi era minha única comunicação com minha filha, que me contava coisas mais atrozes a cada pequeno bilhetinho escrito com ponta de cateter:
 O nome dele era desconhecido, ele era um Padrasto. Não era como o meu, avô de minha filha, que nos criou com amor que seus filhos que não teve. Ele era estranho... Médico de Felícia, tentava sempre arrumar seu nariz, orelha e boca, pois isto desagradava a minha ex, sempre mexendo, tentava cada vez mais deixá-la como ele: seu nariz ela pontiagudo, suas orelhas, em cima da cabeça, seus olhos, esbugalhados e vermelhos pela cólera, me davam uma mostra de como era a Beleza, desde que eu fui levado pelos Anjos-De-Todas- as Cores...
 Mas, minha ida para o Silêncio daquela cripta não me deixava de pensar em minha pequena filha, que casara com 5 anos com um sonho, eu não me permitia... Meus ossos cada vez mais paralisados e meus vermes cada vez mais com fome, pois minha carne acabara... Eu era apenas uma Enorme Vontade, ao qual eu dei o nome de Saudade. Saudade foi aos poucos se tornando meu nome, e eu contei isto a minha filha... Ela me contava que este nome combinava com meus olhos, sempre verdes, como o mar de nossa cidade suja...
 Foi em um dia, quando a mãe de minha Filha estava sedada. O Padrasto tomou uma pequena garrafa de gasolina e despejou nela, com um pequeno corte de um fio solto e conivência de uma enfermeira amante, deixou e esperou minha ex ligar seu ventilador... Era um dia quente, era quente como o inferno... Mas, isto não era importante, não ligava daquela fêmea me encontrar no silêncio, apenas ligava para o que César iria me contar dias depois....
Minha filha, sedada e ainda zonza, apenas viu um Padrasto com seu tubo de carne vermelha e nojento, coisa odiosa... Coisa que não é pra ninguém!!! Coisa que é ato indigno, não pela parte biológica, mas, pela ação odiosa... E a pequena... Um dia ela acordou no ato, um dia ela chorou por Tomas, mas, o maldito havia ido embora...
Como eu fui embora...
E a Saudade foi se tornando algo estranho, força motriz. Foi indo na única parte que havia sobrado na minha carcaça: bomba hidráulica  cheia de coisa vermelha que não mais havia... Ela foi revivendo, foi tornando-se algo poderoso... Algo forte...
Mas, minha filha ainda estava no Hospital, sua mente estava em um feitiço de medo. Ela ia a escola com outros meninos, belos meninos para genros, mas, nenhum ligava para ela... Pequena garota de 17, cabelos roxos até a testa e tênis de borracha: também ela não ligava, a Filha era muda – a mais maligna cirurgia do Padastro.
 Eu tinha que fazer algo agora... Só que o Padastro era agora nomeado Poderoso, pois nos ossos chamuscados de minha esposa, aquele Médico achou a Escritura de todos os meus bens. E com eles ele tomou para si um Castelo, aquele Hospital; ao seu lado, deixava uma mansão, no quarto embaixo das escadas, minha filha jazia... Muda. Morta, semi-morta.
 Eu tinha que fazer algo agora, mas, como minha única forma era César, tinha de levar em conta que ele estava velho, fraco, penas brancas na cabeça... Só que, tinha de me ajudar! Pedia a ele que me achasse três pequenos serafins, eles eram loiros, forma de meninas, olhos negros... Como demônios antigos, foram eles que me levaram anos atrás... César aceitou a missão, porém, me disse:
-Cuida da minha família? É minha última viagem nesta vida... Meus ossos estão frágeis  meus sonhos, se foram, meus filhos, crescem... E apenas algo me mantém, O Algo que Me Faz Lembrar...
 E minhas palavras no silêncio lhe prometi um terço do meu reino em vida e uma parte do meu coração imortal para cada filho do pequeno sabia. César aceitou e nunca mais voltou para a janela de minha Filha, ao qual o pássaro me dizia que tinha a única alegria de ser Violeta, a menina muda, mas, que ao menos em seus cabelos coloridos, fugia do reino maligno do Poderoso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Olhos de Concreto Acima da Cabeça

 Me fazem pensar enquanto corro para o
Fim da rua que não, nunca
Acaba de caber em meus olhos
Enquanto todos os pequenos filhos de Tanos -
- Os Humanos -
Caminham comigo na Empoeirada Nova Iorque
Buscando algo que lhes dê
Algo que lhes ame
Algo que lhes chame
Chama que não mais acende
Pois, o fogo não corre pelo concreto
Pode explodi-lo
Pode ser lava
Mas, não pode ser mais chama
E dentro de pequenos olhares dos Filhos de Tanos
Que com suas asas ascendem ao e no Céu
Vejo apenas um deserto
Nesta Nova Iorque
Que é minha cidade, provinciana
Que é metrópole
Em minha cabeça
da rotina cotidiana
E os filhos de Tanos permanecem a me olhar
Nos olham acima de nossa cabeça
E os cães latem de manhã
Latindo a presença de um Velho Sol da Manhã
Sol de Concreto Armado


sábado, 3 de novembro de 2012

Solte puxe segure

Então, ela descobri que estava na última névoa do dia
E caiu
Dentro da sua própria rocha da calçada, seu vômito diário surgiu
No sol
E davam o nome disto de respiração
Mas, ela não me olhou nos olhos e continuou
Com o mesmo ritmo, um meme
Meme da vida virada real
Mas, continuamos a respirar
Os dois, ao mesmo tempo, os dois na mesma respiração
Dura como pedra, dua como nada, nada havia na calçada
Só o vômito diário
Respiração
Vamos lá, solta, puxa, segura e
Solta, puxa, segura e solta
Solte sonhos
Puxe esperanças
Segure decepções
Solte mágoas
Puxe aquele primeiro beijo
Segure alguma alegria
Solte, puxe, segure
E Mantenha
A Névoa de vento num dia
Que já nasceu ontem