quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Terno Marrom Escorrido

Naquele momento em que você está totalmente sem ideias, e copia e cola o mesmo que escreveu para outra pessoa para aquela aquém você não sabe muito o que dizer de diferente, sabe? Aquele momento?
Assim disse o escritor com seu terno marrom do alto da sua torre com seu dirigível amarrado... Ele queria ter ficado mais tempo com sua Princesa de Cabelo Vermelho e Amarelado, mas, não deu, não, não deu.
Algo mais forte veio antes, algo terrivelmente periclitante: cheia de palavras difíceis e hifens malditas, corria o corredor da noite, um enorme buldogue de bochechas velhas para ele, segurando uma lanterna com seu ternim verdim ele bate na porta do cortiço:
-Ela chegou mestre, ela chegou!
-Veio em tempo, ainda, caro servo, veio em tempo!
Foi lá os dois na motoneta nas vielas tortuosas daquela cidade portuária que já não me lembro mais o nome de Waum, foram os dois teimando o som estridente até uma enorme construção, um daqueles, arranha-céus de ponta redonda que tanto amam por aí.
Ele desceu, tirou a colheira do cão e disse: - Agora estás livre!
E subiu as escadas, enquanto o liberto bebia já na rua, feliz, simples assim.
Subiu as escadas principais e adentrou salão rosa, já cheio de curiosos de caras pintadas pálidas.
De lá, virou a esquerda na esquina e entrou no elevador, que era como um tubo de vácuo, espelhado e transparente, falou para o ascensorista (palavra que nem sei como acertei aqui no teclado):
-Por favor, o 22!
-Mas, senhor, está fechado! Para "aquela"...
-Eu sei, mas, para mim não está!
E o senhor pardo o respeitou, mesmo ele sendo um cara de pé-rapado.
Tocou a sineta e foi até lá.
Chegando no andar, o homem de terno marrom disse ao outro: - Vende tua pistola? Sei que vocês todos andam armados, afinal, com as aranhas que temos nesta cidade, poderia-se abrir um rodízio de churrasco!
Meio deprê o homem lhe deu, por 20 mangos da inflacionada moeda, o jovem-jovem foi indo pelos andares platinados, até que as estátuas branquelas de dois seguranças o pararam:
-Quem vem lá?
-Quem és tu?
-Eu? Não viu minha arma? Sou segurança como você!
-Ah, é?
-É!
-Mostra então o nosso aperto de mão secreto!
O homem foi lá e beijou a face do gigante gorila branco, ao outro, uma narigada no rosto que fugia:
-Estão desarmados!
Os dois viram, sentindo nos sobretudos, que não mais estavam, ficaram de boa, e o rapaz voltou a correr.
Ele sentiu que logo tudo estava acabado
E correu, correu até o quarto 22 no andar 22
Com tiro na porta, vários seguranças se ouviam na escada.
Estava um homem de cauda de pavão maquiando uma jovem platinada alva. Ele disse:
-Vai mexer com um Mago, meu jovem?
-Não, mas, o senhor vai encarrar um chumbo grosso?
-Nesta situação, até que não!
Então, o outro saiu correndo e ela lhe virou a cadeira: estava enluarado o dia e os passos da segurança já aumentavam o raiar
Ela disse; então, você conseguiu? É um dos poucos em rebeldia...
-Sim, sou um dos poucos mesmo... E consegui...
Então, ele encontrou a sua alva, a sua Ideia.
Beijou-a, e escreveu esta história.


Você e Tu e Eu

Meio solitário aqui, mesmo você dormindo
Aqui ao lado
É estranho não ter palavras para falar, sobre aquilo que existe
Entre eu e você
Este pulso magnético que me prende e puxa
A ti, é estranho
Meio solitário estar, mesmo que tão perto, mesmo que na distância de menos de
Cinco metros
Algo, é algo no olhar
é, creio ser, algo assim, mesmo aqui, da cadeira aonde escrevo
com este giz no chão não sinto muito, não sinto muito você mais
creio que é só momento, talvez eu já esteja indo até aí, quando
terminar de escrever isto
talvez seja, não é, só algo passageiro?
Viajar é preciso, sair de si também, talvez seja isto que me deixa
Você tão longe de mim?
Tenho de fazer aquelas meditações, aprender a viajar de mim
Ou, a questão é entrar bem pra dentro, pra dentro dos meus próprios olhos virá-los
Pra dentro da caçola
E lá ver, veja só
Ver que, bem, não é mais estranho estar me sentindo tão só, estando tão perto
Porque tu já está aqui, por dentro de mim
Minha caminha é assim. Você-tu-eu.

domingo, 13 de outubro de 2013

Os múltiplos dragões Zarr

Então, o grande Sábio Diezarr uniu todo um grupo de cinquenta tons de dracônicos negros, e todos os Zarr se viram em enorme paz interior. Seus corpos, naquele momento, eram mais curtos e possuíam apenas quatro pernas, mediam apenas cinco braças (mais ou menos 5 m) e suas pelagens estavam escuras, devido ao grande tempo em que o chão ficou em permafrost, um gigantesco mundo gelado na superfície que fez com que os seres Zarr aprendessem a Arte de Minoritar.

Como dizia o próprio Diezarr: minoretar é esquecer-se de si como algo importante e focar-se nas grandes entidades que existem dentro de si, deixando que seus pés movam-se em nado para cima e carreguem os ares para trás de si... O resultado disto é o minoreta, o voo pelo inflamento de nossos ossos e bolsas internas, nós, com isto, nos tornamos os Senhores do Celeste, com isto, atingimos às alturas.

Após os duzentos anos de Era Mundial Glacial, os Zarr começaram a desenvolver enormes canhões que usavam a energia dos grandes vulcões cinzentos para causar um Aquecimento Global. Os vapores iam subindo e revelando os velhos continentes, nesta era, foi fundada pelo Senado das Tribos uma enorme base, feita com cinco grandes canhões como base, Minorito – a “estrela em cima das nuvens”.
Neste período, tomaram contato com Niniel, um Serafim que conduzia um grande cruzador interdimensões, um Nyxk. Com ele, o povo Zarr tomou conhecimento do Mundo Exterior ao seu e começou a desejar a sua total compreensão... Porém, algo grave aconteceu... Com seus enormes canhões de degelo, os Zarr tiravam o calor interior do planeta Zarr e lançavam-o sobre a superfície, como enormes jatos energéticos. Até aí estaria tudo bem, entretanto, o planeta Zarr era na verdade uma enorme entidade viva, aonde uma enorme parte de seu continente era na verdade uma estrutura bacteriana, o Mumio.
Niniel sabia disto e deixou tudo acontecer, pois, quando o Mumio acordou, arrebentou toda a enorme civilização Zarr, matando milhões, inclusive os líderes globais. O Serafim roxo iluminava-se com o saber de tudo aquilo, porém, foi descoberto que ele e seus apaixonados, outros Zarr, haviam deixado tudo aquilo acontecer...
Com ele estava a Serafim Oganiel, que tomou parte em providenciar peças Nyxk para construir as primeiras Naves daquele povo, chamadas de Arcas. Entretanto, Niniel se achava no direito de impedir isto e matou Oganiel, fulminando a primeira nave de fuga com seu cruzador.
Neste período, havia um geógrafo chamado Boarazarr, ele era o principal representante de uma Escola de Pensamento, o da Honra Guerreira, que dizia que apenas o ensino e paz do minoritar não era o bastante, apenas considerando que em nós existe um eterno conflito e que pelo acaso devemos viver, não apenas na busca do equilíbrio, é que este grupo formou cerca de um continente inteiro de outras cidades Zarr. A conta fora de duzentos mil Zarr que impuseram um regime ao qual Boarazarr implementou: a Cura pela Conservação da Espécie Zarr.
Amplificando seus canhões ao máximo, os Zarr atraíram Niniel e suas tropas para Minorito com a promessa de submissão da Escola de Boazarr pela rendição do próprio. O serafim roxo desceu do espaço para a enorme cidadela dourada e, enquanto tomava as honras, viu que as naves dos Zarr partiam das outras cidades, ao qual ele respondeu para que destruíssem a todas o seu Cruzador Galático.
Entretanto, da terra saíram as enormes garras e tentáculos disformes de Mumio, que chegara na massa crítica...
A própria Minorito, começou a ser devastada, os quadrúpedes Zarr morriam, e o desesperado Niniel vira que não podia lutar com tal entidade... Neste momento, a própria cidade de Minorito ascendeu, atingindo o espaço, atingindo... O Cruzador de Niniel!
Disparando seus enormes feixes de laser vermelho, a nave matou o próprio Niniel, porém, a proximidade da bactéria Mumio fez com que seus enormes tentáculos atingissem a estabilidade da nave...
Enquanto isto, Boarazarr nas poucas naves que saíam da atmosfera, ligou o último presente da Serafim Oganiel, Globos de Viagem Interdimensional (GVI, ou Gevi) que, mesmo instáveis, puderam lançar as naves no hiperespaço velozmente, escapando do que acontecia na atmosfera do planeta.
Então, o Cruzador Nyxk caiu sobre o enorme Mumio, que, já exausto de tudo aquilo, apenas emitiu um ruído na língua dos Zarr que captaram em suas naves (ou pensaram ter ouvido) algo como: - Chega! (Afuunziur!)
E enterrou-se no interior do planeta, causando um cataclisma de fogo azulado, explodindo, Zarr.

MUSIQUETA - Eyes Wide Open – Gotye 




Os dracônicos Zarr e suas Torres de Guerra

Viajaram assim por um século e meio, Boarazarr ficou preso por genocídio até a sua morte; apenas dois milhões se salvaram, dos duzentos que haviam antes. Porém, o Governo da Nave manteve a Filosofia da Honra pela Espécie e puderam sobreviver, modificando seus corpos e treinando em primazia o minoretar.
Agora, consistiam os Zarr em gigantescos dragões-serpentes com pelos e face lupina ou canídea (pela tradução dos Crisociom, repito, NT) e toda a arquitetura se converteu em formas geométricas notórias. Neste período, eles foram abordados por diversas naves Nyxk, buscando algumas justiça, outras, amizade. Os Zarr, então, transformaram-se em Piratas Espaciais e viajavam de asteróide em asteróide, de lua em lua, até encontrarem um Novo Mundo.
Muitos morreram de fome e pelas instabilidades do Gevi (os Globos de Viagem Interdimensional), pois eram muito instavéis as viagens e podiam durar vários anos, sem uma única fonte de proteína ou fibras, alimento, sequer.
Porém, no novo país, institui-se plenamente a Honra da Espécie, e pelas mãos de um Novo Senado de Tribos, os Zarr decidiram por uma Guerra contra os Serafins, que passaram a ser inimigos dos Zarr.
Sua geométrica tecnologia e seus corpos dracônicos foram úteis na construação de enormes Torres de Guerra, retangulares e retirando a energia de sistemas atômicos semelhantes aos velhos canhões de descongelamento do planeta original, um único indiovíduo controlava mais de vinte alavancas simultaneamente. Cada par de alavancas dava para um andar d’onde saíam quatro canhões com capacidade atômicas. Entretanto, esta unidade de combate era apenas para as batalhas dentro de planetas, não sendo boa para a viagem extraterrestre... Mesmo assim, com esta tecnologia, os Zarr dominaram o Novo Mundo.
Novo Mundo que era meu, dos pequeninos seres Crisociom, acho que éramos agrícolas naquela época... Os Zarr transformaram a atmosfera em um enorme massa de nuvens, a terra tornou-se úmida pelas enormes chuvas, oceanos aumentaram, nós não podíamos comer mais. Com as Torres de Guerra e nossos vulcões dominados pelos Zarr, eles nos conduziram para o grande extermínio... Nós nos tornamos o que eles eram antes, nosso planeta, antes apenas um enorme aglomerado de nossa espécie de um metro, reconheceu as estrelas... Só que rápido demais, nós deixamos de existir, governando as terras mortas do agora Novo Mundo Zarr, o chamado Minorito.
As vezes, enquanto olhava para o céu escuro de nuvens eternamente nubladas, via uma nava Zarr, uma Ouroboras (eternidade), como chamava meu clã, aprendemos com os Zarr – que não nos matavam diretamente, mas, pelas suas ações no nosso planeta – estava escrito um dos mais famosos e repetidos provérbios destes seres voadores serpeantes, se para nós existiu o Olho por Olho, para eles existe:

Honra sobre Honra, honrai seu corpo e sobre o corpo inimigo, como fonte de Memória, serás Eterno enquanto as batalhas durarem – e como para os Zarrs, a Batalha pela vida era eterna, sempre haveria a necessidade de Honrar algo.

domingo, 15 de setembro de 2013

Organização Secreta dos Eletrônicos – OSE

A OSE foi desenvolvida a partir dos partidários contrários a expulsão dos Barfos do Continente de Waum, medida criada pelo ainda partido da Ultraviolência. Como eram pouquíssimos que se opunham a tais medidas, Ortoniel, um serafim que vivia naquelas terras, resolveu apoiá-los e perguntou o que eles gostariam de ter para poderem derrotar e implementar um golpe de estado contra o Partido da Ultraviolência, que cada vez mais tinha votos maiores na Confederação das Tribos de Waum.
Formou-se então o Instituto Elétrico, nomeado assim pois seus partidários eram a favor de energia hidroelétrica ou heólica e não de fontes das ricas minas de rochas radiotivas, as quais as companhias de Sar, chamado de “Kanti” (que viria a ser tutor do Kanti Ibizio, escritor do Livro Uno, elemento principal da doutrina da Ultraviolência), faziam posição de exploração máxima.
Ortoniel, o Serafim Branco, decidiu que eles seriam mortos ali e resolveu, em sua vontade de observar a criação das mentes inteligentes, levá-los para um Planeta que não havia ainda sido contactado pelos Nyxk, porém, que fazia parte do Pensamento. Levou-os lá e deu a eles uma mala de tecnologia avançada e chaves sônicas, para que eles entrassem em contato com os Raquitas, seres reptilianos que tinham uma tecnologia biológica a partir de plantas e frutas.
Entretanto, o primeiro Grão-Mestre do Instituto, Filito, observou que nada podia fazer com diplomacia com os Raquitas e que suas tribos, com medo e temor por aquilo tudo, fugiam  e se armavam com enormes armadas feitas de samambaias e tanques de frutas de caldo ácido. Empregou em convencer todos os membros que estavam com ele para empregarem a fusão das plantas-olhos-quartzo (que eram como gigantes lupas estrelares) junto com toda a mala de tecnologia Nyxk para que, em fusão, criassem a Arma Suprema do Instituto. Os sessenta membros assim acordaram e criaram aquilo que veio a ser chamado de Caçador Cobaias, enganando os Raquitas que observaram as estrelas para o outro lado e viram as extensões da Galáxia, mas, não os Nyxk, que estavam do outro lado, não sabiam a forma destes e Filito disse ser um, disse ser um Deus e com a caixa ele provou isto, criando máquinas de metal e pedra.
Com o Caçador Cobaias criado, os Raquitas que deram as plantas-olhos-quartzo foram aprisionados em um vale e a maioria teve suas pernas cortadas. Quanto aqueles que eram contra o Instituto, foram aniquilados, tribo por tribo, povo por povo. A gigante máquina em forma de dirigível, com olhos e pontas saindo de sua esfericidade de quatro braços principais e tentáculos auxiliares, era comandada por quinze membros e destruía em minutos centenas de Raquitas. Porém, o Caçador Cobaia não só destruía, também criava, pois Filito falava de suas ideias para Ortoniel, que vivia pálido e vigilante, sobre a maior montanha do planeta Raquita. O líder contava e o serafim, que não era adepto da moral da Descência, aceitou tudo: os cortes começaram, e não eram mais mortais... Os raquitas, em sua antropomorfismo reptóide eram cortados e separados dos membros, armaduras de plantas sendo substituídas por carne metálica e puro aço, engrenagem colocadas em todo e qualquer lugar e o sexo daquela raça, que era apenas um, multiplicado, dividido, leis morais colocadas por choques, novas formas e deformidades espalhadas em aldeias para serem queimados vivos em fogueiras, dentro do temor do povo pelo novo...
Os raquitas, então, foram sumindo, foram sumindo cada vez mais das grandes florestas, dos Grandes Salões do Sol Vermelho. Logo, Raquita inteira foi queimando pelas mãos do Caçador Cobaia e das guerras para aniquilar aquela criatura. Então, e só então, o velho Filito instituiu o nome de Ordem Eletrônica e deu a si mesmo a Diretoria.
Os quatorze que estavam com ele já estavam também todos velhos e entraram novos, um novo time para controlar Cobaia. Então, foi tomado em conhecimento de Filito que na colônia da Ordem ele era chamado de “o Monstro” e ele tomou isto como elogio. Porém, doze dos que estavam ali não aceitavam suas questões e decisões de mutar tantos raquitas para escravidão e criação de bestas mecânicas. Um único que o apoiava era Greto Fano, um nascido em raquita e seu amigo.
Acontece que, temendo alguma revolta, Filito começou a orquestrar suas obras-primas: Engederões, um tipo de ciborgue com mínimas partes raquitas. Sua estrutura seria além do combate, eles seriam soldados invencíveis por terem as chamadas Jóias do Esquecimento, uma rocha psiquenita mesclada com um cálculo de programação que gerava o esquecimento daqueles que vissem o portador do dispositivo. Assim, eles não podiam ser percebidos, assim, eles nunca seriam vistos por suas vítimas. Porém, o velho Filito não podia resolver a equação que dava o cálculo correto da programação, seu desespero era completo.
Só que um jovem, o jovem da Ordem que era amigo de Greto, havia aprendido com raquitas escravos como estes faziam suas operações lógicas e, combinando com a necessária para gerar a Joia  descobriu que ambas eram as mesmas... E descobriu tratar-se da mesma tecnologia, ao qual Filito, há muito tempo, escondera. Contou para seu amigo Greto antes de fugir para a colônia da Ordem, pois não aceitou que suas ideias criassem criaturas tão destruidoras quanto os Engederões. O jovem Fano, em caso de inocência final, contou para seu mestre, temendo que seu amigo tivesse sido convencido pelos outros doze.
Filito então ordenou que não o Caçador Cobaia fosse às colônias, mas que os Engederões o fossem, eram desseseis contra mais de duzentos, que tentaram proteger o menino. Horas depois de tudo feito, a colônia caiu em chamas, todos mortos, o amigo de Greto se matou, antes dos seres pegarem-no.
Os doze então entraram em revolta e pararam o Caçador Cobaia. Filito, desesperado, saiu de sua máquina e encontrou Greto, com a cara inchada de lágrimas. Ele prometeu ao seu mestre que daria a resolução da equação se ele lhe desse o seu cargo, o velho aceitou e assim foi feito: os Engederões invadiram o grande Caçador e prenderam os doze.
Em horas, codificou as jóias com a ajuda de Greto. No fim do dia, ele lhe deu seu brasão de Diretor da Ordem. À meia-noite, com as Jóias colocadas, disse Greto:
-Sobre a Ordem dos Eletrônicos, eu ordeno a mudança desta para os Campos Secretos, por seus crimes contra os Raquitas... Liberto todos os escravos presos pelos transistores e chips e, pela ordem instituída apenas pelo Diretor da Ordem...
E nisto, Filito já gritava com ele e acertara em sua cabeça uma chave de fenda... Antes de matar Greto, sua mão foi esmagada por um dos Engederões, que em uma última vida, fora Quiita, apenas um raquita que perdeu tudo e que agora tinha uma enorme engrenagem no lugar da testa.
Filito foi preso há uma rocha e Caçador Cobaia foi usado nele, abrindo-o e jogando na mistura de entranhas compostos que fizeram ele solidificar em uma estátua medonha.
Greto Fano adquiriu o nome de “Antropo”, o humanitário, traduzindo porcamente, espalhou os quinze membros pela galáxia e formou vários raquitas membros da agora Ordem Secreta dos Eletrônicos. Sua missão era preservar a vida ou pesquisá-la no fundo da capacidade de criação, porém, evitando criar criaturas como os Engedrões, sempre privando pela escolha ou não... Pela total mecânica ou caos.

Sobre Greto, esconderam-se os Engedrões, sobre os lugares abandonados de um planeta chamado Rnu, sobre eles, lá foram guardados talvez um dos exércitos mais mortais. Ortoniel, o Serafim Branco, porém, espiava tudo, da mais alta montanha de Raquita e, de lá, de lá engendrou algo com engrenagens monstruosas as quais aqui não irei contar.

Topomomento

É necessário separar a experiência que temos dentro de ambientes virtuais , aos quais chamo daquilo que é fruto as tecnologias audiovisuais e digitais do pós anos 70, quando estas começaram a ser apreendidas entro do cotidiano humano e não apenas no burgo o universitário ou nos praças militares. É preciso separar este tipo de experiência aquilo que nós temos como “rela” não por que este é mais elevado que o derivado da criação humana, mas, porque este revela-se componente de elementos dotados a imaginação não elitista nem reservada apenas para alguns poucos técnicos, ela causa o Efeito Pop, gerando consigo legiões dos chamados fanáticos, os fãs, que dotam através do Signo Comum da Religiosidade ou da Cosmologia, diversos elementos chamados da Mitologia ou Universo de uma dada Estória.
Na relação humana concreta, estes elementos de completude e processo contínuo de complementação não existem de forma tão ampla pois estão subjugados as ideias e espaço-tempo-interpretação relativa, seus cânones possuem muito mais especialistas que através de suas teóricas, dizem tomar de toda a realidade em suas construções discursivas as quais, de fato, possuem a questão de terem uma função-individual de força explicativa para o Humano Comum, ou seja, todos os experimentadores, aos quais, juntamente com estes formuladores-experimentados, testam as teorias e vão, conforme a ordem social das gerações, reformulando as teses.
Porém, isto seria completo para o estudo mesmo das estórias oriundas da ficção se o humano fosse uma criatura dotada apenas da dita lógica dos positivos ou dos kuhners (seguidores atuais da Ciência Normal controlada pelos Paradigmas), porém, há um problema de ordem na razão da experiência e mesmo do culturalismo que parte de dois focos: primeiro, o humano é individual em sua existência, ele não é ente coletivo, logo, os paradigmas não possuem forma nem força de adentrar em toda a universalidade do método racional humano, dado que este é de cunho geracional e locacional, depende de quando-quem e aonde está, o que compõe o elemento que chamo de Topomomento, ou seja, a célula da interpretação-chave que construirá dada memória no individual; o segundo passo é negar a lógica humana como simplesmente a união do fator A para o fator B dada que ele pode ter uma série de compostos não apropriados entre A e B aos quais chamamos de Acaso e aos quais nunca poderemos identificar com um signo, no caso, as letras A e B.
Não há evidência que uma pessoa, dentro do processo de Tomada de Decisão, aos quais a vida está cheia, abarque a Dúvida, ela em si é uma criação social, ou seja, o conjunto externo não possui material organizado para uma dada situação suficientemente consciente friamente para ditar: para m caso C, deve-se proceder do jeito D. Assim, o preenchimento para termos o fenômeno Fisiológico-Filosófico da Certeza é aquilo que chamado de Emoção
A Emoção é primeiramente Memória mesclada com Cultura, reage no estímulo-resposta. Porém, ela é mescla e não dialética da Memória do humano com a Cultura, produzindo uma dada Emoção, esta é uma explicação demais comportamental, há algo que dentro e para a emoção “funcionar”  é fundamental, e isto seria a Imaginação. Assim, a ficção adentra dentro do Humano como a fonte das possíveis relações dadas uma certa situação, assim, a Emoção abarca o quanto fisiológica e culturalmente se reage a dado estímulo e o quanto os resultados anteriores e previstos de uma dada Lógica efetivarão uma “resposta normal”.
E no estudo das Respostas do Humano, existe ainda a questão: se há algo que preciso tomar uma dada certeza, se quando-sou e estou são importantes, logo, o Topomomento é apenas uma reflexão de milésimos? Algo ínfimo para a dada Ciência Normal ou Psicanálise Profunda, correto? Sim, de fato, considero incomum tal preocupação, não podemos filosofar sobre o que é pensamento e quem somos nós nisto hoje em dia, talvez depois, talvez, com um pouco mais de Criatividade e menos Conformidade. Talvez a capacidade humana seja maior que a dialética ou os sistemas, porém, isto não é lógico, e não posso explanar sobre o que não é lógico, nem mesmo, ficcionalizar o sonho, pois, na finitude das coisas, um sonho é apenas, um. O que não tira a sua importância no oceano-galáxia de eventos, porém, o que o deixa fora da festa dos populares.


Eduardo Emilio Ricieri, 15/set/2013.

domingo, 25 de agosto de 2013

Tapião

-É, horrível toda esta montanha de água... Dizem ainda que ela é doce!
-Horrível, meu vereador, horrível mesmo... Preciso confessar que gostaria de voltar para o nosso planeta logo, sinto falta das chuvas de amônia que banhavam as nossas faces...
-Tudo bem, Polarim, logo voltaremos... Temos de continuar a nossa exploração para colonização – O vereador passou a mão para tirar a poeira que os seixos arredondados criaram em sua calça boca de sino, levantou-se da rocha em que estava e pôs seu casaco longo e negro, assim como seu capacete-com-abas (eu diria que parecia um chapéu, e assim vou chamá-lo).
-Aonde vamos agora, meu senhor? – Disse Polarim, que é o diminutivo na língua daquela raça para Polaris, seu nome era Dola Polaris e ela era concubina do Vereador, servia para a sua diversão e reprodução.
-Vamos para uma cripta no centro desta terra rochosa e negra, os viajantes de nossos cruzadores-espaciais Nyxk nunca enviaram ninguém para lá e é necessário que alguém veja do que se trata...
Enquanto os dois passavam pela praia para subir um monte rochoso, que apenas tinha alguns poucos líquens vermelhos, a nave em forma de triângulo usada para a descida dos dois, fora desligando as luzes e, aos poucos, a atmosfera nebulosa do planeta foi tomando todo o lugar. Polaris e o Vereador tinha variadas formas, ambos tinha narizes que pareciam de gatos, dada que eram pouco pontudos e pintados em baixo de preto, só que o corpo de Dola era loira, menor e o tronco mais acentuado, já o Vereador, careca, tinha longas pernas. Também tinham os dois um tipo de sobre-pele cinzenta, d’onde saiam canos que se curvavam retangularmente, voltando para a manta, apareciam só nas partes descobertas da roupa e, no pescoço, viravam uma coleira aonde saía um capacete; isto existia, pois, a espécie deles, os Eupalinos, viviam em um planeta aonde a amônia era líquida e coisas como a água, para eles, não existia em abundância, para esta espécie, esta coisa era até mesmo algo de mal-agouro: o lugar aonde o “demônio” vivia era chamado de “Lugar aonde a água molha os pés” (Ouriuris) e o seu nome era mesmo “Senhor dos Aguados” (Ouraror). Mas, fora toda esta mitologia antiga dos Eupalinos, eles tinham problemas com a água, que não os matava, mas, uma vez em atmosferas como a deste planeta e de outros com muita água, passavam a desenvolver doenças pelo nível de toxidade, por isto, criaram roupas em que saiam tubos que retiravam toda a água absorvida pelos seus corpos, as Eupavestes.
A água tomava tudo ali, o próprio planeta em que estavam não tinha quase nenhum vulcão, pois, o seu núcleo era praticamente frio: o planeta girava vagarosamente e só não ficava estático e congelado porque a estrela branca em que ele transladava enviava tanta energia para ele, que o fazia girar e ter dias e noites. Porém, quando os Conquistadores aos quais o casal de Eupalinos estava trabalhando passaram por ali, fazia  décadas, passaram por este planeta, nada encontraram, a não ser alguns líquens vermelhos e o oceano de água doce que era tão profundo que chegava até o núcleo do planeta. Tamanho era o silêncio que só era quebrado pelas ondas intermináveis em uma costa rochosa que eles chamaram este lugar de Goostomu, “aonde tudo dorme”.
Ao tempo de que contei as questões sobre a aparência de um Eupalino e sobre o planeta Goostomu, o casal chegara até a enorme cripta, lá havia um gigantesco túnel para baixo, aonde várias ramificações tomavam para o centro de uma lagoa.
-Olhe aquilo! – Disse o Vereador, apontando para as paredes – A rocha é polida, tem algumas coisas nela...
-Sim, meu senhor... São escritos?
O Vereador pegou um aparelho redondo que liberava um escâner de luz, acertou várias marcas menores, até que elas falaram bem assim:
“Nós deixamos – nosso senhor – nosso último líder – nosso salvador – nosso que dorme aqui – manteremos ele para sempre – tapião”
-A língua deles... Estranha, só fala relaciando tudo para “eles” – disse Dola
-Sim, ela é uma língua sem objetos, parece que eles só ligavam para o seu povo... Entretanto,  o nome do que quer que exista aqui é algo como “Tapião”...
Olharam os dois para aonde se acabavam as pedras dispostas circularmente pela cratera, e lá havia uma outra pequena gruta. Seguiram até um salão no centro, o Vereador a frente e Polaris atrás. O pequeno lugar arredondado tinha um vulto, e do vulto gordo saíram olhos verdes que olharam os dois...
O corpo do Vereador voou para bater no teto do túnel, enquanto Dola era jogada para trás. O pernudo eupalino quando caiu, ainda desorientado, mas, nem tanto, sacou sua pistola de ácido e jogou um jato para a criatura, que diminuiu de tamanho e fitou a dupla...
O Vereador perguntou se Dola estava bem, e ela disse que apenas estava espirando, talvez por conta de estar no período fértil da espécie (o órgão reprodutor da eupalina fêmea é na boca), e não precisava que o seu senhor se preocupasse, em pouco tempo, ela já retirou sua pistola de ácido também, assim, ambos miravam no vulto. Perguntou o Vereador:
-O que é você? – Ele falou para o objeto redondo, que era um transcriptador Nyxk que usava o banco de dados do planeta biblioteca Rudedeon-3, e apontou para a criatura. Esta, nada disse, apenas apontou um de seus olhos para eles e os dois passaram a levitar, temendo um ataque, Polaris atirou próximo aonde a criatura parecia brotar do chão e eles caíram:
-POR QUE ISTO, POLARIM? – Gritou o Vereador.
-Ele ia atacar a gente, meu senhor!
-Como podíamos saber? Talvez ele nem saiba falar alguma coisa e...
-Ela estava certa, pernudo... – Saiu uma voz rouca do vulto, que tomou forma, como se levantasse por estar sentado: era de pelos castanhos tão escuros, que negros quando não vistos contra a luz.
-Quem é você? – Apontaram os dois para o ser suas pistolas de ácido
-Eu sou Tapião, senhor desta terra e último Gore vivo...
-E o que quer?
-Eu? Eu sou o último de meu povo... Dei a eles a liberdade e eles quiseram me compensar aqui, me deixando como uma estátua para lembrá-los de seus grandes feitos... – Tapião olhou para os dois e eles puderam ver que ele tinha um focinho, d’onde saiu uma pequena língua que emitia a sua voz, fixando seus olhos no Vereador, ele viu:
-Ahhhhh sim, Vereador... Você e seu povo, Eu... Eupalinos... Vivem em um mundo infernal, digo, para mim...
Então, ele entrou na mente do Vereador e descobriu, enquanto ouvia a atenta Dola Polaris tudo aquilo:
Em Eupalina, lar de ambos, estava Mégara, um Comandante que se apoiava sobre braços maiores que o corpo disse para o Vereador:
-Você levará ela para longe, pois, ela logo terá o ovo que é seu e logo este deverá tomar o seu lugar como Vereador, como é a Lei... Quando isto o fizer, você não poderá concorrer a vaga de se tornar um Comandante, como eu sou, meu camarada... Largue esta miserável em algum lugar da Galáxia, chame os Nyxk e viaje até lá, como é o nosso acordo como eles e deixe ela lá... Mas, cuidado, escolha um lugar... Um lugar aonde ela não atrapalhe...
-Mas, mas ela terá um ovo meu... – Disse o Vereador
-E você teve sempre as melhores notas nos nossos testes, será um ótimo Comandante... Agora, você prefere ser bom para todos e com sua meta, ou com algo que você nem conheceu? Sabe que matar a fêmea não é uma opção! Os detetives descobririam o corpo! (o aborto, na espécie do Eupalinos, não era possível sem o risco de vida da mãe)
-... – Sobre o silêncio do Vereador, sobreveio uma imagem a mente de Tapião, e ele disse:
-Então, o Comandante Mégara apertou um botão da nave que trouxe vocês dois para o cruzador que os traria para cá... Interessante...
Com lágrimas no rosto, que eram brancas, por serem de amônia, Dola olhou para o alto e pernudo Vereador. Não dizia nenhuma palavra.
-Polarim... Isto é mentira... Minha pequena Pola...
FISSSHHH
Disparou a pistola de ácido dela no peito do eupalino, enquanto este caia no chão do salão e morria, com o ferimento infeccionando devido a umidade da atmosfera.
-E agora... E agora... Pequena Dola Polaris? – Perguntou Tapião
-Você... – disse ela, limpando as lágrimas – você não sabe?
A criatura sorriu e dobrou seu corpo como um gigantesco fluído escuro, que entrou no ferimento do Vereador, até fazer sua pele tornar-se viva novamente, o corpo levantou-se e perguntou, ainda com voz rouca:
-Em meu mundo, há a figura do casamento... Gostaria de se casar comigo, Dola Polaris?
-E... E o que você me oferece?
-Toda a Eupalina para nós, como os Comandantes Supremos e seus filhos saidos deste ovo que gesta, vivos, assim como você...
-... – Dola sorriu, abaixou a pistola e comentou – Você também olhou para mim, não? Viu sobre... Mégara?
-Sim. – Tapião vira, Mégara enganar o morto Vereador e beijar em cantos dos castelos, a boca de Dola, porém, além de beijá-la, também a acorrentava por dias e batia, ela fora a sua maior criação para derrotar o seu maior rival – Quando encontrarmos com este Mégara, será preso por tentar nos matar, nos mandando para um planeta habitado por um monstro antigo que dizimou toda a sua sociedade...
Nisto, os dois estavam já embarcados na nave triangular, voltando para o cruzador, para irem para casa. Mas, a dúvida daquilo que ouvira surgiu na cabeça de Polaris:
-Como assim, um monstro antigo? Como vamos provar isto?
-Sabe, minha cara Dola – sorriu Tapião, na pele do Vereador – quando a minha espécie morria, ela se decompõe em água
A moça, lentamente, chegou a mão até o cinto, porém, seu coldre estava vazio e no cinto de Tapião, havia duas pistolas, agora, apenas ele tinha as armas.

E, no vazio da saída da atmosfera, os dois se entreolharam, seguindo seu rumo.


sábado, 24 de agosto de 2013

Geomarketing

"Quando a gag entra com qualidade, esporra publicitário pra todo lado" (B, A, C do Geomarketing)

Sobre escrever II

(...) é que eu nunca tive tempo pra poemas, apesar de escrever eles... Sou reduzido há poucas chaves em muitas portas fechadas. Sexto Sentido Feminino pro Poder da Terceira Perna Masculina, talvez esta seja a fonte das minhas aspirações, porém, é algo muito do Freud, prefiro a explicação do grego, talvez Aristóteles, "do Homem que Ri", acho que isto que faço, eu rio. Joel Huizinga escreveu sobre o "homo ludens", que jogava com o lúdico a cada dia, no final, acho que tenho um pouco isto, de jogar meu próprio xadrez com a Morte do Sétimo Selo.
Ou, ou talvez seja só o Ramon Smith Velázquez, uma das minhas personalidades.

domingo, 4 de agosto de 2013

Entrevista com Dante Alighieri

 Cheguei até aquela casa escura e apenas com um foco fui iluminado enquanto pegava o meu lápis-de-tinta, para começar a entrevista. Nada via, logo, quebrei um dos meus neons da minha jaqueta, para poder ver melhor, inclusive o meu entrevistado, que estava com uma colorida camisa vermelha com triangulhinhos, última moda em Uberlim.
 "Este cara é famoso, com uma roupa destas..." Pensei. Comecei a perguntar para ele, como tudo aconteceu: Dante Pasto Alighieri, o cara que entrou num buraco vermelho causado pela sonda-estelar Virgílio e voltou... Ninguém tinha feito isto, desde quando o astroconomista Erasmo Carlos voltou e ficou falando umas paradas loucas, sobre robôs amarelos dentro das nossas bolinhas de gude, que são o Esporte Nacional, ainda bem que ele foi contido numa prisão pra malucos numa ilha, agora, está de boa lá.
 Evasivo, Dante disse que não podia dizer muita coisa, a Feeba e a PETA impediram ele de falar, só que, claro, secretamente, como era de ação das agências secretas... Por que será?
 -Então, se elas estão te forçando... Você precisa contar antes que elas não quiserem te forçar mais, não? Precisa de algo pra se manter vivo, e a nossa ajuda, da Impressa, vai fazer isto, rapaz!
 O cara coçou o baita nariz, pensou, pensou e coçou de novo:
 -Ok, ok... Posso até te contar por cima...
 -Na paz, só me conta algo, cara... Tá todo mundo querendo ficar contigo
 -Senhor... - Olhou Dante para baixo, fugitivo - Você  tem ideia do que é descobrir como o Mundo funciona?
 -Como assim, Dante? Vai me dizer de robôs amarelos de volta??? Tipo o Erasmo?
 -Não... Não, senhor! Aqueles não eram nada, eram apenas guardas... Apenas seguranças que o Erasmo não sou despistar... Eu soube...
 -Pô - vi o jeito de maluco, devia ser isto que a Matéria Vermelha fazia com os caras: deixava tam tam - continue então...
 Contou Dante:
 Eu cheguei em um enorme desfiladeiro, de pedras cinzentas... Lá estavam os robôs, só que eu me escondi deles e vi que eles ficavam dando voltas, com suas perninhas de anões, sim porque lá os robôs são anões, e não gigantes Tokusatsus como aqui! Que usam pra matar monstros gigantes... Lá eles são pequenos e falam, parecem ter vida! Então, resolvi chegar mais perto do que eles guardavam: uma colina... Lá eu subi, me escondendo nas facas de pedra que surgiam no monte, fui chegando até ver que, na real, tudo levava pra uma cratera!!
 Desci até a imensidão escura de lá, quando ouvi um robô berrar com sua voz de bits e bites: "-Pega aquele lazarento, ara!"
 De repente, quando cheguei no fim do desfiladeiro, começaram a mexer umas sombras em volta de mim, então, os robôs pararam e vi aquela gente estranha, cabelo curto e malhas com formas geométricas, rebolando e dançando:
 -Quem são vocês?
 -Nós, - respondeu uma garota que mascava chiquete provocativamente, com olhos pintados - somos os Dançarinos da Primeira Esfera! Nós é que regulamos o Caos do seu Mundo!

 "- Putz... Este Dante pirou", pensou eu, o repórter

 Não acreditei no que havia ouvido!! Então, eles pararam por um pouco e comecei a sentir todo o meu mundo girar, eu comecei a compreender um monte de coisa, tudo foi brotando da minha mente... TUDO! Doeu a minha cabeça e tudo fez sentido... Sabia fórmulas e cálculos, datas e localizações, línguas e posições sexuais... Tudo!
 -Voltem a dançar! Por favor!!! - Não aguentava saber tanto!
 Eles voltaram, e eu fui cambaleante até o centro da roda de dançarinos do Caos, que dava em um fosso, e advinha?
 Cai lá.
 A queda demorava, demorou por minutos... Então, comecei a cair pro lado e gritar:
 -PÔ! TEM GENTE QUERENDO CRIAR AQUI!!! - Gritou um voz roncada
 Olhei pro meu lado e tinha um velho de orelhas pontudas voando, ele tocava um órgão pessimamente:
 -Quê? Quem é você???
 -Cala a boca! Cale-se! Eu sou alguém que tenta dar ordem as coisas... Mas, nunca consigo! Por isto estamos sempre caindo... Para sempre!
 Ele arrumava os papéis e partituras naquele túnel de gravidade em que nós estávamos, perguntei:
 -Mas, você já tentou ler as partituras???
 -O QUÊ? CLARO QUE NÃO, IGNÓBIL!!
 Ele me mostrou e, cada vez que eu piscava o olho, as partituras mudavam e as letras pulavam do papel, em pequenos para-quedas
 -Ainda sim, - completou - quero ser um ótimo pianista...
 -Hey... Como saio daqui?
 -Tu não vai nem querer me ajudar???
 -Pô, olha só! Eu consegui ver algumas delas antes dela sair... O que tu precisa é de mais gente contigo, mas, eu não posso, tenho compromisso hoje a tarde...
-Aqui não tem tempo, imbecilis... Aqui é o Centro de tudo, a Zona Core... Tá vendo este piano (era nitidamente um órgão, mas, enfim), ele é o pulmão-do-mundo, com ele alimento o seu Universo com o oxigênio de lá: a música... Só falta eu achar as partituras... Aí libero até você, imbecil!
 -Hey, cara, faz assim, vou te contar o que vi lá... Toca assim: 'ditei e ele começou, ficou tão louco de alegria que mandou eu até repetir'
 Então, quando ele terminou de tocar eu tinha ficando cheio de dúvidas, só que quando pensei em perguntar, ele me abre uma portinhola no chão e eu... Cai (???)
 Estava tudo branco, o chão parecia de neve, mas, eu já vi neve... Ela é lamenta e suja, só é bonita no começo, pra depois te dar depressão... Toquei naquilo e parecia tanto com... Algodão! Fofura de algodão e...
 -ATCHIIIM! 
 Espirou um gordo, ele veio em minha direção... Estava de roupão, com uma toalha, barba respeitável e belos olhos azuis... Parecia que eu via o Universo nele e... Espere! Será???
 -Senhor, - perguntei enquanto ele passava por mim - o senhor é quem?
 -Eu? Ora, eu sou... É...  - ele me mediu de cima abaixo - eu sou Aquele que tudo vê!!!
 E fez uma dancinha com as mãos.
 Fiz uma reverência e comecei a rezar. Ele, solidário e com cara engraçada, realmente, mandou eu levantar e dar três pulos fingindo ser um pato-espacial e depois ficar se contorcendo como uma minhoca tonta. Depois de rir bastante, disse:
 -Cara? Pensa que eu ou alguém aqui é um tipo de deus ou algo assim? Um criador-de-destinos?
 -Ora... E não são?
 -Não, cara, não são não... O Criador-de-destinos do seu Universo é aonde nós tomamos banhos neste calor infernal... Olha só:
 Fomos até um enorme lago, muitas pessoas se divertiam naquelas águas... Era tudo muito escuro naquelas águas:
 -Anda, bebe um pouco... - Me ofereceu o gordão, enquanto molhava os pés
 Eu toquei a água e vi... Eu vi...

 Vi o que???? - Pergunta o repórter, era o furo vindo!!

 Eu vi galáxias, vi estrelas, me fixei e vi civilizações inteiras, morrendo e vivendo... Ali, naquela minha pequena porção de nada... Éramos e somos apenas isto: nada!
 Não bebi, entretanto, sai correndo, o quanto minhas pernas podiam, virei para trás e vi o gordão em algo macabro: tirou um zíper da cabeleira, abriu e era um ser esverdeado, olhos amarelos de ponta vermelha, apenas me gritou:
-Não deveria ter feito isto! Jovem rapaz sumirá em breve!!!
 E falou uma data específica... Que não pude ouvir bem
 Então, corri e corri...

 -Agora estou aqui, de frente pra você, repórter...
 -E, - perguntou eu, o repórter - como você voltou?
 -O buraco vermelho ainda estava aberto
 -Hm... Legal... E, bem, só isto?
 -Não, não... Sei de algumas coisas mais, vi alguns seres iguais o velho andando em tamanduás, outros gansos gigantes conversando com roupas espaciais e...
 -Ok, já ouvi o bastante! Obrigado!
 Cumprimentei o estranhado Dante. A luz estava saindo das bolas do sol quando fui saindo, meu café feito pelo Alighieri, precisava ser rápido pra bomba, tinha de chegar na redação.
 Mas, primeiro, lembrei da data, aquela que o rapaz tinha esquecido quando enfrentou o "papai noel" na praia: tirei um celular-tijolo-contra-assaltantes e liguei:
 -Alô, aí é do Bar Telefônico da Dona Maria? Sim, ok...
    Pode me chamar a Greta Esgrima aí?
     Ok...
       Olá, Greta! Traga por favor a Smith 45, por favor!
          Sim, sim... Sim, meu docinho...
            Achamos Dante e ele fala e sabe demais
             E o "dia dele" chegou, só eramos um dia na data.




quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ultraviolência


Quando o Mundo estiver à beira do Caos
E a Representação se demonstrar falha, pois, varia conforme a Ignorância
Quando nenhum homem for inventado como Salvador de uma Pátria
Ou, as ideias serem muito distantes para serem cultivadas na mente dos comuns
Quando os  comuns não se sentirem mais aqui ou ali e não tiverem mais auto-saber
No dia em que o filhote for pela mãe devorado
Quando cão morder o dono por sua virtude
Nós, nós passaremos a existir
E nós, nós passamos a existir
Pois, o único caminho, quando a Palavra não mais representar mero gurnido
O Caminho é a ULTRAVIOLÊNCIA
(Livro Uno do Kanti Ibizio)
Foram ditas as palavras de início da Conferência, e nós vimos aquelas três criaturas em capuzes negros entrarem na cerimônia, não expressavam nenhuma reação, mesmo com fêmeas e machos a tirar as partes púdicas das roupas, para querer deitar-se com um deles, em histeria de furor dos jovens. Sim, assim são os Jovens, hormonais.
O orador mostrou respeitos para os três, indo sentar-se atrás deles, que ficaram em pé, em silêncio. Começaram as chatas apresentações de textos e teatros daquele Colégio, no Centro de Fass, a maior metrópole de nosso planeta.
Em um dado momento, quando uma fêmea dançava com uma série de potes de barro cozido, o Kanti Jabizio se mexeu em sua capa e um silêncio sepulcral se fez... Ele tirou um braço para fora e lá estava a sua Pistola Atomizadora. Todos se ajoelharam, prestando respeito:
-Menos um! Fila 45, linha 20! – Gritou o Kanti com elmo de pássaro, Amo
O rapaz se levantou, em sua camiseta, estava a figura da rebeldia:






 Então, o Kanti Jabizio disparou a Pistola e um feixe estourou em luz azulada, o rapaz gritou:
-Não, não Greta!!
A Jovem caiu, virando poeira, lentamente... Eu... Eu amei Greta uma vez... Segurei as lágrimas, prostrei-me com o rosto no chão, só que levantei um pouco o olhar e vi, olhando para minha face, o Kanti Fano. Eu me assustei, e me abaixei novamente, ouvi o segundo tiro e luz foi percebida por mim, de canto de olho.
...
Na sala do Diretor, eu estava insólito, com a morte de Greta... Ela escolheu o Amor ao invés da Ultraviolência... Não deveria ter feito isto e...
Abriu a porta e o Kanti Fano entrou, o Diretor saiu, em silêncio, como eu nunca tinha visto. Fiz reverência e me sentei de costas para ele, entretanto, ele mandou que se vira-se para mim e me perguntou:
-Rapaz... Quem sou eu?
-Você é o Kanti Fano, o mais velho dos Três Santificados... Representa o Estado dos Cães, a servidão para a Ultraviolência é sua Segurança, você deve recitar os poemas antigos e guardar as versões do Livro Uno e...
-Certo, agora, quem é você?
-... – Não entendi a pergunta, mas, de repente, senti como se algo me olhasse por de trás do elmo de Fano... Algo “maior”
-Eu posso ver a mente, rapaz... Todo o nosso povo podia antes, no Caos, antes de nós entrarmos e salvarmos nossa existência... Sabe disto, não?
-Sim... Sei...
-Você, garoto, você quando viu aquela infeliz apaixonada morrer... Sabe o que aconteceu?
-Eu... Eu... – Com vergonha, confessei – CHOREI! – Gritei e abracei a capa negra
-Não me importo, menino... Eu sou uma Ultraviolência, emoções são meu alimento, não as tenho...
-O que... Que é então? – Eu era jovem e apenas chorava...
-Quando a moça morreu, você transmitiu o seu amor para a existência dela, eu senti isto, é algo normal, porém, você conseguiu enviar esta carga emocional para outro lugar...
-O que?
-Você criou, meu rapaz... Você criou ela em algum outro lugar...
O choque foi enorme e, quando vi, adormeci.
VINTE ANOS DEPOIS
Minhas pernas não existiam... Eu estava preso em um par biônico que funcionava a Urânio, como toda a nossa Sociedade Atômica, era moda usar jaquetas com neon e eu usava logo um sobretudo, para disfarçar o que havia acontecido comigo; também meus olho esquerdo era um globo vidro, uma câmera, além das minhas palmas das mãos, serem apenas sintéticas. Tudo devo ao meu protetor: Kanti Fano.
Vinte anos atrás, me levou e me estudou, em todas as partes e sensações, peles e ossos. Algumas partes se perderam... Mas, eu estava feliz, eu sempre fui um dedicado Agente da Causa da Ultraviolência.  Pena que meu mestre, Kanti Fano, fora substituído, pois, teve de ser internado em um Manicômio, pois, talvez ele tivesse chegado a um nível irracional do que que fazia.
Porém, eu estranhamente não pude ir para o enterro do grande Kanti Jabizio, que morrera dias antes, promovido por Alizio, seu substituto. dizem que de velho, digo... Claro que foi de velho. Estava em Uberlim, cidade do País dos Pássaros, em missão pelo Ultraviolência de lá, Kanti Amo.
A Cidade era estranha, de forma de fôrma quadrada, de cima parecia uma tábua de hexágonos, W. Cristalerio, um prefeito de lá, tinha feito uma série de reformas que destruíram a velha e eclética cidade, organizando-a racionalmente, como tudo deve ser. Entretanto, puteiros, ou como chamam quem os frequentam, “baladas”, estavam por toda a parte naquele pequeno núcleo central, aonde se mantiveram algumas construções antigas.
Recebi um comunicado do satélite atmosférico: “Alvo a vinte metros, emana vermelho”
Cheguei perto e vi, com corpo esbelto e jaqueta neon, uma fêmea. Abordei e disse:
-Têm cigarrilhas?
-Eu? Eu tenho... Mas, você é estranho...
Ela me deu, eu coloquei na boca e ela acendeu:
-Estranho, parece que eu te conheço... Como se chama?
-Eu? Iano, e tu?
-Greta, Greta Esgrima e...
Dei um golpe com a mão aberta nela, de Uki-doki [um tipo de luta como karatê], caída, esperei com ela num canto, fingindo fazer coisas com ela, relações carnais.
Logo, o apoio chegou e levamos ela para um prédio de delegacia, que para nós significa aonde ficam nossas Câmaras de Gás, Cadeiras Elétricas e Incineradores. Lá, deixaram os outros Agentes a tal da Greta nua, pendurada em um gancho fincado nas mãos, estranho, parecia que eu sentia algo por aquela coisa... Ela tinha duas Pistolas tatuadas na escápula, algo incomum era... Não pelas tatuagens, mas, pelo fato de que eram Pistolas Atômicas...
Chegou em uma cadeira de rodas, o velho Kanti Amo, e com reverência, os Agentes levaram ele para a frente da tal de Greta. Os Agentes quiseram violentá-la, preferi que não, pois, já vi como ficam as fêmeas ou machos todos sujos, isto poderia ser feito, mas, só depois dela ser vista pelo Kanti. De frente para ela, Amo disse:
-Então, você é o Ponto Fixo, o Problema de que tanto Jabizio se queixou... Agora, prostituta – e o Kanti do Pássaro cerrou os dentes, babando – você será morta!
Fiquei por um momento esperando que alguém viesse com uma arma ou algo assim, quando vi que o próprio Kanti tirou sua Pistola Atômica do blusão que estava. Com as mãos tremulas, mirou na moça, eu ajudei ele a segurar a arma:
-TZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZIM
O primeiro tiro, apenas fez o corpo pálido dela brilhar... A pistola falhou, FALHOU!
Mais um e mais outro, nada aconteceu... Era impossível qualquer coisa sobreviver aquela arma, era a coisa mais poderosa no mundo (permita, pois, as bombas atômicas eram controladas pela Ultraviolência).
A garota abriu os olhos, eles estavam mais verdes do que nunca, ela disse:
-A primeira era a Lesma, agora, é o Pássaro que deve MORRER!! – E ela arrancou a mão do gancho, ficando com os buraquinhos nas palmas. A luz apagou, o que é impossível, pois, nossas Usinas de Energia do Urânio são interruptas... Ao menos, eram...
O Impossível aconteceu. Acontecia naquele dia.
O Kanti gritou pelos outros Agentes da Causa, ninguém veio, a luz piscava e eu e ele nos vimos cercados por astronautas de roupas laranjas, Greta, no centro, olhava furiosa para o meu mestre... Me foquei em não demonstrar medo, meus olhos estavam desacostumados com a falta de luz, ao escuro, não podia mostrar a arma que tinha no bolso do meu terno.
-AMO, SUA SENTENÇA CARREGADA DE SEUS ANTEPASSADOS ESTÁ PARA SER CUMPRIDA!!!  - Gritaram em coro, os astronautas, Greta, junto, percebi um Elo Psíquico entre eles.
-Quem está aí???! Quem são vós?!!!
-NÓS, NÓS SOMOS OS COLONOS NYXK, ANTIGOS DONOS DESTE MUNDO CORROMPIDO!
-Quem??? Vocês são Agentes do Caos??? Nós, a Ultraviolência salvamo...
Um feixe de luz acertou a cabeça do Kanti... Eu vi a cabeça desmanchar em fluídos, por dentro do elmo de Pássaro. Por uma vez mais em minha vida, chorei uma lágrima:
-Então, agora sou eu?
Um dos astronautas abriu seu elmo e eu me vi, gritando a seguir:
-FANO! MESTRE FANO?
Ele me abraçou e disse:

-Obrigado, obrigado, meu pequeno experimento! Graças a você... Nós salvamos, salvamos a Ultraviolência!


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Lições de Escrita com Ontário Aredudo


Lição Três:
Se você não for capaz de criar e destruir um universo inteiro, apenas usando uma mínima história de uma partícula dele, em cinco páginas, você não é um escritor de ficção fantástica

Lição Quatro:
Faça com que o seu Leitor deixe seu coração no meio de uma frase, e sua cabeça para sempre vai memorizar aquela prisão de linhas e conjunções

domingo, 21 de julho de 2013

A Arma com Moto Continum

Havia visto as pequenas pontes de açúcar e as pequenas laranjas que formam o universo. Viajando por entre as máximas ondas de luz e energia, não havia limites em que os braços daquela galáxia não se desbotassem em servir ou mesmo ouvir o Pensamento Nyxk.
Ouvir um Pensamento, pois, os Impérios passam, os reis e prefeitos morrem, porém, nada é tão forte quanto um pequeno pensamento, um leve sussurro. Tão leve, tão pequeno e simples para ser levado de boca em boca que, cada um que o escuta e o fala repetidamente, traz consigo e para si o fato de levá-lo para outros, família, Estado, Nação, Igreja, Classe, tudo, como um pequeno sussurro.
Nós, os Serafins, como somos chamados, ou Nyxk, como nós nos chamamos, decidimos nosso nome por causa de quatro seres que de nossa "raça" que foram importantes:
 O para Nibodor, o Pioneiro, damos a letra N. Ele derrotou todos na Guerra Civil do nosso planeta original, tornou-se um ditador até sua morte, mostrou as Ferramentas de União dos Estados, pela força. A Segunda letra, Y, é de Ydrian, a Mil-Sóis, uma fêmea que liberou o caos e conquista por mil sistemas solares, os seus "mil-sóis" também eram as primeiras armaduras de guerra, quando nossas naves passaram a conservar mais que destruir. Só que, precisávamos de tempo para governar este vasto Império, e quando Ydrian morre na guerra contra Alípio, o Monstro da Boca Infinita, o andrógeno Xobo, toma o título de o Gestor, derrotando o inimigo e ficando por dez mil anos no poder, quando se criam planetas inteiros destinados para criar uma Polícia para o Império. 
 N, Y e X, eram macho, fêmea e andrógeno, os três gêneros da raça Nyxk, os dois gametas e aquele que pari as crias. Para acabar com a última fronteira, a do gênero, surge Kaiel, o K. Ele era um General do Império que aposta seus recursos e tropas para desenvolver uma Armadura ao qual chamariam outros povos de uma palavra semelhante ao que nós chamamos no nosso mundo de "Serafins". Uma pele de guerra, uma pele de conservação e a pele daquele que usa a armadura. Kaiel se proclama Imperador e cria a Supremacia da Armadura Serafim, quando todos os do Império são colocados em uma.
 Kaiel dá a distinção daqueles que Invadem e os que vivem no Império, para os que voam por aí, dão o nome com fim "el", os outros têm nomes comuns. Mas, a Guerra não foi o mais importante dele, pois, Kaiel realiza a descoberta do Pensamento: "conserve apenas o diferente, não deixe nada igual, para manter o diferente, tenha apenas o Pensamento e não mais o Império"
 Os Generais, agora livres das ordens de um imperador, tomam ele em prisão. Agora, os Serafins dominam a tecnologia das Dimensões, possuindo ampla energia e transporte, podendo assim, não ter mais um governo central, mas, unido por algo mais forte: o Pensamento Nyxk.
 Kaiel, preso em um vácuo dimensional secreto, nunca mais é visto, os Generais, cada um toma parte de um lado, até que, 100 mil anos antes de agora em que lhes falo, há uma Guerra Civil: ela não para, há aqueles que tomam partes de si, não havendo comunicação e várias facções se dividem, entretanto, diferente de outros, o Pensamento não se desagrega, apenas, é dividido em vários olhares.
 É neste contexto que nasço, como um militar completo, pois, fui muito cedo levado com outros de meu planeta dentro da Galáxia Nyxk, fui levado para o Centro do Pensamento, o Sistema Original. Vi o Planeta Original, ou, um dos muitos que dizem ser ele: passados cem mil anos, é estranha aquela atmosfera, toda em gases de carbono, tudo é escuro e  morno, existem os Nuuog [buldogues com couraça de lava], que comem e são comidos por Folicós [cogumelos-árvores], e no céu voam dragonóides, os Syncós [lacraias dragões com asas], eles são os líderes daquele mundo, nós, os Nyxk, deixamos eles lá, habitando timidamente apenas uma colônia; estas criaturas são os mais temidos animais, pois, são do nosso planeta natal, vivem muito, como nós, porém, têm língua própria, Governo da Força, da Cadeia Alimentar, são misteriosas figuras de nosso passado, como crianças que brincam em escombros, também vivem daquilo que já fomos um dia, talvez aí, na Terra, haja a mesma sensação, mas, acho difícil, afinal, vocês são jovens demais. 
 Lá, na Origem, como outros que comigo vieram, encontrei um Mestre, Colobos, que me levou ao pantanoso continente de Fauno. Aonde ele luta contra gorilas brancos do Norte, lá, ele que é um enorme verme com cara de pombo me diz:
-Em nosso mundo, nós não temos tantas armas e armaduras como vocês, porém, vivemos em paz, pois, nós vemos o que há no Tempo, nós vemos a Realidade!
 E aquele povo, que chamei de Colobos, eles vêm cada possibilidade da realidade, como se fosse um enorme emaranhando de flocos de neve, só que, eles podem ver cada um dos perfeitos desenhos lá de dentro, emaranhados de possibilidades, ao qual nós só temos noção de uma ou outra, eles, vêm quantas. Eu, como aqueles outros, era um Ponto Fixo, ou seja, tenho em algum momento de minha vida uma enorme convergência, não sei qual é, não sei quando, apenas sei que tenho. "-Só não confunda Lógica e Matemática com Destino", me disse Colobos uma vez.
 Então, vivi mil anos em treinamento para ser guerreiro, me formei militar e ganhei uma armadura. Quando vi, estava dentro do enorme sistema que é um Pensamento Galático, me senti vazio, porém, a esperança de me encontrar naquele emaranhando de planetas e estações espaciais me dava algo. Aos dois mil anos, perdi a Esperança e converti ela em Rotina, forjei minha luta e decidi entrar para a Tropa de Conquista, que estava por agora a avançar para outra Galáxia.
 Fui impedido, com uma mensagem telepática no meu capacete.
 Colobos me disse sobre ser um Ponto Fixo e não confundir com Destino, porém, não sei até que ponto eu acreditei nisto, ou, as instituições de nosso Pensamento assim acreditaram: fui armado com um Canhão de Moto Continum, uma arma que mata Serafins, logo, me colocaram um Dispositivo de Destruição Psônica no capacete, que pode destruir planetas inteiros com vida organizada em nervos (pulso elétrico), me lançaram sobre uma atmosfera esverdeada, que eu jurava conhecer, meu corpo reconhecia aquilo, eu sabia aonde poderia estar.
 Então, veio o fogo, e eu fiz criaturas chorarem, só que, meu corpo simplesmente agia. Eu estava a serviço de manter a Diferença do Pensamento, pois, aqueles ali eram povos que conseguiram chegar próximos de tecnologias que seriam maravilhosas, porém, não para nós, os Nyxk.
 Quando, eu e mais quatro, terminamos, todo aquele planeta estava em ruínas, seus mares de água perderam metade do volume, chovia ácido, o metal das cidades estava incandescente, aqueles que estavam vivos, tinham perdido toda a informação sobre sua sociedade, ou eram novos e iriam morrer logo. Plantamos sementes de Capabus (rinocerontes carnívoros), que atacariam e formariam manadas destrutivas daquela terra, depois, colocaríamos algo em cima, alguns colonos.
 Estava andando por uma ruína, plantando sementes da destruição, quando peguei em uma pequenina placa de plástico, observei bem, li apenas: Dia Internacional da Terra de Ganz. G, A, N, Z, lidas em silêncio, lidas em sussurro, que fez meu corpo parar de agir sozinho:
 Olhei para as ruínas:
 -Eu... Nasci aqui...
 Havia, assim, acabado com a última parte do velho eu, afundei em mim mesmo, num mar que não era de água nem piche, mas, um misto dos dois.
 Quando matei a mim mesmo, me libertei das memórias do passado, porém, elas se juntaram em uma única agulha e, agora, depois de dois mil anos, elas voltam como se fossem um pequeno e mortal ponto no meu peito-respirador [serafins não têm coração, cada parte do seu corpo tem uma "bomba"].
 Todo o Pensamento, toda a questão de ser diferente é normal... Porém, e agora, quando eu acabei com a minha diferença? O que fazer?


sábado, 6 de julho de 2013

Como tudo é engraçado Nº1

Posto "Você é muito engraçado"...
Daí, você pensa que é uma indireta
Pensa que sou irônico
Ou, que estou falando de algo em particular
Quando, na verdade, estou atrás de seu espelho
Que você olha pensando ser uma janela
Rindo da sua cara
Sim
Você é muito engraçado!

sábado, 29 de junho de 2013

Disco da Guerra da Moda

Lib era um cara legal, usava suas roupas listradas vermelhas e uma bota gigante de explorador dos túneis femininos. Porém, Lib tinha alguns problemas: desde muito cedo, caiu numa guerra enorme entre as Toupeiras e os Garfos, na Grande Guerra de Barfínia.
Os dois se odeiam e, o jovem Lib, só queria dançar nas festas e conhecer as jovens com quem saia e esquecia de mandar bilhetes no outro dia, depois dos quentes lençóis. Então, o clamor de sua família enviou-o para o front, encarniçado front de uma guerra que não era dele, entre aquelas enormes criaturas peludas, vestidas em ternos de linho: portava dentro de si uma metralhadora Tommy Gun, mas, embaixo de toda aquela roupa e paraferno de soldado, ainda estava aquele macacão listrado vermelho, que eu achava super transado.
Um dia, caminhando entre as montanhas de enormes e grandes arbustos espinhentos, Lib sente o cheiro do perigo, só que o que bate mais é o som New Have de seu coração misturado com todos aqueles pensamentos de estar próximo da morte.
Lib leva um tiro e cai, com o pulso caindo pela pulsão de sangue saindo
Assim, Lib começou a morrer. Porém, antes de suas funções caírem por terra totalmente, ele viu uma Águia Vermelha:
-Olá, meu nome é Fidediguine!
-AIIIIIIIIIIIIIIIIIII Tô morrendo!!! – Gritou o jovem Lib, como eu também faria
-Ora, criança, eu sei disto! Hahahaahaha engraçado você!
A águia estava sentada em suas patas quando, abrindo uma asa, abriu todo o pano da dimensão que se esconde embaixo de nosso olhos:
-Tá vendo isto daqui? Posso te levar daqui e te dar uma nova vida...
-Quê??? Pra quê???? POR QUÊ??? – Pergunta o jovem Lib
-Eu sou um Barfo de grau bem alto... Sou um tipo de coisa que se alimenta destas situações... As vezes, sou cultuado, as vezes, sou perseguido, mas, no fim, todos podem vir a mim se quiserem...
-Hey... Fantasmão...                            
-Sim? – Perguntou a águia vermelha Fidediguinenene
-Quero nunca mais ter de ouvir este medo de volta, quero ouvir sempre esta batida que vem do meu coração
Fidediguine colocou seu ouvido (que era de raposa) no peito do rapaz, sorriu – ao menos, o máximo que dá pra sorrir com um bico -, disse: - Ok, vamos lá, garoto!
Com a garra direita ele pegou o rapaz e o jogou dentro daquele enorme véu... Em alguns minutos, o corpo de Lib formigava, seus ossos doeram, depois não mais... Seu sangue secou, porque ele não mais sentia ele sair do seu buraco de bala. Logo, ele sentiu como se sua visão estivesse vendo um mundo contorcido e indo, indo em forma de rodamoinho, até que... Até que...
Passei estes tempos em frente a uma loja de discos, olhei os lançamentos que estavam expostos na presunçosa vitrine colorida pelas capas. Então, mexendo no meus óculos melhor, pois sempre andava com eles sujos, observei um lançamento de uma capa em forma de alvo, colorida de listras vermelhas e brancas:
Título: O Último Pedido
Cantor: Singer Fidediguine
 Olhei bem pra aquela capa e vi que ela tinha um rapaz desenhado no meio, como uma capa Hitchcockiana: o desenho, então, piscou pra mim:
-Olá, olá, Lib! – reconheci-o
Então, olhei que todos os outros discos também me olhavam, como seu eu tivesse descoberto um segredo do que acontece... Algo que está ali, quando se ouve música, o que se deixa de ver, ou o que se vê com os ouvidos
Este mercado fonográfico, sempre me surpreendendo!

Dei um aceno para Lib e desejei que ele tivesse um bom dia, que fosse colocado na vitrola de algum outro jovem sonhador-dançarino que está por aí, com suas roupas listradas.


terça-feira, 25 de junho de 2013

Ela veio dentro da minha mochila

Ela veio dentro da minha mochila
Abri o zíper e lá estava ela
Me olhando com olhos da ressaca da noitada de ontem a noite
Olhei com pena para ela, mas, com pena também de mim mesmo
Entrei
Entrei dentro da mochila minha no meio da aula de Economia Política
Sem que economizasse qualquer efeito lisérgico desta ventura
Continuei enquanto lá dentro, entre os gigantescos materiais de lápis, borrachas e cadernos
Buscava aquele olhar de noitada, que, secretamente
Meu Id escondeu do meu Superego
Logo, me vi com a cueca na cabeça, era o Superman
Voando entre os arranha-céus de lápis, fui seguindo cada vez mais fundo naquela mochila
De repente, olhei para cima e vi que, na ponta do zíper havia uma enorme mão de deus
Sabia que, se continuasse a buscar aquele olhar nunca mais encontraria-me de volta
Em coragem me tornei, a Coragem se parece meio com uma barra de ferro quente,
Voei para mais dentro do que havia lá no interior daquela mochila
Olhei para mais fundo e vi ela
Me olhava com seus olhos
Quando estava prestes a tocá-la novamente
Como toquei com minha memória ainda viva de ontem a noite
BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEH
Tocou o sinal.
Não foi desta vez, rapaz
Não foi desta vez, moça
Que vocês venceram o tempo e espaço entre duas bocas


terça-feira, 11 de junho de 2013

dois corpos - Ode ao Abraço do Momento Eterno

Dos Corpos
Dois, que se tocam
Levemente, em potência, mas, forte mente, em sentimento
Sentindo teus dedos, tocando minhas costelas
Amassando o meu medo
Daquela noite escura e fria
Dentro de cada aperto, cada tenro feito, cada fortaleza feita
Dos dedos
Dos corpos
Dos dois que se tocam,
Naquele último
Porém eterno
Eternidade não de não mais existir
O abraço
Mas, por aquele momento
Nosso momento
Ser sempre aquele mesmo
Contido, contínuo
Abraço
Dos corpos, dois corpos
Sempre, encorporados
Nosabraço
Pra você, você mesmo!

terça-feira, 28 de maio de 2013

A Face de Marte Sou Eu

E, de repente, esteve Face à Face consigo mesmo e, 
teve medo de ter descoberto a América
Desesperado humano, Émilie estava com medo da potência que seus dedos tinham. Havia anos, desde que seu gatinho morreu por deixá-lo cair num balde que ela não sentia este poder aterrador, de ter nas Mãos como Operar o Mundo e não ser Operada por ele.
Correu para fora ainda com o cano fervilhando pelo que havia feito. Com medo, correu. Fugindo dentro daquele elevador, Dona Marquesa olhava para ela, estranhada, com a mão dentro da jaqueta verde musgo, retribuída com olhar assustado da garota, que, apenas lhe respondeu com dentes amarelos um:
-Bom dia!
E saiu, mancando, enquanto a velha ia para o lado contrário da rua, pois, já era hora da feira das frutas de quarta-feira.
A garota pegou o ônibus das sete e meia para o Terminal Leste, tentar pegar o último trem da manhã, antes disto, com o veículo vazio de fora da hora do rush e sem que o cobrador visse, desovou uma Colt Dragoon 48.
Às 10 horas, Tia Elba entrou para alimentar o gato da sobrinha e deu um berro. Em meia hora todo o prédio estava lotado de curiosos envolta do apartamento 4692. A Volante chegou com as veraneios lá por umas duas horas depois, com soldados esfomeados e grandes chapéus verticais:
-É, é isto... Uma assassina... - Disse o cara de sobretudo, Detetive Patuccio.
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Émilie pintou o cabelo, comprado pelo sacado dinheiro, já rapidamente quando desceu do trem, outro lado da cidade, umas duas horas de distância de onde estava, usou daquele pequeno banheiro, na pensão que alugara. Com mexas vermelhadas ainda alaranjadas, a guria olhava para a televisão arredondada, vendo sua foto de face antiga sendo veiculada, pôs uma pinta na cara, perto do nariz e umas sardas falsas, saiu para comprar vinte pães de mortadela para se manter.
Olhando o entorno da padaria, sentiu que todos sabiam quem era, sabiam que seus olhos de ressaca carregavam a morte, porém, ainda convenceu-se, passo após passo, palavra após palavra para pedir o pão. Para sair, andar três quadras, chegar na pensão. Olhar-se no espelho: havia mudado, havia uma arma disparado e matado aquilo... Sim, aquilo... E seus olhos negros de borrados, olharam pela última vez uma lágrima de culpa, uma única e cristalina lágrima:
-Eu, - disse - Émilie Dimme Souza, matei o Demônio Pazu, com um tiro em seu peito.
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-ENTREGUE-SE ÉMILIE! ENTREGUE-SE! ESTÁ CERCADA!! - Falava no megafone o Detetive Patuccio. No quarto, a guria olhava por uma fresta da janela, todo o resto estava fechado, inclusive uma cômoda estava na porta.
-SE VOCÊ NÃO SE ENTREGAR, ENTRAREMOS AÍ! O CHOQUE SÓ PRECISA DE UMA ORDEM MINHA!! - Gritou de novo o Detetive.
-Então, é isto, esta acabando a minha história... - Olhou-se para o espelho e não aparecia o seu reflexo, efeito de ter matado o seu demônio de dentro, Pazu...
O choque começou a subir as escadas e a mulher que estava ali com Émilie, a dona da pensão e seu marido, amarrados como reféns, temiam morrer, apesar de que a garota ruiva de pinta nada com eles iria fazer. Olhou uma última vez para o sol, enquanto o barulho ficava mais intenso:
-Será... Será que os Filósofos estavam errados? Haverá um céu lá fora, depois de nossos círculos atmosféricos e ventos jet-spring?
Os sons da porta sendo forçada, logo, ela estaria com um tiro na cabeça, como era praxe:
-Enfrentei uma vez o demônio que existia em mim, quando o olhei Face à Face, apenas vi... 
Ela descobriu, então, algo dentro dela, uma força que não sabia que tinha, olhou-se no espelho e, espantada, viu que tinha novamente reflexo, o que significava que... Ele, ele estava vivo!
...
Os soldados do Choque entraram e atiraram em sua cabeça e...
Espere... ESPERE!
Émilie tirou de seu casaco a Colt Dragoon 48 que pensei que ela tinha jogado fora, há tempos: acertou cada um dos seis soldados nas pernas ou braços, entrou no banheiro: no armarinho, mais balas: acertou mais soldados...
Desceu as escadas, acertando-lhes tiros, quebrou um pau da escada em que estava e por lá desceu:
Deu com um tiro no ombro de um soldado treinado do choque e dele pegou sua metralhadora, colocando-a na barriga, apenas tiros de advertência.
Quando das escadas terminou de chegar, à porta da rua estava em sua cara, os pedestres corriam, a "Maníaca que matou seus Demônios de Dentro", diziam.
-Eu... - Olhou a guria - Eu chamo pelo meu maior rival! Pazu, te mostra!!!
...
Eu, então, me revelei, das costas de Patuccio, que para mim era menos que uma marionete, confesso, um robô que comprei e montei num fim de semana. Minhas asas marrons e minhas mãos estavam frias... Em duzentos anos, ninguém havia me visto antes...
Com um movimento de mão, usei do Temor para paralisar cem metros de todos que estavam ali, paralisados, apenas veriam aquela criatura corajosa. Pus meu chapéu e arrumei o meu colete, dele tirando uma paia de cigarro:
-Sabe, menina... Deveria ter deixado que eu te violentasse... Se teu sangue eu tivesse tirado, teria deixado você em paz, esmigalhada e em mil pedaços...
-Pazu... Você é um asqueroso ser... Fugi de você por anos, até que cresceu no meio dos meus peitos, brotou como uma rosa que não saia... Saiu como o temor que sempre tive...
-Vocês terráqueos são muito desobedientes, muito estúpidos... Você sabe, garota, se morrer em um duelo comigo, perderá a capacidade de ser revivida, mesmo em um robô com coração de dínamo...
-E se você morrer, Pazu, o Marciano, o que acontecerá?
-Então, você terá matado um Capitão-Mor de Marte na Terra, nunca terá paz, verme! Nunca!
-Desde 38, como aprendi na Escola para Escravos, vocês atormentam-nos... O que acha de morrer?
-Não pode matar, garota, não pode matar aquilo que vive dentro de você... Eu sou...
Émilie olhou para Pazu, viu que ele se distraiu e estava longe de sua Pistola de Gravidade Alternada, que no colete estava presa, ela, com a arma na mão:
PÁ!
o tiro no peito da criatura, mortal, fez com que ele gritasse e levasse a mão para a pistola:
PÁ!
mais um tiro, agora na barriga, ajoelhou o bicho
-Ainda que uma pessoa olhe para dentro de si mesma, nunca lhe faltará força nem medo...
e a cabeça dele explodiu.
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Em 1938, quando Welles avisou que havia algo errado e foi encontrado morto, no teto de seu hotel, dois dias depois, foi chamado de louco. Em 45, provou-se que os discos e tentáculos estavam aí, escondidos, sobre nossos podiam explodir cidades inteiras... Nossos carros cauda de peixe e em formatos de foguetes e os potentes V2 não foram capazes de destruir aquilo que veio e nos dominou, no Governo Mundial...
Entretanto, uma pequenina moça, com uma Colt Dragoon 48 começou uma nova batalha, agora, entre homens e os Outros, que no fim das contas, eram eles mesmos, dentro dos corações, alimentando-se das emoções e vivendo desde nossos fetos, em nossas mentes se escondiam estes marcianos com nomes demoníacos...
E, as vezes, entre eles e nós mesmos, há única barreira e também fortaleza de ataque, era se aguentar olhar a si mesmo no espelho.




domingo, 26 de maio de 2013

Sircadianos e o Seu Tempo


Em um pequenino planeta, que nem era tão pequenino assim, mas, comparado com o Pensamento Nyxk, o era, era habitado por um povo curioso, um povo antigo, aos quais os Serafins possuíam imenso respeito. Os Sircadianos tinham apenas um metro à um e meio de tamnho, parecendo felídeos, com uma pele pontuda azul. Disseram uma vez: - Fomos assim desde que vencemos a guerra contra os Balizarogs, que eram vermelhos e tinham escamas no lugar de pele-pelos...
Tinham um governo estranho, mas, muito semelhante ao pensamento Nyxk, porém, não podiam chamar aquilo de governo, nem com a ideia mais anarquista possível, havia um sentido individual pleno: - Olha, lembro-me que, quando eu era Outra Coisa, houve um Maestro [chamavam assim os seus antigos líderes, um misto de general com poderes de promotor e advogado, além de um nível de instrução alto], o Lorenjo, ele tinha dois metros e era diferente de nós, pois, era modificado, ele venceu a Última Guerra, vencendo o Dólmen dos Balizarogs e fundando o Novo Mundo, através de descobertas dele(s)...

Descobrimos depois que, na verdade, este Lorenjo era um líder mais antigo, que não viveu até a grande mudança dos Sircadianos, sendo mais uma Escola de Filosofia e Ciência do que qualquer coisa. Quanto aos mutantes, ao que parece, esta mutação desapareceu há muito tempo atrás, porém, nós, os Serafins, não podíamos medir quanto, nem quando, apenas, que ocorreu isto. Hora, mas, por que isto? Bem, pelo fato de que os Sircadianos a noção de tempo é completamente imbecil, sem sentido algum. Eles são completamente imortais.

Desde o tempo do que eles chamam de Grande Mudança, a maioria do povo daquela época passou por um tratamento em Reatores Bioatômicos que, alterando ligações específicas, causaram nos indivíduos a capacidade de Respirar como plantas, ou seja, via radiação. Só que a sua massa não se alterava, sendo liberada através uma energia – descobrimos que era simples Raio X – que, com isto, gerava uma troca ecológica com certas plantas vermelhas, os Zarogs. Talvez estas plantas tivessem algo haver com o povo com quem eles lutaram, mas, como saber? Além de imortais, eram invulneráveis com resistência Núcleos de Sol ou talvez Supernovas, além de regeneração, entretanto, eram inférteis. Bem, e com isto, o problema quanto a “História Sircadiana” é o de que para eles, imortais, não haveria como descobrir nada sobre eles mesmos, seu conceito de tempo – biológico e histórico – desapareceu completamente, só sobrando alguns processos curiosos: a cada milhar de anos ou quando saiam da órbita de seu sol amarelo avermelhado, possivelmente, mas, não é um padrão, os Sircadianos ficavam com uma espécie de resfriado, que era tratado com eles vivendo dentro dos cascos dos Zarogs por algum tempo, quanto? Não importava, para eles, não.

Afim de resolver isto, estudos secretos dos resíduos arqueológicos foram feitos, porém, nada encontrado, pensamos que eles foram, ou limpados, ou apagados pelo tempo, o que nos dariam alguns milhares de anos. Isto já era bom, porém, ainda havia muitos segredos sobre as vivências deles, já que, ao que parece, os Sircadianos haviam realizados viagens entre seu quase intrasponível Cinturão de Asteróides – que os manteram livres de invasões alienígenas as quais não pudessem combater -, porém, que poucos haviam feito por muito tempo... Mesmo eles não morrendo fora de seu sol, os efeitos do resfriado eram muito forte e incômodos... Veja só, algo incomoda os imortais!

Logo, resolvemos negociar, já que este povo permanecia em segredo total o seu passado, só que eles tinham um gosto enorme pela pesquisa. Sabiam de vários povos da Galáxia Azul-Verde e tinham muito saber para transmitir. Além disto, não ofereceram qualquer resistência quando foram abordados por nossas naves, ficando sempre gentis, só não gostando que tocássemos nos assuntos de sua própria história, que, no fim das contas, era sua própria memória.

Propomos que eles viessem até o Centro do Pensamento Nyxk, o Sistema Original, e visitassem o nosso Arquivo Pessoal de Conquistas. Aceitou-se que um deles fosse, Apiso, um ser Sircadiano de olhos verdes-roxos.

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Estranhos, sim, estranhos estes Nyxk, porém, há muito não sentia algo como eles... Há muito, bem, não sei... Quando passei pela Grande Mudança, talvez. Emoção, quando caia ou voava, talvez. Porém, não fui em lugar algum fora dos Asteróides, não interressa.

Não entedem os Nyxk, que quando são viajantes e guerreiros usam armaduras de robôs micros chamados, no conjunto, de Serafins, como eu falo, como nós falamos. É difícil se expressar com quem ainda tempo a Passagem das Coisas como um tipo de... De... Relógio! Isto, Relógio!

- Medidas das coisas, dos ondes, eu compreendo, sei que estou indo para o Centro de um Mundo Impressionante, compreendo o evento, sei de sua importância em minha memória, só que não me interessa quando acontecem as coisas, é irrelevante a Sequência. – Disse explicando para Aluviel, o Oficial que havia nos recebido em sua nave.

Conversamos por vários momentos, vários assuntos. Chegando á cores estranhas, vi o Cinturão de Asteróides e a Gigantesca Nuvem de Caizon, e senti o calor de várias estrelas. Estranho, quando vi o Sistema Original, senti uma certa solinidade nos meus enormes hospedeiros – eu tinha um terço de seu tamanho. Chegamos num enorme pleneta rosado, parecendo gasoso, fui avisado por Aluviel:

-Daqui eu não passo, não teria como...

-Por quê? – Perguntei.

-Minha mente é muito frágil para o que esta ali...

-O que é “Ali”?

-Rudedeon-3, um planeta inóspito construído por nós... É um Planeta Arquivo.

Me senti impresionado, logo, sendo teletransportado por um raio para uma base no planeta. Fiquei num tubo de metal, fiquei até ser resgatado por um enorme ser, talvez a criatura mais elegante que vi: -Olá, meu nome é Zapriomo, sou o Guarda de Rudedeon-3, o Planeta Arquivo de Conquistas de Nyxk

Era enorme, maior que Aluviel, porém, mais estranho, tinha uma pescoceira prateada com uma cápsula envidrada como um tipo de escafandro. Logo, percebi que havia algo estranho, o planeta era pesado, denso, parecia que minha cabeça ia explodir, mesmo tendo tomado minhas aspirinas mais fortes e mantendo minha meditação em dia. Perguntei ao Guarda o por quê daquilo, disse ele:

-Aqui, existe uma gigantesca atmosfera de gases, entretanto, não é só isto de pressão que ela faz... – Apertou um botão no braço

Os brilhos apareciam e várias coisas jorravam pelo ar. Então, assisti espantado, sentando-me em uma pedra de rocha metálica toda uma história incrível: várias lutas e batalhas no tempo do Primeiro Imperador, as conquistas do Segundo, o reino do Terceiro e a fundação do Pensamento Nyxk pelo Quarto. Sabendo do que se tratava tudo aquilo, disse para Zapriomo:

- Não me surpreende este uso, é Tecnologia Gasosa dos Rudedeons, como vocês chamam a raça com chifres, pele cascuda olhos vermelhos [parecidos com rinocerontes]. Mas, não sei o que esta fumaça toda por de me trazer...

Por um desafio como este, Zapriomo me mostrou várias coquistas e povos, indo até os confins da Galáxia Azul-Verde, chegando até as Batalhas nas Nuvens Termas, o quando os Nyxk enfrentam os poderosos Unterons-Aly, um povo de energia

-Ok, me surpreende o fato de não pensarem que conhecemos os Unterons, eles já foram chamados de deuses em muitos mundo, com seus corpos de energia e células dispersoras, repulsoras, com dimensões de micrôns até planetas... Sabemos de várias coisas deles, inclusive, sua origem, ignóbil...

-Então, sabem como destruí-los?

-Não, não como vocês... É incrível, mas, acabo de acessar como vocês venceram Anter, o Amarelo, que pesava cinco septilhões, vocês superaram qualquer coisa que vi... Descobriram até como Viajar no Tempo, mas, também o infudamento disto e o Sentido da Realidade... Estranho, não vivem para sempre...

-Você viveria, se pudesse?

-Isto não faz sentido para mim...

-Mas, você usou “para sempre”, então, você sabe que existe o “por um momento” também?

-Sei disto pois vivi mais do que tudo...

-Sabe, tenho 60 mil anos [anos terrestres]... Pela Regra de Mudança dos Sóis

-... – Um silêncio se instalou sobre mim, Apimo. Não era possível, não?

-Diga, diga logo o que quero, o que é o Tempo para vocês? Como tudo aconteceu?

-Você é impaciente para alguém tão antigo...

-Sabe que posso cortá-lo em pedaços, não? Entretanto, você não morreria, o que não teria sentido

- Vi que não corria perigo quando entrei na nave que me trouxe aqui, também vi a sua espada, suas inscrições em marfim, são da Cultura que vocês... Deixe-me ver, - acessei as informações da nuvem, que já tinha aprendido como funcionara com o próprio criador da tecnologia – do Povo Kiduuou, possuidores de armas bélicas numa Guerra Fria, desenvolveram uma cultura da luta por espadas, os melhores espadachins... Hm.. Interessante...

Neste momento, minha sensação de potência foi perdida quando, voltando-me para Zapriomo, vi ele com um olhar fixo que saia de sua face pálida, sorriu e percebi ter caído em um truque tão velho quanto meu povo. Fui atingido por um cordão de gás que, como supus, era um tipo de tecnologia desenvolvida pelos próprios Nyxk, fundindo com os Rudedeon, era incrível... Realmente, senti que toda as barreiras da minha sólida sanidade se perderam, logo, o escuro véu do meu passado chegou às minhas têmporas, sim, eu voltei a ter passado.

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Era cerca de sessenta mil anos atrás, talvez. Contamos o ciclo de vezes que fui para curar meu resfriado com uma cálculo complicado com nossos sol e lua. Todo o calendário fora abolido pelo Ato de Lorenjo nº 4: A Queda do Tempo dos Vivos.

Estava malhando para manter-me em forma, pois a Guerra com os Balizarogs era muito dura: eles eram milhões, bilhões, nós, alguns milhares. Haviam vencido com sua biogenética militar todos os nossos soldados, nós brigávamos em trinceiras encarniçadas, apenas Amulene era segura, uma cidade forte de quatro cantos, simétricos, fundados pelo meu pai, há cem anos do que nasci.

Lorenjo era o último dos grandes que militavam por nós no Tribunal Mundial, que agora discutia se era legal ou não nos matar a todos, e, com a Tecnologia dos Balizarogs, não havia como não fazê-lo: eles eram seres-árvore, com seis braços, tinham inteligência superior e nos dominaram por completo. Nós, o pior de tudo, havíamos criado eles como algumas experiências, criaturas simples que evoluíram enquanto buscávamos a imortalidade... Em trezentos ciclos, venceram tudo o que tinhámos e nós, antes dominadores de oito planetas, passamos a ser apenas meros seres frágeis, com nossos corpos cheios de pêlos e luvas de raios...

Entretanto, algo mudou, e me lembro do dia porque foi o mais importante da nossa História: Lorenjo descobriu como alterar-nos, um dos seus subordinados, um que ainda não estava envolvido na guerra, ele descobriu como... Através de algo que era para apenas ser um tipo de ressonância celular da mais avançada já feita, acabou por se mostrar um alterador específico, que, por uma sequência de tentativa e erro descoberta pelo próprio Lorenjo, mudava um certo gene que apenas nós, os Sircadianos originais, tínhamos... Ele causava uma reação em cadeia de um tipo de câncer funcional, que, combinado com certas enzimas, nos tornava Imortais... Sim, IMORTAIS!

Então, nós, em centenas, lutávamos por dias e noites, não parávamos, nem bebíamos, não respirávamos as vezes no campo de batalha: adentrávamos na frente das balas de goma-ácida dos Balizarogs, de seus socos que nos arremessavam longe, e, revidávamos, com choques em seus olhos – única parte vulnerável – ou os derrotando por cansaço, o que para nós era fácil. Em três meses de nossa investida, acabou a Guerra, em um ano do nosso planeta, capturamos todas as cidades deles, em cinco, já não tinham nenhuma arma possível de nos ferrir, pois, destruímos tudo, matando todos os governantes deles.

Lorenjo, eufórico, foi elevado para o título de Maestro da Harmonia de Sircadia. Enviamos nossas missões aos outros planetas, convidando aos que quisessem de nossa raça para que ficassem conosco, como líderes de um futuro universo Sircadiano... Eu, já como um Maior do Noroeste, dominava mais de duzentas cidades com minha mulher, Alima e meu fílho, Joimo, éramos felizes...

Só que, o Projeto se mostrou estranho... Em alguns anos, vimos que meu filho não mudava de forma, assim como eu e Alima não podíamos ter filhos... Logo, foi mostrado que éramos além de inférteis, com um processo no momento inrevessível de nossa forma. Lorenjo, que havia mandado vários de nós pelos nossos oito planetas, duramente conquistados, pois existia o Corredor de Pedras Mortais, asteróides que impossibilitavam nosso trânsito sem muita manobra, começou a apresentar-se estranho em nossos Congressos... Um dia, quando o único representante dos Balizarogs não veio para a reunião, o Maestro Negro disse:

-Vocês, irmão imortais, sabem o que há nas ruas? Percebem o que vem acontecendo com nossos camaradas Balizarogs? Vêem que as ruas e campos de lírios-morangos ficaram vazios? – Fazia muito tempo que ninguém lembrava do nome deles... Eu não me lembrava – Pois, então... Descobri que eles são afetados por algo que nós produzimos, uma radiação que emitimos de nossos corpos acaba por adoecê-los, estranhamente, isto não existe nas plantas Zarogs, d’onde eles foram desenvolvidos com nossos genes... Não acredito que haja nada mais estranho para nossa imortalidade que isto... Os Balizarogs, eles estão... Morrendo... Por algo que parece um resfriado, mas, que logo, destrói a todos...

O vírus, surgido dentro do processo de imortalização, era resultado de nós mesmos que, sendo portadores dele, acabamos por tornar o mesmo imortal, quando em nossos corpos... Ele não nos matava, porém, era aniquilador de quase toda a cultura viva em nosso planeta, menos dos Zarogs. Mas, surpreendentemente, Lorenjo disse:

-Eu, entretanto, com meus pesquisadores, descobri como reverter o processo... Só que é um processo individual, arriscado, mas, que é possível...

Então, pedi a palavra e perguntei o que todos queriam saber:

-Mas, isto nos tornaria mortais?

-... – Lorenjo relutou e disse, finalmente – Como éramos antes, pertencentes a este mundo!

-... Não... Pertencentes... A Outro Mundo. – O respondi.

Lorenjo fundou, depois de alguns meses de sua mortalização, o movimento: Vida Finita. Contrários a ele, nós, os Permanentes, ficamos como estávamos. Sequestros de ambos os lados resultariam até a uma Guerra Civil, porém, Lorenjo, prevendo isto, tentou de toda a forma deter as hostilidades...

Meu filho escolheu o Lado de Lorenjo, afinal, ele tinha forma de criança... Só que a mortalização era permanente, segredo de seu criador até o fim da vida, não pôde voltar. Com ele, foi minha mulher, que seguiu o rumo do meu filho e de sua companheira, uma Balizarog.

No fim das contas, bem, no fim das contas... Apenas alguns milhares sobraram.

Só que os milhares que sobraram já foram suficientes para que, em cerca de uns cem anos mais, os Balizarogs fossem exterminados.

Quando os Viajantes voltaram, tentamos ir para outros planetas, mas, a situação era semelhante, só que, em muitos deles, a quantidade de Sircadianos era tão ínfima, que acabavam por voltar com aqueles que viajavam: eram os únicos restantes. Só que em um dos planetas, uma cura foi encontrada para o vírus... Através de mudanças moleculares... Era tarde, entretanto, apenas algumas centenas sobraram dos Balizarogs e vimos suas últimas centenas morrerem...

Foi por esta época que uma dor de cabeça nos incutiu, entrou em nós e ficou sempre martelando, de tempos em tempos... Era intensa e nos dava a sensação de sermos tragados por denso mar negro de tudo o que existe e vimos... O que era muito...

Então, desde então, criamos algo, criamos algumas coisas... Como entrar numa planta alucinógena ou que Lorenjo, que estava certo, acabou por desenvolver várias coisas... Era um herói... Era... Foi, Será, tudo abolido, nós redimimos tudo para o Sempre, nossas eras tornaram-se... Tornaram-se no infinito momento do É, o Presente.

...

Desde então, Zapriomo e Rudedeon-3, é assim.

Então, vi o Nyxk olhar-me, com face piedosa, ou nojenta, não sei... Disse:

-Por isto, Apiso, por isto morremos.

-O que haverá agora?

O Nyxk, com compaixão, talvez, apagou com um movimento de mãos das nuvens de Rudedeon-3 as minhas memórias, disse, porém: - Um dia morrerei, e, quando isto ocorrer, você viverá para ver a queda da sua memória e vocês enfrentaram talvez uma das poucas imortalidades que existem... O Contar sobre o Outro...

-E... Bem, até lá...?

-Enviei o ocorrido para Sircadia, eles saberão de tudo, talvez, você deva viajar... Afinal, um dia o Universo acabará, talvez...

-E talvez... Talvez a Dor de Cabeça pare...

-Sim, talvez a Dor de Cabeça pare, mas, ainda será por apenas um momento, pois, ela ainda estará lá como estas suas memórias... Apenas envoltas numa névoa, e com apenas isto, névoa e nada mais.