domingo, 29 de outubro de 2017

sábado, 28 de outubro de 2017

Luz correndo pela casa

Passando entre o piso molhado
de cerveja
Estava ela, linda, loira e olhos de cigana
Cigarra da noite no meu copo
Luz vermelha no dela, cortados ambos
Pelos raios de luz da casa
Não sabia se aqueles cabelos eram de homem
Ou mulher
Já não importava
O som corria entre nossos corpos
E as faces ocultas pelas sombras
Do que os raios da luz da casa
Não iluminavam mais
O cometa corria entre as paisagens da noite
Como faíscas da pílula tomada horas antes
Como o beijo dado naquele momento
Como a dor de cabeça que veio
...
Raios já não eram de luz azulada
Luz fabricada
Tecnologia humana apagada, milhares de anos de evolução
No meu corpo cansado da noite
Trilhões de antepassados caídos
pela poeira do tempo
Já não importava
Ali estava ela
Com seu sorriso cortando a face
E com cada ponta da boca me levando aos olhos
De beleza desgrenhada
Na simplicidade eu enxerguei o belo
Na luz não fabricada
Naquele raio de luz da casa
Amarelo de sol
amando por dois minutos
O momento, a pessoa ou eu mesmo
Liberdade das estrelas em correr
Pelos céus
É menor que a minha
Em viver minha vida nos momentos?


Submarinar



Entrou num submarino

E o oceano era o coração dela

Nemo adentrava nas profundezas, a cada dia

Cada sorriso, jantar, cineminha

Já não estava sozinho, o capitão

Meu capitão

Porém, na imensidão se encontrava

E sobre toda a massa aquática havia

O reflexo da lua lá no alto

Lá no alto

Ele ali, nas profundezas

Ele estava ali, e era o sonho dela




Ela olhava pra Lua buscando um espelho

Nemo adentrava em seu peito

E cada vez mais, lá montava

Um lar quente

Nas profundezas

Do Oceano de Raiana.


O mundo do medo é estranho
Ainda mais quando mais quando
Se tem medo de si mesmo

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A visão da estátua me fita
Vou morrer
Ela, de pedra, eterna está
Sua beleza aparente é o único detalhe, enorme
Que a separa das montanhas das pedreiras
Aquele olhar da estátua
Buscando a eternidade

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Não somos importantes

"Não somos importantes, ninguém é de fato no cosmos, porém isto não tira a chance de podermos colocar algum esforço em tratar ao máximo bem algumas pessoas, pois, se no fim só há pó, mesmo se lá não existir nada, pelo menos alguém passou e teve alguma ajuda de nós mesmos. Viver apenas na necessidade de si mesmo não é egoísmo, a vida está nos outros também, pois não temos certeza se ela está em nós, mas a vemos nos outros, nas coisas belas e ações com alguma bondade e generosidade; ao mal a resposta é fácil, simples, da vingança ao que alguns praticam como piedade, é ao bem, a se esforçar pelo outro, mesmo que próximo, o que é justo, que se configura algum nível de potência.
A força em si mesma não importa, porque no final todos não importamos de fatos no Universo, pois, é evidente, o Todo não nos dá valor, é o pouco, o pequeno, o outro que o pode. E se eles não são cuidados, perdem-se no esquecimento, no Vazio entre tudo e todos, entre o ontem e o acumular dos anos, vazios, arrependidos e não mais jovens." (Emil Haddaward)

domingo, 22 de outubro de 2017

Atenção

Algumas coisas precisam e merecem atenção
Algumas pessoas merecem-a
Atender-se a elas
Pois, o mundo é muito cheio de vidas
Sonhos e desejos
Assim como ódios, abraços e beijos
Porém, o espírito que está aqui preso
Neste corpo
Nada mais possui que algumas horas
Pra despender
Dando atenção
Horas acumuladas em dias
Meses acumulados em anos
Anos acumulados em rugas, dores nas costas
Arrependimentos e lembradas
Esquecida
A atenção
Fazei-a as vezes para ter de volta
Moeda de troca débil, nunca vejo recompensa
Fazei-a com a interesses
Apenas é usado
Faça, porém faça
A atenção que você despende e vale a pena
Para aqueles que valem a pena
Mesmo que não amem de volta
Não falem de volta
Não te vejam nunca mais, aquela senhorinha
Que ajudei no ônibus
A atenção que você despende
Frutifica o teu tempo, você dá atenção
A si
Mesmo.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017



Poesia é a minha doença mental.
Encontre a sua pra culpar
Se não lhe interessa, não olhe
Se não lhe agrada o ritmo, não escute
Se te cansa, não exista


Tolero minha presença por questão prática
Pratico poemas por receita médica
D'eu mesmo enquanto Doutor
Não é cult, erudito ou escritor
É fuga, sinfonia do silêncio, exprimir no trecho
O que você sente na vida
É parafrasear o infinito
Na minha vida parca e perdida
Poesia é um ato de resistência
Minha amiga se chama Melancolia
Se seus sonhos são felizes
Agradeça a e eles e agradecerei a minha

Pois, a doença ainda é minha
Única amiga

O cheiro do cabelo

Seu cheiro d'cabelo,
Relva fresca do campo
Juventude me lembra
Ermitão
Hermeticamente fechado batalho,
Oh, Dulcinéa perdida,
Sonho em te ver Diana assumida
Mas, hermeneuta
Selado em Atena, oh Atena!
Todas as deusas estão mortas

E o solitário em sua caverna
E a solidão do quarto cheio de apenas
Poemas
Mito de sombras
Existo buscando luminária, nego-lhe
Nego-me em espaço
Ser necessário

Do quarto ao claustro,
Conto ocasional abraço
Perdido nesta Guerra
De sombras, sonhos e Faustos


Apunhado

Lembrei d'um tempo em que
As coisas eram mais simples


Em que você me como
Futuro e não apenas
Um punhado de Passados


Lembro de tempos de atos comuns
Um olhar na cama, um café na janela
Um dia cansado, um agrado perdido
Diamantes que agora
São meus amigos
Pérolas destas lembranças,
dadas aos porcos


Te olho agora no espelho
Reflito no reflexo
É só luz, toda, tudo
Toda a imagem é só um punhado
de luminosos espectros


Vidro olhar na imagem
Ela me diz apenas do passar
Ela me olha como seu futuro
seu guia, professor
Pérolas aos porcos, perdão
outra ilusão, perdoar
Ato do outro, ali no espelho


Lembro de outra época
Quando refletido ali
Alguém estava
Agora no Presente
Punhado.

domingo, 15 de outubro de 2017

Manifesto do Homem-Fragmentado



Verdade Essencial

Busque você a sua Verdade Essencial, já encontrei ela na forma de jovens e impetuosas estrelas, na forma de bruxas da floresta telúricas, na forma de mestres das altas montanhas, de calculistas amáveis e viajantes conquistadores de novas brisas. Eu mesmo estou a forjar a minha, ao que parece, a trilha da batalha de nós contra nós mesmos é a mais sofrida, a mais difícil e aparenta acharmos poucos que compartilham das aparências que temos para nós mesmos nesta forja do auto-conhecer.

Eu sou eu mesmo enquanto fragmento, entre Lobos Solitários, Doutores de série de tv, Supernovas, Sábios e Burros. Várias formas e jeitos, máscaras e atuações me são possíveis porque a mim é revelada esta Verdade, e aqui eu a trilho como Caminho que se faz na Jornada de viver. Sua dupla natureza é tanto cinética, mover-se, andar, aí está o Caminho que eu faço, quanto da Jornada em si, misteriosa, cheia de consequências e impropérios, porém, ainda aqui, permaneço me sustentando mais pela curiosidade do que amor próprio.

Eu sou eu enquanto Homem-Fragmentado, cada peça, atuação, cenário e dia vão se montando e me revelando várias coisas. Sou conta o Superhomem, sou contra a Graça Pia e O Homem Bom por Natureza, somos em conjunto maus e mesquinhos, Patolinos querendo ser Pernalongas, neste Faroeste da Urbanidade, vemos os outros em Bons, Maus e Feios, entre a Ética, Moral e Estética.



Este é o Manifesto do Homem-Fragmentado e fragmentando-se, busque você, filosofi-se, qual é tua Essência, homem, mulher, humano? Finda-se em Aparência?

Guerreiros Galáticos

Eu nunca vejo esta luz
Que tanto falam, que eu tive uma vez

Uma Armadura de Soldado, dos Guerreiros Galáticos
Contém um segredo, seu ponto de vida ou não
É uma pequena lamparina
Pequena fagulha acesa
Eu nunca vi a minha
Apenas vi da Elfa Felícia, da Tenente Lupina
Do Sábio dos Mil Jogos, da Irmã Perdida
E mesmo lá, agora descansando, do Coruja Insone e do Seu João
Me dizem que eu a tinha
Pequena luzinha
No espelho eu só via oceano
Soturno, profundo
Apenas isto
Jamais mais

Apenas via, não verei mais.
A última Guerra Sideral desta última lágrima jamais
Tida, em qualquer que fosse a partida
Aqui não existe lâmpada, não existe luz
Nenhuma
Assim que este Guerreiro caça pelas Galáxias
Em sua alva armadura, nada existe além
Da Luz Negra de suas próprias falácias
Memórias daqueles que tombaram
Vilão por vilão, monstro por monstro
Império por Império, dentro ou fora de sua cabeça
E da total Fraqueza de Espírito

Voa o Serafim Vico, em direção ao fogo
Na batalha contra si, já perdida.


Relato de viagem 2001

Amarilis teve sua fronte iluminada
Pela Estrela de Éden
A Constelação jamais tocada, rodeada por nebulosas furiosas
Ali estava ela, solitária
Em sua espaçonave
Ali, a Fronteira do Homem se tocava
Com os Portões de Deus

Ela tocou os últimos ajustes nos painéis
E preparou para a abordagem
Era uma data incerta de tempos remotos
Eram corações que jamais bateriam novamente
Trilhões e quadrilhões de antepassados
Tocando aquela luz
Prometeu havia finalmente chegado
E estava para libertar o espírito dos humanos

A Estrela pulsava, Amarilis sabia
Que já estava em silêncio o Universo
A Terra abusada, em alguma direção
O Horizonte vívido de verde e anis das luzes maquinárias
Preparou-se
Começou
Cada pulso do Éden era sugado
Cada pequena explosão daquela tempestade
Tornava-se fonte alimentada
Amaralis comandava
A Matadora de Estreladas
A Alimentadora do Reino dos Homens
A Salvação da Humanidade
Pois, estávamos frios naquele ponto
E a capitã era a única coordenada
...
Já não pulsava mais nada ali
Desenganada, disse
-O que haverá agora?
O Éden não foi suficiente
E nem mil delas seriam
O pó era pó
E jamais deixaria de sê-lo
Mesmo tomando a forma das estrelas
Mesmo engolindo planetas
E mesmo em aventuras insólitas por tempos insólitos
Tu és pó
Somos pó
E dele nada se constrói, apenas se espalha
No próximo vento.


El Bravo

O Bravo entrou naquela sala, nele já não havia mais nada
Apenas a vontade de luta armada
Jamais pensada, cogito logo existo
Precisava existir ao menos numa última noite
Mesmo que fosse naquela data
Após aquela bela tarde de jovens brilhantes e cinéfilas saltitantes
Suas garras tocavam as coisas, delas ficava o breu.
O Bravo já não era o mesmo, nem aos seus
Escondido entre versos e poemas podres
Sua lâmina espada tinha endereço fixo, o próprio
Peito
Não a outro, mas, ao próprio Bravo tinha-se desfeito

Desfaço em fita e laços que jamais tive, ou terei
Não confio mais em mim, quem dirá nos outros,
Quem dirá na própria lâmina
Disse o homem ao chegar na boca da caverna
Ao pé da montanha
Havia uma quimera lá, disse um aldeão vizinho
Entrou de pé-a-pé, quietinho
Noite fria do Sul, chuva fininha do Leste
O sol não nascera, apenas uma luz vermelha
Adentrando o Bravo olhou
Caixa de tesouro de um lado
Uma foto de uma bela dama n'outro
A poção da sempre-vida num canto
Aonde estava a criatura, questionava o Bravo?

A criatura era eu.
Quimera, fragmentado
Com o jornal lido embaixo do braço, xícara de café
A metade
Nenhuma visão do futuro que não fosse
A próxima meia hora perdida do relógio
Sua vida era desprezível, punível
Por não aproveitada
Mas, o Bravo ainda me olhava, com a lâmina guardada
Escondida
Nela havia meu nome
E eu escrevi o nome dela

Não podia fugir agora
Era escritor perseguido pelo texto
Pela memória ingrata
Das palavras que mesmo escritas
Perseguem
Matam
Acolhem no abraço
Sinfonia das palavras
Fúnebre dos combates jamais vencidos
Pois, jamais foram lutados

Era escritor rugido de seu próprio poema
Queria ser Bravo
Só fui Quimera.




Apenas na tristeza da asa da borboleta imaginada
Que o voo é doce no sofrer de cada
Alvorada sobrevivida.

sábado, 14 de outubro de 2017

Abismo

Se está na beira dum abismo, pula ou não pular
Ato ou infinitivo, como este pensamento, nestes dias de sombra

Me escondi entre nós mesmos
Mostro cada vez mais, minha face monstruosa a
Quem amo.
Mas, ela é, parece, a única amiga que tenho
Aquele rosto que já não mais se reconhece em nada, não pensa mais em nada
Pro futuro
És o mais perigoso.
O navio partiu e há muito pouco o que se ver
Além do mar aberto
Do oceano profundo
Das lágrimas que estão lá, perdidas no meio dele
Menos salgadas por que sei que outros sofrem?

Já não sei mais, é
A beira do abismo que fascina
O voo de Ícaro, protegido em seu salto por uma corda
Amarada no pescoço.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Blade Runner 2049



O que é um androide?

Para além das divisões técnicas do mundo nerd, penso que é aquela máquina que busca emular nós, humanos, em seu agir, seu ser. E nesta viagem pela continuação do filme dos anos 1980, mesmo que eu a tenha assistido dublada, me levou entre a busca de entender o que nós mesmos, ainda humanos, temos de máquina; é na Distopia de 2049 com sua duração longa, música imersiva (para um amante de Retro Wave como eu, um presente), e respeito pela "lentidão" do primeiro longa que somos levados a buscar naqueles personagens robóticos que nos parecem mais humanos e humanos, que já não nos parecem mais que máquinas - seria uma espécia substituindo a outra? O homem-máquina que aprende o que é ser homem?

Volto a pergunta inicial, o que são estas máquinas de força e resistências ímpares, que são capazes de amar (minha completa paixão pela Ana de Armas neste filme) e Ryan Gosling, que emula um Blade Runner poderoso - o final, que eu ficara em dúvida todo o filme, demonstra uma expertise que parece que o primeiro não possui, algo que quem ver a película entenderá. Além de vilões propriamente feitos e um fantástico cenário expandido e com vários pontos que ligam com o primeiro filme.

E ligações aparentes, desde "voltar pra casa", até o herói na neve, passando pro outras coisas já não ligadas, mas que ligo com outros elementos, como o Olho de Odin dos Replicantes ou o Cavalo de Troia. Tudo isto, de fato, embeleza o filme ao pensarmos sobre ele.

E pensando sobre ele, digo que ainda acertei no dia de vê-lo, pois, foi andando na chuva de Curitiba que sai do cinema, libertado de mim mesmo, quais seremos nós nas gotas que caem do céu? A chuva que cai nos revela vivos, revela o ciclo que mesmo os androides fazem parte, que mesmo nós, também e muitas vezes robóticos, vivemos nossa vida, até que momentos, amores, fúrias, lágrimas (paralelos usados e muito no filme) e mesmo memórias - que nos fazem quem somos - revelem esta vida, esta potência, mesmo no mar da artificialidade.

O que é um androide? Nós mesmos na chuva ou na neve de nós mesmos?


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Incalculada

A vida é incalculável,
Sobre os pés a sentinela de meus dias
Observa o Crepúsculo dos Ídolos,
que passo a passo guardo
Dentro da última noite estralada, daquele
Infinito enquanto momento
Último beijo estrelado

Ah, viver intangível!
No passo primeiro do filho,
Almoço da mãe amada
Afago do pet em cada chegada
Jamais finda a alegria,
Jamais tida, começada
a vida
Ah, dela só sai terminada

Entre as platinas dos corações amados,
Porém apenas amigos
Entre as tormentas dos trabalhos,
Incompensáveis pelo salário
Entre as façanhas da rotina, 
com tédios implacáveis
Aonde está você, vida?
Encolhida? Mau-amada? Calada?
Me responda!
...
Jamais, sentinela de si mesmo
Obteve resposta.
Viver é busca sem escuta, nem escrita
O que se faz calado
Falando em pensamento
e, enfim vivendo
Cada infinito momento
Ao lado.
Da vida.
Da vida.


quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ao Capitão Emilio Limão

"Quanto viajei para estar aqui
Entre os braços do fim
Nas últimas portas do mundo

Encontrei, achei o meu próprio eu
Navegando entre o desespero
Acumulei tesouros que não precisava
Meu filho, pequeno desastre
Pareço nunca entender
Apenas o silêncio, porém, nos explica"

Meu pai, saúdo as treva que lhe guardam agora
Saúdo como aquele saúda a Tristeza
Como ela me vê de canto de olho
em cada espelho, em cada mísero espelho
Melancolia de nossas escolhas jamais feitas
Das palavras não ditas
De lágrimas que são feridas

Jamais navegando por águas que ainda estou
Jamais encontrei amigo como você
Sua barca atravessou com o guardião
Lhe deixei moedinhas
Espero que pague a conta direito
Nos braços do espírito da Curiosidade
Da História e da Arte me deixou
No respeito por cada problema que tive
Com a atitude franca e possível
De ir.

Se vire, me viro
Ainda estou tentando
Navegamos entre nós, entre nossa humanidade perdida
Nos oceanos das palavras, memórias e perdas
Adeus, meu pai
Até, capitão de sua vida!
Cuide-se, eu me cuido com algumas pessoas aqui
Descobrir cada tesouro em cada uma delas
Ensinar os caminhos da Geografia de si mesmos
Ler meus mapas está difícil sem gente como você

Navegue, permanece navegante
Que os mares jamais deixarão de te lembrar



Veneno

Veneno
Aquela coruja das pradarias, me visita noite
Aqueles olhos de vidro refletidos em uma brilhante Rua XV
Aquele momento no show do Noel, stand by me
Don’t Look Back In Anger
Pingo por pingo
Caem aquelas memórias e me matam
Coisas preciosas, diamantes, estrelas voadoras, passos que já
não escutamos

Fora de minha lembrança
Fora dela, apenas o Esquecer, a morte do ser
Mas, parece que elas eu não esqueço
Entre quem vejo sempre, quem falo as vezes
Quem jamais vi outra vez, desde que saiu do bus

Escuto sempre que posso seu piado na noite, coruja
Lembrarei sempre dos seus olhos brilhantes naquela avenida de gente
Da aventura paulista
O mundo é enorme e vasto,
Império dos Esquecimentos
Mas, ainda estou aqui, com vocês
Nas memórias que valem a pena
Veneno que não mata
Vive.



segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Quadro na cabeça 1

Vou pintar seu cabelo
Com pequenos laços de cor
Com as luzes da cidade
Vou pintar seu cabelo
De dourado do sol
De faíscas da lua
Da ajuda que nunca dou nos livros
A cor escolhida é a sua mesma
Cada flor desabrocha no seu tempo
Cada fagulha incendia a floresta no seu dia

Em cada momento preto-e-branco
Mesmo em tons de cinza existe ainda um olhar
Coloridinho sorridente.