sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Coração de Lídia


O coração de Lídia se viu na encruzilhada
Dos meios das infinitas pontas
Dos cantos dos olhos das pessoas
Lídia via entre as diversas pontes
Entre as diversas fagulhas de espírito
A vida entre cada uma delas
A voz temida da morte, em Lídia já não mais cantava
Naquele voo ela caminharia para as estrelas
Libertaria o seu coração
E, foi, indo
Foi, indo
E
O braço forte de Ribeiro a segurou
Soldado de várias tomadas e batalhas, o bombeiro
A olhou, nos olhos azuis de seu céu
Naquela tarde de fevereiro
Naquele momento, no penhasco
E o abismo falou de volta
E a calda dos corações raivosos, cantou
Pela fraternidade daqueles dois
E, no passo
E, no pé
Em falso
Ambos despencando, ambos deixando o meu olho vidrado
Na tv; vendo Ribeiro e Lídia
Vendo a igualdade de minhas vidas, de minhas mortes
De tudo o que persegui, por aquele momento
Do suspiro trancado
Do beijo esquecido
Do motivo abarcado nos inúmeros esforços inúteis
Na inutilidade, naquela melancolia
Naquele sorriso, naquele abraço
Voaram
Por um momento voaram
Mas, a vida lhes trouxe de volta
E num abraço dentro da janela se foram
Sem jamais eu soube
Quais eram seus verdadeiros nomes
Qual era o verdadeiro eu
Só apenas sabia, sabia apenas
Que eu me segurei aquele dia
E
E me segurei naquele impulso
Da vida diária dos pulsos
Daquele ar flutuante que voa
Pelas janelas do céu


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